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5.1. Localização e características climáticas da área experimental

O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental Lageado da FCA/Unesp, em Botucatu-SP, nos anos agrícolas de 2000/2001, 2001/2002 e 2002/2003. A localização geográfica desta área está definida pelas seguintes coordenadas: latitude 22°51'S, longitude 48°26' WGrw e altitude de 786m.

O clima de Botucatu-SP, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cwb, que significa clima mesotérmico com inverno seco. A estação seca da região é bem definida e ocorre entre os meses de maio a setembro.

Na figura 1 estão apresentados os balanços hídricos mensais dos anos 2000, 2001 e 2002, de acordo com Thorthwaite & Mather (1955). Na figura 2 estão apresentados as quantidades de chuva e as temperaturas médias mensais dos referidos anos, para as condições climáticas da Fazenda Experimental Lageado (FCA/Unesp).

-60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120 140 160

Jan Fe v Mar Abr Mai Jun Jul Ago Se t Out Nov Dez

mm DEF(-1) EXC -50 0 50 100 150 200 250

Jan Fe v Mar Abr Mai Jun Jul Ago Se t Out Nov Dez

mm DEF(-1) EXC -100 -50 0 50 100 150 200

Jan Fe v Mar Abr Mai Jun Jul Ago Se t Out Nov Dez

mm DEF(-1) EXC

(A)

(B)

(C)

Figura 1. Balanços hídricos mensais dos anos 2000 (A), 2001 (B) e 2002 (C) da

Fazenda Experimental Lageado (FCA-UNESP), em Botucatu-SP. (■) Excedente hídrico; (■) Deficiência hídrica.

0 50 100 150 200 250 300 350

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Ch u v a ( m m ) 0 5 10 15 20 25 30 Te m p e ra tu r a ( o C ) chuva

te m per atura m édia 0 50 100 150 200 250 300 350

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Ch u v a ( m m ) 0 5 10 15 20 25 30 T e m p e rat u r a ( o C ) chuva

te m per atura m édia 0 50 100 150 200 250 300 350

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Ch u v a ( m m ) 0 5 10 15 20 25 30 Te m p e ra tu ra ( oC) chuva

te m per atura m édia

(A)

(B)

(C)

Figura 2. Quantidade de chuva e temperatura média mensal dos anos

2000 (A), 2001 (B) e 2002 (C) da Fazenda Experimental Lageado (FCA-UNESP), em Botucatu-SP.

5.2. Características do solo da área experimental

O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Vermelho distroférrico de textura média (Carvalho et al., 1983; EMBRAPA, 1999), com relevo suave ondulado e com boa drenagem.

A área vinha sendo cultivada com soja no verão e aveia preta no inverno, em semeadura direta, por um ano agrícola (Safra 1999/2000), antes da instalação do experimento.

Em Agosto/2000, após a dessecação química da aveia preta e antes da demarcação das parcelas experimentais, foram abertas 12 trincheiras em locais representativos, escolhidos de maneira aleatória, para amostragem de solo nas profundidades de 0-5, 5-10, 10-20, 20-40, 40-60 e 60-100 cm. Foram determinadas a granulometria das amostras, e a densidade do solo pelo método do anel volumétrico, conforme metodologias da EMBRAPA (1997). Também foram feitas análises químicas do solo (Raij et al., 1983). Os resultados destas determinações estão apresentados nas tabelas 1 e 2.

Tabela 1. Granulometria e densidade do solo da área experimental de amostras

coletadas por ocasião da instalação do experimento (Agosto/2000).

Profundidade Argila Silte Areia Densidade do solo

(cm) ---g kg-1--- g cm-3 0-5 210 20 770 1,39 5-10 220 10 770 1,49 10-20 220 10 770 1,45 20-40 250 20 730 1,52 40-60 310 20 670 - 60-100 300 20 680 -

Tabela 2. Resultados da análise química do solo da área experimental, de amostras

coletadas por ocasião da instalação do experimento (Agosto/2000).

Profundidade pH CaCl2 M.O. Presina H+Al K Ca Mg SB CTC V

(cm) g dm-3 mg dm-3 ---mmol c dm-3--- (%) 0-5 5,2 21,0 18,4 27,3 2,7 21,0 13,0 36,7 64 57,3 5-10 5,2 18,1 16,2 28,2 0,7 17,0 11,0 28,7 56,9 50,4 10-20 4,6 18,9 5,3 34,1 0,6 8,0 5,8 14,4 48,5 29,7 20-40 4,0 18,2 2,9 44,8 0,7 5,0 2,6 8,3 53,1 15,6 40-60 3,8 15,3 1,9 66,0 0,3 3,0 1,2 4,5 70,5 6,4 60-100 3,8 14,3 1,7 67,4 0,2 2,0 0,6 2,8 70,2 4,0 5.3. Delineamento experimental

Cada parcela experimental foi demarcada com uma área útil de 48 m2 (dimensões: 6 x 8 m). O tamanho de parcela proporcionou a instalação de 13 linhas de semeadura de soja (espaçamento entrelinhas de 0,45m), com 8 m de comprimento, e 30 linhas de semeadura de milheto e de aveia preta, com um espaçamento entrelinhas de 0,20 m para as plantas de cobertura.

Os carreadores entre os blocos e entre as parcelas foram dimensionados com 4 m de largura, que foram semeados normalmente e considerados como bordaduras. O experimento ocupou uma área total de 5.984 m2 (44 x 136 m).

Utilizou-se o delineamento experimental em blocos ao acaso, em um esquema fatorial 4 x 4, com quatro repetições, totalizando 64 parcelas.

Foram instalados 16 tratamentos, constituindo uma interação entre doses de cloreto de potássio aplicadas de dois modos distintos:

- 0, 30, 60 e 90 kg ha-1 de K2O aplicados na semeadura do milheto (cultivado na

primavera);

- 0, 30, 60 e 90 kg ha-1 de K2O aplicados na semeadura da soja (subseqüente ao

cultivo do milheto).

5.4. Cultivo do milheto no primeiro ano agrícola (Safra 2000/2001)

No dia 12/09/2000, foram aplicadas as doses de cloreto de potássio referentes aos tratamentos experimentais, e fez-se a semeadura do milheto (Pennisetum glaucum L., variedade BN-2), sobre a palhada da aveia preta (Avena strigosa L., variedade comum).

Utilizou-se o cloreto de potássio granulado no experimento. O fertilizante foi passado em peneira com malha de 2 mm, e misturado com areia grossa (lavada e peneirada) antes de ser aplicado ao solo. As parcelas que não foram adubadas também receberam areia lavada, na mesma quantidade das que receberam o adubo. O cloreto de potássio foi aplicado manualmente, a lanço, em área total. Para tanto, dividiram-se as parcelas em três partes iguais (2 x 8 m), demarcadas com cordonetes esticados ao longo dos blocos. O adubo, calculado para 48 m2 de área útil das parcelas, foi fracionado em três partes iguais e misturado a 500g de areia para cada parte. A sub-divisão das parcelas e a mistura do

fertilizante com a areia tiveram por objetivo minimizar possíveis variações no processo de aplicação.

Na semeadura do milheto foi utilizada uma semeadora-adubadora de fluxo contínuo, para semeadura direta de "grãos miúdos", modelo TD-300 da empresa Semeato, com linhas espaçadas em 0,20 m, equipada com discos de corte de 16" de diâmetro, e com discos duplos concêntricos sulcadores de 13" para adubo e sementes.

Nesta semeadura aplicou-se uma mistura de adubos contendo 20 kg ha-1 de P2O5

(Superfosfato simples granulado) e 16 kg ha-1 de N (Nitrocálcio). Aos 20 dias após a emergência das plântulas (20 DAE), fez-se medições com gabaritos graduados, em 20 pontos representativos, distribuídos aleatoriamente, para determinar a densidade populacional final do milheto, que foi de 96 plantas m-2.

No dia 30/11/2000, fez-se a dessecação química das plantas de cobertura com o herbicida Glifosate (6,0 L ha-1 do produto comercial Roundup, Monsanto). A aplicação foi feita com pulverizador de barras, munidas com bicos tipo leque, modelo 110-04, marca Tej- Jet, espaçados em 0,50 m, com pressão de trabalho de 60 lbf cm-2, e com volume de calda de 400 L ha-1. O milheto foi mantido em pé após o uso do herbicida. A dose relativamente

elevada do herbicida dessecante foi necessária, pois junto às plantas de milheto desenvolveram-se espécies espontâneas com tolerância relativamente elevada ao Glifosate (tiririca - Cyperus difformes, fedegoso - Cassia tora, capim massambará - Sorghum halepense, guanxuma - Sida rhombifolia, tanchagem - Plantago major ). O volume da calda para a aplicação do herbicida na dessecação, assim como a pressão de trabalho dos bicos foram regulados para minimizar o chamado "efeito guarda-chuvas" causado pelas plantas de milheto sobre a vegetação espontânea.

No dia 04/12/2000, fez-se uma calagem superficial com 1.000 kg ha-1 de calcário dolomítico (39% de CaO, 13% de MgO e PRNT de 91%). O corretivo foi aplicado com uma calcariadora tipo “cocho”, com distribuição em filetes espaçados em 0,15 m.

5.5. Cultivo da soja no primeiro ano agrícola (Safra 2000/2001)

No dia 08/12/2000, foram aplicados os tratamentos experimentais relativos à adubação potássica da soja. Esta adubação seguiu os mesmos procedimentos descritos no item 5.4.

Depois da aplicação do potássio, no dia 09/12/2000, fez-se a semeadura da soja (Glycine max L. Merrill, var. IAC-17). Nesta operação foi utilizada uma semeadora- adubadora para semeadura direta, da marca Marchesan, modelo PST-2, com linhas espaçadas em 0,45 m, equipada com discos de corte de palha com 16" de diâmetro, e com discos sulcadores duplos defasados (13" e 14" de diâmetro) para adubo e sementes.

Na semeadura da soja foram aplicados 60 kg ha-1 de P2O5 (Superfosfato simples

granulado). As sementes foram tratadas com os fungicidas Carboxin e Thiram (200 mL 100 kg-1 de sementes do produto comercial Vitavax - Thiram 200 SC, Uniroyal Química), com os micronutrientes cobalto e molibdênio (200 mL 100 kg-1 de sementes do produto comercial Profol - CoMol, Produquímica) e com inoculante (produto comercial Biomax, BioSoja). Aos 20 DAE, fez-se a determinação da densidade populacional final da soja que foi de 51 plantas m-2.

No dia 06/01/2001, fez-se a aplicação do herbicida Fomesafen + Fluazifop (2,0 L ha-1 do produto comercial Fusiflex, Zeneca). Nesta aplicação utilizou-se um pulverizador

com barras, munidas de bicos tipo leque, modelo 110-04, da marca Tej-Jet, espaçados em 0,50 m, com pressão de trabalho de 40 lbf cm-2, com volume de calda de 300 L ha-1.

Aos 60 DAE, no dia 15/02/2001, fez-se uma pulverização com o inseticida Metamidofós (1,0 L ha-1 do produto comercial Metamidofós Fersol 600, Fersol).

Após a maturação fisiológica dos grãos, aos 105 DAE (01/04/2001), fez-se uma dessecação química com Paraquat (3,0 L ha-1 do produto comercial Gramoxone 200, Zeneca), para eliminar as plantas daninhas remanescentes que cresceram nas entrelinhas da soja.

A colheita da soja foi feita no dia 06/04/2001. Foram colhidas três linhas de 8 m de comprimento com uma colhedora automotriz de parcelas, da marca Wintersteiger SeedMech, modelo Nursery Master Elite. Após a colheita, os grãos de soja foram pesados e tiveram os seus teores de água determinados com equipamento eletrônico, para posterior definição das produtividades dos tratamentos experimentais com os teores de água das amostras de grãos corrigidos para 13%.

5.6. Cultivo da aveia preta após a colheita da soja (Inverno/2001)

Fez-se a semeadura da aveia preta sobre a palhada da soja, no dia 28/04/2001, com a semeadora TD-300/Semeato (descrita no item 5.4.). Utilizou-se um espaçamento entrelinhas de 0,20 m. Não foi aplicado adubo na semeadura da aveia preta. A densidade populacional final da aveia preta foi de 215 plantas m-2.

A aveia preta foi dessecada com Glyphosate (2,0 L ha-1 do produto comercial Roundup, Monsanto), no dia 12/07/2001, quando as plantas encontravam-se em pleno

florescimento. Após a dessecação, as plantas foram mantidas em pé até a semeadura do milheto em Setembro/2001.

Um dia antes da semeadura do milheto, em 17/09/2001, fez-se uma segunda aplicação de herbicida (1,5 L ha-1 do produto comercial Roundup, Monsanto), para

controlar a vegetação espontânea da área, em fase inicial de desenvolvimento.

5.7. Cultivo do milheto no segundo ano agrícola (Safra 2001/2002)

Em Agosto/2001, fez-se outra amostragem de solo em área total, nas parcelas testemunhas (que não receberam KCl), para avaliação da condição química do solo no início do segundo ano agrícola (Safra 2001/2002). Com o auxílio de trados tipo tubular- aberto, foram retiradas de maneira aleatória, 20 sub-amostras para cada profundidade do solo. Os resultados da análise química do solo estão apresentados na Tabela 3.

Tabela 3. Resultados da análise química do solo da área experimental no início do 2o ano

agrícola (Agosto/2001).

Profundidade pH CaCl2 M.O. Presina H+Al K Ca Mg SB CTC V

(cm) g dm-3 mg dm-3 ---mmolc dm-3--- (%) 0-5 6,2 22 24,2 18 3,7 38 12 71,7 89,7 79,9 5-10 5,4 21 13,1 24 1,5 18 9 28,5 52,5 54,3 10-20 5,3 20 4,7 26 0,9 18 9 27,9 53,9 51,8 20-40 4,4 18 3,7 40 0,5 6 4 10,5 50,5 20,8

As sementes de milheto, no 2o ano de cultivo, foram tratadas com fungicida Thiabendazole (150 g 100 kg-1 de sementes do produto comercial Tecto 600, Novartis). Este procedimento foi realizado com o intuito de aumentar a capacidade de germinação e emergência das plântulas. Fez-se a semeadura da planta do milheto no dia 20/09/2001, e aplicou-se uma mistura de adubos com 10 Kg ha-1 de P2O5 (Superfosfato simples

granulado) e 22,5 kg ha-1 de N (Ureia). A densidade populacional final do milheto foi de 168 plantas m-2.

No dia seguinte à semeadura, fez-se a aplicação do KCl a lanço, em área total, de acordo com os tratamentos experimentais e os procedimentos descritos nos itens 5.3. e 5.4.

A dessecação química do milheto foi realizada no dia 06/12/2001, com o herbicida Glifosate (4,0 L ha-1 do produto comercial Roundup, Monsanto), com regulagens do pulverizador semelhantes às descritas no item 5.4.

5.8. Cultivo da soja no segundo ano agrícola (Safra 2001/2002)

Um dia após a dessecação química (07/12/2001), fez-se a semeadura da soja sobre as plantas de milheto, que foram mantidas em pé. Utilizou-se uma semeadora modelo Personale-DRILL-13 da empresa Semeato, com linhas espaçadas em 0,45 m, equipada com discos de corte de palha com 16" de diâmetro, facões tipo guilhotina, e com discos sulcadores duplos defasados (13" e 14" de diâmetro) para adubo e sementes.

As sementes de soja foram tratadas com os fungicidas Carboxin e Thiram (200 mL 100 kg-1 de sementes do produto comercial Vitavax - Thiram 200 SC, Uniroyal Química), com inoculante (BioMax, BioSoja) e com cobalto e molibdênio (200 mL 100 kg-1 de

sementes de Profol-CoMol, Produquímica). A densidade populacional final da soja foi de 48 plantas m-2. Na semeadura da soja foram utilizados 60 kg ha-1 de P2O5 (superfosfato

simples granulado). A variedade cultivada foi a IAC-17.

Após a semeadura da soja, no dia 10/12/2003, fez-se a aplicação das doses de cloreto de potássio referentes aos tratamentos experimentais, de acordo com procedimentos descrito no item 5.4.

No dia 11/01/2002, fez-se a aplicação dos herbicidas pós-inicial para a cultura da soja Imazethapyr e Clorimuron (1,0 L ha-1 do produto comercial Pivot, Cyanamid; 80 g ha-

1 do produto comercial Smart, Milenia). Junto aos herbicidas, aplicou-se também o

inseticida Methamidophos (0,5 L ha-1 do produto comercial Tamaron, Bayer), para controle da lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis). Outra pulverização com o inseticida Methamidophos (0,5 L ha-1 do produto comercial Tamaron, Bayer) e com o fungicida

Tebuconazole (0,5 L ha-1 do produto comercial Folicur, Bayer), foi feita em 12/02/2002. Esta segunda pulverização da soja foi realizada para controlar o percevejo verde (Nezara viridula) e o fungo oídio (Microsphaera diffusa). Os equipamentos e as regulagens para estas pulverizações seguiram basicamente os procedimentos descritos no item 5.5.

A colheita dos grãos de soja foi realizada no dia 04/04/2002, com a colhedora automotriz de parcelas, da marca Wintersteiger SeedMech, modelo Nursery Master Elite. A massa e o teor de água dos grãos foram determinados após a colheita, e as produtividades dos tratamentos experimentais foram calculadas com a umidade dos grãos corrigida a 13%.

5.9. Cultivo da aveia preta, do milheto e da soja no terceiro ano agrícola (Safra 2002/2003)

Após a segunda colheita da soja (Abril/2002), fez-se uma dessecação química da vegetação espontânea com uma mistura dos herbicidas Glifosate e 2,4-D (4,0 L ha-1 do produto comercial Roundup, Monsanto; 1,0 L ha-1 do produto comercial DMA-806, Dow AgroScience). Em seguida, dez dias após a dessecação (19/04/2002), fez-se a semeadura da aveia preta sobre a palha da soja em linhas espaçadas em 0,20m, sem o uso de fertilizantes, com a semeadora TD-300/Semeato. A dessecação química e a semeadura da aveia preta seguiram basicamente os procedimentos descritos nos itens 5.4. e 5.6. A densidade populacional final da aveia preta foi de 248 plantas m-2. No dia 25/07/2002, a aveia preta (na fase de enchimento de grãos) foi dessecada com Glifosate (2 L ha-1 do produto

comercial Roundup, Monsanto) e as plantas foram mantidas em pé.

No dia 16/09/2002, fez-se a terceira semeadura de milheto, em linhas espaçadas em 0,20m, com a semeadora TD-300/Semeato, sobre a palha da aveia preta. A adubação nesta semeadura foi de 22,5 kg ha-1 de N (Ureia). As sementes de milheto foram tratadas com os

fungicidas Carboxin e Thiram (300 mL 100 kg-1 de sementes do produto comercial Vitavax - Thiram 200 SC, Uniroyal Química). A densidade populacional final do milheto foi de 156 plantas m-2. No dia 12/12/2002, o milheto foi dessecado com Glifosate (4 L ha-1 do produto comercial Roundup, Monsanto), e as plantas foram mantidas em pé. A pulverização seguiu basicamente os procedimentos descritos no item 5.4.

Neste terceiro ano de cultivo, a soja foi semeada no dia 14/12/2002, dois dias após a dessecação química do milheto. Utilizou-se a variedade Embrapa 48, que foi semeada em

linhas espaçadas em 0,45m, com a semeadora Personale-DRILL/13-Semeato (descrita no item 5.8.), com a aplicação de 60 kg ha-1 de P2O5 (Superfosfato simples granulado). As

sementes de soja foram tratadas com os fungicidas Carboxin e Thiram (200 mL 100 kg-1 de sementes do produto comercial Vitavax - Thiram 200 SC, Uniroyal Química) e com inoculante (produto comercial da empresa Nitral-Urbana). A densidade populacional final da soja foi de 46 plantas m-2.

No dia 09/01/2003, fez a aplicação do herbicida pós-inicial da soja Fomesafen + Fluazifop (2,0 L ha-1 do produto comercial Fusiflex, Zeneca). Outra pulverização com o inseticida Methamidophos (1 L ha-1 do produto comercial Tamaron, Bayer) e com o fungicida Tebuconazole (0,5 L ha-1 do produto comercial Folicur, Bayer) foi feita em 14/02/2003. No final do ciclo da soja, em 11/03/2003, fez-se outra pulverização com o inseticida Methamidophos (1 L ha-1 do produto comercial Tamaron, Bayer). O inseticida foi

utilizado para controlar o percevejo verde (Nezara viridula) e a lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis), e o fungicida para o oídio (Microsphaera diffusa). Os equipamentos e as regulagens para estas pulverizações seguiram basicamente os procedimentos descritos no item 5.5.

A colheita da soja foi realizada em 17/04/2003, com a colhedora automotriz de parcelas, da marca Wintersteiger SeedMech, modelo Nursery Master Elite. A massa e o teor de água dos grãos foram determinados, e as produtividades dos tratamentos experimentais foram calculadas com a umidade dos grãos corrigida a 13%.

5.10. Coleta, preparo e análise química das amostras de solo

Foram coletadas amostras para determinação do K trocável e do K não-trocável do solo, em 12 épocas de amostragem no decorrer de dois anos agrícolas, nas camadas de 0-5, 5-10, 10-20, 20-40 e 40-60 cm de profundidade. No 1o ano agrícola (Safra 2000/2001), fizeram-se coletas na semeadura do milheto (ver item 5.2), na semeadura da soja (0 DAE), e aos 25, 50, 75 e 100 DAE da soja. No 2o ano agrícola (Safra 2001/2002), coletaram-se amostras de solo na semeadura do milheto (Setembro/2001), e aos 0, 25, 50, 75 e 100 DAE da soja. Foram retiradas cinco sub-amostras para cada profundidade do solo, em cada parcela experimental, para cada época de coleta. No total, considerando-se os tratamentos, as épocas de amostragem e as profundidades do solo avaliadas, coletaram-se 3.526 amostras. O solo foi amostrado no meio das entrelinhas de semeadura da soja, do milheto e da aveia preta.

Para executar as coletas de solo foram desenvolvidos trados tipo tubular-aberto, com tubos de aço inox temperável (especificação TP-420), com 700 mm de comprimento, 31,5 mm de diâmetro externo e 25,5 mm de diâmetro interno, graduado de 5 em 5 mm, com abertura oblonga em uma das extremidades de 150 x 15 mm, e suporte de aço com batedor de nylon acoplado na outra extremidade para suportar golpes de marreta.

Cronograma de amostragem:

- 1ª amostragem: semeadura do milheto (Caracterização da área experimental, Agosto/2000);

- 2ª amostragem: semeadura da soja (06 e 07/12/2000); - 3ª amostragem: 25 DAE da soja (11 e 12/01/2001) ;

- 4ª amostragem: 50 DAE da soja (05 e 06/02/2001); - 5ª amostragem: 75 DAE da soja (01 e 02/03/2001); - 6ª amostragem: 100 DAE da soja (27 e 28/03/2001) ; - 7ª amostragem: semeadura do milheto (18 e 19/09/2001); - 8ª amostragem: semeadura da soja (08 e 09/12/2001); - 9ª amostragem: 25 DAE da soja (07 e 08/01/2002); - 10ª amostragem: 50 DAE da soja (01 e 02/02/2002); - 11ª amostragem: 75 DAE da soja (02 e 03/03/2002); - 12ª amostragem: 100 DAE da soja (29 e 30/03/2002);

Após as coletas, as amostras de solo foram secadas em estufa de aeração forçada a 40oC por 48h, desboroadas e passadas em peneira com 2 mm de malha antes de serem

submetidas às análises químicas.

Foram determinados os teores de K trocável das amostras de solo por meio do método da resina trocadora, de acordo com metodologia de Raij et al. (2001).

Os teores de K não-trocável também foram determinados das mesmas amostras de solo, com ácido nítrico 1N a quente (Knudsen et al., 1982).

5.11. Coleta, preparo e análise química das amostras de palha da superfície do solo

As amostras de palha da superfície do solo foram constituídas por três sub-amostras para cada parcela experimental, coletadas aleatoriamente. Elas foram retiradas

manualmente, com o auxílio de gabaritos de madeira de 0,15 m2 (dimensões: 0,25 x 0,60 m) e de tesouras de poda. Seguiu-se o mesmo cronograma de amostragem realizado para a coleta de solo, de acordo com a seguinte ordem:

- 1ª amostragem: semeadura do milheto (11/09/2000); - 2ª amostragem: 0 DAE da soja (07/12/2000);

- 3ª amostragem: 25 DAE da soja (12/01/2001) ; - 4ª amostragem: 50 DAE da soja (06/02/2001); - 5ª amostragem: 75 DAE da soja (02/03/2001); - 6ª amostragem: 100 DAE da soja (28/03/2001) ; - 7ª amostragem: semeadura do milheto (18/09/2001). - 8ª amostragem: 0 DAE da soja (07/12/2001);

- 9ª amostragem: 25 DAE da soja (03/01/2002); - 10ª amostragem: 50 DAE da soja (31/01/2002); - 11ª amostragem: 75 DAE da soja (28/02/2002); - 12ª amostragem: 100 DAE da soja (29/03/2002);

Após as amostragens, as palhas foram secadas em estufa de aeração forçada a 60ºC por 72h. Em seguida, as palhas foram colocadas sobre peneiras com malha de 2 mm e foram revolvidas levemente para que fosse possível retirar o excesso de solo aderido aos resíduos vegetais. Determinou-se a massa da matéria seca das amostras de palha após a retirado do solo aderido. Alíquotas das amostras de palha foram separadas para serem moídas, e posteriormente determinaram-se os seus teores de K de acordo com metodologia proposta por Malavolta et al. (1997).

5.12. Coleta, preparo e análise química das amostras de plantas e grãos de soja

As coletas da parte aérea das plantas de soja foram realizadas com o auxílio de gabaritos graduados e tesouras de poda. Coletou-se 0,70 m em três linhas de semeadura alternadas, para cada época de coleta (25, 50, 75 e 100 DAE da soja), em pontos previamente demarcados, de modo que fosse deixado 0,50 m de linha de semeadura como bordadura entre uma amostragem e outra. As plantas foram cortadas na base do caule, rente à superfície do solo. O cronograma de amostragem seguiu a seguinte ordem:

- 1ª amostragem: 25 DAE da soja (12/01/2001); - 2ª amostragem: 50 DAE da soja (06/02/2001); - 3ª amostragem: 75 DAE da soja (02/03/2001); - 4ª amostragem: 100 DAE da soja (28/03/2001); - 5ª amostragem: 25 DAE da soja (08/01/2002); - 6ª amostragem: 50 DAE da soja (02/02/2002); - 7ª amostragem: 75 DAE da soja (03/02/2002); - 8ª amostragem: 100 DAE da soja (30/03/2002);

Após a contagem do número de plantas para cada sub-amostra de 0,70 m de linha de semeadura, as folhas, os caules, as vagens, os grãos e a casca das vagens (aos 100 DAE) foram separados, secados em estufas de aeração forçada a 60ºC por 72h, e posteriormente pesados. Em seguida, os órgãos vegetais separados foram moídos para análise química de acordo com Malavolta et al. (1997).

Os grãos colhidos mecanicamente, após terem sido pesados e submetidos à determinação do teor de água, foram secados em estufa de aeração forçada a 60oC por 72h, para posteriormente serem moídos e submetidos à análise química, de acordo com Malavolta et al. (1997).

Os órgãos vegetais da parte aérea das plantas de soja, de todos os estádios de coleta,

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