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Neste capítulo descrevo as principais opções metodológicas que tomei para levar a cabo este estudo.

3.1. Problematização

Perante a diversidade de cenários com que se depara, hoje em dia, nas escolas portuguesas, o professor precisa, constantemente, de ter a capacidade de se atualizar e de diversificar as suas estratégias de ensino. Num momento em que os jovens adolescentes têm à sua disposição um número cada vez maior de solicitações, nomeadamente através da Internet, é cada vez mais difícil cha- mar a sua atenção e cativá-los para a atividade matemática, que requer persis- tência e empenho da sua parte. A magia matemática é uma das múltiplas estra- tégias motivacionais de que o professor se pode munir para enriquecer a forma como planifica e concretiza, no terreno, as aulas de matemática. Por outro lado, a magia matemática pode ser um fator que permita envolver os alunos na disci- plina o que é essencial, uma vez que sem envolvimento da sua parte é mais difícil que ocorram aprendizagens significativas.

Desta forma, este trabalho tem como principal objetivo a recolha, organi- zação e sistematização de truques que possam ser encarados como “magia ma- temática”, verdadeiramente concretizáveis em sala de aula, e que possam servir de ponto de partida para aprendizagens efetivas no âmbito da disciplina.

3.2. Opções fundamentais

Tendo em conta a problematização e o objetivo do estudo, optei por rea- lizar um trabalho de investigação de natureza não empírica, a partir da revisão de conceitos e materiais já publicados no âmbito da magia matemática, organi- zando-os, refletindo sobre os mesmos e adaptando-os à minha realidade como docente.

Este estudo foi desenvolvido entre setembro de 2018 e junho de 2019. Comecei por, em conjunto com os meus orientadores, definir a temática a abor- dar. Durante o mês de outubro, fiz uma primeira recolha e sistematização de bibliografia sobre esta temática, nomeadamente através das palavras-chave “magia”, “truque”, “aprendizagem” e “matemática” e procurei esboçar a estrutura do trabalho a desenvolver e estabelecer uma calendarização das diversas tare- fas necessárias para a sua consecução. Encontrei obras de autores de referên- cia a nível internacional neste âmbito, de entre os quais destaco Martin Gardner, Colm Mulcahy, Arthur Benjamin e diversos artigos de investigação publicados em conferências e revistas científicas. Também em Portugal, encontrei materiais diversos, que foram muito importantes para me ajudar a situar nesta temática, criados no âmbito da Associação Ludus, da Sociedade Portuguesa de Matemá- tica e da Universidade de Aveiro, nomeadamente dissertações de mestrado. Pro- curei, ainda, familiarizar-me com o projeto circo matemático.

Tendo em conta o objetivo que defini para a investigação, escrevi o capí- tulo introdutório, no qual faço um enquadramento da conjuntura educativa em que vivemos em Portugal, no momento em que é escrita esta dissertação. Em seguida, comecei a organizar e descrever os truques que recolhi no capítulo 4, “Truques, recreação e potenciais aprendizagens”. O critério de escolha dos tru- ques teve sempre por base o conteúdo matemático que lhe estava subjacente e que lhe permitia funcionar sem depender da sorte ou do azar, assim como a sua adequabilidade a alunos do 3.º ciclo do ensino básico. Foi minha preocupação que a escolha dos truques incluídos neste trabalho não fosse repetitiva e

pudesse trazer alguma novidade, tendo em conta os trabalhos já publicados, em português, neste âmbito.

Como o nome do capítulo sugere, à medida em que os fui encontrando, comecei por focar truques cujo fim é essencialmente recreativo e motivacional e, em seguida, incluí truques a partir dos quais, enquanto docente, consigo imagi- nar oportunidades para a construção de tarefas que permitam potenciar apren- dizagens curriculares, tendo em conta os documentos curriculares em vigor.

Para a maior parte dos truques que escolhi procurei, mais do que apenas sistematizar, imprimir-lhes uma marca pessoal, quer na forma como os descrevo e justifico, quer no modo como, a partir de alguns truques originais, procurei criar novas versões dos mesmos. Muitas destas novas versões dos truques já exis- tentes são orientadas pela minha experiência como docente e procuram tornar mais evidentes as oportunidades de aprendizagem para alunos do 3.º ciclo como os que leciono neste ano letivo. Para a compreensão plena da matemática exis- tente por trás de cada truque, senti necessidade de voltar à revisão da literatura, procurando os fundamentos matemáticos e essa informação foi essencial para que conseguisse, com maior segurança, diversificar os truques já existentes e acrescentar algo de novo ao que já existia. Por fim, explicitei, no presente capí- tulo, as principais opções metodológicas que sustentam este trabalho e estabe- leci algumas considerações finais.

De uma forma global, na figura que se segue são visíveis as diversas fa- ses que segui neste estudo:

Ano Fases do estudo

2018

Escolha do tema, problematização e definição do objetivo da investigação; Recolha bibliográfica sobre magia e matemática;

Elaboração da estrutura da dissertação e do capítulo introdutório;

Descrição dos primeiros truques selecionados e definição da estrutura a se- guir no capítulo 4;

Revisão de conceitos sobre os fundamentos matemáticos em que cada tru- que se baseia e exploração de temáticas que são sugeridas pelos mesmos; Aperfeiçoamento da descrição de cada truque e eventual inclusão de novas versões para os truques já existentes.

Figura 32 – Calendarização das fases do estudo

2019

Escrita do capítulo 3, descrevendo as opções metodológicas do estudo; Continuação da revisão da literatura sobre magia e matemática;

Descrição dos restantes truques a incluir na dissertação;

Continuação da recolha bibliográfica e da revisão de conceitos sobre os fun- damentos matemáticos e conclusão do capítulo 2;

Aperfeiçoamento e ampliação dos restantes truques e conclusão do capítulo 4;

Escrita do capítulo 5, incluindo as considerações finais do estudo desenvol- vido;

Capítulo 4 – Truques, recreação e potenci-

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