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Figura 24 Glossário do livro

9. A Memória

A memória investigada de uma perspectiva estrutural é constituída por vários sistemas responsáveis pelo armazenamento e retenção da informação:

– MCP - Memória curto prazo - Esta memória é limitada em termos do número de itens armazenados, em termos da disponibilidade de recursos mentais para executar as operações da MPC.

– MLP - Memória longo prazo – É o sistema que armazena a informação e conhecimento durante longos períodos de tempo.

Pinto (2001, p.122) defende que a memória episódica – ―é o sistema responsável pela recordação consciente dos acontecimentos de uma vida inteira, referenciados em termos de espaço e tempo.‖ Tulving (1985, p.387) definiu a memória episódica como a ―recordação consciente de acontecimentos pessoalmente vividos enquadrados nas suas relações temporais, por exemplo: onde passei as últimas férias, a escola primária onde andei.‖

Qualquer acontecimento suficientemente intenso e com valor é gravado, ou seja o cérebro apreende essas imagens, odores ou mesmo saberes, e irá recuperar essas experiências na altura necessária. (Damásio, 2010)

A mente consciente formada por estruturas tão complexas com uma capacidade cada vez maior de memória, raciocínio e linguagem cria os instrumentos de cultura e precede novas formas de homeostase ao nível da sociedade.

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Os seres humanos diagnosticam os seus limites homeostáticos através do processo fundamental da consciência: os limites óptimos expressam-se na mente consciente sob a forma de sentimentos agradáveis; os limites perigosos mostram-se como sentimentos desagradáveis ou mesmo dolorosos.

"Consciência é a capacidade de ter uma mente equipada com um dono, um eu que analisa o mundo exterior um agente que parece a postos para acção." (Damásio, 2010, p.198)

Através do processo da memorização uma mensagem é tanto mais percepcionada, tanto mais, quando no momento do estímulo atencional for sentida a intensidade afectiva, ou seja lembramos com mais precisão o que é para nós mais significativo.

9.1 Memória e emoção

Experiências emocionais provocam uma profunda marca na memória de longo termo. Nós geramos emoções e gravamos memórias no sistema límbico, uma colecção de glândulas e estruturas no cérebro na massa cinzenta. Jonh Medina releva a ciência por detrás da relação entre emoção e memória, como cita Walter (2011, p.12):

"Emotionally charged events persist much longer in our memories and are recalled with greater accuracy than neutral memories How does this work in our brains? It involves the prefrontal cortex, the uniquely human part of the brain that governs ―executive functions‖ such as problem-solving, maintaining attention, and inhibiting emotional impulses. If the prefrontal cortex is the board chairman, the cingulate gyrus is its personal assitant. The assistant provides the chairman with certain filtering functions and assists in teleconferencing with other parts of the brain— especially the amygdala, which helps create and maintain emotions. The amygdala is chock-full of the neurotransmitter dopamine, and it uses dopamine the way an office assistant uses Post-It notes. When the brain detects an emotionally charged event, the amygdala releases dopamine into the system. Because dopamine greatly aids memory and information processing, you could say the Post-It note reads ―Remember this!‖ Getting the brain to put a chemical Post-It note on a given piece of information means that information is going to be more robustly processed. It is what every teacher, parent, and ad executive wants."

A razão pela qual a emoção e memória estão tão ligadas é por tratar-se de um mecanismo de sobrevivência. Lembrar-se de experiências negativas e positivas ajudou-nos a evoluir enquanto espécies. Na construção de uma ligação nos bebés com os pais, há libertação de neurotransmissores que nos fazem acalmar. Pelo facto de diversas vezes enquanto o bebe chora ser lhes oferecer comida, fraldas frescas ou atenção dos pais, deu-se uma aprendizagem positiva, criando-se uma ligação emocional. Um feedback semelhante ocorre

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no design de interfaces. Estímulos positivos criam ligação com os utilizadores, que faz parecer que com que se esteja a conversar com um amigo ou na presença de um confidente de confiança. Websites como o wufu transcendem a usabilidade e criam uma experiência agradável. Walter (2011)

10. Motivação

A motivação é uma resposta aos comportamentos humanos, muitas vezes nem os próprios indivíduos sabem explicar porque agiram de determinada forma. Motivação significa etimologicamente mover-se, implica um movimento para a acção. Uma pessoa faz isto e aquilo por : – Uma necessidade – Um impulso – Um desejo – Um interesse – Um instinto

De acordo com Nuttin (apud Pinto 2010) a motivação é uma força, uma energia que faz com que o sujeito se movimente em direcção a um objectivo, a que o mesmo atribui um certo valor, dependendo da natureza da necessidade. A motivação impele o indivíduo para um comportamento e confere três características:

– A força – A direcção – A persistência

A força, a intensidade e a persistência do comportamento indicam o valor que o indivíduo atribui ao objectivo. Pinto (2010)

Necessidade

Desejo, motivo, incentivo (estado interno de privação de alguma coisa).

Impulsos

- Primários, interno – deriva dos estados fisiológicos e de situações externas.

- Secundários, externos – resultado de aprendizagem. São aprendidas em associação com os impulsos primários.

Figura 50- Esquema impulsos e

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Impulsos têm várias funções:

– Homeostático – reduzir a fome, etc – Aversivo - evitar a dor ou mal-estar

– Exploratório - tensão para experimentar novos comportamentos – Antecipatório - planear a satisfação de necessidades futuras – Pausa - dar uma volta para passar o tempo

Segundo Pinto (2010, p.229),

―na teoria cognitiva, a motivação cria intenções e dirige o comportamento para objectivos. Por outras palavras, o comportamento, é determinado pela maneira como uma pessoa pensa e tem em conta as crenças, expectativas, objectivos e valores próprios‖.

É com base naquilo que vemos e sentimos ou seja através dos nossos sentidos: tacto, audição, paladar, visual que adquirimos a capacidade para nos situarmos e organizarmos as nossas necessidades, nossas preferências, prazeres, principalmente através daquilo que vemos ou seja através do sentido icónico vamos aperfeiçoando o sentido de observação e vamos ampliando um instrumento de comunicação.