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5. Avaliação do impacte de Phomopsis amygdali na região da Beira Interior.

5.2.3. Metodologia

Em Janeiro de 2005 foi realizado um questionário dirigido aos agricultores responsáveis pelos pomares previamente indicados pela APPIZÊZERE, com vista à caracterização do agricultor, da exploração e da parcela com pessegueiros da cv. Rich Lady.

Após a anuência dos agricultores em participarem neste estudo, abreviadamente designado por 10RL, durante o mês de Janeiro de 2005, em cada pomar foram marcadas 10 árvores que constituíram a UA e sobre a qual se fizeram as observações ao longo dos ciclos 2005, 2006 e 2007.

A metodologia referida por Lalancette e Polk (2000), adaptada à região por ter pomares de menores dimensões, foi utilizada para a marcação de cada UA, procedendo-se do seguinte modo (Fig. 5.3):

 em cada parcela seleccionaram-se as três linhas de plantas que permitiam a divisão da parcela em 4 partes;

 na primeira linha seleccionada marcaram-se 3 plantas, no final do primeiro terço da linha;

 na segunda linha seleccionada marcaram-se 4 árvores, sendo que a primeira destas quatro árvores localizar-se-ia na perpendicular da última árvore marcada no passo anterior;

5. Avaliação do impacte de Phomopsis amygdali na região da Beira Interior. Caracterização do estado de nutrição na cv. Rich Lady

 na terceira linha seleccionada marcavam-se as restantes três árvores, procedendo de modo semelhante ao passo anterior, ou seja, a primeira árvore marcada na terceira linha encontrava-se na perpendicular da última árvore marcada na segunda linha. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Linha A ○ ○ ○ ● ○ ● ○ ○ ● ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Linha B ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ● ○ ● ○ ○ ● ○ ○ ● ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Linha C ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ● ○ ○ ● ○ ○ ● ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Figura 5.3. Esquema geral de marcação de unidade de amostragem. ● – árvores da unidade de

amostragem; ○ – árvores do pomar.

Este procedimento para a marcação de árvores que constituem uma UA permite não só a adaptação rápida à dimensão da parcela, como também a marcação de algumas árvores sem qualquer tipo de indução pessoal, uma vez que, a primeira árvore da segunda e da terceira linha, estarão automaticamente seleccionadas pela última árvore da linha anterior. Para além das vantagens referidas, este procedimento na marcação de unidades de amostragem facilita o trabalho de campo, evitando perdas de tempo na procura das árvores quando os pomares se encontram com grande arborescência.

Cada UA foi identificada pelo número correspondente às dezenas, permitindo a identificação de cada árvore com o número correspondente à unidade. Posteriormente, para apresentação das UAs de acordo com a localização no sentido Norte-Sul, foi adicionada uma letra permitindo a sua ordenação.

A localização de cada UA foi realizada através de sistema informático de georeferência (SIG), representando o ponto médio do conjunto das 10 árvores marcadas, no sistema de coordenadas Hayford Gauss Militar, usando o software ArcGis 9.1. Como base foi utilizada a Carta Administrativa Oficial de Portugal, cujos metadados se encontram no Anexo 1.

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da Beira Interior. Caracterização do estado de nutrição na cv. Rich Lady

Durante Fevereiro de 2005 foram recolhidas amostras de solo, correspondentes às profundidades 0-20 cm e 20-50 cm, para cada UA. Cada amostra resultou de 10 sub-amostras recolhidas junto às 10 árvores que constituem a unidade de amostragem, conforme metodologia indicada por Cavaco et al. (2006). Com base nestas amostras foi realizada a análise sumária no Laboratório de Solos e Fertilidade da Escola Superior Agrária, ou seja, a determinação da classe de textura, pH, matéria orgânica e teores de fósforo e potássio extraíveis (método de Egner-Riehm), para caracterização das condições edáficas (Quadros 5.6 e 5.7).

Em cada árvore constituinte da UA foram marcadas quatro pernadas, sobre as quais se realizaram as observações (Fig. 5.4).

Figura 5.4. Árvores constituintes da UA exibindo as marcações feitas em quatro pernadas por

árvore.

Durante o mês de Março dos ciclos de 2005, 2006 e 2007, observaram-se e contabilizaram-se todos os lançamentos existentes nas pernadas marcadas, fazendo a distinção entre ramo misto sem atarraque, ramo misto atarracado, ramo misto com antecipada1 e ramo floral.

Para cada tipo de lançamento observou-se a presença ou ausência de cancro causado por P. amygdali, avaliando, deste modo, a incidência da doença, de acordo com a definição apresentada por Nutter et al. (1991).

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Durante o período de floração contabilizou-se o número de flores em cada pernada marcada.

Após o vingamento, no período que decorreu entre o final do mês de Abril princípios de Maio, contabilizou-se o número de frutos nas pernadas marcadas.

Com base nas observações realizadas calculou-se a incidência da doença e a quebra de produção.

A incidência da doença foi quantificada por dois parâmetros, o número de ramos com cancro e a percentagem que esses ramos representam relativamente ao número total de ramos amostrados. Sempre que, localizando-se o cancro sobre a parte terminal do ramo, apenas morria uma parte do lançamento, a incidência da doença foi contabilizada como uma fracção do ramo.

A redução de produção foi calculada com base na metodologia apresentada por Lalancette (2000), que define:

redução de produção = redução de frutos / número total de frutos,

sendo que,

número total de frutos = número médio de frutos por ramo saudável multiplicado pelo número total de ramos, contabilizando todos os ramos, quer saudáveis, quer com cancro.

redução de frutos = número de ramos com cancro x número médio de frutos por ramo saudável.

Assim, a redução de produção vem expressa em percentagem de frutos.

Para cada unidade de amostragem, uma vez que o número de frutos foi contabilizado globalmente, permitindo calcular a taxa de vingamento, vem:

redução de frutos = n.º ramos com cancro x (n.º médio de flores/ramo) x taxa média de vingamento;

A taxa de vingamento foi calculada globalmente, para cada árvore e unidade de amostragem, pela divisão entre o número de frutos contabilizados em Maio e o número de flores contabilizadas em Março.

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colhida cerca de 20 dias antes da colheita dos frutos, o que corresponde a 90 a 95 dias após a plena floração (DAPF), e a segunda amostra foi colhida 20 dias após a colheita dos frutos, o que corresponde a 120 a 130 DAPF. Cada amostra de folhas foi constituída por 100 folhas, resultando de 10 folhas por cada árvore, colhidas no terço médio do lançamento do ano, sempre em lançamentos sem ramificação secundária.

As análises foram realizadas no Laboratório de Solos e Fertilidade da ESACB, tendo sido determinados os teores de azoto, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, ferro, manganês, zinco e cobre. O azoto foi determinado pelo método de Kjeldhal, o fósforo por espectrofotometria de absorção molecular e os restantes elementos por espectrofotometria de absorção atómica em chama.

No ciclo de 2007, devido ao mau estado sanitário da UA B.70, verificando-se a morte de 50% das árvores constituintes desta UA, a mesma deixou de ser considerada neste estudo.

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