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3.1 Contexto de obtenção de dados

Para responder ao problema proposto inicialmente foi preciso identificar a estrutura da administração pública municipal, como se divide e as principais competências de suas secretarias.

Dada a amplitude do tema - embora não haja maior variabilidade de uma administração para outra quanto ao número e funções das secretarias -, elegeu-se um recorte local para tratamento do assunto, destacando-se a estrutura das administrações municipais da região (Flores da Cunha, Garibaldi, Caxias do Sul, Farroupilha, Veranópolis, Bento Gonçalves14) com informações pertinentes a esse estudo disponíveis na internet (estrutura organizacional/secretarias). Caracterizou- se, assim, a atual estrutura administrativa municipal, portanto, pela análise da estrutura administrativa das prefeituras citadas, mediante consulta à internet.

14 Não estão disponíveis – até 15.08.2006 – sites com as informações pertinentes a esta pesquisa relativamente às cidades de São Marcos, Antônio Prado, Campestre da Serra, Vacaria). Outras cidades não foram consultadas.

Identificada a estrutura administrativa vigente, o trabalho se voltou a instituir um Sistema de Gestão Ambiental, adequando a organização administrativa para torná-la capaz de receber este novo Sistema.

Esta adequação depende de atitudes organizacionais inovadoras, com ênfase ao processo decisório.

É a teoria sistêmica que dá corpo à formação de um sistema de gestão ambiental visto e definido como uma estrutura própria do processo administrativo capaz de interligação entre suas diversas secretarias.

Os elementos do SGA são definidos a partir das competências municipais em matéria ambiental, segundo o que dispõe a CF. Essas competências delimitam o âmbito de atuação do município em matéria ambiental. Analiticamente, as informações pertinentes às competências municipais foram extraídas especialmente da Constituição Federal, a partir do seu art. 225, e das leis que regulamentam os incisos do parágrafo primeiro do mesmo artigo.

Paralelamente, foram identificados os elementos indispensáveis a um sistema de gestão ambiental, seus principais requisitos, funções e estruturas, mesmo que se tome por modelo aqueles disponíveis ao setor privado. As informações pertinentes a esta variável de pesquisa foram buscadas da doutrina e

literatura disponível acerca de gestão ou planejamento estratégico empresarial e/ou administrativo.

Os dados da pesquisa, portanto, foram extraídos de sites da internet, da legislação antes identificada, da literatura pertinente aos temas (teoria sistêmica, processo de decisão administrativo e a legitimidade das decisões, Direito Urbanístico, gestão ambiental empresarial e/ou pública), ou seja, de artigos, livros, teses e dissertações, periódicos e outros pertinentes.

3.2 Delineamento do Estudo

Trata-se, pois, de um estudo exploratório descritivo que ensejou um tratamento qualitativo dos dados coletados.

Segundo Víctora et al (2000), os desenhos qualitativos são basicamente úteis para buscar entender o contexto em que algum fenômeno ocorre. Leopardi (2001, p. 224), discorrendo acerca da investigação qualitativa, afirma:

O método não é exterior ao conteúdo, pois é um caminho de chegar a conhecimentos válidos e, no caso da Pesquisa Qualitativa, tal conhecimento é originário de informações de pessoas diretamente vinculadas com a experiência estudada, portanto não podem ser controladas e generalizadas. No entanto, por serem experiências verdadeiras de pessoas, não podem ser suspeitas e tidas como não verdades. Porém, os métodos tradicionais do positivismo não chegam a essas verdades, embora se tenha tentado, de muitas

maneiras, conduzir a investigação social e comportamental, a partir desses métodos, algumas vezes com achados muito interessantes.

A investigação qualitativa, por certo, dá maior corpo a este estudo, constituindo-se na direção preponderante para a obtenção da resposta ao problema de pesquisa proposto.

3.3 Cidades eleitas para o estudo

A pesquisa tem como ponto de partida a estrutura administrativa na forma como se encontra atualmente. Para a caracterização desta estrutura tomou- se por modelo a estrutura das prefeituras da região da serra do Rio Grande do Sul (Flores da Cunha, Garibaldi, Caxias do Sul, Farroupilha, Veranópolis e Bento Gonçalves).

A escolha dessas prefeituras como modelo e ponto de partida se justificou pela proximidade do objeto do estudo e da possibilidade posterior de seu aproveitamento para aplicação imediata na gestão pública.

Os dados referentes às administrações públicas da região foram dispostos em uma grade, para posterior análise, extraindo-se deles as secretarias mais citadas pelas administrações analisadas.

Os dados responsáveis pela formação dos conceitos (administração pública, processo de decisão, sistema de gestão ambiental, estrutura, teoria sistêmica), assim como os requisitos, elementos e aspectos necessários a um sistema de gestão ambiental, foram anotados de forma sistemática e objetiva, dispostos em capítulos, para posterior cruzamento e conclusões finais.

3.5 Organização, Análise e Tratamento dos Dados.

Em um primeiro momento, a administração pública, analisada à luz da teoria sistêmica em sua forma de atuação, teve definidos e identificados seus elementos caracterizadores.

Ato contínuo, foram definidas as competências constitucionais municipais em matéria ambiental, tanto à luz do texto constitucional, como da Lei que regulamenta o art. 182, ou seja, o conhecido Estatuto da Cidade (Lei nº ...). Essa identificação teve a função exclusiva de tornar perceptíveis os instrumentos de ação municipal para a defesa e preservação do meio ambiente. Todavia, o assunto neles não se esgota uma vez que é a capacidade organizacional da Administração para efetivar esses instrumentos que mais justifica a pesquisa.

Identificadas as competências municipais foi possível apontar ações necessárias à implantação do Sistema de Gestão Ambiental como forma de correção de imperfeições administrativas (de organização e procedimentos), ou seja, que instrumentos a lei disponibiliza para a administração pública agir a respeito e de que forma esses instrumentos (enquanto ferramentas de atuação/ação) podem ser efetivados.

As ações municipais propostas, podem servir de referencia para que as secretarias municipais, no âmbito de suas competências, a elas se conformem. Ou seja, o estudo oferece uma nova perspectiva organizacional que se julga capaz de efetivar as ferramentas legais postas à disposição do Município para a defesa do meio ambiente.

Tanto as secretarias ou setores da Administração, bem como sua interatividade e competências, precisam ser redefinidas e caracterizadas dentro do processo administrativo sob uma perspectiva sistêmica de funcionamento. Essa visão sistêmica parece-nos imprescindível para evitar o fracionamento ou setorização do tema (meio ambiente) e evitar decisões disformes ou contraditórias entre si.

A forma de execução destas competências foi disposta em ações procedimentais próprias de um Sistema de Gestão Ambiental – SGA -, identificado e dissecado em seus requisitos e elementos essenciais.

Neste mesmo contexto, o Sistema de Gestão Ambiental será, dialeticamente, formatado para servir de estrutura de ligação entre as diversas secretarias em prol das atividades e competências municipais identificadas.

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