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2.1 Coleta e preparo das amostras

Os troncos de madeira foram provenientes de um povoamento de regeneração natural, na Fazenda Caicu, Município de São José de Espinharas/PB, localizado no polígono das secas, com altitude de 208 m, longitude de 37º 19. 33 W e latitude de 06º 50. 50 S (FARIAS SOBRINHO et al., 2005).

Foram abatidas 16 árvores, com diâmetro entre 6 e 12 cm, e altura de 2 metros. Os troncos foram transportados para a Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, Campus de Patos-PB, onde foram descascadas e escovadas com escova de cerdas de aço.

2.2 Tratamento Preservativo

A totalidade das peças obtidas foi selecionada ao acaso, identificadas e testadas sob três situações: na primeira situação, denominada “Imediata”, as peças foram submetidas à solução preservante imediatamente após o abate; na segunda situação, denominada “Posterior”, as peças foram submetidas à solução preservante 24 horas após o abate; na terceira situação, denominada “Imersa”, as peças foram mantidas imersas em água durante 15 dias antes de serem submetidas à solução preservante. Adicionalmente, um quarto grupo de peças foi testado sem ser submetido a qualquer tratamento preservativo, o qual foi utilizado como testemunha.

Para o preparo da solução preservativa considerou-se uma concentração de 2% de ingredientes ativos uma vez que esta foi a melhor concentração a ser utilizada para esta espécie (PAES, et al., 2006). Foi usado o dicromato de sódio como fornecedor de cromo, o sulfato de cobre como o fornecedor de cobre e o ácido bórico como fornecedor de boro, seguindo metodologia de PAES, et al. 2007; MODES et al. 2011 e TORRES et al., (2011).

O método que foi usado para o tratamento das peças foi o de substituição da seiva por transpiração radial (PAES et al., 1991; PAES et al., 2006; TORRES et al., 2011). As peças foram dispostas verticalmente num tambor, sendo adicionada a solução preservativa de forma

que as peças ficassem parcialmente submersas e com a parte aérea separada para facilitar a circulação do ar, auxiliando assim a evaporação da seiva. Para evitar a evaporação da água da solução preservativa foi adicionado óleo vegetal. Na medida em que a solução era absorvida pelas peças, era realizada a reposição da solução preservativa diariamente.

Imediatamente antes do início do tratamento preservativo avaliou-se o teor de umidade das peças, nas situações Imediata, Posterior e Imersa, sendo estas de 52,0%; 48,6% e 82,4%, respectivamente.

2.3 Amostragem das peças

Para os ensaios de distribuição do boro e do cobre foram seguidas as recomendações da MB 790 (ABNT, 1973). Foram retirados 2 discos com 2 cm de espessura ao longo das peças tomando como referência a base, o meio e o topo, onde foram avaliados os parâmetros de distribuição (Figura 1).

Figura 1: Amostragem dos discos para avaliação da distribuição. Figure 1: Sampling of logs to assess the distribution.

Os discos foram lixados em ambas as faces e a distribuição do preservativo (elementos boro e cobre) foi determinada por reações colorimétricas segundo MB 790 (ABNT, 1973). Para a avaliação da presença do boro foi borrifada em um lado do disco, uma solução de iodo e álcool polivinílico e, no lado oposto, aplicada uma solução de cromo-azurol S para avaliar a presença do cobre, seguindo as especificações da NBR 6232 (ABNT, 2013).

Quanto a classificação da distribuição segundo os padrões do teste de tratabilidade de madeira as peças foi baseada na classificação de acordo com os padrões comuns de distribuição (IBDF/LPF, 1988; VIANEZ; SALES, 1989; INPA/CPPF, 1991) conforme a Figura 2.

Topo Meio Base

Figura 2: Padrões de distribuição do teste de tratabilidade de madeira. Fonte: Adaptado de Mendes; Alves (1988).

Figure 2: Distribution patterns of wood treatability test. Source: Adapted from Mendes; Ahmed (1988).

2.4 Ensaio de preferência alimentar

Dos outros discos obtidos por cada peça e posição foram tirados de cada um deles um corpo de prova com dimensões nominais 2x2x1,5 cm na direção periferia-centro (Figura 3).

Figura 3: Posições nos discos onde foram retiradas as amostras para análise de preferência alimentar.

Figure 3: Positions in the disks where the samples were taken for analysis of food preference. Os corpos-de-prova foram secos em um estufa a uma temperatura de 103 ± 2° C por um período de 48 horas e depois pesados em balança com precisão de 0,01 g a fim de determinação da massa anidra. Foi utilizado um tambor de 250 litros contendo cerca de 20 cm de areia. A mesma foi apoiada por tijolos sobre 4 bandejas de plástico contendo óleo queimado para evitar a fuga dos cupins, conforme metodologia descrita por Paes et al. (2001) e Paes et al. (2007).

As amostras foram sorteadas e dispostas em bandeja de alumínio, a qual foi disposta sobre a areia. A colônia de cupins foi coletada no Campus de Patos (UFCG), nas

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proximidades do Laboratório de Tecnologia e Produtos Florestais (LTPF). A colônia foi colocada sobre uma grelha de 30x40 cm e apoiada no interior do tambor que estava montado para a realização do experimento.

As amostras ficaram cerca de 45 dias à ação dos cupins, onde a cada 15 dias era feito uma umidificação da areia e da colônia para evitar a morte dos mesmos. Após o período contabilizado, as amostras foram secadas e pesadas novamente. Para a avaliação da eficiência do tratamento, calculou-se a porcentagem da perda da massa provocado pelo ataque dos cupins.

2.5 Avaliação dos resultados

Levando-se em conta cada situação (Imediata, Posterior, Imersa, testemunha) como um tratamento e cada corpo de prova como uma repetição, foram executados testes de normalidade e homocedasticidade dos dados. Uma vez que, mesmo após a transformação dos dados, tais pressuposições não foram conferidas, optou-se pelo uso de testes não paramétricos (Kruskal-Wallis e correlação de Spearman).

O teste de Kruskal-Wallis é um teste não paramétrico que é utilizado para comparar três ou mais amostras onde é usado para se fazer testes de hipóteses nulas de que todas as populações possuem funções de distribuição iguais contra a hipótese alternativa de que ao menos duas das populações possuem funções de distribuição diferentes. Já a correlação de Spearman é usada para analisar simultaneamente a associação entre variáveis e obter a matriz de correlação (ESTATCAMP, 2013).

As análises foram realizadas com auxílio do pacote estatístico ACTION versão 2.5 (ESTATCAMP, 2013), ao nível de significância de 5%.

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