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Mediação de P7 com a Tabela Periódica

Fonte: Dados da pesquisa (2015).

Essa situação de mediação da professora P1 com a professora P7 para o uso do jogo (mídia digital E5) da Tabela Periódica denota um componente importante da experiência apontado por Larrosa Bondía (2002): sua capacidade de formação ou transformação. A professora P1, com as experiências que criou ao longo do ano, conseguiu contribuir para a formação de outra pessoa, com uma mídia digital que sequer foi uma daquelas utilizadas por ela. Isso mostra também outra questão levantada por Larrosa Bondía (2002), que é o fato de o sujeito não poder aprender da experiência do outro, pois cada um faz e vive a sua experiência. É o que podemos ver nessa situação: a professora P1 construiu uma nova experiência com a professora P7, foi capaz de criar, no sentido deleuziano do ato de criação.

6.2 PERCURSO DO PROFESSOR DE HISTÓRIA (CERM) A Figura 49 representa o percurso do professor Alexandre, de História, que no labirinto rizomático de experiências está representado por P2.

Figura 49 – Percurso do professor de História (CERM)

Fonte: Dados da pesquisa (2015).

Houve um planejamento para utilização de vídeos sobre as guerras do Iluminismo, para os quais criaríamos um canal no You Tube para disponibilização desses vídeos para os alunos. Entretanto, a aula foi planejada, mas não realizada. Por esse motivo, como podemos ver na Figura 49, o percurso dessa mídia digital E9 não chegou até os alunos, formando o esquema E9-p- P2-p-R201, ou seja, um planejamento do estímulo E9, mediado por p com P2.

Nossas mediações para tornar possíveis experiências com as mídias digitais, de forma a ensinar os conteúdos curriculares com seus usos, tomaram como premissa desde o princípio que a ideia de formar um labirinto rizomático de experiências para que cada professor pudesse criar seu percurso. Quando houve interrupção de algum percurso, em nenhum momento cobramos explicações dos professores sobre a razão de não dar continuidade. Por esse motivo, tanto essa situação da mediação E9-p-P2-p-R201 que não houve continuidade e, portanto, não chegou aos alunos, quanto outras mediações que veremos no decorrer da pesquisa, não trazem explicações da interrupção.

Por outro lado, nesse caso especificamente, há que se considerar o seguinte motivo: a ideia de ambos, professorpesquisador e professor de História, era pesquisar vídeos sobre a Guerra do Iluminismo e criar um canal no You Tube para disponibilizar o material para os alunos. Posteriormente, seria elaborada uma aula para a qual se pudesse usar os vídeos disponibilizados. Entretanto, a ideia não foi adiante, porque, no

percurso, conforme mostrado anteriormente no Quadro 8, entre as trocas de e-mails, decidimos criar uma webquest para os alunos sobre a Revolução Francesa.

Em relação à webquest, mídia digital representada por E4, houve mediação de p com P2 para produção do material e, na execução, a mediação ocorreu entre P2 e as turmas do oitavo ano do CERM. Assim, o planejamento está representado pelos percursos E4-p-P2-p-R202 e E4-p-P2-p-R203 ocorreu intensa troca de e-mails entre p e P2. Esses e-mails que fizeram parte da mediação, iniciaram de uma ideia da diretora para que o professor P2 fosse convidado a participar do projeto de mídias digitais, pois ele não estava presente em outros momentos nos quais nos reunimos com outros professores. O convite não apenas foi aceito, como a participação do professor foi efetiva. Isso nos remete à ideia de Garcia (2007), quando fazemos um convite a alguém para escrever, pensar, sonhar e, em nosso caso, para uma mediação com as mídias digitais, estamos criando uma política de hospitalidade na qual passamos a hospedar quem nos convida.

Durante o planejamento, o percurso E4-p-P2-p-R202 e E4- p-P2-p-R203 no labirinto rizomático de experiências, com mediação realizada, em boa parte, por mensagens eletrônicas, nós (p e P2) pesquisamos vários materiais que poderiam ser incluídos na seção intitulada Fontes de Informação da webquest Revolução Francesa26. Efetivamente, foi um trabalho realizado a quatro mãos.

O professor teria pelo menos duas alternativas para publicação da webquest: uma delas seria a criação de uma página pessoal em sites gratuitos, outra, que foi onde ele publicou, na página criada pelo grupo CAPTE27 (elilopes.pro.br/capte), porque nela não é necessário conhecimento de como criar páginas de internet, pois é suficiente ter um usuário e senha cadastrados no portal e usar a opção “nova webquest” que o site abre blocos de páginas para cada um dos elementos da webquest. A importância de destacar esse aspecto aqui está relacionado ao que mostramos na Figura 11, quando vemos que o Ciclo de Mediação proposto por Feuerstein, Feuerstein e Falik (2014) prevê a escolha dos estímulos para e pelo mediado junto ao mediador. Nesse caso, tanto a

26http://elilopes.pro.br/capte/index.php/area-do-aluno/189-2015- revolucao-francesa

27 O grupo CAPTE foi mencionado anteriormente na seção 1.3 deste trabalho.

webquest enquanto mídia digital escolhida pelo professor para mediar seus alunos para aprender sobre a Revolução Francesa é um estímulo, quanto a indicação da página do grupo CAPTE pelo mediador para o professor pesquisador publicar webquest é também um estímulo exposto ao sujeito.

A execução está nos percursos E4R202-P2-T8MRM-P2-R e E4R203-P2-T8VRM-P2-R e, conforme representado no labirinto, não houve a participação de p no percurso da execução. Foram utilizadas, conforme planejado, quatro aulas para que os alunos pudessem fazer a tarefa proposta pela webquest. Os resultados do trabalho os alunos entregaram ao professor P2, cumprindo o que foi solicitado na seção Tarefa da webquest, com as análises das expressões Liberdade, Igualdade e Fraternidade do ponto de vista do povo francês e comparações do que seriam esses ideais com relação à sociedade brasileira atual.

A Foto 7 e a Foto 8 mostram diferentes momentos das aulas, em laboratório, nas quais os alunos estavam realizando a tarefa solicitada pela webquest.

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