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A metodologia de pesquisa do ponto de vista da forma de abordagem do problema consiste em uma pesquisa de cunho quantitativa, visto que se traduz em números, opiniões e informações classificadas e analisadas com o uso de recursos e de técnicas matemáticas e estatísticas.

Do ponto de vista dos objetivos da pesquisa, enquadra-se em uma pesquisa do tipo descritiva, pois visa descrever as características de determinada população de investidores. Envolve o uso de técnica padronizada de coleta de dados, com aplicação de um questionário, conforme anexo A, com 13 questões abertas e fechadas.

Os questionários foram aplicados do dia 17 de setembro de 2008 ao dia 12 de   janeiro de 2009 nas cidades da região da Grande Vitória, através de visitas às

empresas e investidores e envio de e-mails. O questionário também foi aplicado na cidade de Brasília no Distrito Federal, em um evento nacional do Governo Federal sobre Orçamento e Finanças dos dias 26 a 30 de novembro de 2008, a qual o mesmo foi aplicado a investidores de várias regiões do Brasil. Tomou-se o cuidado para que o investidor não participasse duas vezes da pesquisa para não mascarar a mesma, através de um controle próprio feito por nome e empresa ou instituição a qual o investidor trabalhava. A amostra, portanto, foi não probabilística ou por conveniência.

Foram feitas visitas às empresas Kurumá Veículos, DLS Representações, Corretora Uniletra e a Transportadora Colatinense para a aplicação do questionário. Visitas aos Bancos do Brasil e Banestes para o suprimento de algumas dúvidas quanto à intermediação dos mesmos na compra e venda de ações e fundo de ações. Na aplicação dos questionários, tomou-se o cuidado para que o mesmo não fosse aplicado aos investidores de fundos de ações, visto que o investidor que aplica em fundos de ações não possui o poder de escolha em qual ativo aplicar. Entretanto, os investidores que utilizam os bancos como mediadores às corretoras em investimento em ações, possuem o poder de escolha e análise. A opção em utilizar o banco como mediador  está no “sentimento de segurança”, pois há investidores que não conseguem ou temem

operar as plataformas das corretoras e optam pelos bancos, tomando as decisões por  telefone.

Foram aplicados 38 questionários aos investidores de ativos financeiros, sendo que, algumas questões não foram preenchidas de maneira satisfatória. As questões de 1 a 12 que não foram respondidas foram destacadas nas tabelas de 1 a 11 como “não opinadas”. Entretanto, na questão 13 foram consideradas, somente, as questões respondidas de maneira completa, visto que é uma questão de análise quantitativa e parte fundamental para o resultado final do trabalho.

Do total de respondentes, apenas 28 questionários retornaram preenchidos de maneira satisfatória. De acordo com o questionário que se encontra no Anexo A, na questão 13 foram elencadas 30 ações visando avaliar o grau de conhecimento que os respondentes tinham sobre o risco dessas ações. Na relação, há ações de baixo e alto riscos e com tendências contrárias ao mercado atual, ou seja, ações em que o risco diminui em períodos de crise. Utilizou-se como medida de risco o Coeficiente Beta. Cada respondente escolheu as 10 ações mais interessantes para aplicar, na sua opinião, tendo-se, então, um total de 280 escolhas.

5. RESULTADOS E ANÁLISES

Constata-se que a idade média dos respondentes é de 33,6 anos (dois investidores não responderam sua idade). A idade média dos foi calculada, tomando como base 36 investidores, somando todas a idades e dividindo o total por 36, obtendo assim a média aritmética.

Tabela 1: Faixa de idade dos investidores Faixa de Idade Qtde % Menos de 21 anos 0 0,0 Entre 21 e 30 anos 18 50,0 Entre 31 e 40 anos 7 19,4 Entre 41 e 50 anos 9 25,0 Acima de 50 anos 2 5,6 Total 36 100

De acordo com a tabela 2, apenas 7,9% dos participantes não possuem nível superior, enquanto que 45% possuem curso de graduação, 34,2% com especialização, 10,5% são mestres e 2,6% são doutores. Nota-se que os participantes são instruídos, pois 92,1% dos entrevistados possuem pelo menos curso superior. Os cursos superiores de maior freqüência entre os pesquisados foram Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas. Estes cursos fornecem instruções técnicas acerca do mercado financeiro.

Tabela 2: Formação profissional do investidor 

Formação Frequência % Área/ Curso

Segundo Grau 3 7,9

Graduação 17 44,7

Design, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Estatística, Ciências Econômicas, Direito, Administração, Comércio

Exterior, Gestão de Empresas e Ciências Contábeis. Especialização 13 34,2

Análise Contábil e Financeira, Gestão Financeira de Empresas, Auditoria, Gestão Financeira, Controle da

Administração Pública, Gestão Pública, Gestão em Recursos Humanos, Administração Financeira, Gestão Mestrado 4 10,5 Economia, Pesquisa Operacional e InteligênciaComputacional e Ciências Contábeis.

Doutorado 1 2,6 Administração

Suas profissões são bastante heterogêneas, conforme destaca a tabela 3, pois há professores universitários, profissionais de setores financeiros de grandes empresas, servidores municipais, estaduais, federais e estudantes universitários. Percebe-se, que os respondentes possuem certa estabilidade financeira (89,5% estão empregados) para poderem aplicar no mercado financeiro. Destaca-se que em “Outros” e “Vários” da Tabela 3 refere-se ao agrupamento de freqüências únicas de empresas e cargos de 57,9% dos investidores. Há investidores que atuam no IBGE, BANDES, MEC, VALE, DLS Representações, Cyrela Brazil Realty, Flex Invest , INMETRO, Arcelor Brasil, SL Avicultura, Transportadora Colatinense, Secretaria do Tesouro Nacional e Polícia Militar. Possuem cargos de Contador, Auditor, Consultor, Traynee, Administrador, Analista Financeiro, Gerentes, Diretor Financeiro, Assistentes Administrativos, Professor Universitário, entre outros.

Tabela 3: Atuação profissional dos investidores

Empresa Cargo Frequência %

Banco do Brasil Assistente Escriturário 2 5,3

UFES Assistente Administrativo 4 10,5

Corretora Uniletra CCTVM Assistente Administrativo 3 7,9 Banco do Brasil Gerente de Relacionamento 3 7,9

Outros Vários 22 57,9

NãoOpinaram - 4 10,5

38 100

Total

A tabela 4 destaca o tempo de aplicação de cada respondente na bolsa de valores em anos. O tempo médio de aplicação é de 3,7 anos. Há aplicadores que já aplicam há 20 anos e há àqueles com um mês de aplicação. Percebe-se que a grande maioria aplica há pouco tempo na Bolsa de Valores. O tempo médio de aplicação foi obtido pela soma do tempo de aplicação de cada um dos investidores e dividido por 37 (quantidade de investidores que responderam à questão)

Aplicação em Bolsa de Valores ainda é um assunto novo para esses investidores analisados, pois com idade média de 33,6 anos, o tempo médio de aplicação de 3,7 anos é pequeno. Conforme tabela 4, do total dos investidores, 70,3% dos respondentes só conhece a “boa fase da Bovespa” (possuem até quatro anos de aplicação), ou seja, o período compreendido entre 2003 a 2007 e, somente agora, no ano de 2008 e início

de 2009 estão acompanhando a crise do mercado financeiro iniciada no mês de outubro de 2008 nos Estados Unidos.

Tabela 4: Tempo de aplicação na Bolsa de Valores (anos) Faixa de tempo de aplicação em bolsa Qtde %

Menosde 1ano 6 16,2 Entre 1 e 2 anos 13 35,1 Entre 2,1 e 3 anos 5 13,5 Entre 3,1 a 4 anos 2 5,4 Mais de 4 anos 11 29,7 Total 37 100

Na tabela 5 observa-se que 78,9% dos respondentes optaram por investir em ações e não somente em opções e no mercado de futuros. Os respondentes que investem nestes dois últimos responderam que também aplicam em ações. Estes dados mostram certo conservadorismo, pois analisando os três tipos de investimento, investir em ações é o menos complicado e arriscado, já que o investidor possui técnicas de análise de risco e mais entendimento sobre o funcionamento de compra e venda do ativo, enquanto que nos investimentos em opções, o mecanismo de funcionamento é mais complexo e arriscado e as corretoras, na prática, limitam um percentual de seu crédito em conta para sua compra, com o intuito de impedir uma possível perda financeira. O mercado de futuros é gerido pela Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F) em que as ordens de compra e venda são realizadas por telefone e não por plataformas de acesso e, ainda, possui regras próprias de funcionamento, visto que o bem comercializado é uma commodity tal como: ouro, prata, cobre, boi gordo, aço, alumínio, feijão, arroz, entre outros.

Tabela 5: Tipos de investimento

Ativos Frequência % Ações 30 78,9 Opções 0 0,0 Mercado de Futuros 0 0,0 Ações e Opções 6 15,8 Ações, Opções e Mercado de Futuros 2 5,3 Total 38 100

Com a tabela 6 percebe-se que quase todos os respondentes aplicam para si próprio e mesmo os que aplicam para as empresas onde trabalham, também aplicam para si. Nota-se que 92,1% dos respondentes são pessoas físicas.

Tabela 6: Para quem se investe

Tipo de Investimento Frequência %

Parasi próprio 35 92,1

Para empresa onde trabalha 0 0,0

Para si próprio e para a empresa onde trabalha 3 7,9

Total 38 100

Observa-se pela tabela 7 que somente 42,1% dos respondentes utilizam ferramentas de análise de risco, adotando somente uma ou várias ferramentas de forma conjugada. Entretanto, 44,7% dos entrevistados destacaram que utilizam outras “ferramentas de análise” como: sites especializados em mercado financeiro; Análises Fundamentalista, Técnica e Gráfica; serviços de consultores em finanças; e analises aos Demonstrativos Financeiros das empresas. Cabe destacar que estes “outros” da tabela 7 são ferramentas de auxílio à análise de risco, como é o caso das Análises Fundamentalista, Técnica e Gráfica ou são, meramente, meios informativos para a tomada de decisão, como por exemplo, a obtenção de dados pela Internet através de sites ditos especializados que muitas vezes possuem informações defasadas. Portanto dos 38 investidores pesquisados, somente 42,1% utilizam de ferramentas de análise de risco propriamente ditas. Este dado sinaliza a fragilidade do investidor frente ao investimento. Nota-se um desconhecimento técnico sobre risco de 57,9% dos investidores entrevistados frente às analises.

Tabela 7: Ferramentas utilizadas para análise de investimentos

Ferramentas Frequência %

Desvio Padrão do Retorno 7 18,4

Coeficiente de Variação 4 10,5

Coeficiente Beta 1 2,6

Outros 17 44,7

Desvio Padrão do Retorno e outro 2 5,3 Desvio Padrão do Retorno e

Coeficiente de Variação 1 2,6

Desvio Padrão do Retorno e

Coeficiente Beta 1 2,6

Nãoopinou 5 13,2

Total 38 100

Na tabela 8 verifica-se que 52,6% investidores entrevistados utilizam algum site especializado em análise de investimentos para obtenção de informações. Os sites mais visitados são: site de Compra e Venda de Ações do Banco do Brasil,sitedo Portal Infomoney e site do Portal ADVFN. Do total de entrevistados, apenas 34,2% respondentes não utilizam meio eletrônico para obtenção de informações e 13,2% não opinaram. Percebe-se que 52,6% dos respondentes utilizam algum meio informativo para tomada de decisão. Entretanto, somente foram destacados sites que fornecem informações sobre investimento em ações, sobre o preço do ativo em determinado dia e sobre informações políticas e econômicas que poderia alterar a perspectiva do mercado. Não foi mencionado nenhum site que forneça os riscos dos ativos nos últimos meses ou anos.

Tabela 8: Utilização de site especializado em finanças

Utilização desite especializado em finanças Frequência %

Sim 20 52,6

Não 13 34,2

NãoOpinou 5 13,2

Total 38 100

Na tabela 9 observa-se que 18,4% dos investidores entrevistados participam, ainda, de algum fórum especializado em investimento. Os fóruns mais citados foram os fóruns do Portal ADVFN e Portal Infomoney. Dos respondentes, 71,1% destacaram que não utilizam este tipo de contato com outros investidores para obtenção de informações e 10,5% não opinaram. É uma forma de trocar informações com investidores e se caso

seja um grupo de amigos ou profissionais entendidos no assunto, pode ser um meio bastante interessante e construtivo. Caso contrário, pode estar recebendo dicas e não uma orientação ou instrução técnica de uma pessoa ou profissional entendido em mercado financeiro. A decisão não deve ser tomada tomando como base informações obtidas nesses fóruns. No entanto, podem servir de “detectores de tendências”. A partir  daí, entrando a análise preliminar do risco, pode-se tomar a decisão em investir ou não em um determinado ativo.

Tabela 9: Participação em fóruns especializados em finanças Participação em fóruns especializados em finanças Frequência %

Sim 7 18,4

Não 27 71,1

NãoOpinou 4 10,5

Total 38 100

Quanto à perspectiva de retorno em aplicações no mercado de capital, destacam-se os dados da tabela 10. Dos investidores entrevistados, 63,2% optaram por  investimentos a longo prazo. Este dado mostra certa maturidade dos mesmos, pois na Bovespa há preços de ativos que nos últimos seis anos aumentaram mais de 1.000%.

Tabela 10: Perspectiva de retorno sobre o investimento Perspectiva de Retorno Frequência %

CurtoPrazo 3 7,9

Médio Prazo 7 18,4

Longo Prazo 24 63,2

Médio e Longo Prazos 2 5,3

Curto, Médio e Longo Prazos 1 2,6

Não Opinaram 1 2,6

Total 38 100

A tabela 11 menciona que 44,7% dos respondentes já fizeram algum curso voltado a investimento em ações. Destaca-se cursos oferecidos pelas corretoras. Este dado confirma o conhecimento, entendimento e aplicação por parte de alguns investidores em análise de risco e até mesmo de ferramentas de auxílio à análise de risco como as Análises Fundamentalista, Técnica e Gráfica. Com a instabilidade do mercado financeiro atual é necessário todo o conhecimento técnico possível para evitar  um investimento mal sucedido e uma possível perda financeira.

Tabela 11: Realização de curso na área de investimento em ações Curso na área de investimento em ações Frequência %

Sim 17 44,7

Não 15 39,5

NãoOpinou 6 15,8

Total 38 100

A tabela 12 elenca as corretoras e instituições financeiras pelas quais os investidores investem. Observa-se que há bastantes bancos intermediando o investidor  à corretora de valores, visto que em seu pacote de serviços está incluso a intermediação entre o investidor e a corretora. Para àquele investidor que teme utilizar  as plataformas (homebroker ) e suas ferramentas para aquisição e venda dos ativos, é uma ótima alternativa já que transmite certa tranqüilidade, pois o mesmo pode ordenar  a compra e a venda até mesmo pelo telefone. Ainda há a questão de segurança, já que há investidores que confiam mais em uma instituição financeira de renome do que em uma corretora não tão conhecida. O destaque de “outros” da tabela 12 refere-se a freqüência única de várias corretoras, tais como: Investor, Fator, Banco Real, Ativa, Título, Banestes DTVM, Caixa Econômica Federal, entre outros.

Tabela 12: Corretoras Corretora Frequência % Uniletra 14 36,8 Banco do Brasil 8 21,1 Ágora 2 5,3 Uniletra/Banco do Brasil 2 5,3 Outros 11 28,9 Não opinaram 1 2,6 Total 38 100

Na questão 13 foram elencadas 30 ações visando avaliar o grau de conhecimento que os respondentes tinham sobre o risco. Na relação, há ações de baixo e alto riscos e com tendências contrárias ao mercado, ou seja, ações em que o risco diminui em períodos de crise. Utilizou-se como medida de risco o Coeficiente Beta. Cada respondente escolheu as 10 ações mais interessantes para aplicar, na sua opinião, tendo-se, então, um total de 280 escolhas (já que apenas 28 respondentes preencheram de maneira satisfatória esta questão).

As ações de baixo risco na ordem crescente de risco seriam, conforme tabela 13:

Tabela 13: Ações de baixo risco

Setor Ação Coeficiente Beta Frequencia de Escolhas %

Inst.Finan Unibanco ON 0,227569456 15 5,4

Miner/Met Vale do Rio Doce PNA 0,509649777 26 9,3

Autpç/Vei Marcopolo PN 0,558126441 4 1,4

Siderurgia Sid. Nacional ON 0,616318997 17 6,1

Comércio Lojas Renner PN 0,660470503 4 1,4

Telecom Embratel Part. ON 0,661646777 5 1,8

Inst.Finan Itaubanco ON 0,66637765 20 7,1

Siderurgia Sid. Tubarao PN 0,713399494 4 1,4

Siderurgia Belgo Min. PN 0,7335215 3 1,1

En.Eletr Eletrobras PNB 0,759407911 13 4,6

280 39,6

Total

O Coeficiente Beta destas ações está mais próximo de zero, e, portanto, riscos menores. Dos investidores entrevistados, 39,6% optaram por estes ativos. As ações com menores riscos foram uma das mais aceitas. Um exemplo é a ação Unibanco ON e Vale do Rio Doce PNA. Estas ações foram escolhidas, provavelmente, por investidores mais conservadores e que há mais tempo estão operando no mercado financeiro. Destaca-se que é um dado interessante, pois o momento é de crise no mercado financeiro mundial e a opção em investimentos de baixo risco é de fundamental importância.

As ações mais interessantes para investimentos neste período de turbulência do mercado financeiro seriam, conforme tabela 14:

Tabela 14: Ações com tendências contrárias às tendências do mercado atual

Setor Ação Coeficiente Beta Frequencia de Escolhas % Text/Vest Buettner PN -0,525454271 1 0,4

En.Eletr Transm. Paulista PN -0,502373828 7 2,5

Telecom Tele Sudeste ON -0,360382306 1 0,4

Comércio Lojas Americanas PN -0,324228649 12 4,3

Telecom Tim Part. S.A. PN -0,276038128 3 1,1

Inst.Finan Banespa PN -0,218111141 3 1,1

Text/Vest Pettenati PN -0,185840956 0 0,0

280 9,6

Estas ações possuem riscos contrários ao mercado, ou seja, são ações que em períodos de queda da bolsa seu risco diminui, pois o Coeficiente Beta é negativo. Como o mercado financeiro atual está em queda, devido à crise financeira mundial, seriam os ativos mais interessantes para investimento. Entretanto, apenas 9,6% dos investidores entrevistados optaram por estas ações. Este dado mostra certo despreparo dos investidores, frente aos investimentos em ações, mesmo sendo, alguns, conhecedores de ferramentas de análise, ainda, são poucos os que optaram por investir nestes ativos.

Confirmando o despreparo técnico, foi constatado, conforme tabela 15, que 50,7% dos investidores optaram pelos ativos de maior risco. O momento atual é de crise e seria interessante esperar a crise passar para investir em investimentos de maior risco.

Tabela 15: Ações de maior risco

Setor Ação Coeficiente Beta Frequencia de Escolhas % Al/Beb/Fum Souza Cruz ON 0,849700353 11 3,9

Siderurgia Gerdau PN 0,865571589 19 6,8

Holding Gerdau Met. ON 0,927988751 4 1,4

Holding Itausa PN 0,975540694 15 5,4

Petr/Deriv Petrobras PN 0,977224171 24 8,6

Petr/Deriv Petrobras ON 0,998785695 16 5,7

Siderurgia Acesita PN 1,024298991 4 1,4

Holding Itausa ON 1,206333747 8 2,9

Autpç/Vei Bic. Monark ON 1,210681588 1 0,4

Holding Gerdau Met. PN 1,236084267 9 3,2

Al/Beb/Fum Sadia S.A. ON 1,694856316 10 3,6

Siderurgia Usiminas PNB 1,72614219 21 7,5

Text/Vest Cambuci PN - 0 0,0

280 50,7

Total

Portanto, o percentual de investidores aplicando em ativos de alto grau de risco é muito grande, sinalizando uma falta de preparação técnica frente às tomadas de decisão. Não há espaço no mercado financeiro para investidores que utilizam de “achismo”, “sugestões” e “dicas”. Há a necessidade de uma ferramenta de análise que forneça um parâmetro real para a análise antes do investimento para quem não quiser  viver com o fantasma do prejuízo. Ferramentas existem, basta escolher a que combine com seu perfil e aplicá-la.

6. CONCLUSÕES

O objetivo da presente pesquisa foi entender como o investidor analisa o risco de uma ação antes de sua compra e que ferramentas são utilizadas para análise preliminar  à compra. Analisou-se qual ferramenta o investidor utiliza em seu dia-a-dia para mensurar o risco de se investir em determinada ação ou se a decisão de compra é tomada sem esta análise.

A pesquisa, quanto à forma de abordagem do problema, foi de cunho quantitativo e do ponto de vista dos objetivos enquadra-se em uma pesquisa do tipo descritiva, com utilização de ferramentas quantitativas de análise e com a aplicação de um questionário com 13 questões abertas e fechadas a serem respondidas por investidores em ativos financeiros. Foram enviados e-mails a investidores em ativos financeiros e feitas várias visitas a investidores, empresas, a Corretora Uniletra e a instituições financeiras para a aplicação do mesmo e para o suprimento de algumas dúvidas sobre o funcionamento do mercado financeiro.

Apesar de os investidores possuírem uma idade média de 33,6 anos, uma idade que, teoricamente, traz certa maturidade para os negócios, de estarem, aparentemente, estabilizados e empregados, de investirem com o objetivo de retorno a longo prazo, de terem boa instrução com cursos superiores, pós-graduações e cursos técnicos voltados a investimento em ações, apenas 42,1% dos investidores pesquisados (tabela 7) utilizam alguma ferramenta de análise de risco antes da aquisição de uma ação. Observou-se desconhecimento e despreparo frente à análise preliminar do investimento, pois 50,7% (tabela 15) dos investidores entrevistados optaram por investir  em ações de elevado risco em um momento de turbulência do mercado financeiro, que foi o período de aplicação do questionário. Dos investidores, 52,9 % (tabela 7) mostraram-se despreparados e desconhecerem as ferramentas de análise de risco, visto que apenas 9,6% (tabela 14) dos investidores optaram por investir nas ações com tendências contrárias às tendências de queda de preço dos ativos, no período da aplicação do questionário. Observou-se uma busca por informações em sites especializados em investimentos em ações sem preocupação com a credibilidade

dessas informações. Evidenciou-se também que não é realizada uma análise de risco, mas sim uma busca por algum tipo de orientação, sugestão ou dica.

Do total de investidores entrevistados, 50,7% investiram em ações de alto risco, não indicando o uso de ferramentas à análise de risco ou de auxílio à análise de risco como Análises Fundamentalista, Técnica e Gráfica. Portanto, mostraram-se desconhecedores e não aplicadores dessas ferramentas. Estão despreparados frente a várias alternativas de investimento em ações, visto que podem estar aplicando e tomando decisões através de dicas, sugestões e informações coletadas até mesmo nos sites especializados em finanças, conforme destacaram utilizar.

7. RECOMENDAÇÕES

Antes de se aventurar na compra de ações, o investidor iniciante e sem

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