• Nenhum resultado encontrado

A fase de campo do experimento foi realizada na Agropecuária Santa Tereza, localizada no município de Santa Vitória do Palmar, RS, que é uma região de campos naturais limpos e planos, constituídos de inúmeras espécies rizomatosas e cespitosas de baixo porte (Mohordieck, 1993), predominantes de ciclo estival, sendo que estes campos apresentam baixo crescimento e valor nutritivo no final do outono e durante o inverno, bem como em estiagens de verão. A vegetação predominante é de gramíneas, constituídas principalmente de Paspalum distichum, Axonopus compressus, Leercia

Hexandra, Ischaenum Urvilleanum, Paspalum notatum e Cynodon dactylon.

A área é de terras baixas, onde predomina a orizicultura e a pecuária extensiva. O clima da região é classificado como subtropical com estações bem definidas e chuvas distribuídas ao longo do ano, sendo os meses de dezembro e janeiro os mais secos. A temperatura média anual é de 23ºC, a mínima anual de -2ºC e a máxima de 36ºC.

O local do experimento apresenta solo hidromórfico, relevo plano na região da planície costeira, com deficiente drenagem natural, devido ao relevo predominantemente plano associado a um perfil cuja camada superficial é pouco profunda e a subsuperficial é praticamente impermeável (Gomes et al., 1993)

Foram utilizados 60 ovinos da raça Corriedale, não castrados e castrados, sendo que a castração ocorreu quando os cordeiros completaram 30 dias de idade, desmamados com 60 dias de idade e alimentados exclusivamente a base da pastagem natural. Foi utilizada uma lotação de 8 animais/ha. Vinte animais foram abatidos no mês de fevereiro, aos 120 dias de idade, sendo 10 castrados e 10 não castrados, vinte foram

abatidos aos 210, dias de idade, no mês de outubro, sendo 10 de cada grupo e vinte abatidos aos 360 dias de idade, no mês de julho, sendo 10 de cada grupo.

No dia anterior ao abate, os animais foram pesados, permanecendo com dieta hídrica durante 14 horas. Os animais foram abatidos através da sangria por meio de um corte na artéria carótida e nas veias jugulares, após insensibilização mecânica,, posteriormente efetuou-se o coureamento, a evisceração a retirada da cabeça e das patas.

Após os abates as carcaças foram transportadas para o Laboratório de carcaças e carnes da Universidade Federal de Pelotas onde permaneceram por um período de 18 horas em câmara fria, a uma temperatura de 1°C, quando foi imediatamente tomado peso da carcaça fria. Depois foram divididas ao meio, com auxílio de uma serra elétrica, o mais simétricas possível, mediante corte sagital da coluna vertebral. Na meia carcaça direita, segundo metodologia descrita por Osório et al., 1998, foi realizada a separação regional dos cortes comerciais e pesadas as seguintes peças.

Pescoço – compreende a região anatômica do mesmo nome (7 vértebras cervicais), obtêm-se por meio de um corte oblíquo que passa entre a sétima vértebra cervical e a primeira dorsal em direção à ponta do externo e terminando no bordo inferior do pescoço.

Costilhar – relativo à parte da carcaça seccionada entre a última vértebra cervical e a primeira torácica e última lombar e primeira sacra.

Paleta – referente à paleta e ao restante do membro anterior, seccionada na porção média dos ossos do carpo.

Perna – representada pela porção posterior da carcaça, seccionada na porção média dos ossos do tarso entre a última lombar e a primeira sacra.

Para a verificação da composição tecidual da paleta e da perna foram dissecados os seguintes grupos de tecidos: gordura subcutânea (composta pela gordura externa, localizada abaixo da pele), gordura intermuscular (toda gordura localizada abaixo da fáscia profunda, associada aos músculos), outros (todos tecidos não identificados, composto por tendões, glândulas, nervos e vasos sanguíneos), músculo (peso total dos músculos dissecados após remoção completa de toda gordura intermuscular aderida) e osso (peso total dos ossos da paleta e da perna). Através da dissecação da paleta e da perna foram obtidos os pesos (em kg e %) dos tecidos dissecados, sendo que a

percentagem dos componentes teciduais foi calculada em relação ao peso da paleta e da perna.

No momento da dissecação das paletas e das pernas foram retirados, com auxílio de bisturi, os músculos Tríceps braquial da paleta e Semimembranoso, da perna sendo estes músculos congelados para posterior análise. Os músculos foram descongelados em temperatura de 10ºC, sendo após, submetidos a uma limpeza para retirada do excesso de gordura, a seguir foram triturados e homogeinizados em multiprocessador de alimentos para poderem ser feitas as análises de composição química, segundo metodologia descrita por SILVA (1990). Foram determinados os teores de matéria seca, proteína, gordura e matéria mineral.

Para a análise estatística dos dados obtidos foi utilizado o delineamento experimental completamente casualisado, em esquema fatorial com 6 tratamentos, três idades de abate (120, 210 e 360 dias) e dois grupos de animais (não castrados e castrados), seguindo o modelo matemático: yijk = m + ai+ bj+ (ab)ij+ eijk, onde:

yijk = características teciduais e químicas estudadas;

m = média geral ;

ai = efeito da idade i, onde i = 120, 210 e 360 dias de idade;

bj = efeito da castração j, onde j = não castrados e castrados;

(ab)ij = efeito da interação entre idade (i) e castração (j);

eij = erro experimental

Através da análise da variância dos dados, foi verificado o efeito da idade de abate, castração e interação destes fatores sobre a composição tecidual e química da paleta e da perna de ovinos da raça Corriedale. Se na análise da variância dos dados não for verificado efeito da interação idade/sexo as análises serão feitas seguindo o modelo matemático:

yijk = m + ai + bj + eijk.

Quando foram detectadas diferenças a 5% de probabilidade, através da análise de variância, para o efeito da variáveis estudadas, as médias foram contrastadas pelo teste

DMS ao nível de 5% de probabilidade. As análises estatísticas foram efetuadas com auxílio do programa estatístico SAS (2001).

Documentos relacionados