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Capítulo 5 Análise e Resultados

5.2 Metodologia Aplicada

5.2.1 Definição de Cálculo de Variáveis para Análise

a) O ensaio de Fator de Dissipação ou de Fator de Potência (fp) [73]:

Este ensaio em TCs e TPs é uma das formas indiretas de se controlar a rigidez dielétrica do isolamento, pois não há possibilidade de medir esta rigidez diretamente sem provocar ou acelerar a destruição do isolamento. As principais causas de deterioração do isolamento, são devidas às ações de contaminantes térmicos, químicos e absorção de unidade.

Os contaminantes térmicos são normalmente originários dos ciclos de variação de temperatura ou altas temperaturas por períodos longos que podem causar o aparecimento de forças mecânicas internas e contribuem para a deterioração do material isolante, resultando em rachaduras e destruindo a integridade física do isolamento. Os contaminantes químicos, originam-se das reações químicas que ocorrem no processo de envelhecimento, tendendo a enfraquecer o isolamento e reduzir a rigidez mecânica, podendo conduzir a uma falha elétrica. Quando o isolamento está contaminado ocorre normalmente um aumento da corrente de condução que ocasionará uma elevação de perdas dielétricas. Tendo em vista que a contaminação do material isolante pode conduzir a consequências graves, torna-se importante uma interpretação correta do ensaio para servir de indicação de deterioração das propriedades dielétricas do isolamento.

b) O objetivo do ensaio [74]:

A medição do fator de perdas dielétricas ou fp, destina-se a obtenção de um parâmetro para avalição da qualidade do isolamento principal do TC ou TP por meio de comparação do valor medido em fábrica com os valores obtidos em campo ao longo da vida útil do equipamento. Este ensaio é aplicável a TCs e TPs imersos em óleo com Vm ≥ 72,5kV, sendo a medição feita por meio do método do watt por volt-àmpere ou pelo método de ponte. As medições devem ser realizadas a 10kV (eficaz) para ensaios de rotina.

c) Método de ensaio:

A tensão deve ser aplicada entre os terminais primários curto-circuitados e o terra. Os terminais secundários curto-circuitados e a massa devem ser conectados à ponte de medição. Neste caso, a massa deve estar isolada do potencial de terra. Se o TC for fornecido com um terminal isolado especial para medição de tangente delta, este terminal deve ser desconectado

73 do potencial de terra e conectado à ponte de medição. Os circuitos de ensaio são apresentados nas figuras 5.4 e 5.5.

Figura 5.4 – Circuito de ensaio para transformador sem terminal especial para medição de tangente delta

FONTE: ABNT

Figura 5.5 – Circuito de ensaio para transformador com terminal especial para medição de tangente delta

FONTE: ABNT d) Critério de aprovação do ensaio:

O fato de perdas dielétricas medido à temperatura ambiente não pode exceder 0,5% para TCs e TPs imersos em óleo.

e) Classes de exatidão padronizada para TPs para medição [75]:

As classes de exatidão padronizadas para TPs monofásicos para medição são: [0,3 – 0,6 – 1,2]

74 Considera-se que um TP está dentro de sua classe de exatidão quando, para as condições especificadas, os pontos determinados pelos fatores de correção de relação (FCR) e pelos ângulos (𝛾) estiverem dentro do paralelogramo de exatidão na figura 5.6 para:

✓ Tensões compreendidas na faixa de 90 a 110% da tensão nominal, com frequência nominal;

✓ Todos os valores de cargas nominais, desde vazio até a carga nominal especificada, salvo acordo entre fabricante e usuário;

✓ TP com dois ou mais enrolamentos secundários, cada enrolamento deve estar dentro de sua classe de exatidão, nas condições mencionadas anteriormente, com os outros secundários alimentando cargas padronizadas, desde que a soma das cargas não ultrapasse a carga simultânea especificada.

✓ TP com enrolamento provido de derivações, as classes de exatidão devem ser especificadas separadamente para cada derivação, caso sejam diferentes. Caso contrário, as derivações devem estar dentro da classe total de exatidão.

FONTE: ABNT

75 O erro de relação e deslocamento de fase à frequência nominal não deve exceder os valores da tabela 5.1 a 5% tensão nominal e à tensão de limite superior (tensão nominal multiplicada pelo fator de sobretensão nominal (1.2, 1.5 ou 1.9)), com carga entre 0 e 100% de carga nominal.

Tabela 5.1 – Limites de erro de relação e deslocamento de fase para TPs de proteção

FONTE: ABNT

5.2.2 Definição de Análise Realizada para aplicação da Distribuição

Normal

Primeiramente estabeleceu-se o critério em considerar os resultados dentro de uma distribuição gaussiana para análise de criticidade e utilizando como classificação [76]:

{

𝐕𝐦 − 𝟐𝛛 𝐞 𝐕𝐦 + 𝟐𝛛 → 𝐃𝐞𝐟𝐞𝐢𝐭𝐮𝐨𝐬𝐨 𝐕𝐦 − 𝛛 𝐞 𝐕𝐦 + 𝛛 → 𝐂𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐥𝐞 𝐕𝐦 − 𝛛 < 𝐕𝐦 < 𝐕𝐦 + 𝛛 → 𝐍𝐨𝐫𝐦𝐚𝐥 Onde:

Vm: Valor Médio da Variável (fator de potência, capacitância ou tensão) do cálculo de

desvio padrão

∂: desvio padrão no Valor Médio da Variável (fator de potência, capacitância ou tensão),

conforme apresentado na tabela 5.2.

Tabela 5.2 – Limites de tolerância para

Desvio Padrão no Valor Médio da Variável TC TP Normal [0 a 1,9] % [0 a 0,9] % Controle [2 a 4,9] % [1 a 2,9] %

Defeito ≥ 5% ≥ 3%

FONTE: Autor

As variáveis utilizadas para as análises de cálculo em TC’s foram os últimos ensaios de fator de potência e capacitância encontrados no sistema de gestão módulo de manutenção - SAP R3 e para os TP’s as leituras de tensão no secundário encontradas no Sistema de Gerenciamento de Energia - SAGE no Centro de Operação Pará – pertencentes à Eletronorte - PA.

Em seguida foi montado o fluxograma que norteou a mineração da base de dados cedida pela empresa Eletronorte-PA, nele está descrito o passo-a-passo realizado durante este estudo.

76 Segue metodologia para controle de TIs (TCs e TPs) com aplicação de Distribuição Normal para avaliação da confiabilidade operativa destes equipamentos aplicado à Eletronorte -PA.

Figura 5.7 - Fluxograma Metodologia para Controle de TIs com Distribuição Normal

FONTE: Autor

Os itens seguintes têm por objetivo detalhar os passos do Fluxograma apresentado acima, desde o mapeamento dos espécimes até o resultado final encontrado, com o intuito de dar suporte técnico e científico para auxílio em decisões gerenciais como: avaliar se o espécime pode ser retirado de operação de imediato ou acompanhar a evolução do problema até o melhor tempo de parada, sem risco de danos para o sistema em que este equipamento está conectado.

Mapear Equipamento Instalado: - TC - TP Identificar Equipamento: Fabricante Classe de Tensão Subestação Tempo de Operação Estratificar Problemas: Identificar pontos criticos Falhas e defeitos recorrentes Comparação dos especimes por

Tempo de Operação Verificar Historico: Ensaios de Preventivos TC Medição de Tensão TP Avaliar Risco: Comparação de Resultados Através da Distribuição Normal

Normal Permanecer com Espécime

Sim Não

Fazer Reteste

Controle

Acompanhar evolução com outros ensaios (termografia,

analise de gás e outros) Providenciar compra de novo equipamento Sim Não Defeito Retirar de operação

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