4.1 ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES
4.1.7 Medidas de Sucção matricial
Nas tabelas A.1 a A.9, do apêndice A são apresentados os resultados das medidas de sucção matricial feitas sobre as amostras ensaiadas à resistência à compressão simples, onde:
S = grau de saturação de moldagem;
Sf = grau de saturação após a imersão do corpo-de-prova por 24 horas;
ω = teor de umidade de moldagem;
ωf = teor de umidade após a imersão do corpo-de-prova por 24 horas;
4.1.7.1 Amostras com 17% de umidade
As Tabelas A.1, A.2 e A.3, do apêndice A, apresentam os corpos-de-prova da linha “A” das amostras com 17% de umidade com 28, 90 e 360 dias de cura, respectivamente. Verificou-se que o grau de saturação de moldagem das amostras com 28, 90 e 360 dias de cura variou, em média, de 45% até 71%. Após a imersão por 24 horas, os corpos-de-prova de menor índice de vazios absorveram menor quantidade de água, como era de se esperar. Entretanto, o grau de saturação obtido após a imersão apresentou pequena variação em relação ao índice de vazios, girando em torno de 75% para todos os corpos-de-prova. O valor médio obtido para a sucção matricial de todos os corpos-de-prova da linha “A” das amostras com 17% de umidade e 28, 90 e 360 dias de cura ficou em 122 kPa.
A Figura 4.58 apresenta a tendência e a relação existente entre a medida de sucção matricial e o índice de vazios. Apesar da dispersão dos pontos pode-se verificar que a sucção matricial tende a aumentar à medida que diminui o índice de vazios, para qualquer tempo de cura estudado.
Na Figura 4.59 é apresentada a variação da resistência à compressão simples pela relação entre a sucção e a resistência à compressão simples (em porcentagem). Nota-se que a influência da sucção varia de 1 a 9% da resistência à compressão simples nos corpos-de-prova ensaiados com 28, 90 e 360 dias de cura.
Metodologias para a Previsão do Comportamento Mecânico e para a Análise da Variação da Porosidade de um Solo Siltoso Tratado com Cal em Diferentes Tempos de Cura
Figura 4.58 – Relação entre medidas de sucção matricial e índice de vazios nas amostras de caulim-cal com 17% de umidade ensaiadas com 28, 90 e 360 dias de cura
Figura 4.59 – Influência da sucção nos valores de resistência à compressão simples das amostras de caulim-cal com 17% de umidade ensaiadas 28, 90 e 360 dias de cura
Amanda Dalla Rosa Johann (amandadallarosa@yahoo.com.br) Tese de Doutorado: PPGEC/UFRGS, 2013
Nota-se também, na Figura 4.59 que a influência da sucção não passa de 10% da resistência à compressão simples em todos os corpos-de-prova ensaiados. Assim, observa-se que os corpos-de-prova não apresentaram grandes variações em relação a sucção.
4.1.7.2 Amostras com 20% de umidade
As Tabelas A.4, A.5 e A.6, do apêndice A, apresentam os corpos-de-prova da linha “A” das amostras com 20% de umidade com 28, 90 e 360 dias de cura, respectivamente. Verificou-se que o grau de saturação de moldagem das amostras com 28, 90 e 360 dias de cura variou de 53% até 83%. Após a imersão por 24 horas, os corpos-de-prova de menor índice de vazios absorveram menor quantidade de água, como era de se esperar. Entretanto, o grau de saturação obtido após a imersão apresentou pequena variação em relação ao índice de vazios, girando em torno de 78% para todos os corpos-de-prova. O valor médio obtido para a sucção matricial de todos os corpos-de-prova da linha “A” das amostras com 20% de umidade e 28, 90 e 360 dias de cura ficou em 129 kPa.
A Figura 4.60 apresenta a tendência e a relação existente entre a medida de sucção matricial e o índice de vazios. Apesar da dispersão dos pontos pode-se verificar que a sucção matricial tende a aumentar à medida que diminui o índice de vazios, para qualquer tempo de cura estudado.
Na Figura 4.61 é apresentada a variação da resistência à compressão simples pela relação entre a sucção e a resistência à compressão simples (em porcentagem). Nota-se que a influência da sucção varia de 1 a 14% da resistência à compressão simples nos corpos-de- prova ensaiados com 28, 90 e 360 dias de cura.
Nota-se também, na Figura 4.61 que a influência da sucção não passa de 10% da resistência à compressão simples em mais de 83% dos corpos-de-prova ensaiados. Entretanto, para os outros corpos-de-prova ensaiados a sucção não passa de 14% da sua resistência à compressão simples. Assim, observa-se que os corpos-de-prova não apresentaram grandes variações em relação a sucção.
Metodologias para a Previsão do Comportamento Mecânico e para a Análise da Variação da Porosidade de um Solo Siltoso Tratado com Cal em Diferentes Tempos de Cura
Figura 4.60 – Relação entre medidas de sucção matricial e índice de vazios nas amostras de caulim-cal com 20% de umidade ensaiadas com 28, 90 e 360 dias de cura
Figura 4.61 – Influência da sucção nos valores de resistência à compressão simples das amostras de caulim-cal com 20% de umidade ensaiadas 28, 90 e 360 dias de cura
Amanda Dalla Rosa Johann (amandadallarosa@yahoo.com.br) Tese de Doutorado: PPGEC/UFRGS, 2013
4.1.7.3 Amostras com 23% de umidade
As Tabelas A.7, A.8 e A.9, do apêndice A, apresentam os corpos-de-prova da linha “A” das amostras com 23% de umidade com 28, 90 e 360 dias de cura, respectivamente. Verificou-se que o grau de saturação de moldagem das amostras com 28, 90 e 360 dias de cura variou de 64% até 95%. Após a imersão por 24 horas, os corpos-de-prova de menor índice de vazios absorveram menor quantidade de água, como era de se esperar. Entretanto, o grau de saturação obtido após a imersão apresentou pequena variação em relação ao índice de vazios, girando em torno de 81% para todos os corpos-de-prova. O valor médio obtido para a sucção matricial de todos os corpos-de-prova da linha “A” das amostras com 23% de umidade e 28, 90 e 360 dias de cura ficou em 130 kPa.
A Figura 4.62 apresenta a tendência e a relação existente entre a medida de sucção matricial e o índice de vazios. Apesar da dispersão dos pontos pode-se verificar que a sucção matricial tende a aumentar à medida que diminui o índice de vazios, para qualquer tempo de cura estudado.
Figura 4.62 – Relação entre medidas de sucção matricial e índice de vazios nas amostras de caulim-cal com 23% de umidade ensaiadas com 28, 90 e 360 dias de cura
Metodologias para a Previsão do Comportamento Mecânico e para a Análise da Variação da Porosidade de um Solo Siltoso Tratado com Cal em Diferentes Tempos de Cura
Na Figura 4.63 é apresentada a variação da resistência à compressão simples pela relação entre a sucção e a resistência à compressão simples (em porcentagem). Nota-se que a influência da sucção varia de 1 a 15% da resistência à compressão simples nos corpos-de- prova ensaiados com 28, 90 e 360 dias de cura.
Nota-se também, na Figura 4.63 que a influência da sucção não passa de 10% da resistência à compressão simples em mais de 88% dos corpos-de-prova ensaiados. Entretanto, para os outros corpos-de-prova ensaiados a sucção não passa de 15% da sua resistência à compressão simples. Assim, observa-se que os corpos-de-prova não apresentaram grandes variações em relação a sucção.
Estas mesmas tendências foram observadas por Lopes Junior (2007, 2011) e Dalla Rosa (2009). Além disso, de acordo com Cruz (2001), em geral, os solos compactados próximos ao teor ótimo de umidade apresentam grau de saturação variando entre 70% e 90%, com valores de sucção compreendidos entre 0 kPa e 1000 kPa. O autor também apresenta medidas de sucção de treze solos residuais lateríticos compactados, para os quais encontrou valores de sucção variando de 30 kPa até 250 kPa. Da mesma forma, Marinho e Silva (2001) citam que a maioria dos solos compactados apresentam, no teor ótimo de umidade, sucções variando de 50 kPa a 300 kPa.
Em função do elevado grau de saturação, obtido após a imersão dos corpos-de-prova por 24 horas antes de serem submetidos à compressão simples (em média 78%), valores de sucção abaixo de 200 kPa eram esperados para todos os corpos-de-prova. Isso ocorreu para 82% das amostras. Como o processo de imersão dos corpos-de-prova por 24 horas se mostrou satisfatório no aumento e uniformização do grau de saturação das amostras, acredita-se também que os corpos-de-prova não apresentaram grandes variações na sucção, permitindo, assim, desconsiderar a sucção como mais uma variável nas análises das variáveis investigadas. Além disso, observou-se que um aumento da sucção matricial está diretamente relacionado à uma diminuição do índice de vazios que consequentemente proporciona um aumento da resistência à compressão simples da amostra, o que resulta em uma relação Sucção/qu entorno de 10% (independente do índice de vazios e da umidade utilizada). Sendo
Amanda Dalla Rosa Johann (amandadallarosa@yahoo.com.br) Tese de Doutorado: PPGEC/UFRGS, 2013
Figura 4.63 – Influência da sucção nos valores de resistência à compressão simples das amostras de caulim-cal com 23% de umidade ensaiadas 28, 90 e 360 dias de cura