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2.10 PROCESSOS COGNITIVOS: ATENÇÃO, CONSCIÊNCIA,

2.10.4 Memória

É o meio que se acessam as experiências passadas para usar a informação do presente (TULVING, 2000b; TULVING; CRAIK, 2000 apud STERNBERG, 2008).

O processamento da memória se refere aos mecanismos dinâmicos associados com armazenagem, retenção e acesso a informação sobre a experiência passada, para tanto, observam-se três operações comuns de memória: codificação; armazenagem; e recuperação.

O envelhecimento dificulta o processamento dos estímulos, principalmente aqueles de natureza complexa. Os tempos de reação de uma pessoa com 60 anos são 20% maiores em relação a um jovem de 20 anos. Essa diferença tende a crescer em tarefas complexas, que exigem capacidade de discrição entre vários estímulos diferentes. Esse declínio está associado à dificuldade de reter novas informações por menos tempo (na memória de curta duração) e as informações armazenadas temporariamente são facilmente perturbadas. O problema pode se agravar com o avanço da velhice, podendo até esquecer o objetivo da ação em plena execução da mesma (IIDA, 2011).

2.10.4.1 Memória sensorial, curto prazo e longo prazo

A armazenagem sensorial é o repertório inicial de muita informação, que mais tarde entrará nas armazenagens de curto e médio prazos. Há evidências contundentes, embora questionadas por Haber (1983 apud STERNBERG, 2008), a favor da existência de uma armazenagem icônica. A armazenagem icônica é um registro sensorial visual distinto, que guarda informações por períodos de tempo muito curtos. Seu nome vem do fato de que as informações são armazenadas na forma de ícones, que são imagens visuais representando alguma coisa. Os ícones, em geral, se parecem com o que quer que esteja sendo representado. Se você "já escreveu" seu nome com uma estrelinha acesa (semelhante a um fogo de artifício ou a um incenso) contra um fundo escuro, experimentou a persistência visual que é um exemplo do tipo de informação guardado na armazenagem icônica (STERNBERG, 2008).

A armazenagem de memória de curto prazo, a qual se guardam memórias por questões de segundos e, ocasionalmente, até alguns minutos. A armazenagem de curto prazo guarda apenas alguns itens, além de ter alguns processos de controle que regulam o fluxo de informação para armazenagem de longo prazo. Nesse caso, podem-se guardar informações por períodos mais longos. Via de regra, o conteúdo permanece na armazenagem de curto prazo por cerca de 30 segundos, a menos que seja repetido para retenção. A informação é

guardada acusticamente pela forma como soa em lugar visual, pela sua aparência (STERNBERG, 2008).

Em geral, a memória de curto prazo pode armazenar até 7 itens de informações (neste caso, um agrupamento com 20 itens pode gerar uma informação, caso essa tenha um significado). Uma informação pode ser algo simples, como um dígito, ou algo mais complexo, como uma palavra. Logo, se agrupar uma sequência de 20 letras ou números em 7 itens com significado, é possível lembrar deles mais tarde. A tendência é que com interferências externas (alteração da atenção), pode ocorrer que essa memória tenha defasagens de 3 ou 5 itens. Entretanto, não se consegue lembrar de 20 itens e repeti-los imediatamente. Se agrupados em porções equivalentes, com diferenciações alfa numéricas, auxiliam para que a informação permaneça por mais tempo na memória (STERNBERG, 2008; IIDA, 2011).

Na memória de longo prazo ou longa duração, é onde se guardam memórias que ficam por longos períodos, talvez para sempre. É lá que se guardam informações de que se precisa para a vida cotidiana. Nesse tipo de memória, não se tem como medir a quantidade de informação que se pode armazenar no longo prazo. Alguns autores até arriscam dizer que ela pode ser infinita. Normalmente guarda lembranças da infância, juventude e fatos que marcaram, até de forma inconsciente (STERNBERG, 2008).

2.10.4.2 Modelo de processamento da informação

Existem modelos e teorias aplicadas aos processamentos de informação atribuídas à memória e tempo de reação. A teoria de níveis de processamento de Craik e Tulving (1972 apud SPIRDUSO, 2005; STERNBERG, 2008) relata não haver capacidade máxima de informação contida pela memória, e sim, varia conforme a profundidade de codificação, ou seja, existe um número infinito de níveis de processamento nos quais podem ser codificados. Dependendo como a informação for codificada, ela permanece na memória ou não, em curto ou em longo prazos. Vide quadro 3 a seguir:

Quadro 3 - Níveis de processamento Estrutura dos níveis de processamento: Físico, Acústico, Semântico

Nível de processamento Base para o processamento Exemplo Físico Característica visualmente

aparentes das letras

Palavra: MESA

Pergunta: A palavra está escrita em maiúsculas?

Acústico Combinação de som associadas com as letras (por exemplo, rima)

Palavra: GATO

Pergunta: A palavra rima com "PATO"?

Semântico Significado da palavra Palavra: NARCISO

Pergunta: A palavra é um tipo de planta?

Fonte: Craik e Tulving (1972 adaptado de STERNBERG, 2008, p. 166).

O processamento, no caso do avanço da idade, pode decompor alguns estágios do processamento, mas não outros, pois há a ideia de que o envelhecimento afeta de forma diferente a capacidade da memória operacional (de trabalho); ou seja, conforme as pessoas envelhecem apresentam menor espaço para memória operacional para conduzir as funções de processamento de informações.

Figura 4 - Modelo de processamento de informação adaptado de Spirduso (2005)

No modelo acima hipotético, o estímulo penetra no sistema e progride por meio de estágios, de modo serial ou paralelo. Cada etapa pelos estágios deve consumir uma quantidade de tempo finita, de forma que uma tarefa com o processamento do estímulo complexo seguido pela resposta complexa exija mais etapas para processar e assim maior tempo de processamento. Requisitos da tarefas como um TRS que não exija nenhuma memória, nem comparações ou transformações e que exija apenas programação de resposta simples podem seguir o Caminho A e ser concluídos em menos tempo do que as tarefas que precisam ser processadas pelo caminho B ou o C (SPIRDUSO, 2005, p.219).

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