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SUMÁRIO RESUMO

8. MATERIAL E MÉTODO

8.1. Desenho do estudo

Trata-se de um estudo descritivo, transversal, em que parte da análise será individual e outra parte será ecológica de base territorial. Esta última terá o bairro como unidade de análise.

Estudos de corte transversal são investigações que produzem “instantâneos” da situação de saúde de uma população, ou seja, são estudos epidemiológicos nos quais fator e efeito são observados em um mesmo momento histórico, reproduzindo, por conseguinte, indicadores globais de saúde (ALMEIDA FILHO & ROUQUAYROL, 2006).

Os estudos que têm como foco a comparação de grupos ao invés de pessoas são denominados ecológicos. Estes estudos são ideais para dados de área, como taxas por área geográfica, além de serem úteis para levantar hipóteses (KATO et al, 2009).

8.2. População e Área do estudo

Será considerada no estudo a população feminina em idade fértil (de 10 a 49 anos), residente em Aracaju, no período de 2000 a 2009.

Esse município, capital do Estado de Sergipe, possui área de 181,80 km² ,encontra-se localizado no litoral e está subdividido em 38 bairros. Segundo estimativa do IBGE, a população de Aracaju, em 2010, era de 571.149 habitantes (27,6% da população do Estado), dos quais, 53,5 % do sexo feminino, estando 205.041 mulheres (67% do total) em idade fértil. Dados do Censo de 2000 mostram que 89,4% da população é alfabetizada, 92,7% e 96,1% dos domicílios dispunham do serviço público de abastecimento de água e coleta do lixo produzido, respectivamente, mas somente 35 % contavam com serviços de esgotamento sanitário (IBGE, 2000).

A expectativa de vida ao nascer dessa capital,em 2000, era de 68,7 anos e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,794,considerado médio,(PNUD 2000). Essa capital é apontada pelo Censo Demográfico de 2010 como a cidade nordestina com maior crescimento de renda per capita nos últimos dez anos e conseqüentemente

a com menor desigualdade do Nordeste brasileiro (IBGE, 2010). Com relação aos hábitos de vida, na pesquisa do Ministério da Saúde , intitulada Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL, 2009) foi considerada a capital da qualidade de vida e com menor índice (8%) de fumantes entre as capitais brasileiras (BRASIL, 2009).

O município é essencialmente urbano não havendo nenhuma localidade com características rurais. Entre os setores produtivos o de serviços aparece como a principal atividade da capital: 80% do total. A indústria representa 19,9% do PIB de Aracaju e a agropecuária tem uma participação inexpressiva: 0,1%. Tem grande influência econômica ligada a estatais como a Petrobrás. O PIB (Produto Interno Bruto) foi de R$ 6,94 bilhões em 2008 a preços correntes de mercado (Aracaju, 2010).

Quanto à assistência à saúde, Aracaju possui alguns serviços de administração própria tais como: 43 Unidades de Saúde com Estratégia de Saúde da Família que cobre 96% da população, Serviço de Atendimento Municipal de urgência (SAMU), Rede de Atenção Especializada em Saúde e Rede de Atendimentos de Urgências e Emergências. Existem quatro estabelecimentos de saúde públicos com internação e 16 estabelecimentos de saúde privados com internação. Dos 2.306 leitos hospitalares, 623 (27 %) são públicos (IBGE, 2009). Os serviços de atenção obstétrica em nível terciário são contratados em sistema de co-gestão e atualmente são um total de 243, sendo 80% do SUS (Aracaju, 2010).

Em 2009, a taxa de mortalidade infantil de Aracaju foi de 16,7/1.000 Nascidos Vivos e a Razão de Mortalidade Materna foi de 114/100.000 Nascidos vivos (Aracaju, 2009).

8.3. Fontes de dados

8.3.1. Sistema de Informação de Mortalidade/SIM (alimentado pelas informações das Declarações de Óbito).

8.3.2. Relatórios do Comitê de Investigação de Óbitos Maternos, os quais se baseiam em informações produzidas por investigações de:

 Óbitos maternos declarados (cuja causa de morte indica o estado gravídico- puerperal no momento do óbito) por ano;

 Óbitos não declarados como causa materna (sem registro do estado gravídico- puerperal no momento do óbito, porém evidenciado após análise do Comitê) por ano;

 Óbitos identificados pelo Comitê por meio de entrevistas com as famílias, investigações em prontuários e entrevistas médicas nos serviços de saúde, por ano. 8.3.3. Sistema de Informações de Nascidos Vivos/ SINASC

 Número de nascimentos vivos no período estudado, por ano - DATASUS 8.3.4. CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde) – DATASUS 8.3.5. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/IBGE

 Indicadores populacionais, demográficos e sócio-econômicos

 Censos Demográficos dos anos de 2000 e 2010 (IBGE)

8.4. Definição de variáveis e indicadores

8.4.1. Variáveis: idade, bairro de residência, raça, escolaridade, número de consultas

de pré-natal, data e local do óbito, causas básicas de morte (CID 10) e evitabilidade, dentre outras que podem ser observadas no instrumento de coleta de dados (Apêndice B).

8.4.2. Indicadores:

a) De Mortalidade

Razão de Mortalidade Materna (RMM) por 100.000 nascidos vivos, conforme

fórmula abaixo:

RMM = óbitos por causas maternas x 100.000 N° de NV no período

Proporção de óbitos Maternos em relação ao total de óbitos de Mulheres em

Idade Fértil (MIF).

b) De Assistência à Saúde Proporção de partos cesáreos

Percentual de partos cesáreos do total de partos hospitalares, no ano considerado

Distribuição percentual de mulheres com filhos nascidos vivos segundo o número de consultas de pré-natal, na população residente em Aracaju, no ano considerado.

c) Sócio-econômicos

A existência de desigualdades sociais na distribuição espacial da mortalidade materna será avaliada, a partir de duas variáveis proxy de condições de vida: o capital econômico e o capital cultural. Estes constructos foram desenvolvidos por Bourdieu (2007), segundo o qual, as classes e frações de classes de indivíduos situam-se no espaço social em posições definidas, particularmente, pela quantidade e composição do seu capital econômico e cultural.

Tendo como referência o estudo feito por Silva et al 1999 ,faremos uma aproximação dessas categorias utilizando as variáveis renda e grau de instrução do chefe da família,obtidas do Censo Demográfico de 2000.Usaremos tal censo em virtude do IBGE ainda não ter disponibilizado os dados referentes ao ano de 2010. A estratificação será feita em três etapas:

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