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4. Realização da Prática Profissional

4.4. O efeito da aplicação de um programa de treino na Coordenação Motora

4.4.4. Metodologia

A amostra do nosso estudo era composta por dois grupos constituídos por alunos com 12 e 13 anos de idade: o grupo experimental, constituído por 26 indivíduos, que foi alvo da aplicação do programa de exercitação da coordenação motora durante a ativação geral das aulas de EF; e o grupo de controlo, constituído por 16 indivíduos (todos com 13 anos). Este grupo frequentou as aulas de EF sem a aplicação de qualquer programa de treino específico para o desenvolvimento da coordenação motora.

A aplicação do programa de exercitação da coordenação teve a duração de 8 semanas (2 sessões por semana correspondentes às aulas de EF) e abrangeu a lecionação de três UD referentes às seguintes modalidades: Ginástica, Andebol e Badminton. Para cada UD foi elaborado um programa de treino da coordenação motora que foi aplicado durante a ativação geral das aulas de cada uma das modalidades em questão.

Programa de treino

A ativação geral das aulas lecionadas ao grupo experimental foi organizada em circuito de estações. Considerando a Figura e os Quadros que se seguem, a turma foi dividida em 5 grupos e os tempos de exercitação e rotação entre estações foram 100’’ e 20’’, respetivamente.

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Figura 1 – Esquema de distribuição dos cinco grupos pelas estações para a aplicação do programa de treino.

A Figura 1 representa a base estrutural do exercício de ativação geral que foi alvo de pequenos ajustes em cada UD. No Quadro 1, estão descritas as características que foram comuns em cada estação, ao longo de todo o processo, assim como as componentes da coordenação destacadas.

Quadro 1 – Características comuns a todas as UD e capacidades coordenativas destacadas em cada estação.

Estações Características comuns a todas as UD

Capacidade(s) coordenativa(s)

destacada(s)

1 Deslocamentos entre barreiras. Diferenciação cinestésica,

Ritmo, Orientação Espacial.

2 Deslocamentos entre arcos. Diferenciação cinestésica,

Ritmo, Orientação Espacial.

3 Deslocamento no banco sueco

seguido de rotação sobre um eixo.

Equilíbrio, Orientação

Espacial.

4 Deslocamento nos espaldares. Diferenciação Cinestésica.

5

Deslocamento por baixo de uma mesa e, após sinal do colega (que se encontra no fim do percurso), corrida

Reação. 3

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em direção aos cones da cor enunciada pelo mesmo.

No Quadro 2, estão representados os ajustes aos exercícios realizados em cada estação com o intuito de os integrar nas diferentes UD lecionadas.

Quadro 2 - Integração das UD em cada estação

Modalidades Estações

Ginástica

1: saltos a pés juntos.

2: arcos amarelos – 1 apoio; arcos verdes – dois apoios; arcos vermelhos – 4 apoios.

3: troca passo no banco sueco seguido de rolamento à frente no colchão.

4: apoiando as mãos no solo, voltadas para a frente e à largura dos ombros, os alunos sobem o espaldar com os pés até atingirem uma posição vertical. Seguidamente, descem até posicionarem o corpo paralelo ao solo e realizam uma rotação de apoio facial para apoio dorsal, voltando a apoio facial, sempre com as mãos no solo e os pés no espaldar. 5: deslocamento por baixo da mesa e saltos de coelho em

direção aos cones da cor determinada pelo colega.

Andebol

1: saltos monopedais com manipulação de bola acima da cabeça, com alteração do pé de apoio no solo em cada percurso.

2: com bola, exercitação do padrão coordenativo da corrida preparatória para o remate em suspensão.

3: deslocamento à retaguarda no banco sueco seguido de rolamento à retaguarda no colchão.

4: em pares, deslocamento lateral nos espaldares. Os pares iniciam o deslocamento nas extremidades do espaldar e

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encontram-se a meio do percurso, devendo definir uma estratégia para passarem um pelo outro e chegarem à extremidade oposta.

5: com bola, deslocamento por baixo da mesa. Após sinal do colega, drible em direção aos cones respetivos.

Badminton

1: com raquete, deslocamento em afundo à retaguarda.

2: arcos amarelos – pé direito; arcos verdes – pé esquerdo; arcos dispostos lateralmente – dois apoios.

3: deslocamento lateral no banco sueco, alterando o lado após cada percurso. Em decúbito ventral no colchão, os alunos realizam sucessivas rotações sobre o eixo longitudinal. 4: subida do espaldar, deslocamento lateral, descida do

espaldar.

5: deslocamento por baixo da mesa. Seguidamente, manipulando um volante, os alunos realizam sucessivos lançamentos com trajetória longa e bombeada em direção aos cones da cor que o colega enunciou, deslocando-se o mais rapidamente possível para que os volantes não toquem o solo.

Avaliação

A avaliação da coordenação motora foi realizada em dois momentos: a 14 de janeiro e a 1 de abril de 2014. O teste de coordenação motora corporal para crianças KTK, elaborado por Schilling e Kiphard (1974), foi o instrumento utilizado para avaliar os alunos que constituíram a amostra.

Para a aplicação das 4 provas do teste KTK, foram utilizados os protocolos e os materiais apresentados no Anexo I.

O quociente motor (QM) obtido a partir da bateria KTK resulta do somatório dos quocientes obtidos nos seguintes testes: Equilíbrio à Retaguarda (ER), Salto Monopedal (SM), Salto Lateral (SL) e Transposição Lateral (TL). O quociente de cada teste obtém-se, relacionando a pontuação obtida em cada

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item do teste com a idade da criança, a partir da consulta das tabelas normativas que constam do manual da bateria. O QM permite classificar as crianças segundo o seu nível de desenvolvimento coordenativo: (1) Perturbações da coordenação (QM inferior a 70); (2) Insuficiência coordenativa (QM ≥71 e ≤85); (3) Coordenação normal (QM ≥86 e ≤115); (4) Coordenação boa (QM ≥116 e ≤130); (5) Coordenação muito boa (QM ≥131 e ≤145).

Procedimentos estatísticos

Para a descrição e caracterização das variáveis, foram utilizadas medidas de tendência central (média aritmética) e de dispersão (desvio padrão, valor mínimo e máximo). Com o propósito de identificar a eficácia do programa de treino na coordenação motora foi utilizada a análise de variância de medidas repetidas. O nível de significância foi estabelecido em 5%. Para a análise estatística das variáveis, foi utilizado o software estatístico Statistical Package

for the Social Sciences (SPSS®) versão 20.

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