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Efetivei uma pesquisa de natureza investigativo-qualitativa, explicativa, e crítico-sistemática, e iniciei dando ênfase a uma revisão de literatura (num primeiro momento), no contexto de uma pesquisa bibliográfica de fontes primárias. Como por exemplo, acessando o site – https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/ – da Biblioteca Nacional. Embasado no que há de mais moderno, de acordo com Freitas, Janissek-Muniz e Moscarol (2004, p. 1).

A Internet oportuniza uma forma de coleta e de disseminação das informações nunca antes possível de ser realizada. Com ela, o pesquisador não está mais limitado pelas restrições de tempo, custo e distância, possuindo um acesso mundial praticamente instantâneo, com despesas mínimas. O tipo de questionário a ser administrado pode passar longe das tradicionais impressões, permitindo que o pesquisador utilize uma interface muito mais interativa e rica, seja na coleta ou na apresentação dos resultados. Com a internet, é possível conceber – para acesso remoto de usuários externos – apresentações multimídia com sons, imagens e vídeos, o que não era possível nas tradicionais formas de aplicação dos questionários. (Grifo do doutorando).

E conforme Lakatos e Marconi (2001, p. 83), a pesquisa bibliográfica reúne “toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos etc.”

Procurei me familiarizar com “tudo” o que foi redigido, declarado e

cinematografado que estivesse relacionado com o objeto da tese e, num segundo momento, fiz uma análise documental-iconográfica. Lançando mão de uma pesquisa que foi realizada inclusive na internet, utilizando, assim, variadas fontes, seja no modelo de citações, resumos, resenhas, artigos, dossiês, monografias, dissertações, teses, estudos e

livros, etc. “Tudo” ou quase “tudo” digitalizado e/ou on-line que, de modo abrangente,

mostrou-se imprescindível para a evolução da investigação.

Tendo a clareza (como abordo no final da justificativa), de que as apreciações –

de “tudo” que é longínquo no tempo cronológico ou na história – não podem ser feitas a

partir de padrões ou valores contemporâneos, pois isso comprometeria a pesquisa desde o seu nascedouro. E, com certeza, é imperativo promover diálogos visando à interseção de pontos de vista diferentes (ou até divergentes) sobre um processo histórico-social, econômico, político, cultural, ambiental e por fim religioso. Ou seja, toda essa diversidade de “olhares” disciplinares ou interdisciplinares podem contribuir bastante para o campo das Ciências da Religião.

Assim, empreguei autores como Eliade (1992) para quem o homo religiosus

fia-se, continuamente, de que há uma verdade profunda que ele chama de sagrado, que extrapola este universo; porém, aqui se faz perceptível, sendo por ele reverenciado e transformado em legítimo (ou aquilo que existe).

Também contribuíram as perspectivas de Durkheim (2009), para quem a religião é como um conjunto de forças, de abstrações, uma autoridade atípica. E Weber (2009) que, sobre o “carisma”, afirma, que as aptidões (ou capacidades) carismáticas, não afloram em coisa alguma ou em quem quer que seja que não as detenha em princípio (em “dom”), sendo que tal dom ficará oculto se não for incitado à evolução, ou seja, quando o carisma não for acordado.

Quanto a Mauss (2003), sobre os aspectos “dádiva” e “reciprocidade”, ele afirma que entre indivíduos, pertences são doados em reciprocidade, acontecendo aí também a permuta de apreços ou gentilezas. Todavia, esses indivíduos se doam ao doar, e, se os

indivíduos se doam, é pelo motivo de que se necessitam – eles e seus pertences – como semelhantes.

Aqui cabe uma reflexão à luz do pensamento de Dom Helder Camara (2009, p.3):

Dois mil anos após o nascimento do Cristo, mais de dois terços da humanidade encontra-se em condições infra-humanas de miséria e de fome. Mais de dois terços dos filhos de Deus vivem em condições subumanas. Vinte por cento da humanidade consome 80% das riquezas da terra. Oitenta por cento da humanidade deve se contentar com menos de 20% destas mesmas riquezas. (Grifo do doutorando).

Com base na parceria entre Berger e Luckmann (2004), empreguei os conceitos de exteriorização, objetivação e interiorização, através dos quais os autores atestam que, por intermédio da exteriorização, a coletividade se torna um artigo do homem, por meio da objetivação, a coletividade se transforma em uma existência ímpar. E, por fim, na interiorização, o indivíduo se converte em um artigo da coletividade.

Em construção, o aparato epistemológico das Ciências da Religião não recusa os aportes de outras áreas do conhecimento, ao contrário, ele os utiliza, empregando subsídios da História e da História das Religiões (por exemplo, da obra de Mircea Eliade, já supramencionado), da Teologia, da Sociologia (como nas contribuições de Durkheim, Weber, Berger e Luckmann também já referidas), bem como os recursos da Antropologia (com Marcel Mauss), da Filosofia e da Economia, entre outras fontes do saber científico. Investigando nelas aspectos, como por exemplo, a história da SSVP, da ASC, da ASCB,

da DSI e, principalmente, da história (e até mesmo do pensamento) das AM’s (e da

administração-societária de Menezes à frente do CIC, entre os anos de 1891 e 1904. As especificidades do tema requisitaram destaques para obras e trabalhos

como: “Ação social católica no Brasil: corporativismo e sindicalismo” (AZEVEDO, 1996);

“Carlos Alberto de Menezes: pioneirismo sindical e cristianismo” (COLLIER, 1996); “A Doutrina Social da Igreja” (BIGO, 1969); “Fé cristã e compromisso social: elementos para uma nova reflexão sobre a América Latina à luz da Doutrina Social da Igreja” (BIGO; ÁVILA,1993); “Pequena enciclopédia da Doutrina Social da Igreja” (ÁVILA, 1993); “Reflexões sobre o trabalho dos operários: A atuação do empresário católico Carlos Alberto

de Menezes” (CABRAL, 2011); “O Apostolado dos Patrões: Limites e Possibilidades de um

Plano Industrial Disciplinar-Religioso em uma Fábrica Têxtil (Camaragibe, 1891-1908)” (LIMA, 2012); “A Fábrica de Tecidos de Camaragibe e sua organização cristã do trabalho

(1891-1908)” (AGUIAR; LIMA; CABRAL, 2012); “Um olhar de caridade” (POGGLIOLI, 2015) e “Caridade sem fronteiras” (PUBBEN; ARAÚJO, 2006), entre outros.

Além de Novaes (2001, p. 26), que discorre sobre São Vicente de Paulo: A presença de São Vicente na Igreja define o ser da Igreja: ela é dos Pobres. É certo que, em seu tempo, ele era expressão de solidariedade para com os mais fracos e pequenos. Os tempos passaram, e a lição que ele nos deixou é sempre atual. (Grifo do doutorando).

Por fim, a Doutrina Social Cristã – DSC tem com um dos seus cernes a afirmação de que o homem foi criado à imagem de Deus; dessa forma, conforme Charbonneau (1965,

p. 85), “criado à imagem de Deus, ele se define, portanto, existencialmente, como pessoa.

Este fato é capital e em torno dele gravita toda a Doutrina Social Cristã”. (Grifo do

doutorando).

No documento ALEXANDRE JOSÉ GOMES DE SÁ RECIFE (páginas 54-57)

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