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2 MATERIAL E MÉTODOS

No documento 2012AlanaCristinaDornelesWandscheer (páginas 60-65)

COMPETITIVE ABILITY OF SOYBEAN AND CORN WITH POACEAE WEED SPECIES

2 MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos de competição entre plantas de E. indica (capim-pé-de-galinha) com soja e milho foram desenvolvidos na estação de crescimento 2010/2011, em casa de vegetação pertencente ao Centro de Extensão e Pesquisa Agropecuária (CEPAGRO) da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV), Universidade de Passo Fundo (UPF), Rio Grande do Sul, Brasil.

As unidades experimentais consistiram de vasos plásticos com capacidade volumétrica de 8 L e altura de 25 cm, preenchidos com solo oriundo da área experimental, classificado como Latossolo Vermelho Distrófico típico. Os tratamentos foram dispostos em delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições, sendo que a posição dos vasos foi alterada periodicamente,

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a fim de obter condições experimentais homogêneas (AGOSTINETTO et al., 2009).

Utilizou-se sementes de soja (Glycine max (L.) Merr -

cultivar NA 5909 RG) e milho (Zea mays L. – híbrido DKB 240 YG) e da espécie daninha E. indica.

Em virtude das sementes de E. indica apresentarem dormência, fez-se primeiramente um tratamento a fim de superar este mecanismo, que consistiu na escarificação mecânica das sementes com lixa (malha 320) e posterior incubação em câmara de germinação do tipo B.O.D. As temperaturas e condições de luminosidade foram alternadas para 16 horas a 20 °C (escuro) e 8 horas a 30 °C (claro) por aproximadamente quatro dias, conforme Dal Magro et al. (2010).

Após a germinação das sementes, estas foram transferidas para bandejas de isopor, contendo 128 células, preenchidas com substrato comercial. Por ocasião da emergência das plântulas (aproximadamente 20 dias), as mesmas foram transplantadas para as unidades experimentais (vasos plásticos), coincidindo com a emergência das plântulas de soja ou milho, ambas semeadas sete dias antes do estabelecimento final das unidades experimentais, contendo as culturas e a planta daninha, no mesmo estádio fenológico. Este procedimento é relevante, pois evita efeitos decorrentes de diferentes velocidades de germinação sobre o processo competitivo, o que poderia mascarar este estudo (CARVALHO & CHRISTOFFOLETI, 2008).

Na ocasião da semeadura da soja ou milho, foram colocadas sementes além da população desejada, e após estas

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emergirem fez-se o desbaste (após sete dias de semeadura) para o estabelecimento da população definitiva.

A densidade populacional utilizada para cada unidade experimental foi obtida de acordo com a “Lei da produção final constante” determinada em outros ensaios (dados não relatados) onde a população foi de oito plantas vaso-1, equivalente a 250 plantas m-2. Os tratamentos consistiram de combinações de cinco proporções de milho e E. indica (experimento 1) e soja e E. indica (experimento 2), ou seja, 8:0 (que correspondeu a oito plantas de soja ou milho ou 100% do estande puro das culturas), 6:2 (seis plantas de soja ou milho e duas plantas da espécie daninha, que correspondeu à proporção de 75:25%), 4:4 (quatro plantas de soja ou milho e quatro plantas da espécie daninha, proporções de 50:50%), 2:6 (duas plantas de soja ou milho e seis plantas da espécie daninha, proporções de 25:75%) e 0:8 (oito plantas da espécie daninha, 100% estande puro).

Após o florescimento da soja, aos 60 dias após a emergência (DAE) e 42 DAE do milho, fez-se a coleta de todas as plantas, cujas variáveis analisadas foram estatura de plantas, mensuradas desde a distância da base até a extremidade da última folha, sendo a unidade utilizada centímetros (cm); e matéria seca da parte aérea, raiz e total, em gramas (g), por meio de balança analítica. Para obtenção da matéria seca, as plantas coletadas foram separadas em parte aérea e raiz e estas foram postas para secar, acondicionadas em sacos de papel e identificadas, sendo mantidas em estufa na temperatura de 60 °C, por um período de 72 horas (RIGOLI et al., 2008). Em seguida fez-se a pesagem das partes vegetais desejadas,

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sendo que a matéria seca total correspondeu à soma da matéria seca da parte aérea + matéria seca da raiz em cada proporção.

Os tratamentos foram conduzidos em séries de substituição. Para análise das variáveis utilizou-se o método da análise gráfica ou convencional para experimentos substitutivos (ROUSH et al., 1989; COUSENS, 1991), que consiste na construção de diagramas com base na produtividade relativa (PR) e produtividade relativa total (PRT), nas proporções de 0, 25, 50, 75 e 100% da cultura e da planta daninha.

A produtividade relativa das variáveis analisadas foi calculada dividindo-se a média da mistura pela média da monocultura, incluindo-se no cálculo a média por planta de cada espécie em cada unidade experimental. A PRT representou a soma das produtividades relativas dos competidores nas respectivas proporções de plantas (HOFFMAN & BUHLER, 2002).

As fórmulas para o cálculo das produtividades relativas e totais são dadas a seguir, segundo Hoffman & Buhler (2002):

PRa = (p) (Amix/Amon) PRb = (1 – p) (Bmix/Bmon) PRT= PRa + PRb, onde:

PRa = produtividade relativa da espécie “a” (cultura) PRb = produtividade relativa da espécie “B” (daninha) p = proporção de “a” em % dividido por 100

Amix = valor da variável a ser analisada (por exemplo: matéria seca) de “A” em mistura

Amon = valor da variável a ser analisada de “A” em monocultura

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Bmix = valor da variável a ser analisada de “B” em mistura

Bmon = valor da variável a ser analisada de “B” em monocultura

PRT = produtividade relativa total

Os índices de competitividade relativa (CR), coeficientes de agrupamento relativo (K) e de agressividade (A) foram calculados na proporção de 50% de plantas de cada cultura e da espécie daninha. O CR representa o crescimento comparativo da espécie A (culturas – soja ou milho) em relação à espécie B (planta daninha); K indica a dominância relativa de uma espécie sobre a outra; e A aponta qual espécie é mais competitiva. A interpretação conjunta desses valores permite inferir o grau de competitividade entre as espécies com maior segurança (COUSENS, 1991). A espécie A é mais competitiva que a espécie B quando CR > 1, Ka > Kb e A > 0. A espécie B é mais competitiva quando CR < 1, Ka < Kb e A < 0. As fórmulas destes índices são dadas a seguir, segundo Hoffman & Buhler (2002):

CR = ((1 – p)/p) (PRa/PRb) Ka = ((1 – p)/p) (PRa/(1 – PRa)) Kb = ((1 – p)/p) (PRb/(1 – PRb)) A = (PRa/2p) – (PRb/(2(1 – p)))

Para a análise estatística da produtividade relativa, calculou-se primeiramente as diferenças para os valores de PR (DPR) obtidos nas proporções de 25, 50 e 75% de plantas em relação aos valores pertencentes às retas hipotéticas nas respectivas proporções: 0,25, 0,50 e 0,75 (PASSINI, 2001; FLECK et al., 2008; RIGOLI et al., 2008; DAL MAGRO et al., 2011). Utilizou-se o teste ‘t’ a 5% de

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probabilidade de erro para testar as diferenças relativas aos índices DPR, PRT, CR, K e A em relação às retas hipotéticas (HOFFMAN & BUHLER, 2002; FLECK et al., 2008), através do software estatístico SAS (Statistical Analysis System versão 8.0).

As hipóteses de nulidade para testar as diferenças de DPR e A eram de que as médias fossem iguais a zero (H0 = 0); para PRT e CR, que as médias fossem iguais à unidade (H0 = 1); e para o índice K, de que as médias das diferenças entre Ka e Kb fossem iguais a zero [H0 = (Ka – Kb) = 0].

As variáveis matéria seca da parte aérea, matéria seca da raiz, matéria seca total e estatura de plantas foram também expressas em valores médios por planta e submetidos à análise de variância. Se significantes pelo teste F (p ≤ 0,05), as médias dos tratamentos foram

comparadas pelo teste de Dunnett (p ≤ 0,05) considerando as

monoculturas como testemunhas.

No documento 2012AlanaCristinaDornelesWandscheer (páginas 60-65)

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