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Metodologia de Conceção do Estado Futuro

CAPÍTULO 3 METODOLOGIA DE UNIFORMIZAÇÃO DA GESTÃO VISUAL

3.3. Metodologia de Conceção do Estado Futuro

Esta divisão da Metodologia em duas partes deve-se ao facto de estas quatro etapas finais não serem consideradas como metodologia de avaliação, são consideradas etapas resultantes da metodologia anteriormente apresentada. Na figura 3.2, encontra-se representada a Metodologia referente ao processo de produção de melhorias.

Figura 3.2 – Metodologia de Conceção do Estado Futuro

1) Definição de Pressupostos para a conceção de melhorias

A conceção de propostas de melhoria tem de ser tratada como um tema que possui regras e deve ser estudado antes de apresentar melhorias, que se mal calculadas podem ser piores que as ferramentas atuais implementadas. Como etapa inicial a metodologia deve garantir pressupostos definidos pela entidade que aplica a metodologia. Esses pressupostos que as propostas de melhoria devem apresentar são:

§ Objetividade: deve ser clara, de modo a que não haja confusão no significado e utilização da ferramenta;

§ Similar: se alguma fábrica já possui uma ferramenta bem desenvolvida, esta apenas sofre umas melhorias mantendo-se similar ao apresentado pela fábrica;

§ Fiável economicamente: as propostas de melhoria devem ter em consideração a sua fiabilidade económica, devido ao momento que se atravessa;

§ Simples e intuitiva: como a parte visual é retida mais facilmente pela memória, quanto mais simples uma ferramenta for, mais eficaz se torna;

§ Respeitar cores e layouts: aquando da conceção de melhorias deve ser tido em conta as regras da organização onde se aplica a metodologia.

O modo como as melhorias são concebidas deve obedecer aos critérios propostos referidos, apesar de não ser uma obrigação, podem resultar numa maior probabilidade de serem validadas. Essa necessidade de criação de pressupostos para a conceção de propostas de melhoria, neste

Definição de Pressupostos

Implementação de Melhorias Geração de Melhorias

Processo de Validação de Melhorias

caso de estudo, deve-se ao facto de, por norma, não ser uma única pessoa que trabalha num projeto desta dimensão.

2) Geração de Melhorias baseadas nos pressupostos

Através da visualização da informação em papel e em fábrica, é efetuado um brainstorming para a melhoria das ferramentas escolhidas, sempre com os pressupostos em mente. Esse brainstorming deve ser realizado por uma equipa de dois ou mais elementos, pois numa equipa com mais elementos consegue-se obter múltiplos outputs, ou seja, várias formas de apresentar uma ferramenta. Neste caso de estudo, no entanto, a equipa era constituída apenas por um elemento, tendo-se recorrido a várias pessoas de diferentes áreas para a ferramenta em estudo. Consoante o nível das ferramentas atuais, as melhorias a efetuar são mais facilmente identificadas. Quando se trata de ideias novas, ou seja, não existe nada de igual na fábrica, é preferível apresentar uma melhoria simples, mas funcional, pois a habituação a essa nova ferramenta pode ser demorada.

Apresentam-se todas as melhorias, mesmo que existam várias para o mesmo conceito, pois é recomendado haver mais que uma solução, no entanto, não é condição necessária. No fim, para validação é escolhida a mais adequada para a sua aplicação na divisão.

3) Processo de Validação de Melhorias

Esta etapa ocorre quando as sugestões de melhoria são apresentadas à Equipa Central (constituída pelos Diretores de todas as regiões), responsável pela aplicação do Lean nas fábricas, com o objetivo de serem escolhidas as ferramentas a uniformizar.

O processo de validação de melhorias é, basicamente, a sua aprovação e uniformização como boa prática dentro da Powertrain Systems. Uma ferramenta é validada quando a proposta apresenta potencial maior do que o que está implementado neste preciso momento e rapidamente trará benefícios visíveis à organização. Essa comparação é feita com recurso a uma tabela com vantagens e desvantagens das ferramentas antigas e as propostas, como se pode observar na tabela 3.2. A tabela deve possuir o seguinte layout:

Tabela 3.2 – Template base para comparação entre a nova ferramenta e as já implementadas

Características Nova Ferramenta Ferramenta Fábrica 1 Ferramenta Fábrica 2 ... Característica 1 Característica 2 ...

A não existência de características predefinidas é devido ao tipo de ferramenta estudada, pode haver características que não fazem sentido serem utilizados para as outras ferramentas. Para o seu preenchimento a entidade deve efetuar a marcação na tabela consoante a característica do tópico seja verificada, através de “✓” se possuir a característica ou caso não possua “✗”. Através dessa análise é possível verificar se a melhoria proposta tem, em teoria, mais potencial que as ferramentas implementadas, fazendo um balanço entre a quantidade de pontos positivos e negativos.

Uma proposta não validada não significa que essa melhoria não possa ser implementada. Pode significar apenas que a Equipa Central não a considerou uma prioridade no momento da sua alteração, deixando-a assim para um momento mais oportuno.

Após a comparação numa tabela é importante também ouvir os colaboradores. Com os protótipos feitos são elaborados testes com os colaboradores, onde os mesmos dão as suas opiniões relativamente às ferramentas a implementar e se possuem vantagens face às que se encontram implementadas.

4) Implementação de Melhorias

Após aprovação da Equipa Central, é o momento certo para a implementação das melhorias a nível mundial. É um processo lento pois as implementações demoram o seu tempo, tendo que se agir o mais rápido possível.

O output resultante da aplicação da metodologia é a implementação das ferramentas que foram sujeitas a melhorias, no shop floor e um booklet, em que o seu objetivo é servir de guião para novas fábricas e a compilação dos standards utilizados num livro de acesso a todos os empregados da organização. O booklet deve ser de formato A5, para fácil consulta na fábrica e visualmente apelativo, deve possuir capítulos referentes a cada conceito, onde se agrega a informação de qual ferramenta se trata, sua utilização/instruções e apresentação.

Esta etapa finaliza todo um processo de recolha e análise de informação relativa a fábricas de diferentes regiões, culminando no futuro sucesso do projeto.