CAPÍTULO 2
adquiridos naquele período, que foram primordiais na escolha do local de pesquisa, dando prosseguimento a uma nova construção de conhecimentos.
Sabe-se que várias pesquisas já foram realizadas no âmbito da pedagogia hospitalar, mas, como forma de ampliar os conhecimentos desse campo de atuação da pedagogia, assim como dar prosseguimento a uma trajetória realizada durante o curso nessa área, houve o intuito de aprofundar os conhecimentos na classe hospitalar da Clínica Pediátrica do hospital HUB.
O HUB é uma instituição hospitalar pública, vinculada à UnB e ao Ministério da Educação, integrada ao Sistema Único de Saúde que visa proporcionar um ambiente adequado para o ensino, a pesquisa e a extensão. Desenvolve também projetos de graduação, pós-graduação e estágios curriculares e não curriculares, levando em conta a função social da universidade, provendo ao seu público um atendimento de assistência à saúde de qualidade, e em harmonia com os princípios éticos e humanísticos. O HUB atende a população de Brasília e do entorno, assim como também de outras regiões brasileiras: Bahia, Goiás, Minas Gerais, dentre outras. É também um hospital de referência no atendimento a indígenas. Proporciona, atualmente, acompanhamento educacional em duas unidades: Pediatria Cirúrgica e Pediatria Clínica, local de contexto dessa pesquisa.
2.2 – Participantes da pesquisa
Os sujeitos participantes da pesquisa foram: pedagoga, auxiliar de pedagogia, pacientes, acompanhantes, profissionais da equipe de saúde, profissionais da equipe multiprofissional que participam, naquele momento, de forma direta e indireta do trabalho pedagógico desenvolvido na Clínica Pediátrica. A intenção foi compreender a percepção de todos os envolvidos direta ou indiretamente na recuperação da saúde da criança e do adolescente, e que de certa forma interferem positiva ou negativamente no serviço de pedagogia realizado.
Conforme mostra os quadros a seguir, a pesquisa compreendeu 32 participantes.
Colaboraram com o estudo: 4 pacientes em fase de escolarização (entre 8 e 13 anos), 8 acompanhantes, 8 profissionais da equipe de saúde e 12 profissionais da equipe multiprofissional.
Quadro 1: Participantes Acompanhantes e pacientes
Sujeitos participantes Nº de entrevistados
Acompanhantes
8
Pacientes (alunos)
4
Fonte: dados da pesquisa
Quadro 2: Caracterização pacientes participantes
Pacientes (alunos) Escolarização Idade
Paciente nº 1
4º ano 9 anos
Paciente nº 2
8º ano 13 anos
Paciente nº 3 7º ano 12 anos
Paciente nº 4 3º ano 8 anos
Fonte: dados da pesquisa
Quadro 3: Participantes Equipe de Saúde
Profissionais Nº de participantes
Médico
1 Enfermeiro
3
Técnico em Enfermagem 4
Fonte: dados da pesquisa
Quadro 4: Participantes Equipe Multiprofissional
Sujeitos participantes Nº de entrevistados
Secretária
1 Auxiliar de secretaria
1 Auxiliar Operacional de serviços diversos 1
Auxiliar de limpeza 1
Copeira 4
Nutrcicionista 1
Fonte: Dados da pesquisa
Quadro 5: Participantes Equipe de Pedagogia
Pedagoga 1
Auxiliar de pedagogia 1
Estudante de Pedagogia FE/UnB: Projeto 3
1
Fonte: Dados da pesquisa
2.3 – Procedimentos e instrumentos
O estudo foi fundamentado pela pesquisa qualitativa, por ser considerada ideal para compreender a realidade do ambiente hospitalar, devido sua característica de flexibilidade.
Entende-se também que a pesquisa qualitativa representa uma abordagem mais completa para a compreensão do significado da temática tratada.
Ao realizar uma investigação de informações em um contexto hospitalar, é preciso levar em consideração o dinamismo e as peculiaridades da rotina hospitalar. O pesquisador precisa ter conhecimento do funcionamento do espaço explorado, para assim iniciar a pesquisa e facilitar o desenvolvimento da coleta de dados.
No que se refere aos procedimentos utilizados foram realizadas com os pacientes e acompanhantes, entrevistas gravadas, parcialmente estruturadas, com o intuito de obter respostas espontâneas por meio de um diálogo, de modo que os participantes pudessem se sentir o mais a vontade possível. Esse instrumento foi escolhido por possibilitar um maior número de respostas e informações sobre o objeto de estudo, assim como também, por captar a expressão corporal do entrevistado, seu tom de voz de acordo com as perguntas e o entusiasmo em determinadas respostas, sendo essas atitudes, consideradas importantes pelo pesquisador e significativas para a análise do fenômeno estudado.
Outro instrumento de pesquisa utilizado foi o questionário semiestruturado, aplicado aos profissionais de saúde e equipe multiprofissional, com o intuito de compreender a percepção deles em relação a educação no contexto hospitalar. A escolha do questionário como um segundo instrumento de pesquisa foi pensado com o intuito de atingir um grande número de profissionais atuantes na Clínica Pediátrica, no sentido de garantir o anonimato e permitir que fossem respondidos no momento que julgassem oportuno e apropriado devido à intensa rotina hospitalar.
Optou-se por um pequeno número de perguntas, porém bem formuladas e que possibilitassem um levantamento significativo de informações. Foi aplicado também um questionário à
pedagoga hospitalar responsável pelo atendimento pedagógico-educacional na Clínica Pediátrica, estruturado, com perguntas abertas e um número elevado de questões, tendo como objetivo conhecer de forma aprofundada seu trabalho. Segundo Gil (1999):
Pode-se definir questionário como técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo como objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc (p.128).
Devido à abrangência de participantes com formações e experiências distintas, para conhecer as diferentes percepções a respeito do trabalho pedagógico-educacional realizado, foi preciso observar e a diversidade de opiniões, comportamentos e atitudes aos quais o pesquisador teve acesso. Atentou-se ainda mais para a obtenção das informações, no campo da pesquisa que requer uma atenção maior do pesquisador.
Realizou-se também, de forma concomitante, observações da prática pedagógica, com o objetivo de identificar como acontece o trabalho pedagógico-educacional e compreender as possibilidades de trabalho pedagógico realizados pela equipe de pedagogia no contexto pesquisado. Segundo Gil (2008, p.53), “no estudo de campo a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo”. Por isso, a observação requer do pesquisador um olhar mais apurado, referente a tudo que acontece e principalmente as questões específicas do objeto de estudo. Sendo assim, foram observadas atividades desenvolvidas pela equipe de pedagogia, a recepção dos pacientes em relação às atividades, assim como dos acompanhantes e profissionais em geral.
No caso da pesquisa no hospital é preciso uma sensibilidade maior do pesquisador em relação aos sujeitos participantes, sendo necessário um diálogo e cuidado que leve em consideração as manifestações ocasionadas pela enfermidade, pelo tratamento e pela condição de internação. Por isso, em várias situações foi necessário avaliar o momento mais oportuno para que as adversidades do ambiente hospitalar não implicassem em desinteresse ou até mesmo respostas vagas ao pesquisador. Por levar em consideração esses fatores, a coleta de informações demorou mais que o programado, porém o respeito a estas situações, permitiu, portanto, uma maior qualidade na coleta das respostas.