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CAPÍTULO I: COMPARAÇÃO ENTRE RECIPIENTES BIODEGRADÁVEL E DE

1.2 Material e métodos

A pesquisa foi conduzida no período de fevereiro a agosto de 2014, no viveiro suspenso e setorizado do Departamento de Ciência Florestal da Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu – UNESP, localizado nas coordenadas 22º51’03’’ de latitude Sul e 48º25’37’’ longitude Oeste, altitude média de 840 m e clima do tipo Cwa, segundo classificação de Köppen, e precipitação média anual de 1.358 mm.

A pesquisa englobou dois experimentos, ambos comparando dois tipos de recipientes, sendo o primeiro com um ciclo de produção menor, considerado indicado para o recipiente biodegradável, já que neste o sistema radicular não necessita estar totalmente estruturado, pois o recipiente é plantado com a muda, servindo de proteção. O segundo com ciclo de produção maior indicado para o recipiente de polietileno, suficiente para produzir um sistema radicular bem estruturado, pois ao retirar o recipiente para o plantio, o torrão deve manter-se firme para não prejudicar o desenvolvimento da muda.

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente ao acaso, dispostos no esquema fatorial 2x3, correspondendo a dois tipos de recipientes (biodegradável e polietileno) e três lâminas brutas de irrigação (8, 11 e 14 mm) aplicadas duas vezes por dia. Cada tratamento foi composto por quatro parcelas de 10 mudas.

Os recipientes testados foram: tubete de polietileno com volume de 120 cm³ e estrias internas salientes; recipiente biodegradável da marca Ellepot® com capacidade de 160 cm³. Como suporte para ambos foram usadas bandejas planas de polietileno. A densidade de plantas na fase de aplicação dos manejos hídricos foi de 236 m-2.

O substrato usado foi um produto comercial constituído por turfa de Sphagnum,vermiculita e casca de arroz carbonizada na proporção 2:1:1 (base volume). As características físicas do substrato foram determinadas de acordo com Guerrini e Trigueiro (2004) e as características químicas segundo Brasil (2008) (Tabela 1).

Tabela 1. Características físicas e químicas do substrato usado.

Características físicas

Porosidade (%) Retenção de água (mL/tubete) Macro Micro Total

24,2 59,3 83,4 54,6 Características químicas Condutividade elétrica (dSm-1) pH 0,5 6,5

A adubação de base realizada no substrato foi composta por fertilizantes solúveis Yoorin® Master 1S e Fosmag® 500B e de liberação controlada Osmocote® com formulação N-P-K 19:6:10. O conjunto destes fertilizantes forneceu os macronutrientes N, P, K, S, Ca e Mg nas dosagens de 42,3; 69; 31,3; 25,2; 48,2 e 18 mg/tubete respectivamente, e os micronutrientes B, Cu, Mn, Si e Zn nas dosagens de 0,3; 0,1; 0,6; 18,4 e 1 mg/tubete, respectivamente.

As plântulas, em média com 6,0 cm de altura, foram adquiridas da empresa Camará Mudas Florestais©, localizada no município de Ibaté – Estado de São Paulo (produzidas em sistema de plugs, volume de 7 cm3), e foram transplantadas para os dois recipientes (biodegradável e polietileno), permanecendo duas semanas em casa de vegetação, e em seguida para área de crescimento e rustificação, sendo alocadas em canteiros suspensos, cobertos com plástico difusor de luz, para controle da precipitação. Foi usado microaspersão com vazão de bocal de 200 L h-1, acionado automaticamente.

Durante este período, as adubações de crescimento e rustificação foram realizadas duas vezes por semana, com uma lâmina bruta de 4 mm de solução nutritiva aplicada via ferti-irrigação em todos os tratamentos. A solução de crescimento foi composta pelos fertilizantes monoamôniofosfato purificado, sulfato de magnésio, nitrato de potássio, nitrato de cálcio e uréia nas concentrações de 488; 155,4; 328,1; 312; 72,2 e 98,8 mg L-1 de N, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente e a solução de micronutrientes, por ácido bórico, molibdato de sódio e sulfatos de manganês, zinco, cobre e ferro nas concentrações de 3; 3,9; 1,2; 0,6; 0,3 e 48 mg L-1 de B, Mn, Zn, Cu, Mo e Fe, respectivamente.

A solução de rustificação foi aplicada duas vezes na semana, nos 15 dias finais de cada ciclo, composta por cloreto de potássio na concentração de 750 mg L-1 e

por ácido bórico, molibdato de sódio e sulfatos de manganês, zinco, cobre e ferro nas concentrações de 4,2; 5,5; 1,7; 0,8; 0,4 e 67 mg L-1 de K, B, Mn, Zn, Cu, Mo e Fe, respectivamente.

Ao final de cada ciclo de produção, 12 mudas de cada tratamento foram plantadas em vasos com volume de 14 L de solo obtidos da camada superficial 0-20 cm de profundidade da da Fazenda Experimental Lageado classificado como Latossolo Vermelho distrófico textura média (CARVALHO et al., 1983). As mudas foram distribuídas aleatoriamente em estufa para acompanhar o desenvolvimento inicial até os 90 dias de idade.

O solo foi analisado quimicamente pelo Departamento de Ciência do Solo e Recursos Ambientais, da UNESP/FCA (Tabela 2).

Tabela 2. Análise química do solo utilizado no desenvolvimento das mudas em vaso.

pH M.O. Presina Al3+ H+Al K Ca Mg SB CTC V% S

CaCl2 g dm-3 mg dm-3 mmolcdm-3 mg dm-3

4,0 17 3 11 78 0,4 3 2 6 84 7 13

A avaliação do desenvolvimento e qualidade das mudas ao final dos experimentos foi constituída por: altura da parte aérea (H), diâmetro de colo (D), massa seca da parte aérea (MSA), massa seca da parte radicular (MSR) e qualidade do sistema radicular (QR). A partir dessas, foram calculadas a massa seca total, a relação altura/diâmetro (H/D) e o Índice de Qualidade de Dickson (IQD). Os instrumentos utilizados foram: régua, paquímetro digital, estufa de ventilação forçada e balança digital. A qualidade do sistema radicular foi avaliada nas mesmas mudas utilizadas para a obtenção das massas secas, porém somente nas mudas produzidas em recipiente de polietileno, já que o recipiente é retirado para o plantio. Foram adotados três parâmetros para definir a aptidão do plantio em campo: a) ótimo/apto – ao sistema radicular formado por um torrão ausente de flexibilidade e com presença de raízes novas; b) bom/apto – ao sistema radicular formado por um torrão com alguma flexibilidade e poucas raízes novas; e c) ruim/inapto – ao sistema radicular com torrão desagregado. Para a avaliação das mudas em vaso realizou-se medições da altura da parte aérea (H), diâmetro de colo (D), massa seca da parte aérea (MSA), massa seca da parte radicular (MSR) e massa seca total (MST).

Os dados quantitativos foram submetidos ao teste de normalidade, em seguida, à análise de variância e, nos casos em que houve diferenças significativas, realizou-se o teste de Tukey a 5% de probabilidade para comparação das médias. Para os dados qualitativos da qualidade do sistema radicular, foi usado o Teste de Goodman para proporções entre e dentro de populações multinomiais.

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