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MEDAUAR, Odete Controle da Administração Pública São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1993 p 116.

No documento Controle da administração pública : (páginas 38-43)

TRIBUNAIS DE CONTAS E CONTROLADORIAS NO DIREITO ESTRANGEIRO

33 MEDAUAR, Odete Controle da Administração Pública São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1993 p 116.

três Cjâmaras de Jurisdição baseadas em Roma; vinte Câmaras de Jurisdição Regionais ; pelo Escritório do Procurador Geral; Escritórios de vinte procuradores regionais; a Câmara para entidades públicas e a Câmara para autoridades locais, além do escritório do Presidente e do Secretário Geral e os Escritórios necessários para a administração de pessoal (o Conselho Presidencial, o Conselho Administrativo e o Comitê Disciplinar).

A Corte dei Conti dispõe, em seus quadros, aproximadamente de três pnil e quatrocentos servidores, sendo que, ao redor de dois mil, trjabalham diretamente em auditorias, enquanto que os demais estão divididos entre as outras funções administrativas, inclusive Câmaras e Escritórios de Auditorias. Os servidores são nomeados por Decretp do Primeiro Ministro, sempre após a aprovação em concurso público. Antes de assumir, recebem treinamento na Escola de Administração Pública. O Pessoal de Auditoria e Administrativo, bem como de qualquer outro Ministério, após cinco anos de serviço, pode participar de concurso para magistrado.

A Corte é composta por quinhentos e sessenta magistrados. Entre eles estão: o Presidente, o Secretário Geral, o Procurador Geral, os Presidentes de Câmaras, os Conselheiros, o Vice-procurador Geral (é o delegado do Procurador Geral), os Primeiros Referendários e os Referendários.

O Presidente é designado por um Decreto do Presidente da República, por proposta do Primeiro Ministro, sempre após resolução do Conselho de Ministros. O mandato do Presidente dura até a aposentadoria ou até os setenta anos de idade.

Os Magistrados da Corte são profissionais qualificados, designados por Decreto do Presidente da República, após aprovação em concurso público, aberto a certas categorias de servidores, tais como: advogados, servidores do Estado com titulação universitária dentre outros. Porém, sempre deve ficar caracterizada a capacidade técnica para a função através da obediência de alguns requisitos.

Os aprovados no concurso são nomeados como Referendários, que podem obter promoção para Primeiros Referendários após seis anos de serviço; estes, após também seis anos, podem ser promovidos a Conselheiros.

No entanto, é permitido ao Governo nomear, como

Conselheiros da Corte de Contas, pessoas estranhas à Magistratura, limitaçlas a 50%. Contudo, para serem nomeadas, devem comprovar conhecimentos específicos para a função, sempre obedecidos determinados requisitos fixados na legislação.

As funções da Corte de Contas são assim divididas: as câmaras reunidas analisam os relatórios de auditoria de administração financeira e do orçamento estatal; a câmara de auditoria realiza auditorias a priori e a posteriori', as câmaras de jurisdição investigam os responsáveis por administrar dinheiros públicos e emitem um parecer sobre esta administração; o Procurador Geral tem poder para agir em defesa do Tesouro Público e responsabilizar servidores, inclusive ministros, por má gestão de recursos públicos.

Existe uma estrutura complexa para auditar as regiões. Quatro das cinco regiões com autonomia estatutária especial estão sujeitas ao trabalho realizado pela Câmara de Auditoria Regional pertencente a Corte. O exame é realizado por uma comissão regional que inclui

quatro auditores do governo central e um do governo regional, como também o magistrado da corte. A quinta região - o Valle d'aosta - é examinada por uma comissão composta por três membros, nenhum deles representantes da Corte. A auditoria é, em grande parte, um exame a priori das atividades do governo regional. Após 1994, a Corte passou a analisar também se os objetivos planejados foram

alcançados. Assim, informa, anualmente, ao Parlamento e aos

Conselhos Regionais, o resultado das auditorias e da auto-avaliação.

A auditoria de autoridades locais (municipalidades e províncias) é realizada por duas câmaras composta por três auditores que examinam a regularidade da administração financeira e certificam as contas ^nuais. As conclusões são levadas também às autoridades auditad^s.

Cada região têm um Comitê que monitora o desempenho financçiro das autoridades locais. Este comitê faz recomendações para se alcançar a melhoria das contas públicas e as remetem à Corte. A Corte pode examinar as autoridades locais, que incluem aproximadamente mil e trezentas unidades, entre províncias e

municipalidades que tenham mais de oito mil habitantes. Uma

câmara da Corte realiza essa tarefa e informa anualmente o Parlamento sobre os resultados. Através deste trabalho, a Corte tem informações $obre as auditorias realizadas nas municipalidades e províncias.

Existem ainda por volta de quatro mil entidades públicas, dentre as quais seiscentas são unidades locais de serviço público. Nessas entidades é realizada auditoria interna por uma câmara de

auditores designados pela Tesouraria e pelo Ministério

administração financeira e certificar as contas anuais. A Câmara informa os resultados à Tesouraria e ao Ministério pertinente. Uma câmara especial da Corte realiza auditoria externa sobre estas auditorias internas.

Após 1994, a Corte recebeu, como encargo, uma ênfase na auditoria a posteriori, em detrimento à auditoria a priori. Passou, pois, a examinar transações que incluem atos de planejamento, medidas administrativas emanadas do Conselho de Ministros, atos que dispõe sobre propriedade pública e contratos de alto valor, que somam em torno de mil transações. No entanto, a Corte pode realizar jauditorias onde se repitam erros descobertos pela auditoria posterior ou onde o Presidente do Conselho de Ministros determinar.

Para exame de uma auditoria a priori deve ser remetida à Corte toda a documentação pertinente. Esta após examinar se a transação está correta e se foi obedecida a base legal, sanciona o ato ou o pagamento apondo seu visto ou, se são encontradas irregularidades/ devolve a documentação sem o visto. Para evitar prejuízos, a lei impõe um tempo rígido para que a Corte analise a

transação. Mas, ressalva ainda que o pagamento poderá ser

efetuado automaticamente se não for realizada a análise dentro de um prazo de trinta dias.

É possível ainda que o Governo realize o pagamento sobre o qual a Corte se opõe, utilizando-se do recurso chamado "visto com reservg". Com este procedimento, o Governo transfere a decisão para um nível político, O Parlamento deve ser informado pela Corte sobre os vistos com reserva a cada quinze dias.

Considerando que, após 1994, foi dado uma ênfase especial para a controle posterior, esta auditoria realiza basicamente dois tipos de trabalho: analisa os atos individuais do período examinado e verifica p balancete anual. Se uma transação for comprovadamente irregular ou ilegal, o agente é responsabilizado pela soma mal aplicada. De acordo com a professora Odete Medauar, "A condenação do agente importa a exigência de pagamento da importância correspondente ao que, na prestação de contas, for considerado irregular."34

O trabalho de auditoria é realizado por escritórios locais e regionai^ com escritórios específicos que analisam cada Ministério. A Corte priontou um escritório regional em cada uma das vinte regiões existentes, que tem como incumbência avaliar os atos realizados pelas delegações regionais dos Ministérios, com exames a priori e auditorias a posteriori.

As Câmaras Unidas, com a participação do Procurador Geral, examinapi tanto a realização do orçamento anual, através de seus diversos departamentos, como as contas, comparando-as com o registro do orçamento presentes em seus computadores. Analisam, ainda, o resultado orçamentário com o propósito de emitir parecer final sobre a existência de déficit ou superávit.

A partir de 1994, a Corte passou a examinar também os aspectos de desempenho nas contas públicas, o que corresponde a uma avaliação sobre os resultados alcançados frente aos objetivos fixado^ por lei, bem como sobre custos e benefícios da ação administrativa. Para levar a cabo este trabalho, a Corte tem o mais

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