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4. METODOLOGIA

4.1 Metodologia adotada no Igarapé Batista

A metodologia para realização do inventário florestal no igarapé Batista foi o Inventário Expedito por Caminhamento concebida por Filgueiras et al. (1994).

A justificativa para a utilização deste método baseia-se no fato das áreas não possuírem largura suficiente para a implantação de parcelas perpendiculares em relação ao eixo do igarapé, comumente utilizadas em inventários florestais, pois o igarapé encontra-se com sua mata ciliar reduzida com largura bem inferior ao que estabelece o Código Florestal, devido a intensa ocupação urbana na área do entorno. O inventário florestal consistiu em percorrer o igarapé Batista com sua nascente situado às margens da rodovia AC-90 realizando inventário florestal no trechos com fragmentos florestal localizado no município de Rio Branco, como mostra a Figura 1 abaixo.

32 Figura 1 - Localização do Igarapé Batista, na cidade de Rio Branco, com nascente nas margens da Rodovia AC-90 e foz no rio Acre.

33 O Inventário Florestal Expedito por Caminhamento é descrito por IBGE (2006) como uma metodologia rápida e eficiente para a realização de inventários florísticos qualitativos, em fragmentos florestais, sobretudo aqueles localizados em área urbana e peri-urbana.

Após a realização do inventário e processamento dos dados foi possível a elaboração de uma lista, com as espécies consideradas de maior ocorrência e significância encontradas na área analisada.

Tabela 3 – Espécies florestais indicadas para projetos de restauração florestal no Igarapé Batista

Nome Popular Espécie Família No ind.

Algodoeiro Ochroma pyramidale Malvaceae 46

Angico Branco Piptadenia suaveolens Mimosaceae 1

Apuí Ficus insípida Moraceae 1

Aquariquara Minquartia guianensis Olacaceae 2

Assacú Hura crepitans Euphorbiaceae 1

Bajinha Stryphnodendron guianensis Mimosaceae 1

Breu Protium hebetatum Burseraceae 1

Cajazeira Spondias lútea Anacardiaceae 1

Capa bode Bauhinia sp. Fabaceae 4

Carrapateira Ricinus communis Euphorbiaceae 1

Castanheira Bertholletia excelsa Lecythidaceae 1

Caucho Castilla ulei Moraceae 1

Cedro Cedrela odorata Euphorbiaceae 2

Cipó daime Banisteriopsis caapi Malpighiaceae 1

Embaúba Cecropia sp. Cecropiaceae 19

Esperaí Uncaria tomentosa Rubiaceae 4

Espinheiro Acacia glomerosa Mimosaceae 9

Faveira Parkia multijuga Mimosaceae 26

Freijó Cordia alliodora Boraginaceae 7

Fruta-pão Artocarpus altilis Moraceae 1

Gameleira Ficus gomelleira Moraceae 1

Genipapo Genipa americana Rubiaceae 2

Grão de Galo Tabernaemontana catharinensis Apocynaceae 1

Ingá Inga sp. Mimosaceae 8

João Mole Neea sp. Nictaginaceae 1

Malva Heliocarpus sp. Tiliaceae 9

Maracujá bravo Passiflora sp. Passifloraceae 1

Morototó Didymopanax morototoni Araliaceae 3

Mulateiro Capirona decorticans Rubiaceae 1

Mulungu Erythrina glauca Fabaceae 7

Ouricuri Attalea phalerata Arecaceae 15

34

Samaúma Ceiba pentandra Malvaceae 1

Seringueira Hevea brasiliensis Euphorbiaceae 1

Sucuuba Himatanthus sucuuba Apocynaceae 1

Taxi Sclerolobium sp. Caesalpiniaceae 14

Torém Pourouma sp. Cecropiaceae 4

Urtiga Urera sp. Urticaceae 1

Fonte: Andiroba 2012

É fácil perceber que as espécies com maior quantidade de indivíduos foram Algodoeiro (Ochroma pyramidale), Embaúba (Cecropia sp.) e Faveira (Parkia multijuga), típicas de áreas que sofreram algum tipo de perturbação, como florestas secundárias, ou capoeiras, que estão em processo de reconstrução, elas apresentam capacidade de instalarem rapidamente no ambiente, no entanto, são espécies de ciclo curto, comportamento compatível com o da classificação de pioneiras, vivem em media 20 anos.

Em seguida as famílias que possuíam a maior concentração de espécies amostradas.

Tabela 4 - Famílias mais bem ranqueadas em relação à quantidade de espécies

Família Espécie Família Espécie

Mimosaceae 5 Rubiaceae 3

Euphorbiaceae 4 Apocynaceae 2

Moraceae 4 Cecropiaceae 2

Malvaceae 3 Fabaceae 2

Na tabela abaixo corresponde a lista de espécies encontradas no inventário florestal feito no Igarapé Batista.

Tabela 5 – Total de espécies florestais encontradas em todo trecho do Igarapé Batista

Acacia glomerosa Ceiba pentandra Neea SP

Albizia SP Cochlospermum vitifolium Ochroma pyramidale Alexa grandiflora Cordia alliodora Parkia multijuga Allophyllus floribundus Didymopanax morototoni Passiflora spp Annona SP Eriotheca globosa Paulinia sanguinea Apeiba echinata Erythrina glauca Perebea sp

Aptandra tubicina Eugenia SP Piptadenia suaveolens Apuleia molaris Euterpe oleraceae Pourouma sp

Artocarpus altilis Ficus gomelleira Protium hebetatum Astrocaryum aculeatum Ficus insípida Protium tenuifolium

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Attalea phalerata Genipa americana Pterocarpus rohrii Banisteriopsis caapi Heisteria ovata Ricinus communis Bauhinia rutilans Heliocarpus SP Sclerolobium sp Bauhinia SP Hevea brasiliensis Socratea exorrhiza Bertholletia excelsa Himatanthus sucuuba Spondias lutea

Bixa SP Hura crepitans Stryphnodendron guianensis Brosimum alicastrum Inga SP Sweetia nitens

Capirona decorticans Inga Thibaldina Tabernaemontana catharinensis Cariniana estrellensis Licania apétala Tapirira guianensis

Cassia lucens Licaria SP Trichilia sp

Castilla ulei Miconia SP Uncaria tomentosa Cecropia leucoma Micropholis mensalis Urera sp

Cecropia SP Minquartia guianensis Cedrela odorata

Guazuma ulmifolia

Fonte: Andiroba 2012

Foi possível identificar várias espécies com potencial para diversas atividades, seja para produção de madeira, para construção civil, móveis, embarcações, como medicinal, paisagismo, recuperação de área degrada e até mesmo silvicultural.

Espécies com finalidade para outros produtos, segundo o referencial teórico, como na fabricação de pranchas de surf, aeromodelismo, estacas, sombra para o gado, extração do linalol, cabos para vassouras e similares e implementos agrícolas.

36 Tabela 6 - Espécies com potencial madeireiro, medicinal, paisagismo, silvicultura e outros produtos do Igarapé Batista.

Madeireiro Medicinal Paisagismo RAD Outros Produtos Silvicultura

Artocarpus altilis Acacia glomerosa Acacia glomerosa Albizia sp. Artocarpus altilis Capirona decorticans

Capirona decorticans Artocarpus altilis Bertholletia excelsa Annona sp Attalea phalerata Hevea brasiliensis Castilla ulei Bauhinia SP Capirona decorticans Apuleia molaris Banisteriopsis caapi Ochroma

pyramidale Cedrela odorata Capirona decorticans Didymopanax

morototoni Astrocaryum aculeatum Bertholletia excelsa Ceiba pentandra Cedrela odorata Erythrina glauca Cecropia leucoma Capirona decorticans Cordia alliodora Erythrina glauca Ficus gomelleira Eriotheca globosa Cedrela odorata

Didymopanax

morototoni Ficus gomelleira Inga SP Eugenia sp Cordia alliodora

Ficus insípida Ficus insípida Minquartia guianensis Euterpe oleraceae Genipa americana Guazuma ulmifolia Genipa americana Ochroma pyramidale Himatanthus sucuuba Guazuma ulmifolia Himatanthus sucuuba Guazuma ulmifolia Parkia multijuga Miconia sp Hevea brasiliensis Hura crepitans Himatanthus

sucuuba Passiflora SP Micropholis mensalis Neea sp

Minquartia guianensis Hura crepitans Spondias lutea

Parkia multijuga Inga SP Ochroma pyramidale

Piptadenia suaveolens Minquartia guianensis

Piptadenia suaveolens Spondias lútea Ricinus communis

37 Mesmo as áreas de mata ciliar sofrendo intervenções antrópicas é notório que ocorre a presença de espécies com potencial para diversas atividades, como foi possível comprovar.

Tabela 7– Quantitativo de espécies florestais diferentes encontradas na mata ciliar no Igarapé Batista e Santa Rosa.

Batista Santa Rosa Total

Família 21 23 31

Espécie 38 36 70

Fonte: Andiroba 2012

Mesmo as duas áreas objeto do levantamento estarem localizadas sob elevada pressão antrópica, percebe-se que existe grande heterogeneidade de espécies, de um total de 75 espécies, apenas cinco foram comuns em ambas às amostra conforme a tabela a baixo.

Tabela 8 - Espécies em comuns nos dois inventários florestais

Nome Vulgar Espécie Família

Sucuúba Himatanthus

sucuuba Apocynaceae

Ingá Inga SP Mimosaceae

João Mole Neea SP Nictaginaceae

Taxi Sclerolobium sp Caesalpiniaceae

Fonte: Andiroba 2012

De modo geral o Igarapé Batista apresenta um grau elevado de ocupação urbana. Sua extensão considerada em área rural encontra-se degradada por se encontrar dentro da área utilizada como depósito de lixo abandonado da cidade de rio branco e adjacente. Os níveis de poluição não foram medidos, mas considerou-se para tal inferência que o lixão foi utilizado no local por mais 15 anos.

As áreas de remanescentes florestais do igarapé Batista possuem elevado grau de degradação. Encontram-se em estágio sucessional inicial, com maioria das espécies consideradas pioneiras.

A ocupação urbana também é outro grave problema do Igarapé Batista, considerando que a maior parte do igarapé, aproximadamente dois terços da sua extensão, encontra-se no perímetro urbano da cidade e por falta de

38 fiscalização não são obedecidas as regras do plano diretor da cidade e as leis ambientais.

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