2. O APORTE METODOLÓGICO
2.3 Metodologia
O passo a passo metodológico das análises de dados está fundamentado
principalmente na análise de conteúdo proposta por Bardin (2012). Este método de análise,
esta pautado na descrição, inferência e interpretação dos materiais coletados e catalogados.
Consistindo num conjunto de técnicas e instrumentos metodológicos capazes de efetuar a
exploração objetiva de dados, informações ou discursos, fazendo-os aparecer no conteúdo das
diversas categorias de documentos, exceto alguns elementos particulares que possibilitam a
elaboração de certo tipo de caracterização. A análise de conteúdo será o principal aporte
metodológico a ser empregado na pesquisa, mas outros autores poderão ser recorridos para
ajudar na análise de questões mais subjetivas, como por exemplo, a utilização da entrevista
oral. Sobre a análise de conteúdo, esta possui três fases de análise, segundo Bardin (2012),
disposta da seguinte maneira:
I – Fase de pré-exploração do material e/ou de leituras flutuantes.
II – Seleção das unidades de análise.
III – Processo de categorização e subcategorização.
Uns dos instrumentos de coleta de dados e analisados metodologicamente por meio da
análise de conteúdo foram os questionários
15(anexo 1). Este tipo de técnica de coleta de
dados tem por objetivo proporcionar ao pesquisador determinado conhecimento acerca do
tema de pesquisa, quando são muitos os envolvidos (HILL & HILL, 2002). Assim, a escolha
por este tipo de instrumento, pautada em questionários centra-se no fato da possibilidade
investigativa de quantificar os dados coletados com maior eficácia, no caso, os vinte e seis
(26) questionários respondidos por docentes da rede estadual e municipal de ensino da cidade
15
Conforme me referi no início desta investigação, os dados foram coletados ao final do curso de graduação em Licenciatura em História e aqui são aprofundados em sua análise.
34
do Rio Grande, RS coletado no ano de 2014 para realização do trabalho de conclusão de curso
em História.
Hill & Hill, corroboram com o pensamento de Hoz (1985 p, 58) quando este afirma
que a investigação por questionários “(…) é um instrumento para recolha de dados constituído
por um conjunto mais ou menos amplo de perguntas e questões que se consideram relevantes
de acordo com as características e dimensão do que se deseja observar.”. Nesta perspectiva,
pode-se obter um conhecimento específico, seja de opinião, de crenças, de expectativas, de
ideias, de interesses, de sentimentos, etc.
Após a realização da heurística – processo de levantamento das fontes em função do
problema de pesquisa – pode-se constatar através das estruturas de análise metodológica das
fontes, as concepções no que tange as similitudes que justificam os pareceres dos pesquisados
assim como, as que desacreditam a utilização das mídias cinemáticas como fator de
enriquecimento do ensino de História. Essas concepções sobre o uso do cinema no ensino de
História serão refletidas com mais afinco nos próximos capítulos.
Os questionários aplicados aos professores, assim como as cinco entrevistas orais
realizadas, tiveram o seguinte tratamento de análise:
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Figura 3: Desenvolvimento das fases de análise da investigação
Fonte: Esquema adaptado de BARDIN, 2011.
O organograma acima corresponde à primeira etapa das análises do material empírico
coletado junto aos professores pesquisados. Nesse primeiro momento de pré-análise do
material, emergiram categorias de análise, conforme foi realizada a separação dos elementos
Leitura “Flutuante” dos Documentos
Questões Objetivas Caracterizar os dados através
da quantificação e da qualidade de abordagem
Dimensões e Direções de Análise
Indicadores Aprendizagens, estratégias, reflexão e avaliação Testar Técnicas Referências Organizacionais Formação, tempo no Magistério, Pós-Graduação Escolha dos Documentos
Questionários e Entrevistas Orais EXPLORAÇÃO DO MATERIAL Preparação do Material Divisão em categorias de análise Constituição do Corpus 26 Questionários 6 Entrevistas Orais
TRATAMENTO DOS RESULTADOS E INTERPRETAÇÕES Administração das técnicas no corpus
Interpretação
Provas de validação
Inferências
Síntese e seleção dos resultados Operações estatísticas
Representação Gráfica PRÉ-ANÁLISE
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presentes nos questionários e nas entrevistas, o que possibilitou em uma avaliação dos dados
presentes nesses instrumentos. Através da codificação, os dados brutos obtidos através dos
questionários e das entrevistas orais, permitiu transformá-los sistematicamente em unidades
de análise. A organização do tratamento dos dados ocorreu através de três modalidades
distintas, mas relacionadas entre si: As unidades de registro, as regras de enumeração e a
classificação quantitativa/qualitativa.
Na primeira modalidade, unidades de registro, foi selecionado o documento como
unidade de registro. Na segunda categoria, as regras de enumeração, foi realizada a contagem
dos materiais contidos nos instrumentos de análise, distinguindo-os através da utilização de
duas regras de enumeração: a frequência e a média ponderada dos materiais presentes apenas
nos questionários, como fonte para a pesquisa quantitativa e qualitativa. Sendo estes últimos,
a terceira fase da codificação. Este último segundo Bardin são “rubricas ou classes, as quais
reúnem um grupo de elementos (unidades de registro) sob um título genérico, agrupamento
esse efetuado em razão das características comuns destes elementos” (BARDIN, 2011, p.
145). Na visão de Bardin (2011), a análise de conteúdo pode e deve ser realizada com base
nos critérios ou unidades de registros elencados e divididos em três indicadores ou técnicas de
análise: semânticos (categorias temáticas), os sintáticos (verbos e adjetivos) e ainda léxicos
(sentido das palavras). Sendo assim, o método de análise de conteúdo proposto pela autora
tem como objetivo aprofundar o conteúdo a ser analisado e interpretado.
Em relação às fases de análise, no primeiro momento foram entregues com a devida
explicação os questionários aos professores de História e, posteriormente, realizada a leitura
dos dados presentes no instrumento de coleta. Ainda nessa fase, foi possível perceber alguns
aspectos que saltaram aos olhos no primeiro instante, como, por exemplo, os gêneros fílmicos
que eram utilizados pelos docentes em suas aulas e também o modo como era conduzida a
aula após os estudantes assistirem ao filme. Ainda sobre a primeira fase, dois fatores foram
determinantes para a escolha dos locais e sujeitos participantes da pesquisa:
a) O Estabelecimento de ensino obrigatoriamente deveria pertencer à Secretaria
Municipal de Educação – SMEd ou à 18ª Coordenadoria Regional de
Educação – CRE.
b) Ser professor de História da rede púbica de ensino da cidade de Rio Grande,
RS.
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Na II fase, a da seleção das unidades de análise, os dados presentes nos questionários
foram divididos com o intuito de possibilitar uma análise aprofundada dos mesmos, como
podemos perceber na figura abaixo:
Figura 4: Categorias de Análise da Pesquisa
Já na fase III, ocorreu o processo de categorização dos materiais, mencionados
anteriormente dentro das unidades de análise.
Cabe mencionar, que no processo de construção desta pesquisa todas as fases foram
revisitadas mesclando-se com outros métodos como as entrevistas orais. Inicialmente, a ideia
geral era realizar um debate com professores da rede pública através da técnica de grupo focal
proposta por Angelina Gatti (2012), com o objetivo de captar as experiências, as atitudes, os
sentimentos, etc., dos pesquisados com relação ao tema desta investigação. No entanto, não
foi possível devido a desencontros e aos compromissos dos pesquisados, inviabilizando o
encontro entre o grupo. Assim, optou-se por trabalhar com elementos da História Oral, para
conseguir conversar com os professores sem atrapalhar os mesmos em suas atividades de
docência. Como foram utilizados os questionários para obter dados mais objetivos, a
entrevista oral foi utilizada visando capturar elementos mais subjetivos das narrativas dos
sujeitos pesquisados no que tange a utilização do produto cultural – cinema – na sala aula.
Szymanski (2011) sustenta que a entrevista aplicada nas pesquisas de educação tem
como objetivo firmar uma “situação de interação humana, em que estão em jogo às
percepções do outro e de si, expectativas, sentimentos, preconceitos e interpretações para os
Unidades de Análise da Pesquisa
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