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Em memória do Professor Carlos Moutinho

No documento revista portuguesa de ciências do desporto (páginas 115-120)

Não seria justo determo-nos mais sobre estas facetas sob pena de incorrermos no risco de negligenciar outras, não menos importantes. Referimo-nos à sua actividade enquanto dirigente associativo. A sua von-tade de evoluir, de fazer parte das grandes decisões, de questionar o que tacitamente é aceite pela maioria, movem-no para o mundo associativo. Inconformado com o status quoenvolve-se, desde muito jovem, nos movimentos associativos académicos sustentado pela sua vocação de líder. Em tempos tempestuosos e nau-fragantes do Instituto Superior de Educação Física da Universidade do Porto, corria o ano de 1982, é eleito Presidente da Associação de Estudantes.

Todavia, a inquietude perante as políticas desportivas vigentes não se extingue com o avançar da idade, agudi-za-se, bem pelo contrário, tendo expressão particular na defesa convicta e consistente dos treinadores, enquanto classe a legitimar. Sabendo que ser treinador reveste-se de um estatuto precário e de linhas indefinidas no panorama do Desporto Nacional, motivado pelas suas crenças, valores e conhecimentos, faz despertar a preo-cupação dos treinadores portugueses em conferir digni-dade, estatuto e reconhecimento social à profissão.

Foi o olhar posto no futuro que lhe permitiu atrever-se a agir. Uma grande esperança que num curto espaço de tempo começou a tornar-se realidade através da coorde-nação da comissão pré-eleitoral da Associação Nacional de Treinadores de Voleibol, em 1998. Num esforço de congregar forças, suportado pelo elevado espírito de diálogo, assume a presidência da Associação Nacional de Treinadores de Voleibol ainda no mesmo ano, assis-tindo-se, desde então, a um reconhecimento progressi-vo das instituições e entidades afectas à modalidade e ao reforço da participação dos treinadores na definição de estratégias de desenvolvimento, com raízes para pro-liferar no futuro. O seu horizonte passava, indubitavel-mente, pela paridade dos treinadores nos diferentes domínios de intervenção desportiva, expressa numa voz activa, participativa e actuante. O seu envolvimento, esforço e dedicação merecem, no mínimo, de todos nós a responsabilidade de não desmoronar, fazendo-se justi-ça ao seu empenho e dedicação.

Toda esta escalada foi acompanhada da actividade aca-démica, tanto no âmbito da docência como da investiga-ção. O domínio da docência foi marcadamente dirigido para as disciplinas afectas ao desporto de rendimento no Voleibol, tanto na Licenciatura como no Mestrado de Alto Rendimento. No âmbito da investigação, a busca de novos conhecimentos, paradigmas e teorias, teve sempre como meta o Voleibol. Ciente de que o Voleibol não é ciência, mas sabendo que esta, por lidar com

pro-blemas, e na busca de soluções para eles, faz emergir novos conhecimentos e novos problemas, dedicou parti-cular atenção aos ditames científicos que robusteciam o desenvolvimento do Voleibol. A modelação do jogo, bem como a análise da actividade do jogador em com-petição, constituíram as temáticas que lhe foram parti-cularmente queridas. Este particular interesse sustenta-va-se na convicção de que só com um entendimento substantivo, fundamentado em metodologias de análise e observação cientificamente válidas, é possível aceder a um conhecimento simultaneamente profundo e abran-gente do jogo e do rendimento das equipas. A sua acti-vidade científica foi suportada por mais de 50 publica-ções e por mais de 70 comunicapublica-ções em congressos, simpósios e reuniões técnico-profissionais.

Conciliar o inconciliável, encontrar o equilíbrio em pontos de conflito e divergências, servir os interesses de muitos em prol do desenvolvimento do Desporto implica atenção, persistência, teimosia e ousadia.

Todos estes epítetos assentavam cabalmente ao nosso colega Moutinho.

O legado herdado não pode ser esquecido nem tam--pouco ignorado. O esforço de valorização profissional da carreira dos treinadores de Voleibol portugueses e a vontade de abrir fronteiras, de desbravar caminhos no sentido de dotar o Voleibol de um suporte científico, no vislumbrar de novos horizontes de evolução, foram, inequivocamente, os motivos primeiros do seu ânimo profissional. Este esforço teve a sua grande expressão no livro “A Investigação em Voleibol - Estudos Ibéricos”, publicação da nossa Faculdade. Felizmente que ainda lhe foi permitido assistir ao seu nascimento.

O orgulho e satisfação pela obra concebida foi bem visível no momento em que o afagou pela primeira vez entre mãos. A ele o dedicamos por inteiro.

A incontornável efemeridade da vida faz-nos sentir com tristeza e saudade a sua ausência. A proximidade temporal do seu falecimento não nos permite expressar por palavras o que nos mói e magoa no mundo dos sentidos. Todavia, convictamente acreditamos que ape-sar da vida lhe ter sido fugidia, a extensa actividade profissional, valorizada por um envolvimento pessoal marcante, vivifica a sua perda, sustentáculo da sua memória.

Isabel Mesquita

Coordenadora do Gabinete de Voleibol

Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física Universidade do Porto

Isabel Mesquita

Tipos de publicação Investigação original

A RPCD publica artigos origi-nais relativos a todas as áreas das ciências do desporto.

Revisões da investigação A RPCD publica artigos de síntese da literatura que contribuam para a generali-zação do conhecimento em ciências do desporto.

Artigos de meta-análise e revisões críticas de literatura são dois possíveis modelos de publicação.

Comentários

Comentários sobre artigos originais e sobre revisões da investigação são, não só publicáveis, como são fran-camente encorajados pelo corpo editorial.

Estudos de caso

A RPCD publica estudos de caso que sejam considerados relevantes para as ciências do desporto. O controlo rigoroso da metodologia é aqui um parâmetro determi-nante.

Revisões de publicações A RPCD tem uma secção onde são apresentadas revi-sões de obras ou artigos publicados e que sejam con-siderados relevantes para as ciências do desporto.

Regras gerais de publicação Os artigos submetidos à RPCD deverão conter dados originais, teóricos ou experi-mentais, na área das ciências do desporto. A parte subs-tancial do artigo não deverá ter sido publicada em mais nenhum local. Se parte do artigo foi já apresentada publicamente deverá ser feita referência a esse facto na secção de

Agradecimentos.

Os artigos submetidos à RPCD serão, numa primeira fase, avaliados pelos edito-res-chefe e terão como crité-rios iniciais de aceitação:

normas de publicação, rela-ção do tópico tratado com as ciências do desporto e mérito científico. Depois desta análise, o artigo, se for considerado previamente aceite, será avaliado por 2

“referees” independentes e sob a forma de análise

“duplamente cega”. A acei-tação de um e a rejeição de outro obrigará a uma 3ª consulta.

Preparação dos manuscritos Aspectos gerais

Cada artigo deverá ser acompanhado por uma carta de rosto que deverá conter:

– Título do artigo e nomes dos autores;

– Declaração de que o artigo nunca foi previamente publicado;

Formato

– Os manuscritos deverão ser escritos em papel A4 com 3 cm de margem, letra 12 e com duplo espaço;

– As páginas deverão ser numeradas sequencialmen-te, sendo a página de título a nº1;

– É obrigatória a entrega de 4 cópias;

– Uma das cópias deverá ser original onde deverá incluir as ilustrações também ori-ginais;

Dimensões e estilo – Os artigos deverão ser o

mais sucintos possível; A especulação deverá ser ape-nas utilizada quando os dados o permitem e a lite-ratura não confirma;

– Os artigos serão rejeitados quando escritos em portu-guês ou inglês de fraca qualidade linguística;

– As abreviaturas deverão ser as referidas internacio-nalmente;

Página de título

A página de título deverá conter a seguinte informa-ção:

– Especificação do tipo de trabalho (cf. Tipos de publicação);

– Título conciso mas sufi-cientemente informativo;

– Nomes dos autores, com a primeira e a inicial média (não incluir graus acadé-micos)

– “Running head” concisa não excedendo os 45 carac-teres;

– Nome e local da institui-ção onde o trabalho foi realizado;

– Nome e morada do autor para onde toda a corres-pondência deverá ser enviada;

Página de resumo

– Resumo deverá ser infor-mativo e não deverá refe-rir-se ao texto do artigo;

– Se o artigo for em portu-guês o resumo deverá ser feito em português e em inglês;

– Deve incluir os resultados mais importantes que suportem as conclusões do trabalho;

Deverão ser incluídas 3 a 6 palavras-chave;

– Não deverão ser utilizadas abreviaturas;

– O resumo não deverá exce-der as 200 palavras;

Introdução

– Deverá ser suficientemente compreensível, explicitan-do claramente o objectivo do trabalho e relevando a importância do estudo face ao estado actual do conhe-cimento;

– A revisão da literatura não deverá ser exaustiva;

Material e métodos – Nesta secção deverá ser

incluída toda a informação que permite aos leitores realizarem um trabalho com a mesma metodologia sem contactarem os autores;

– Os métodos deverão ser ajustados ao objectivo do estudo; deverão ser replicá-veis e com elevado grau de fidelidade;

– Quando utilizados huma-nos deverá ser indicado que os procedimentos uti-lizados respeitam as nor-Revista Portuguesa de Ciências do Desporto

NORMAS DE PUBLICAÇÃO

mas internacionais de experimentação com humanos (Declaração de Helsínquia de 1975);

– Quando utilizados animais deverão ser utilizados todos os princípios éticos de experimentação animal e, se possível, deverão ser submetidos a uma comis-são de ética;

– Todas as drogas e químicos utilizados deverão ser designados pelos nomes genéricos, princípios acti-vos, dosagem e dosagem;

– A confidencialidade dos sujeitos deverá ser estrita-mente mantida;

– Os métodos estatísticos utilizados deverão ser cui-dadosamente referidos;

Resultados

– Os resultados deverão ape-nas conter os dados que sejam relevantes para a discussão;

– Os resultados só deverão aparecer uma vez no texto: ou em quadro ou em figura;

– O texto só deverá servir para relevar os dados mais relevantes e nunca duplicar informação;

– A relevância dos resultados deverá ser suficientemente expressa;

– Unidades, quantidades e fórmulas deverão ser utili-zados pelo Sistema Internacional (SI units).

– Todas as medidas deverão ser referidas em unidades métricas;

Discussão

– Os dados novos e os aspectos mais importantes do estudo deverão ser rele-vados de forma clara e concisa;

– Não deverão ser repetidos os resultados já apresen-tados;

– A relevância dos dados deverá ser referida e a com-paração com outros estu-dos deverá ser estimulada;

– As especulações não suportadas pelos métodos estatísticos não deverão ser evitadas;

– Sempre que possível, deve-rão ser incluídas recomen-dações;

– A discussão deverá ser completada com um pará-grafo final onde são realça-das as principais conclu-sões do estudo;

Agradecimentos

Se o artigo tiver sido par-cialmente apresentado publicamente deverá aqui ser referido o facto;

Qualquer apoio financeiro deverá ser referido;

Referências

– As referências deverão ser citadas no texto por núme-ro e compiladas alfabetica-mente e ordenadas nume-ricamente;

– Os nomes das revistas deverão ser abreviados conforme normas interna-cionais (ex: Index Medicus);

– Todos os autores deverão ser nomeados (não utilizar et al.)

– Apenas artigos ou obras em situação de “in press”

poderão ser citados. Dados não publicados deverão ser utilizados só em casos excepcionais sendo assina-lados como “dados não publicados”;

– Utilização de um número elevado de resumos ou de artigos não “peer-revie-wed” será uma condição de não aceitação;

Exemplos de referências ARTIGO DE REVISTA

1 Pincivero DM, Lephart SM, Karunakara RA (1998). Reliability and pre-cision of isokinetic strength and muscular endurance for the quadri-ceps and hamstrings. Int J Sports Med 18: 113-117 LIVRO COMPLETO

Hudlicka O, Tyler KR (1996). Angiogenesis. The growth of the vascular sys-tem. London: Academic Press Inc. Ltd.

CAPÍTULO DE UM LIVRO

Balon TW (1999).

Integrative biology of nitric oxide and exercise. In:

Holloszy JO (ed.). Exercise and Sport Science Reviews vol. 27. Philadelphia:

Lippincott Williams &

Wilkins, 219-254 FIGURAS

Figuras e ilustrações deve-rão ser utilizadas quando auxiliam na melhor com-preensão do texto;

As figuras deverão ser numeradas em numeração árabe na sequência em que aparecem no texto;

Cada figura deverá ser impressa numa folha sepa-rada com uma legenda curta e concisa;

Cada folha deverá ter na parte posterior a identifica-ção do autor, título do arti-go. Estas informações deverão ser escritas a lápis e de forma suave;

As figuras e ilustrações deverão ser submetidas com excelente qualidade gráfico, a preto e branco e com a qualidade necessária para serem reproduzidas ou reduzidas nas suas dimensões;

As fotos de equipamento ou sujeitos deverão ser evi-tadas;

Endereço para envio de artigos Revista Portuguesa de Ciências do Desporto Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto

Rua Dr. Plácido Costa, 91 4200.450 Porto

Portugal QUADROS

Os quadros deverão ser utilizados para apresentar os principais resultados da investigação.

Deverão ser acompanhados de um título curto;

Os quadros deverão ser apresentados com as mes-mas regras das referidas para as legendas e figuras;

Uma nota de rodapé do quadro deverá ser utilizada para explicar as abreviatu-ras utilizadas no quadro.

Publicação semestral

Vol. 4, Nº 1, Janeiro·Junho 2004

A RPCD está indexada no SPORTDiscus de deslocamento em sessões de treino e em competições

de futebolistas juniores

Pedro F. Caixinha, Jaime Sampaio, Pedro V. Mil-Homens Os melhores atletas nos escalões de formação serão igualmente os melhores atletas no escalão sénior?

Análise centrada nos ‘rankings’ femininos das diferentes disciplinas do Atletismo ao longo das últimas duas décadas em Portugal

Nélson Brito, António M. Fonseca, Ramiro Rolim Configuração do processo ofensivo no jogo de Andebol pela relação cooperação/oposição relativa à zona da bola. Estudo em equipas portuguesas de diferentes níveis competitivos Ireneu Moreira, Fernando Tavares

Heterogeneidade nos níveis de actividade física de crianças dos 6 aos 12 anos de idade. Um estudo em gémeos José A.R. Maia, Rui Garganta, André Seabra, Vítor P. Lopes

Força muscular em idosos I — Será o treino generalizado suficientemente intenso para promover o aumento da força muscular em idosos de ambos os sexos?

Joana Carvalho, José Oliveira, José Magalhães, António Ascensão, Jorge Mota, José M.C. Soares

A RPCD tem o apoio da FCT Programa Operacional Ciência, Tecnologia, Inovação

do Quadro Comunitário

revista portuguesa de

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