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Medusantha Harley & J.F.B.Pastore Arbustos ou subarbustos Folhas pecioladas ou

sésseis, ovais, largamente ovais, obovais ou elíptica, discolores ou concolores, diversos padrões de venação, cartáceas, normalmente indumentadas. Inflorescência: capítulos esféricos com bractéolas involucrais flexíveis, persistentes. Flor: cálice campanulado ou tubular, subactinomorfo, 5-lobado, os lobos iguais ou subiguais, filamentosos, longos, 4,8-6,7 mm compr., subulados ou planos, sem apêndice conspícuo expandido e complanado, tubo ereto, persistente no fruto, com tubo acrescente, proeminentemente 10-nervado, reticulado, face interna tomentosa ou glabra, face externa indumentada, tricomas tectores ou glandulares; corola fortemente 2-labiada, 5-lobada (2/3), tubulosa, delgada, alva, lilás, rosa ou roxo-azulada; estames 4, exsertos do tubo, filetes indumentados ou glabros; ovário 4-lobado, estilete ginobásico, gineceu sem estilopódio. Fruto com 4 núculas, complanadas ou lenticulares, glabras, lisas ou verruculosas.

Medusantha foi recentemente erigido para alocar as espécies da seção Trichosphaeria de Hyptis sensu latu. Trata-se de gênero homogêneo composto por oito espécies, facilmente reconhecidas pelas bractéolas involucrais e lobos do cálice filamentosos, lembrando o aspecto de uma medusa. A maioria das espécies do gênero ocorre nos cerrados do Brasil central, porém Medusantha martiusii (Benth.) Harley & J.F.B.Pastore é um arbusto característico das regiões semiáridas do nordeste brasileiro (Harley & Pastore 2012).

Chave para as espécies

1. Folha elíptica ou oboval; base cuneada. Pedúnculo 1-1,5 cm compr. ... 7.1. M. crinita 1’.Folha oval ou largamente oval; base cordada. Pedúnculo 3-5 cm compr. ... 7.2. M. mollissima

7.1. Medusantha crinita (Benth.) Harley &

J.F.B.Pastore, Phytotaxa 58: 28. 2012. Fig. 9 A-C

Arbusto ramificado 0,6 m alt., ramos tomentosos. Folhas pecioladas; pecíolo 0,1-0,3 cm compr.; lâmina elíptica ou oboval, concolor, venação semicraspedódroma, 1,4-2 cm compr., 05-0,8 cm larg., ápice agudo, margem serrada geralmente na metade distal, base cuneada, faces adaxial e abaxial densamente tomentosas, ambas as faces levemente seríceas, tricomas tectores ou glandulares. Capítulo esférico; pedúnculo 1-1,5 cm compr.; brácteas semelhantes às folhas, mas geralmente menores. Flor: bractéolas involucrais filamentosas, 10 mm compr., 1 mm larg., ápice agudo, hirsutas; bractéolas internas ausentes; cálice creme-esverdeado, 3,3-5,2 mm compr., tubular, lobos filamentosos, ápice do lobo acuminado, face interna tomentosa, face externa velutina na base, densamente hirsuta no tubo e lobos, tricomas tectores ou glandulares; corola alva, 6,3-7,4 mm compr., 05-0,8 mm larg. na base, 1 mm diâm. na fauce, lobos ovais, ápice do

lobo obtuso, face interna esparsamente hirsuta, face externa hirsuta nos lobos e esparsamente hirsuta no tubo, tricomas tectores ou glandulares. Núculas lenticulares, 2 mm compr., 1,7 mm larg, ápice agudo, coloração castanho-clara, glabras, lisas.

Material examinado: Santana do Riacho, Serra do Cipó, Rodovia Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro, Parque Nacional da Serra do Cipó, trilha para a Cachoeira da Farofa, C.L. Silva-Luz et al. 22, 27.VII.2006, fl. (SPF).

Material adicional: Minas Gerais: São Roque de Minas, Parque Nacional da Serra da Canastra, Estrada Sacramento-São Roque de Minas, Três Matinhas, M.A. Farinaccio et al. 359, 8.VII.1999, fl., fr. (SPF); Grão-Mogol, G.F.A. Melo de Pinna et al. 32, 21.VIII.2004, fl., fr. (SPF); Diamantina, Estrada Diamantina-Milho Verde, N. Roque et al. 24, 15.VII.1996, fl. (K, SPF); Diamantina, estrada para Conselheiro da Mata, cerca de 4 km da estrada Diamantina- Curvelo, B. Stannard et al. CFCR 6198, 19.XI.1984, fl. (K, SPF).

Medusantha crinita possui distribuição geográfica relativamente ampla, ocorrendo na Bahia,

Fig. 9: A-C. Medusantha crinita (Silva-Luz et al. 22): A. Ramo florido; B. Flor com cálice rebatido; C. Cálice. D-E. Medusantha mollissima (Menezes et al. CFSC 11077): D. Vista abaxial da inserção da folha no caule; E. Flor na antese. F-J. Mesosphaerum pectinatum (Castro & Diacui CFSC 7439): F. Inflorescência; G. Flor na antese; H. Vista adaxial da folha; I. Vista abaxial da folha; J. Detalhe das nervuras e do indumento foliar. K-M. Mesosphaerum sidifolium (Zappi et al. 2117): K. Inflorescência; L. Cálice; M. Núcula. N-P. Mesosphaerum suaveolens (Zappi et al. 2202): N. Ramo florido; O. Cálice; P. Núcula. Ilustrações: A, K- P – Klei Souza; B-J – Parecis Morato.

Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal e Goiás, segundo Epling (1949) e Harley et al. (2010). É típica de cerrados e campos, muito característica de regiões montanhosas, ocorrendo em todas as serras da Cadeia do Espinhaço. As folhas dos espécimes de outras regiões do Brasil exibem variações quanto à textura, de membranácea a cartácea. Na Serra do Cipó existe apenas um registro, coletado em solo arenoso-pedregoso, com flores em julho.

7.2. Medusantha mollissima (Benth.) Harley & J.F.B.Pastore, Phytotaxa 58: 29. 2012.

Fig. 9 D-E

Arbusto ou subarbusto ramificado 1-1,5 m alt., ramos densamente vilosos, tricomas tectores esbranquiçados. Folhas sésseis, ovais ou largamente ovais, discolores, venação broquidódroma, 1,1-3,7 cm compr., 0,8-3,1 cm larg., ápice acuminado, margem crenada, base cordada, face adaxial hirsuta, face abaxial densamente hirsuta nas nervuras secundárias. Capítulo esférico; pedúnculo 3-5 cm compr.; brácteas semelhantes às folhas, porém menores. Flor: bractéolas involucrais filamentosas, 6,2-10,3 mm compr., 0,2-1,4 mm larg., ápice acuminado, hirsutas; bractéolas internas ausentes; cálice 6-7 mm compr., campanulado, lobos filamentosos, ápice do lobo acuminado, face interna glabra no tubo, tomentosa na fauce, face externa hirsuta; corola rosa, lilás ou roxo- azulada, 4,9-9 mm compr., 0,7-1,9 mm larg. na base, 1,2-2,5 mm diâm. na fauce, lobos ovais, ápice do lobo arredondado ou obtuso, face interna glabra, face externa tomentosa principalmente nos lobos, tricomas tectores ou glandulares. Núculas complanadas, 1,4- 1,7 mm compr., 0,8-1,1 mm larg., ápice arredondado, coloração castanha, glabras, verruculosas.

Material examinado: Santana do Riacho, Serra do Cipó, Rodovia MG 010, Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro – Diamantina, ca. 1 km do início da Estrada da Usina, R. Simão & V.C. Souza CFSC 10096, 7.V.1987, fl., fr. (SPF); km 89, M. Sztutman et al. CFSC 13971, 10.IV.1995, fl., fr. (SPF); caminho para São José da Serra e Jaboticatubas, N.L. Menezes et al. CFSC 11077, 30.IX.1988, fl. (SPF).

Endêmica de Minas Gerais, Medusantha mollissima é encontrada apenas no centro e sul desse Estado, segundo Epling (1949) e Harley et al. (2010). É facilmente distinta das demais espécies pelas folhas ovais ou largamente ovais de base cordada.Na Serra do Cipó, M. mollissima foi coletada com flores e frutos

nos meses de abril e maio, e apenas com flores em novembro.