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O estudo foi realizado nas dependências do laboratório de cirurgia e anestesiologia experimental do curso de medicina veterinária da UNESP - campus de Araçatuba e aprovado pela comissão de ética em experimentação animal local, estando registrado sob o número 2008-000245.

4.2- Animais

Foram utilizadas oito cadelas da raça Labrador do Retriever, de temperamento dócil, provenientes da comunidade local, pesando entre 25 e 30 (média = 29,12 Kg), primíparas e multíparas (distribuídas equitativamente entre os dois grupos). As cadelas foram submetidas previamente a exame físico geral e ginecológico, e coleta de sangue para realização de hemograma e exame sorológico para leishmaniose visceral canina, já que a região é área endêmica para a doença. Incluíram-se no estudo apenas os animais que apresentavam normalidade em todos os exames. Os filhotes utilizados no trabalho foram encaminhados para doação ou venda após o desmame, de acordo com a decisão dos proprietários.

4.3- Preparo das mães

A partir da seleção dos animais, o acompanhamento do ciclo estral baseou-se em exames seriados de citologia vaginal após o início do

ϰϱ 

4.4- Grupos experimentais

As oito cadelas gestantes foram distribuídas em dois grupos para realização de parto normal (GN- 4 cadelas) ou cesariana (GC – 4 cadelas). Dessa forma foram estabelecidos os seguintes grupos experimentais:

- GRUPO GN: 24 filhotes nascidos de parto normal

- GRUPO GC: 30 filhotes nascidos de cadelas submetidas à anestesia geral inalatória para cesariana eletiva.

Para a determinação do momento correto de realização da cesariana eletiva, garantindo a maturidade completa dos filhotes, foram considerados os seguintes fatores: tempo de gestação (58 a 63 dias após a primeira cobertura), alterações ultrassonográficas (redução de líquido amniótico, presença de peristaltismo e redução da frequência cardíaca fetal, aferição do diâmetro parietal para estimativa de idade gestacional, conforme demonstrado na Figura 2), e redução da temperatura retal da mãe (ALLEN, 1995). A temperatura retal foi aferida a cada 6 horas, a partir do 56° dia após a cobertura e, quando atingia aproximadamente 37,5°C, estimava-se que o parto se iniciaria em 24 horas. Quando ocorria a redução deste parâmetro, a temperatura retal era aferida no intervalo de três horas até que se observasse alguma elevação, que indicaria a proximidade do parto, segundo Allen (1995), quando considerava-se o momento de realização da intervenção cirúrgica.

ϰϲ 



FIGURA 2 – Avaliações ultrassonográficas dos fetos na proximidade do parto. “a” indica a avaliação do diâmetro parietal, que permite estimar a idade gestacional em semanas e dias, conforme indicado pela seta. “b” indica a avaliação das alças intestinais, na investigação de movimentos durante a realização do exame. “c” demonstra a avaliação da frequência cardíaca fetal pelo modo ‘M’, que permite avaliar a vitalidade fetal.

Nos dois grupos as mães foram acompanhadas durante todo o procedimento com a avaliação de parâmetros no intuito de garantir a segurança das mães e a interferência mínima nos resultados dos filhotes, sem o interesse de comparação entre os grupos, tendo em vista que o objetivo do projeto foi a avaliação neonatal.

ϰϳ 

4.5 – Avaliação Materna no Parto Normal

Os animais submetidos ao parto normal foram acompanhados por meio de exames ultrassonográficos e da avaliação da temperatura retal, utilizando- se os mesmos critérios descritos para o GC, deixando-se o trabalho de parto transcorrer normalmente. Durante o trabalho de parto, a equipe interferiu o mínimo possível, permitindo que a cadela realizasse todos os procedimentos de retirada dos envoltórios, corte do cordão umbilical e estímulo dos filhotes.

Após o início do trabalho de parto, com o aparecimento das primeiras contrações e a expulsão do primeiro filhote, foi iniciada a avaliação dos seguintes parâmetros das mães: temperatura retal (TR) com termômetro digital inserido na ampola retal (TR), freqüência cardíaca (FC), em batimentos por minuto e, freqüência respiratória (f) em movimentos por minuto mensuradas por estetoscopia, e pressão arterial sistólica (PAS), em milímetros de mercúrio, aferida por meio de Doppler ultrassônico1. As avaliações paramétricas foram

realizadas após o nascimento de cada filhote e, para avaliação estatística foram considerados apenas os seguintes momentos:

- M0: após o primeiro filhote - M1: após o 3o filhote

- M2: após o último - M3: final do parto.

O lactato sanguíneo foi obtido em amostras de sangue venoso colhido por venopunção da jugular nos mesmos momentos e mensurado em analisador portátil específico2. Nos momentos M0, M1 e M3 foram colhidas amostras adicionais de sangue venoso para realização de exame de hemogasometria (pvCO2, pvO2, pH, HCO3-), por meio de analisador portátil3.



1

Doppler DV 10 – Microem- Ribeirão Preto SP

2

Acutrend Lactate - Roche - SP

3

ϰϴ 



4.6 – Avaliação e Anestesia da Mãe na Cesariana

Os animais deste grupo foram submetidos à avaliação pré-anestésica com aferição dos parâmetros de TR, FC, f e PAS e à coleta de sangue venoso para a dosagem de lactato e gasometria da mesma maneira descrita para as mães submetidas ao parto normal.

Adicionalmente, foi realizada neste grupo, uma coleta de sangue venoso para a realização posterior de dosagem de progesterona sanguínea, no momento em que se decidia pela realização da cesariana.

A medicação pré-anestésica foi realizada com morfina4 na dose de 0,3 mg/Kg aplicada pela via intramuscular e, após 15 minutos, nova avaliação paramétrica foi instituída. Na sequência, foi canulada a veia cefálica com cateter 20G5, após tricotomia e antissepsia da região, e instituída a

fluidoterapia com solução de Ringer simples6 na taxa de 10 ml/Kg/h, assim como foi realizada a tricotomia da região abdominal, a paramentação da equipe cirúrgica e o preparo da mesa de instrumentação cirúrgica.

A indução anestésica era realizada apenas após total preparo da mesa e dos cirurgiões, reduzindo-se assim o tempo de exposição anestésico dos fetos. A indução foi realizada com Propofol7 na dose total de 5 mg/Kg, aplicado ao

longo de um minuto. Cada cadela foi posicionada em decúbito dorsal, intubada com sonda traqueal de Rush de diâmetro apropriado ao seu porte e conectada ao aparelho de anestesia8. A manutenção anestésica foi realizada com sevofluorano9 administrado por meio de vaporizador calibrado em fluxo diluente

de oxigênio a 100% (1 a 1,5 l/min) em sistema circular valvular, em concentração que variou de 2,5 a 3,5 V% de acordo com o plano requerido para a realização da cesariana. As mães foram acompanhadas com monitor



4

Dimorf- Cristalia produtos químicos e farmacêuticos Ltda – Itapira SP

5 Cateter angiocath – BD – São Paulo SP

6

Solução de Ringer simples – JP Indústria Farmacêutica – Ribeirão Preto - SP

7 Propofol – Cristália produtos químicos e farmacêuticos Ltda – Itapira SP

8

Aparelho de Anestesia Sansei - Takaoka

9

ϰϵ 

específico10 para avaliação de parâmetros cardiovasculares de FC, f, PAS e TR, conforme descrito anteriormente, além da avaliação de concentração expirada de CO2 e sevofluorano.

Após a incisão uterina, os filhotes foram retirados um a um, juntamente com a placenta correspondente, como demonstrado na Figura 3. Foram realizadas, então, a remoção dos envoltórios e a limpeza dos fluidos fetais, procedendo-se as avaliações dos neonatos. As mães foram acompanhadas durante toda a recuperação anestésica realizando-se aquecimento com cobertores e analgesia pós-operatória com peridural com morfina11 na dose de

0,1 mg/Kg administrada no espaço lombossacro. Os filhotes foram colocados junto às mães imediatamente após a recuperação dessas, conforme a Figura 4.

FIGURA 3 - Retirada do filhote (a) e visualização do útero (b) durante a cesariana.



10

Monitor multiparamétrico Cardiocap 5 – Datex Ohmeda – Helsinki – Finlândia.

11

 4.7 – Avaliação Ne Nos dois g neurológicas, hemo seguir. Ao nascim numeradas conform com faixas numerad

FIGURA 5 - cesa 4.7.1 – Avaliação d O lactato aproximadamente 0 - Imediatamente a umbilical na porção - Aos 10 minutos de eonatal

grupos foram realizadas avaliações ogasométrica e do lactato sanguíneo, c mento, os filhotes eram avaliados e co

me exemplificado na Figura 5, para a po das no membro anterior.

Separação dos filhotes em caixas numer ariana eletiva.

do Lactato

sanguíneo dos filhotes foi avaliado 0,1 ml de sangue nos seguintes momento ao nascimento, pela coleta de sangue o justafetal, como demonstrado na Figura

e vida, por venopunção da jugular.

ϱϭ cardiorrespiratórias, conforme descrito a olocados em caixas osterior identificação radas após a o pela coleta de os: venoso do cordão a 6.

ϱϰ 



4.7.3 – Avaliação Neurológica

A avaliação neurológica foi realizada pelo mesmo examinador como descrito na tabela 2, adaptada de Feitosa e Ciarlini (2001), verificando-se a presença ou ausência dos reflexos de sucção, dor, flexão, anogenital e magno, no momento do nascimento e aos 10 minutos de vida.

Tabela 2 - Avaliação dos reflexos neurológicos em cães neonatos, aplicada no primeiro e décimo minutos de vida (Feitosa e Ciarlini 2001; Gabas et al., 2006)

Parâmetros avaliados Tempo (minutos)

1 10

Resposta à dor P/A P/A

Reflexo de sucção P/A P/A

Reflexo anogenital P/A P/A

Reflexo magno P/A P/A

Reflexo flexor P/A P/A

(P = PRESENTE, A = AUSENTE)

Para avaliar a resposta à dor, foi comprimido o espaço interdigital e a resposta foi considerada presente quando da retirada do membro e choro. O reflexo de sucção foi investigado, introduzindo-se o dedo mínimo na boca do neonato verificando-se a sucção ou não do mesmo. O reflexo anogenital foi considerado positivo quando a estimulação da genitália e ânus foi seguida de micção ou defecação imediata. O reflexo magno foi realizado com a flexão do pescoço do neonato em decúbito dorsal para o lado, devendo ocorrer extensão dos membros ipsilaterais e flexão dos contralaterais. A resposta ao reflexo flexor foi avaliada em conjunto com a resposta à dor, quando ocorria flexão do membro (FEITOSA; CIARLINI, 2001). A demonstração dos testes está representada na Figura 8.

ϱϱ 

FIGURA 8 – Aplicação dos testes neurológicos nos filhotes nascidos de parto normal ou cesariana no primeiro e décimo minutos de vida. Testes de dor e flexor (a), anogenital (b), magno (c) e de sucção (d).

4.7.4 – Avaliação Hemogasométrica e Glicêmica 

A avaliação hemogasométrica foi realizada no momento do nascimento pela coleta de amostras de aproximadamente 0,3 ml de sangue venoso do cordão umbilical para avaliação dos seguintes parâmetros: hematócrito, glicose, pvCO2, pvO2, pH, HCO3- e DB com analisador portátil12.

Os momentos e métodos de avaliação nos neonatos estão representados na Figura 9.



12

ϱϲ 



FIGURA 9 – Momentos e variáveis avaliados nos neonatos de parto normal ou cesariana.

.

4.8 – Análise estatística

Para a análise estatística, foram utilizados os testes de análise de variância com medidas repetidas seguida de teste de Tukey para o lactato sanguíneo e Apgar. Foram utilizados os testes qui-quadrado e Tukey para avaliar os resultados dos testes neurológicos entre os grupos e teste de McNemar para os resultados dos reflexos neurológicos entre momentos no mesmo grupo. Foi realizada a correlação de Pearson para avaliação do lactato com demais parâmetros. O nível de significância adotado foi de 5% e o programas utilizados foram o SAS® e o InStat®.

ϱϳ 

V- RESULTADOS

Resultados referentes às mães

As variáveis maternas não foram comparadas entre os diferentes grupos, portanto são demonstradas separadamente.

5.1 - Resultados Referentes às Mães do Grupo Parto Normal

5.1.1- Variáveis Clínicas 

As variáveis clínicas estudadas nas mães durante o parto normal de freqüência cardíaca (FC) e respiratória (f), pressão arterial sistólica (PAS) e temperatura retal (TR) não apresentaram diferenças entre os momentos (Tabela 3, Figura 10).

Tabela 3 - Média e Desvio Padrão da Média das variáveis de freqüência cardíaca (FC), respiratória (f), pressão arterial sistólica (PAS) e temperatura retal (TR) nos diferentes momentos nas mães durante o parto normal

Variável Momentos de avaliação (ݔҧ± S)

M0 M1 M2 M3 FC (bpm) 157,4 ± 30,96 146 ± 17,44 140 ± 3,27 143,5 ± 8,39

f (mpm) 155 ± 34,16 136 ± 34,41 97 ± 43,98 102 ± 59,01

PAS(mmHg) 160 ± 0 122,5 ± 12,58 122,5 ± 12,58 133,8 ± 11,09 TR (°C) 38,7 ± 0,76 38,8 ± 0,68 38,7 ± 0,34 38,7 ± 0,26 Não existe diferença significativa entre os momentos (p>0,05)

ϱϴ 



FIGURA 10 – Variações da média e erro padrão da média das variáveis de frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial sistólica e temperatura retal das mães nos diferentes momentos durante o parto normal.

.

5.1.2- Variáveis Laboratoriais

5.1.2.1- Lactato sanguíneo

Os valores de lactato sanguíneo venoso não apresentaram diferenças nos momentos avaliados no decorrer do parto normal (Tabela 4, Figura 11).

ϱϵ 

Tabela 4 - Média e Desvio Padrão da Média do lactato sanguíneo venoso, em mmol/L, nos diferentes momentos nas mães durante o parto normal

MOMENTOS Lactato (ݔҧ± S)

M0 2,03 ± 0,84

M1 1,33 ± 0,67

M2 1,75 ± 0,95

M3 1,78 ± 1,12

Não houve diferença entre os momentos (p> 0,05).

FIGURA 11 – Variações da média e erro padrão da média do lactato sanguíneo, em mmol/L, do sangue venoso nas cadelas durante o parto normal.

Ϭ͘ϬϬ Ϭ͘ϱϬ ϭ͘ϬϬ ϭ͘ϱϬ Ϯ͘ϬϬ Ϯ͘ϱϬ ϯ͘ϬϬ DϬ Dϭ DϮ Dϯ Lact at o sanguí neo ( mmol /L Ϳ

ϲϬ 



5.1.2.2 – Variáveis Hemogasométricas

As variáveis hemogasométricas estudadas não apresentaram variação entre os momentos, nas cadelas do grupo parto normal (Tabela 5, Figura 12).

Tabela 5 - Média e Desvio Padrão da Média das variáveis de potencial hidrogeniônico (pH), pressão parcial de dióxido de carbono (pCO2), pressão parcial de oxigênio (pO2),

concentração de bicarbonato (HCO3) e excesso de

bases (BE) do sangue venoso das mães nos diferentes momentos durante o parto normal

Variável M0 M1 M3 Momentos de avaliação (ݔҧ± S) Ph 7,35 ± 0,05 7,37 ± 0,06 7,36 ± 0,03

pCO2 (mmHg) 31,07 ± 9,10 28,25 ± 5,97 32,15 ± 4,83

pO2 (mmHg) 57,83 ± 22,23 72,9 ± 29,37 55,13 ± 22,94

HCO3 (mmol/L) 16,2 ± 2,94 15,63 ± 1,81 17,55 ± 1,54

BE (mmolͬL) -8,05 ± 2,24 -7,57 ± 1,86 -6,45 ± 1,37 Não houve diferença entre os momentos (p> 0,05).

ϲϭ 

FIGURA 12 – Variações da média e erro padrão da média das variáveis de potencial hidrogeniônico, pressão parcial de gás carbônico, pressão parcial de oxigênio e concentração de bicarbonato nas mães nos diferentes momentos durante o parto normal.

     

ϲϮ 



5.2 - Resultados Referentes às Mães do Grupo Cesariana

5.2.1- Variáveis Clínicas 

A variação da frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial sistólica e temperatura retal avaliadas durante o procedimento cirúrgico estão expostas na Tabela 6 e Figura 13.

A frequência cardíaca e a pressão arterial sistólica não apresentaram diferenças significativas nos momentos estudados durante a cesariana.

A frequência respiratória apresentou redução significativa a partir do momento 2, portanto, após a indução anestésica.

A temperatura retal apresentou diferenças significativas durante o tempo. Houve redução significativa a partir do M3, que diferiu do momento M0. Uma nova redução significativa ocorreu em M5, com diferença estatística significativa em relação aos momentos M0 e M1, e que se manteve em M6.

Tabela 6 - Média e Desvio Padrão da Média das variáveis de frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (f), pressão arterial sistólica (PAS) e temperatura retal (TR) nas mães nos diferentes momentos durante a cesariana MOMENTO FC (bpm)* f (mpm)** PAS (mmHg)* TR (°C)** M0 121 ± 12,71 128,5± 68,67a 109,2 ± 14,10 38,15 ± 0,24a M1 111,8 ± 10,24 143 ± 58,28a 126,7 ± 3,4 37,87 ± 0,12ab M2 115,5 ± 8,54 24,75 ± 8,42b 116,2 ± 7,8 37,65 ± 0,21abc M3 108 ± 16,91 11,5 ± 1,29b 130 ± 13,88 37,58 ± 0,26bc M4 113 ± 12,36 15,25 ± 6,6b 126 ± 14,28 37,50 ± 0,22bc M5 98 ± 10,92 15,25 ± 5,44b 110,5 ± 9,04 37,35 ± 0,29c M6 102,5 ± 32,50 37,25 ± 20,61b 107,7 ± 18,82 37,23 ± 0,26c * Não existem diferenças significativas (p> 0,05)

** Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (p< 0,05).

ϲϯ 

FIGURA 13 – Variações da média e erro padrão da média das variáveis de frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial sistólica e temperatura retal das mães nos diferentes momentos durante o parto normal.

ϲϰ   5.2.2 – Variáveis Laboratoriais 5.2.2.1 – Lactato sanguíneo 

O lactato sanguíneo apresentou redução significativa após a indução (M4) e manteve-se reduzido durante a anestesia, elevando-se significativamente na recuperação (M6). (Tabela 7, Figura 14).

Tabela 7 - Média e Desvio Padrão do lactato sanguíneo venoso nos diferentes momentos nas mães durante a cesariana MOMENTO LACTATO (ݔҧ ± S) M0 1,98 ± 0,43ª M4 1,15 ± 0,31b M5 1,28 ± 0,28b M6 2,35 ± 0,17ª

Médias seguidas de letras diferentes diferem entre si pelo teste de medidas repetidas seguido do teste de Tukey (p< 0,05).

FIGURA 14 – Variações dos valores da média do lactato sanguíneo venoso, em mmol/L, nas cadelas durante a cesariana. Ϭ͘ϬϬ Ϭ͘ϱϬ ϭ͘ϬϬ ϭ͘ϱϬ Ϯ͘ϬϬ Ϯ͘ϱϬ ϯ͘ϬϬ DϬ Dϰ Dϱ Dϲ Lact at o sanguí neo (mmol/L)

ϲϱ 

5.2.2.2 – Variáveis hemogasométricas

As variáveis hemogasométricas estudadas não apresentaram variação entre os momentos nas cadelas do grupo cesariana. (Tabela 8, Figura 15)

Tabela 8 - Média e Desvio Padrão da Média das variáveis de potencial hidrogeniônico (pH), pressão parcial de dióxido de carbono (pCO2),

pressão parcial de oxigênio (pO2) e concentração de bicarbonato

(HCO3) nos diferentes momentos nas mães durante a cesariana

Variável M0 M4 M5 M6 Momentos de avaliação (ݔҧ ± S)

Ph 7,38 ± 0,01 7,31 ± 0,03 7,22 ± 0,05 7,28 ± 0,04 pCO2 (mmHg) 31,20 ± 2,12 38,30 ± 9,01 47,63 ± 3,91 43,63 ± 5,11

pO2 (mmHg) 44,45 ± 2,19 74,07 ± 30,82 85,07 ± 28,80 39,83 ± 1,26

HCO3 (mmol/L) 18 ± 0,57 18,87 ± 3,35 19 ± 1,25 20,37 ± 1,51

BE (mmol/L) - 6,20 ± 1,13 -7,23 ± 3,28 -8,73 ± 2,19 -7,17 ± 0,29 Não existe diferença significativa entre os momentos (p > 0,05).

Figura 15 – Variações da média e erro padrão da média das variáveis de potencial hidrogeniônico, pressão parcial de gás carbônico, pressão parcial de oxigênio e concentração de bicarbonato nas mães nos diferentes momentos durante a cesariana.

ϲϲ 



5.2.2.3 – Progesterona sérica

A progesterona sérica avaliada nas cadelas apresentou média e desvio padrão de 3,5 ± 0,82 ng/ml, antes da cirurgia.

5.2.2.4 – Concentração expirada de sevofluorano

A concentração expirada de sevofluorano avaliada nas mães durante o procedimento anestésico manteve-se constante, sem diferenças entre os momentos (Tabela 9, Figura 16).

Tabela 9 - Média e Desvio Padrão da média da concentração de sevofluorano (CSevo), em %, nos diferentes momentos nas mães durante a cesariana

MOMENTOS CSevo (ݔҧ± S)

M2 2,78 ± 0,87

M3 3,13 ± 1,26

M4 2,68 ± 0,29

M5 2,73 ± 0,68

ϲϳ 

Figura 16 – Variações dos valores da média e erro padrão da média da concentração de sevofluorano (CSevo), em %, nas cadelas durante a cesariana.





         Ϭ͘ϬϬ ϭ͘ϬϬ Ϯ͘ϬϬ ϯ͘ϬϬ ϰ͘ϬϬ DϮ Dϯ Dϰ Dϱ Concent ração anest ési ca ( % )

ϲϴ 



5.3 – Resultados Referentes aos Neonatos

5.3.1 – Número Total de Filhotes Vivos, Mortos e Natimortos

O total de filhotes nos dois grupos foi de 76 filhotes, e a mortalidade e natimortalidade foram significativamente maiores no GN (Tabela 10, Figura 17). Tabela 10 - Número de filhotes nascidos de parto normal (GN) e cesariana

(GC), de acordo com a mortalidade e a natimortalidade

CONDIÇÃO GN GC TOTAL P N % N % N % VIVO 32 86,5 39 97,5 71 92,21 0,022 NATIMORTO 2 5,4 0 0,0 2 2,60 MORTALIDADE 3 8,1 1 2,5 4 5,19 TOTAL 37 100,0 40 100,0 77 100,0

*Teste exato de Fisher

Figura 17 – Variações do número de filhotes nascidos de parto normal (GN) e cesariana (GC) de acordo com a natimortalidade e a mortalidade. Ϭ ϱ ϭϬ ϭϱ ϮϬ Ϯϱ ϯϬ ϯϱ ϰϬ ϰϱ s/sK Ed/DKZdK DKZd>/ 'E '

ϲϵ 

5.3.2 - Avaliação Clínica

5.3.2.1 - Avaliação da Vitalidade (Apgar) 

Na avaliação da soma dos escores do Apgar houve diferenças entre os grupos no momento do nascimento, no qual os filhotes nascidos de parto normal (GN) apresentaram valores maiores do que os nascidos de cesariana (GC). Houve diferença no grupo dos animais nascidos de cesariana entre os dois momentos avaliados, enquanto no grupo dos animais nascidos de parto normal não (Tabela 11, Figura 18).

Tabela 11 - Média e Desvio Padrão da média da avaliação Apgar nos filhotes nascidos de parto normal (GN) ou cesariana eletiva (GC) no momento do nascimento (1) e aos 10 minutos de vida (10)

Momento

(minutos) GN (ݔҧ ± S) Apgar GC (ݔҧ ± S) 1 7 ± 2,36 aA 2,47 ± 1,33 bB 10 8,17 ± 3,19 aA 9,23 ± 2,13 aA

Médias seguidas de letras maiúsculas na linha e minúsculas na coluna diferentes diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

ϳϬ 



FIGURA 18 – Média e erro padrão da média dos escores de Apgar obtidos dos neonatos nascidos de parto normal (GN) ou cesariana (GC) no primeiro e décimo minutos de vida.

 Ϭ Ϯ ϰ ϲ ϴ ϭϬ ϭϮ ϭD/E ϭϬD/E ƉŐ Ăƌ 'E '

ϳϭ 

5.3.2.2 - Avaliação neurológica

O total de neonatos que apresentaram reflexos neurológicos no primeiro minuto de vida foi significativamente maior no GN do que no GC (Tabela 12).

Tabela 12 – Número de neonatos de acordo com a presença ou ausência dos reflexos neurológicos no momento do nascimento (primeiro minuto) nos dois grupos

1 MINUTO

Variável Categoria GN GC TOTAL P (1)

N % N % N % Dor Presente 21 87,5 9 30,0 30 55,6 < 0,0001 Ausente 3 12,5 21 70,0 24 44,4 Total 24 100,0 30 100,0 54 100,0 Flexor Presente 21 87,5 9 30,0 30 55,6 < 0,0001 Ausente 3 12,5 21 70,0 24 44,4 Total 24 100,0 30 100,0 54 100,0 Sucção Presente 21 87,5 2 6,7 23 42,6 < 0,0001 Ausente 3 12,5 28 93,3 31 57,4 Total 24 100,0 30 100,0 54 100,0 Anogenital Presente 16 66,7 0 0,0 16 29,6 < 0,0001 Ausente 8 33,3 30 100,0 38 70,4 Total 24 100,0 30 100,0 54 100,0 Magno Presente 21 87,5 1 3,3 22 40,7 < 0,0001 Ausente 3 12,5 29 96,7 32 59,3 Total 24 100,0 30 100,0 54 100,0 (1) teste Qui-quadrado

ϳϮ 



O total de neonatos que apresentaram reflexos neurológicos no décimo minuto de vida não diferiu significativamente entre os grupos parto normal (GN) e cesariana (GC). (Tabela 13)

Tabela 13 - Número de neonatos de acordo com a presença ou ausência dos reflexos neurológicos aos 10 minutos de vida nos dois grupos

10 minutos

Variável Categoria GN GC TOTAL P (1)

N % N % N % Dor Presente 21 87,5 28 93,3 49 90,7 0,6457 Ausente 3 12,5 2 6,7 5 9,3 Total 24 100,0 30 100,0 54 100,0 Flexor Presente 21 87,5 28 93,3 49 90,7 0,6457 Ausente 3 12,5 2 6,7 5 9,3 Total 24 100,0 30 100,0 54 100,0 Sucção Presente 21 87,5 28 93,3 49 90,7 0,6457 Ausente 3 12,5 2 6,7 5 9,3 Total 24 100,0 30 100,0 54 100,0 Anogenital Presente 21 87,5 28 93,3 47 90,7 0,6457 Ausente 3 12,5 2 6,7 7 9,3 Total 24 100,0 30 100,0 54 100,0 Magno Presente 21 87,5 28 93,3 49 90,7 0,6457 Ausente 3 12,5 2 6,7 5 9,3 Total 24 100,0 30 100,o 54 100,0

ϳϯ 

Nos animais nascidos de parto normal não houve diferença entre a presença ou ausência de reflexos neurológicos entre os dois momentos avaliados (primeiro e décimo minutos de vida). (Tabela 14)

Tabela 14 - Número de neonatos de acordo com a presença ou ausência dos reflexos neurológicos no primeiro (1MIN) e décimo minutos de vida (10min) no grupo parto normal (GN)

Variável 1 MIN 10 MIN p (1)

Dor Ausente 3 3 1,0000 Presente 21 21 Total 24 24 Flexor Ausente 3 3 1,0000 Presente 21 21 Total 24 24 Sucção Ausente 3 3 1,0000 Presente 21 21 Total 24 24 Anogenital Ausente 8 3 0,0625 Presente 16 21 Total 21 24 Magno Ausente 3 3 1,0000 Presente 21 21 Total 24 24 (1) teste de McNemar

ϳϰ 



Nos neonatos do GC a presença de reflexos neurológicos foi significativamente menor no primeiro minuto de vida do que no décimo minuto. (Tabela 15)

Tabela 15 - Número de neonatos de acordo com a presença ou ausência dos reflexos neurológicos no primeiro (1MIN) e décimo (10MIN) minutos de vida no grupo cesariana (GC)

Variável 1 MIN 10 MIN p (1)

Dor Ausente 21 2 < 0,0001 Presente 9 28 Total 30 30 Flexor Ausente 21 2 < 0,0001 Presente 9 28 Total 30 30 Sucção Ausente 28 2 < 0,0001 Presente 2 28 Total 30 30 Anogenital Ausente 30 2 < 0,0001 Presente 0 28 Total 30 30 Magno Ausente 29 2 < 0,0001 Presente 1 28 Total 30 30 (1) teste de McNemar

ϳϱ 

5.3.3 - Avaliação Laboratorial

5.3.3.1 – Lactato sanguíneo

Os valores de lactato sanguíneo avaliados aos quatro e 30 dias foram significativamente menores do que ao nascimento e aos 10 minutos nos dois grupos. Houve diferença significativa entre os valores dos neonatos do grupo parto normal (GN) e cesariana no nascimento e aos 30 dias (Tabela 16, Figura 19).

Tabela 16 - Média e Desvio Padrão da Média do lactato sanguíneo, em mmol/L nos diferentes momentos nos neonatos nascidos de parto normal (GN) ou cesariana (GC) MOMENTO Lactato (ݔҧ ± S) GN GC 0 6,29 ± 3,29 aA 4,76 ± 1,48 aB 10 min 5,92 ± 3,31 aA 5,25 ± 2,36 aA 4 dias 2,57 ± 1,09 bA 2,38 ± 1,24 bA 30 dias 2,85 ± 0,96 bA 2,23 ± 1,10 bB

Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p > 0,05).

ϳϲ 



FIGURA 19 – Média e erro padrão da média do lactato sanguíneo venoso, em mmol/L, obtidos dos neonatos nascidos de parto normal (GN) ou cesariana (GC) nos diferentes momentos de avaliação.

Ϭ ϭ Ϯ ϯ ϰ ϱ ϲ ϳ ϴ ϭŵŝŶ ϭϬŵŝŶ ϰĚŝĂƐ ϯϬĚŝĂƐ >Ă Đƚ Ăƚ Ž ƐĂ ŶŐ ƵşŶĞ Ž ;ŵ ŵ Žůͬ> Ϳ 'E '

ϳϳ 

Aos quatro dias o lactato sanguíneo, em mmol/L, foi significativamente menor nos animais em que a coleta foi realizada na primeira tentativa do que aqueles que necessitaram uma segunda tentativa, nos dois grupos (Tabela 17, Figura 20).

Tabela 17 – Média e Desvio Padrão da Média do lactato obtido do sangue da veia jugular, em mmol/L, aos quatro dias de vida na primeira e segunda tentativas de coleta nos neonatos nascidos de parto normal (GN) e de cesariana (GC)

CONDIÇÃO

LACTATO

GN GC Primeira Tentativa 2,18 ± 0,74b 1,82 ± 0,67b

Segunda Tentativa 4,45 ± 0,37a 4,23 ± 0,78ª

Médias seguidas de letras diferentes diferem entre si na coluna pelo teste t

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