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1 – Estudos Prévios ao Tema em Análise

Apesar da existência de inúmeras pesquisas sobre o fenómeno da criatividade e da inovação, na revisão de literatura verificámos que não só há um reduzido número de estudos sobre a relação entre esses fenómenos no contexto empresarial, como não encontrámos nenhum que analise, especificamente, a relação entre as atitudes face à criatividade e as práticas empresariais inovadoras em microempresas e PME. Não obstante, revimos um conjunto de pesquisas que analisam a temática em causa de um ponto de vista, que embora paralelo é complementar ao que se pretende neste trabalho. Justificado pela afirmação de que incrementar a criatividade e a inovação nas PME responde à necessidade de desenvolvimento da competitividade, tendo em conta o aumento da concorrência nos mercados tradicionais, McAdam e Keogh (2004) desenvolveram um estudo com 20 PME tendo em vista a identificação de medidas específicas da criatividade e da inovação.

Os autores consideraram que medir sistematicamente a criatividade e a inovação é essencial como estratégia de aumento da competitividade nas PME e que esse procedimento não deve ser visto como intrusivo e contraditório dentro do processo de criatividade e inovação, mas sim, como uma medida dinâmica, de apoio ao desenvolvimento.

Do inquérito aplicado às empresas constataram que o cruzamento dos princípios de medição entre os elementos do processo de criatividade e inovação levou a uma compreensão mais ampla dos mesmos. Concluem que as medidas associadas ao processo de criatividade e inovação nem sempre são causa e efeito, refletindo um comportamento não linear e que as medidas não são um ponto de chegada, mas sim um fenómeno dinâmico, que deve ser revisto e desenvolvido continuamente. Deverão ter dois tipos de implicações para os empresários ou outros gestores: medir a criatividade e a inovação deve ser entendido como uma estratégia importante e não como território

desconhecido e devem ser adotadas uma gama mais ampla de medidas, refletindo a diversidade existente na criatividade e inovação.

Considerando que a criatividade é essencial nos negócios, com destaque para os setores em que o conhecimento constitui uma fonte chave, Muniz, Miguel, Couto, Primi, Cunha, Barros e Cruz (2007) referem a este propósito, uma pesquisa efetuada em 2003 por Lapierre e Giroux. Esta pesquisa pretendeu identificar os fatores relacionados com o potencial criativo e para o efeito foram avaliados 122 sujeitos através de questionário, que media as formas por meio das quais a criatividade é cultivada dentro das empresas de alta tecnologia. Os resultados do estudo evidenciaram seis fatores relacionados com o funcionamento organizacional e considerados como preditores da criatividade: atmosfera de trabalho, colaboração vertical, autonomia/liberdade, respeito, alinhamento e colaboração lateral.

Almeida et al. (2008) lideraram uma pesquisa que pretendeu avaliar e caracterizar os níveis de propensão para inovar e de criatividade de indivíduos em contexto organizacional. Para o efeito, atenderam às suas habilitações literárias, idade e género, e procuraram ainda, identificar o tipo de relação existente entre as duas variáveis em estudo, de forma a perceber se estas se correlacionavam positivamente. O estudo realizou-se com uma amostra de conveniência constituída por 211 sujeitos, de uma organização da Administração Pública e os dados foram recolhidos através de dois testes de criatividade (Thinking–Drawing Production, desenvolvido por K. Urban e H. Jellen em 1996 e Individual Innovativeness, desenvolvido por Hurt, Joseph e Cook em 1977). As autoras (em referência a Mumford e Simonton, em 1997) sustentaram que a criatividade é o primeiro passo para a inovação, traduzindo-se na implementação bem- sucedida de novas e adequadas ideias, sendo vital para o sucesso a longo prazo numa organização, dada a dinâmica do mundo empresarial, que sofre alterações inevitáveis e constantes.

Recentemente Mumford (2012) reforça a mesma perspetiva e defende que é garantido que a criatividade e a inovação são críticas para o desenvolvimento e performance das organizações, pelo que neste contexto as empresas que se preparam para o futuro, implementam novas ideias e são por isso inovadoras.

Neste contexto, as empresas que se preparam para o futuro e têm mais possibilidades de prosperar, sendo hoje reconhecido que a inovação é um fator-chave da competitividade

organizacional, sendo as novas ideias, os novos métodos e os novos produtos, os motores potenciais do crescimento económico. Este estudo conclui que apesar de significativa, a correlação entre a criatividade e a propensão para inovar é fraca, o que sugere uma ausência de relação entre ambas as medidas. Por seu turno, o teste de diferenças de médias entre homens e mulheres mostrou-se estatisticamente significativo para os valores totais de criatividade e de propensão para inovar. Essas diferenças indicaram que os homens são em média mais criativos e possuem maior propensão para inovar. Também a idade produziu um efeito significativo sobre as variáveis, uma vez que os participantes com idades compreendidas entre os 25 e os 44 anos são em média mais criativos do que os participantes mais velhos (45-64 anos).

Silva (2008) levou a cabo uma pesquisa que teve como objetivo a identificação e descrição dos principais fatores que influenciam o processo de inovação das empresas industriais portuguesas e, consequentemente a sua capacidade inovadora ao nível da inovação no processo. Destacou cinco fatores impulsionadores e limitadores da capacidade inovadora empresarial: capacidades tecnológicas, dimensão empresarial, setor de atividade, orientação de mercado e região onde a empresa se insere. Os dados foram recolhidos junto de 1556 empresas industriais, através do segundo CIS (Community Innovation Survey II) sob a supervisão do Eurostat.

Os resultados do estudo indicam que as empresas com maiores capacidades tecnológicas têm maior propensão para inovar no processo. Os resultados mostram ainda que a dimensão e o setor de atividade de alta intensidade tecnológica têm um efeito positivo e crescente na inovação do processo. Em contrapartida o fator orientação de mercado e a região onde a empresa se insere não têm significância estatística no modelo de inovação no processo.

Com o propósito de refletir sobre como potenciar e gerir a criatividade no contexto empresarial, Santos (2009) retoma um trabalho de investigação iniciado em 2008, no qual estudou casos empresariais nas áreas das biotecnologias, telecomunicações e sistemas de informação. Tendo como objetivo a identificação de fatores que potenciam o processo criativo, numa dupla vertente, a intra-organizacional e em termos do seu ambiente externo, remete-nos para a relação entre criatividade e inovação no contexto empresarial.

Os dados recolhidos empiricamente revelam que as redes sociais externas são consideradas um elemento crítico de entre os fatores que influenciam o processo de criatividade e as empresas que consideram os benefícios decorrentes da potenciação das relações estabelecidas com o ambiente externo, tendem a alargar os seus níveis de inovação. Em suma, o estudo revelou que as empresas especialmente eficazes no domínio da inovação promovem redes sociais alargadas aos níveis intra e inter- organizacional, sendo que o estabelecimento destas redes estimula a criação de sinergias que potenciam os processos de criação e desenvolvimento de ideias.

Trata-se de uma abordagem preliminar do tema, pelo que carece de comprovação científica. No entanto, constituiu-se como uma análise que permitiu selecionar os fatores que, com base na perceção direta dos atores envolvidos em processos de inovação, maior influência exercem no processo de geração de ideias e de criatividade. Relativamente às redes de cooperação Alves, Marques e Saur (2004) referem que as mesmas contribuem para a criar ou reforçar o desenvolvimento e sustentabilidade dos participantes, pois originam processos de criação e recombinação de conhecimento que resultam em inovação. Estes autores reconhecem que a cooperação entre atores de várias organizações, com visões diferentes e atividades distintas, é vista como um fator importante para estimular a inovação nas suas várias formas: produto, processo e inovação organizacional.

A este propósito Andrade (2006) sustenta que a concentração apoiará a aprendizagem coletiva através da existência de interdependências entre os atores do setor privado e do setor público, favorecendo a criatividade e a inovação, cada vez mais dependentes das redes de circulação de informação e conhecimento.

Hulsheger et al. (2009) apresentam uma análise de equipas no que toca à implementação da criatividade e da inovação no local de trabalho. Usam um modelo

input-process-output e examinam um conjunto de variáveis nas equipas, considerando

os estudos desenvolvidos e publicados nos últimos 30 anos. Da pesquisa efetuada na literatura internacional resulta uma amostra constituída por 104 estudos independentes. Os resultados revelam que as variáveis ligadas ao processo de apoio à inovação, visão, orientação para a tarefa e comunicação externa, exibem forte relação entre criatividade e inovação.

Botelho (2010) desenvolve uma investigação, pela qual pretende explorar o papel da reflexividade de equipa enquanto moderadora da relação entre criatividade e inovação, sendo a criatividade entendida enquanto geração de ideias novas e a inovação, correspondendo à sua implementação. O estudo realizou-se junto de uma amostra de 50 equipas de investigação e desenvolvimento, num total de 239 colaboradores de duas organizações.

A reflexividade da equipa é definida como a medida em que os membros de uma equipa refletem abertamente sobre os objetivos do grupo, as estratégias (e.g. tomada de decisão) e os processos (e.g. comunicação) e avaliam o trabalho dos colegas para aumentar a eficácia da equipa e se adaptam a circunstâncias ambientais ou endógenas, presentes ou antecipadas.

Os resultados da investigação demonstraram uma relação positiva entre criatividade e inovação e uma relação positiva entre reflexividade e inovação. Uma análise através de regressão múltipla hierárquica revelou que a reflexividade modera a relação entre a criatividade e a inovação, tendo um efeito positivo em condições de baixa criatividade, aumentando os níveis de inovação, e negativo em condições de elevados níveis de criatividade, diminuindo os níveis de inovação. A reflexividade da equipa modera a relação entre a criatividade e a inovação

Por sua vez, Basadur, quer no encontro anual de criatividade realizado em Osaka, em 2010, quer na conferência europeia sobre criatividade e inovação realizado em Faro, em 2011, defende que a criatividade é um fator crítico de sucesso num clima de negócios, em rápida mudança. Especificamente, as atitudes criativas mensuráveis desencadeiam comportamentos que contribuem diretamente para o desempenho criativo. Deste modo, afirma a necessidade das organizações potenciarem e desenvolverem deliberadamente atitudes criativas.

O mesmo é defendido no capítulo que integra a Encyclopedia of Creativity (2010 in

press), no qual Basadur e Basadur consideram a criatividade como fator crítico de

sucesso na eficácia organizacional. Em paralelo, reconhecem a existência de pouca pesquisa no campo da compreensão do papel que as atitudes desempenham na criatividade, sendo que a grande maioria é teórica. Os autores referem que os resultados criativos tangíveis requerem comportamentos criativos qualificados e que as atitudes criativas abrem as portas a esses comportamentos, que podem deliberadamente ser

desenvolvidos e medidos. O modelo Simplex (descrito no capítulo 1) surge como mecanismo pelo qual as atitudes específicas contribuem diretamente para a criatividade, importante para as organizações que desejam incorporar a criatividade na sua cultura.

Por sua vez, o seu novo método Challenging Mapping9, poderá ser aplicado para ajudar

indivíduos, grupos e organizações inteiras a pensar e clarificar conceitos complexos, questões ambíguas e estratégicas, aumentando a compreensão das situações.

Muller et al. (2011) revelam a existência de um paradoxo entre criatividade e ideias criativas, ou seja, apesar de a criatividade poder ser um objetivo desejado, existe a tendência das pessoas rejeitarem as ideias criativas, nomeadamente no contexto das organizações. Os autores defendem a existência de um preconceito contra a criatividade, que ajuda a explicar a razão das pessoas rejeitarem as ideias criativas, mesmo face a intenções contrárias. Esse preconceito funciona como uma barreira escondida, que os atores criativos enfrentam quando tentam ganhar a aceitação das suas ideias inovadoras. A avaliação de uma ideia criativa tanto pode ativar associações positivas como negativas, sendo a incerteza um estado de “aversão”.

A este propósito apresentam os resultados de uma pesquisa, que teve como objetivo averiguar o papel da incerteza no comportamento de rejeição. Para o efeito manipularam essa variável de duas maneiras diferentes, verificando se a incerteza promove um maior preconceito contra a criatividade e se esse preconceito impede os sujeitos de reconhecerem ideias criativas. Através da medição das atitudes explícitas, o trabalho desenvolvido aponta a ambivalência das atitudes e dos sentimentos em relação à criatividade.

Do exposto verificamos a existência de um conjunto de estudos relacionados com a temática que procuramos desenvolver, pelo que, certamente, lhe conferem sustentabilidade e valor heurístico, contribuindo teoricamente para o desenvolvimento desta linha de investigação. No entanto, também verificamos que nenhum dos estudos referidos clarifica a relação específica que abordamos, o que dificulta análises comparativas e a sistematização de conhecimentos.

Apesar desta limitação, não deixamos de defender que a aplicação sistemática da criatividade no contexto empresarial assenta na atitude dos empresários face a esse

9

Trata-se de uma ferramenta especial do sistema Simplex de criatividade aplicada, que estabelece sinergias entre pensamento analítico e imaginativo através de quatro estágios, enfatizando a geração de problemas e conceitualização antes da solução, do desenvolvimento e implementação.

fenómeno. Consequentemente, e considerando como quadro teórico a abordagem sistémica, quer da criatividade, quer da inovação entendemos a atitude criativa como possível determinante da inovação empresarial, traduzida em práticas claras e identificáveis. Esta foi a razão que nos levou a delinear os objetivos da investigação, a questão de partida e as hipóteses que se apresentam de seguida.

2 – Objetivos, Questão de Partida e Formulação de Hipóteses

Com esta pesquisa pretende-se compreender a criatividade em contexto empresarial, pelo que, para o desenvolvimento desse conhecimento, procuramos estabelecer uma relação entre as atitudes dos empresários face à criatividade e as suas práticas empresariais inovadoras

Concretamente os objetivos deste trabalho de investigação são:

1. Compreender o fenómeno da criatividade e da inovação no contexto

empresarial, tendo que:

− Analisar o conceito de criatividade

− Analisar o conceito de inovação.

− Clarificar o conceito de atitude criativa

2. Construir instrumentos de pesquisa confiáveis e válidos, tendo que:

− Adaptar o guião de entrevista produzido e utilizado por Csikszentmihalyi

(1998).

− Considerar o discurso dos atores (empresários) e a teoria do investimento de

Sternberg e Lubart (1996).

− Considerar o formulário de candidatura à Rede PME Inovação da COTEC

Portugal.

− Avaliar as características psicométricas dos instrumentos de pesquisa

construídos.

3. Estabelecer uma relação entre as atitudes criativas e as práticas empresariais

− Diferenciar as atitudes criativas dos empresários.

− Identificar as práticas empresariais inovadoras.

− Correlacionar as variáveis em estudo.

− Determinar a dependência funcional das variáveis em estudo.

− Analisar os efeitos dos indicadores de desenvolvimento pessoal, profissional,

organizacional nas práticas empresariais inovadoras.

Neste contexto definiu-se uma questão de partida para a investigação: que relação existe entre as atitudes criativas dos empresários e as suas práticas empresariais inovadoras? Desta questão, formularam-se as seguintes hipóteses, centrais neste trabalho:

H0 – As atitudes criativas dos empresários não influenciam as suas práticas empresariais inovadoras.

H1 – As atitudes criativas dos empresários influenciam as suas práticas empresariais inovadoras.

3 – População e Amostra

3.1 – População Alvo

Considerando as teorias da amostragem (e.g. Marôco & Bispo, 2003; Marôco, 2010) o trabalho científico deve pautar-se por procedimentos bem definidos de modo que os dados recolhidos sejam de facto adequados ao objetivo do estudo e para que a informação retirada da análise posterior dos dados ou variáveis seja de confiança.

Em conformidade, considerámos em primeiro lugar a população teórica para este estudo, sendo definida por Marôco e Bispo (2003) como “um grupo finito ou infinito, mais ou menos extenso de sujeitos, objetos, eventos ou qualquer outra entidade física ou

não sobre a qual estamos interessados em generalizar” (p. 77).

Tendo em conta que procuramos testar hipóteses sobre atitudes e práticas em contexto empresarial, são as microempresas e as PME portuguesas, considerando os seus responsáveis (os empresários) que constituem a população teórica desta investigação. Dada a impossibilidade de aceder a todo este universo evidenciou-se a necessidade de definir a população de estudo ou população alvo, ou sejam, “os elementos acessíveis de

uma população teórica” (Marôco & Bispo, 2003, p.77). Esta foi então definida como a totalidade dos indivíduos responsáveis por microempresas e PME portuguesas.

Importa então, clarificar esta população e descrever as suas características mais

relevantes.

De acordo com o disposto na definição europeia (Recomendação da Comissão nº. 96/280/CE) são classificadas como médias as empresas as que contam com menos de 250 trabalhadores e cujo volume de negócios anual não exceda 40 milhões de euros. As pequenas empresas distinguem-se das médias por terem menos de 50 trabalhadores e um volume de negócios inferior a 7 milhões de euros e as microempresas distinguem-se destas por terem menos de 10 trabalhadores.

Segundo dados do INE (Instituto Nacional de Estatística), relativos a 2008, existem em Portugal 349 756 PME, classificadas de acordo com a “definição europeia”, constituídas sob a forma jurídica de sociedade. Estas PME realizam um volume de negócios de 201,7 mil milhões de euros e empregam 2 178 493 pessoas. Representam 99,7% do tecido empresarial, geram 72,5% do emprego e realizam 57,9% do volume de negócios nacional.

A dimensão média das empresas portuguesas é muito reduzida (8,6 trabalhadores) e as microempresas e PME representam a esmagadora maioria do tecido empresarial nacional (97,8%). A importância deste conjunto de empresas manifesta-se, naturalmente, em termos de emprego, e também, ainda que de forma mais ténue, em termos de volume de negócios, já que micro e pequenas empresas geram 53% do emprego e realizam 36,3% do volume de negócios nacional.

São empresas sedeadas, maioritariamente, em Lisboa e no Norte do país (cerca de 66%) e estas duas regiões geram, em consequência disso, cerca de 67% dos empregos e dos negócios nacionais. O número de empresas com sede em cada uma das regiões não difere muito, mas o Norte gera mais empregos, enquanto que Lisboa realiza mais negócios.

A maioria das PME portuguesas (64%) exerce a sua atividade nos setores do comércio e serviços, uma percentagem também significativa trabalha na indústria transformadora (12,5%) e na construção (14%) e 9% exercem atividade no turismo.

Considerando que se trata de um estudo com objetivos específicos, que procura conhecer alguma singularidade, a questão da representatividade da amostra no quadro da população-alvo não se colocou, pretendendo-se conhecer com profundidade alguns casos e não uma amostra representativa do universo. Trata-se assim, de uma amostra não probabilística ou não aleatória (Marôco, 2010), uma vez que a probabilidade de um determinado elemento pertencer à amostra não é igual à dos restantes elementos (não seguindo os princípios básicos da teoria das probabilidades). Apesar do problema deste tipo de amostras poderem ser ou não representativas da população em estudo, optámos por ele, dado que no cenário de investigação social que se integra não ser prático enveredar por outra alternativa, por questões de tempo e custos.

Reunimos assim, uma amostra que integra 274 sujeitos, responsáveis por microempresas e PME portuguesas sedeadas em Portugal Continental. Apresentam-se de seguida os seus elementos de caracterização, num misto de texto e representação gráfica.

A amostra é constituída por ambos os sexos (203 homens e 71 mulheres), sendo que 74% dos respondentes pertencem ao sexo masculino.

Tabela 1. Caracterização da Amostra quanto ao Sexo

Variáveis Frequência Absoluta Frequência Relativa (%) Frequência Acumulada (%) M 203 74,1 74,1 F 71 25,9 100 Total 274 100 100

As idades estão compreendidas entre os 23 e os 84 anos, com uma média de 43.9 anos e as idades predominantes situam-se entre os 36 e os 60 anos.

Tabela 2. Caracterização da Amostra quanto à Idade

Variáveis Frequência Absoluta Frequência Relativa (%) Frequência Acumulada (%) Até 35 Anos 66 24,1 24,1 36-59 Anos 187 67,2 92,3 Mais de 60 Anos 21 7,7 100,0 Total 274 100

Quanto à escolaridade, a maioria dos sujeitos possui um grau escolar de nível superior, sendo que 46.7% têm bacharelato ou licenciatura, 10.2% são detentores do grau de

mestre ou de doutor, 25.2% concluíram o ensino secundário e 17.9% possuem escolaridade até ao 3º ciclo.

Tabela 3. Caracterização da Amostra quanto à Escolaridade

Variáveis Frequência Absoluta Frequência Relativa (%) Frequência acumulada (%) 1º/2º Ciclo 13 4,7 4,7 3º Ciclo 36 13,1 17,9 Secundário 69 25,2 43,1 Bacharelato/Licenciatura 128 46,7 89,8 Mestrado/Doutoramento 28 10,2 100 Total 274 100

A experiência profissional dos sujeitos, na atividade empresarial, oscila entre 1 e 55 anos, sendo a média de 14 anos. Verifica-se que 66.1% possui experiência de mais de 10 anos, 21.9% possui uma experiência moderada, de 4 a 9 anos, e num valor menor, de 12%, encontram-se os empresários que exercem atividade há menos de 3 anos.

Tabela 4. Caracterização da Amostra quanto à Experiência na Atividade Empresarial

Variáveis Frequência Absoluta Frequência Relativa (%) Frequência Acumulada (%) Até 3 Anos 33 12,0 12,0 4 A 9 Anos 60 21,9 33,9 Mais de 10 Anos 181 66,1 100 Total 274 100

A grande maioria (81.4%) dos sujeitos que compõem a amostra possui experiência profissional anterior, que varia entre 1 e 45 anos, resultando numa média de 9.32 anos. Desta maioria (223) apenas 32.5% trabalharam no mesmo setor de atividade das

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