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PARTE I INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 1 – ENQUADRAMENTO DA INVESTIGAÇÃO

1.4. Metodologia e estrutura do trabalho

O trabalho que apresentamos aborda um conjunto de relações sociais entre grupos de pessoas, o que faz com que seja considerado um trabalho de investigação social (Angulo, 2002). O conceito de investigação pode ser concebido como um processo ou uma atividade de procura objetiva de conhecimento sobre determinadas questões factuais (Gauthier, 2003). Este autor indica que numa investigação procura-se tomar contato com a realidade. Uma posição semelhante é referida também por D'Oliveira (2005), que indica que o desenvolvimento de uma investigação científica envolve o conhecimento e o estudo de um determinado fenómeno.

Para cumprir com tal objetivo surge a necessidade de desenvolver um caminho que, apoiado num conjunto de técnicas, permita de forma estruturada e organizada alcançar o que se pretende.

Gauthier (2003) estrutura e sugere a investigação em quatro etapas, ou seja, desde a observação à teorização se deve passar pelo estabelecimento do objeto de estudo, a estruturação da investigação, a obtenção da informação e a análise da observação, conforme se indica na tabela seguinte (tabela nº 1).

12 Tabela nº 1: Etapas da investigação social

Observação – Teorização Preparação da investigação

Obtenção da informação Análise da

observação Estabelecimento do objeto de estudo Estruturação da investigação Especificação do problema Investigação documental Teoria e sentido da investigação Estrutura da prova Medida Amostra Ética Observação direta Entrevista não dirigida História de caso Grupo de discussão Análise de conteúdo Sondagem Dados secundários Simulação Tratamento dos dados Análise dos dados Fonte: Gauthier (2003)

De uma forma geral a primeira etapa da investigação é a preparação da observação compreendendo duas fases distintas: a primeira, de carácter mais teórico, corresponde ao agrupar de ideias e ações a empreender, com a definição do objeto do estudo, ou seja, a sua estruturação, seguindo-se considerações mais objetivas da investigação. A segunda fase, de carácter mais prático, compreende a obtenção da informação e a recolha dos dados e posteriormente o respetivo tratamento, análise dos mesmos e a difusão dos resultados.

Assim, o projeto é iniciado com uma questão sobre o que se pretende alcançar, apontando uma questão base, limitando desta forma o campo de interesse. Tendo como ponto de partida uma determinada teoria formulamos algumas hipóteses que resumem um conjunto de propostas e expectativas. De seguida, centramo-nos no tipo de investigação a desenvolver de modo a confirmar ou não as hipóteses sugeridas. É assim necessário decidir que tipo de estudo pretendemos realizar e que dados iremos recolher bem como a forma de o levar a cabo (Bachelard, 2006). Para além disso, será necessário ter em conta alguns aspetos próprios de deontologia profissional que a investigação deve cumprir relacionados com os dados obtidos, ou seja, a investigação não deve transgredir a deontologia profissional.

13 Conforme Gauthier (2003), esta sequência lógica de etapas de investigação não corresponde na prática ao caminho normalmente seguido, dado que muitas vezes a investigação deva ser abordada de uma forma não linear em virtude da complexidade da investigação. Assim, o caminho mais realista de uma investigação de âmbito social será o seguinte (figura nº 1):

Figura nº 1: Caminho da investigação social

Fonte: Gauthier (2003)

Na investigação desenvolvida, procurámos seguir a metodologia do autor indicado anteriormente. Em relação ao tipo de estudo a realizar, Robson (1999) defende que podem ser efetuados três tipos distintos de investigação, ou seja, através de estudos exploratórios, descritivos e também explanatórios. Nos dois primeiros é dado enfase ao estudo de realidades das quais pouco se conhece assim como também a obtenção de um conhecimento mais profundo dos fenómenos. No último indicado, o explanatório, procura-se apresentar explicações para uma determinada realidade ou problema (D’Oliveira, 2005), sendo este tipo de investigação que se tenta levar a cabo no trabalho

Contexto organizacional, social, económico, político Problema de Teoria ou Quadro Concetual Hipóteses Estrutura da prova Conceitos e definições teóricas e operacionais Plano da Amostra Métodos de recolha dos dados Ética Análise e conclusões Observações Conhecimento

14 realizado. Pretende-se portanto proceder ao estudo de relações de causa-efeito, bidirecionais ou de múltipla influência.

A presente investigação procura o conhecimento para determinadas realidades numa lógica predominantemente dedutiva, conforme indica Gauthier (2003), o que significa que parte de um conjunto de conhecimentos teóricos já estabelecidos para assim os validar com dados empíricos.

Para realizar esta investigação definimos, como base de partida, uma questão geral orientadora da investigação. A questão formulada pelo investigador está sujeita a verificação através do desenvolvimento da investigação (Bachelard, 2006). Trata-se de uma guia de orientação para a investigação que se realizará. Como se indicou anteriormente a questão a investigar é a seguinte: “Sendo a formação uma prática socialmente responsável, influência o desempenho da empresa?”

Tomando como ponto de partida a questão base assinalada expressamos um conjunto de afirmações que dão lugar à definição de hipóteses a desenvolver e justificar mais à frente (Gauthier, 2003; Bachelard, 2006). Apresentamo-las de seguida através da seguinte tabela (tabela nº 2).

Tabela nº 2: Hipóteses de partida

Hipóteses

H1: A adoção de diferentes práticas de RS influencia positivamente a importância atribuída às práticas de formação promovidas pela empresa

H2: A importância atribuída às práticas de formação tem um efeito positivo no

desempenho empresarial

15 Segundo Angulo (2002) as hipóteses formuladas pelo investigador vão permitir estabelecer afirmações sobre determinadas relações entre as variáveis a estudar proporcionando ao investigador linhas de orientação sobre como a ideia original pode ser comprovada com o objetivo de obter determinadas conclusões.

Todos os aspetos relacionados com as hipóteses idealizadas se desenvolverão com mais detalhe no decorrer da elaboração do trabalho.

A verificação das hipóteses assinaladas implica a definição e o alcance de um conjunto de objetivos gerais e específicos enunciados na tabela seguinte (tabela nº 3), importantes para o desenvolvimento da nossa investigação:

Tabela nº 3: Objetivos gerais e específicos da tese doutoral

Objetivos Gerais Objetivos Específicos

Verificar a importância atribuída à RS nas

organizações

Conhecer as práticas desenvolvidas de RS nas organizações

Indicar a importância atribuída aos indicadores de RS existentes nas organizações

Verificar se a RS desempenha um papel estratégico nas organizações

Verificar a contribuição do conhecimento para o

crescimento das organizações

Conhecer as práticas de valorização dos recursos humanos das organizações

Verificar a importância das diversas práticas de valorização de conhecimentos dos recursos humanos das organizações

Verificar a influência das práticas de valorização dos conhecimentos no desenvolvimento de competências dos recursos humanos das organizações

Verificar o papel da formação nas

organizações

Verificar a inserção da formação nas práticas de RS

Verificar a relevância da formação no conjunto das práticas de valorização dos recursos humanos

Verificar a contribuição da formação para o desenvolvimento de competências dos recursos humanos das organizações

Verificar medidas de desempenho das

organizações

Conhecer os indicadores de resultados obtidos nas organizações Conhecer os indicadores de crescimento da atividade nas organizações Conhecer os indicadores do grau de relacionamento com os clientes

No que diz respeito à estrutura e desenvolvimento da investigação

dividida em quatro componentes fundamentais, a introdução, o enquadramento teórico, o estudo empírico e as reflexões finais.

Apresentamos na figura

Figura nº

A primeira parte procura

do trabalho de investigação. Esta primeira parte compreende este primeiro capítulo do trabalho. Iniciamos com uma introdução ao tema, seguido de uma justificação à pertinência do mesmo, definindo depois o problema e o objetivo em concreto e, finalmente indicamos a metodologia e a estrutura do trabalho.

A segunda parte

abordados no trabalho de investigação, correspondendo aos capítulos dois, três e quatro. No que diz respeito à estrutura e desenvolvimento da investigação

dividida em quatro componentes fundamentais, a introdução, o enquadramento teórico, e as reflexões finais.

Apresentamos na figura seguinte a estrutura da investigação (figura nº 2):

Figura nº 2: Desenho da estrutura da tese doutoral

Fonte: Elaboração própria

procura evidenciar o quadro conceptual das principais temáticas ho de investigação. Esta primeira parte compreende este primeiro capítulo do trabalho. Iniciamos com uma introdução ao tema, seguido de uma justificação à pertinência do mesmo, definindo depois o problema e o objetivo em concreto e,

metodologia e a estrutura do trabalho.

refere-se a um enquadramento teórico dos diversos temas abordados no trabalho de investigação, correspondendo aos capítulos dois, três e quatro. 16 No que diz respeito à estrutura e desenvolvimento da investigação, encontra-se dividida em quatro componentes fundamentais, a introdução, o enquadramento teórico,

seguinte a estrutura da investigação (figura nº 2):

esenho da estrutura da tese doutoral

o quadro conceptual das principais temáticas ho de investigação. Esta primeira parte compreende este primeiro capítulo do trabalho. Iniciamos com uma introdução ao tema, seguido de uma justificação à pertinência do mesmo, definindo depois o problema e o objetivo em concreto e,

se a um enquadramento teórico dos diversos temas abordados no trabalho de investigação, correspondendo aos capítulos dois, três e quatro.

17 Foi elaborado partindo de um conjunto de referências bibliográficas, consideradas de maior relevância, das mais variadas revistas e artigos de administração, gestão e formação.

Assim, no capítulo dois será feita uma revisão bibliográfica, predominantemente teórica, acerca da temática da RS destacando a sua perspetiva interna, sendo definidos e explicados alguns conceitos introdutórios no âmbito do desenvolvimento sustentável assim como a evolução deste conceito, o qual se enquadra na génesis do surgimento da RS. Também se evidência a sua importância como fator estratégico do relacionamento da empresa com os seus diferentes grupos de interesse, os stakeholders, determinando uma influência na competitividade das organizações. Finalmente, neste capítulo, desenvolve-se a temática da dimensão interna da RS explorando o seu relacionamento com a empregabilidade e dando enfase à relevância do capital humano nas organizações.

No capítulo três aprofunda-se o tema da formação como motor impulsionador do desenvolvimento do capital humano nas organizações, assim como o seu papel estratégico nas mesmas, recorrendo para isso à teoria dos recursos e capacidades que sustenta a importância e o impacto do fator formativo. Também neste capítulo se desenvolvem os aspetos derivados da formação que vão incidir nos recursos humanos da empresa, ou seja, o desempenho das tarefas, a questão da qualificação profissional, a responsabilidade na realização da tarefas, a progressão na carreira profissional, a qualidade do trabalho, a fidelidade ao posto de trabalho, a produtividade e a satisfação no trabalho.

No capitulo quatro é abordado o tema do desempenho empresarial, importante conceito pois reflete a atuação da empresa. Procede-se a uma análise dos diversos conceitos relacionados com este tema e a evolução da sua importância para as empresas, assim como as suas diferentes formas de medição.

A terceira parte do trabalho incide sobre a componente prática, ou seja, o estudo empírico desenvolvido e se aborda o modelo de investigação, os métodos estatísticos e o desenvolvimento da investigação. Procura-se nesta parte do trabalho efetuar a análise da influência da formação como prática interna de RS no desempenho das empresas,

18 através de um estudo empírico de informação primária obtido a partir de uma pesquisa sobre as práticas de RS de empresas do setor turístico em Portugal. Esta parte corresponde aos capítulos cinco, seis e sete.

Iniciamos o capítulo cinco abordando a elaboração do modelo do estudo empírico, as diferentes hipóteses de trabalho assim como o tipo de modelo utilizado e sua justificação.

No capítulo seis tratamos de todos os aspetos do desenvolvimento da investigação centrando-nos na população em causa, na amostra do estudo e em todos os aspetos relacionados com a fonte de informação.

De seguida, no capítulo sete efetuamos a apresentação dos resultados finais, compreendendo a análise descritiva dos dados, o desenvolvimento da metodologia com as equações estruturais, incluindo a validação dos pressupostos desta metodologia e a descriminação das diversas fases do seu processo utilizando o software estatístico AMOS. Também se procede à contrastação das hipóteses, à análise de algumas reflexões de trabalho e discussão dos resultados.

Por último, no capítulo oito que integra a quarta parte, apresentamos um conjunto de reflexões finais. Assim, indicamos as conclusões, as limitações do trabalho, e sugerem-se algumas possíveis linhas de investigação futuras, terminando com algumas considerações finais derivadas do trabalho efetuado.

Finalmente o trabalho apresenta a bibliografia consultada assim como todos os anexos utilizados durante a elaboração do mesmo.

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PARTE II – ENCUADRAMIENTO

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