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4. Análise e discussão de resultados

4.3. Pesquisa Quantitativa

4.3.13. Medidas a tomar pelo Marketing Social para travar o Bullying e o consumo em

Com o que foi visto neste estudo levanta-se a questão se os alunos têm perceção que o consumo exagerado de álcool pode trazer consequências e se têm noção que se deve intervir neste tema. Pela análise da Tabela 4.24 verifica-se que os alunos realmente vêm isto como um problema e mostram preocupação para que este seja resolvido, onde na afirmação "O consumo excessivo de bebidas alcoólicas pelos jovens é um problema

grave que tem que ser resolvido" (secção 4, questão 3.6) 79% concordaram com a

mesma. Tais resultados vêm de encontro ao que foi visto na pesquisa qualitativa, onde se verificou que todos os entrevistados encontravam-se preocupados quanto a este tema, alertando principalmente para os casos de condução depois do consumo em excesso. Os alunos do 1º ano também foram referidos como sendo os mais propícios a sentirem efeitos do álcool mais acentuados uma vez que não têm tanto autocontrolo nem conhecem os seus limites.

Tabela 4.24 - Perceção dos jovens das medidas a tomar pelo Marketing social no combate ao consumo de álcool % N Média Desvio Padrão 1 2 3 4 5

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas pelos jovens é um problema grave que tem

que ser resolvido

2 5,5 13,5 46 33 452 4,02 0,931

É possível diminuir o consumo de álcool nos jovens educando as crianças para as

consequências do álcool

1,8 12,8 17,9 46,5 21 452 3,72 0,993

Mostrar casos reais de problemas relacionados com o consumo de álcool é uma boa forma de diminuir o consumo nos

jovens

2 6,2 12,2 56 23,7 452 3,93 0,885

Proibir todos os tipos de publicidade relacionada com o álcool é uma boa forma de diminuir o consumo de álcool nos jovens

23,5 35,6 23 12,8 5,1 452 2,4 1,129

1 = Discordo Totalmente / 2 = Discordo / 3 = Nem concordo nem discordo / 4 = Concordo / 5 = Concordo Totalmente

Desta forma torna-se importante encontrar possíveis medidas a serem tomadas pelo Marketing social de forma a minimizar o consumo excessivo de álcool pelos jovens. Pelo que foi obtido nas pesquisas feitas anteriormente, devem ser tomadas medidas já na educação dada às crianças, alertando-os para as consequências do consumo em exagero e mostrar imagens reais sobre os seus efeitos.

Pela observação da Tabela 4.24, vê-se que a maior parte dos inquiridos realmente concorda que é possível diminuir o consumo de álcool nos jovens educando as crianças para as consequências do álcool (com 67,5% de concordância, 18% não tiveram opinião), e que mostrar casos reais ligados ao consumo excessivo de álcool também é uma boa forma para combater este problema entre os jovens (79,7% concordou e 12% não teve opinião). Já quanto à afirmação "Proibir todos os tipos de

publicidade relacionada com o álcool é uma boa forma de diminuir o consumo de álcool nos jovens" (secção 3, pergunta 2.4) grande parte dos inquiridos não concordou

com a mesma, apenas 17,9% concordaram (59,1% de discordância e 23% não apresentou opinião).

De forma a obter outras possíveis soluções para combater o Bullying colocou-se no final do questionário uma questão aberta sobre o tema (secção 4, questão 6). A quantidade de respostas obtidas foi bastante surpreendente uma vez que muitos dos

alunos inquiridos quiseram manifestar a sua opinião sobre o mesmo, as quais vão ser indicadas e analisadas de seguida.

Assim, para os alunos que consideravam haver Bullying entre os estudantes em resultado do consumo de álcool pediu-se que fizessem sugestões de medidas a conseguir reduzir este. Nesta medida, foram sugeridas medidas como: evitar o uso da publicidade excessiva de marcas alcoólicas que há em torno da Universidade do Minho; sensibilizar quem praxa para o problema do consumo de álcool, uma vez que consideram os "doutores" como potenciais influenciadores para o consumo em excesso de álcool pelos caloiros; há quem defenda até acabar com as praxes pois diz ser aqui onde ocorre o Bullying, porém, há quem contrarie desta opinião, dizendo que acabar com a praxe não é considerada uma solução pois considera que tudo depende é da força de vontade de cada um para não ceder à pressão; contar exemplos de situações reais e usá-los em publicidade, sensibilizando os alunos sobre esta temática e tentar acabar com o estereótipo de que quem bebe é que é "fixe"; mostrar através da publicidade que não é necessário beber para os alunos se divertirem, mostrando também o estado "lastimoso e degradante" que ficam depois do consumo em excesso; haver mais ações locais apelando à responsabilidade, tal como campanhas de prevenção e vigilância; as discotecas fecharem mais cedo e não usarem o sistema de a partir das 2h o consumo mínimo ser de valor mais elevado, pois leva a que os alunos bebam ainda mais antes de irem para a discoteca; educar pais e professores desde cedo (mesmo antes da Universidade) para prevenir o consumo excessivo; haver um maior acompanhamento dos alunos do primeiro ano por parte de alunos mais velhos responsáveis, de forma a averiguarem como os alunos são integrados; barrar a entrada de RP's (Relações Públicas) de bares/discotecas no campus (Universidade); a AAUM (Associação Académica da Universidade do Minho) deixar de ser patrocinada por marcas de cerveja nem oferecer latas de cerveja gratuitas aos cursos; diminuir o número de festas que potenciam ao consumo; sensibilização juntos dos bares para não venderem álcool a estudantes que já se encontrem notoriamente alcoolizados; ações de sensibilização com a presença de vítimas de dependência de álcool e vitimas de acidentes por consequência do consumo em excesso; aumentar o preço das bebidas; haver uma forma de penalizar este tipo de comportamentos, um local onde seja possível apresentar queixa deste tipo

de situações e que sejam tomadas medidas; mais fiscalização por parte das autoridades nos grandes eventos universitários onde já são conhecidos pelos excessos.

Há ainda quem refira que deve competir à própria Universidade criar mecanismos, juntamente com a Associação Académica e Comissões de praxe, no sentido de evitar comportamentos de Bullying. Para tal remete para a sensibilização e sobretudo punições para quem pratica estes atos.

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