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2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Considerando que a autora desta proposta de estudo internalizou os princípios da abordagem quântica da ciência por meio das ciências da complexidade, procurou ser coerente com suas idéias ao delinear o presente estudo.

Segundo NÓBREGA, (1999), a ciência é um processo que exige que se chegue a algo mensurável e replicável, ou seja, resultados que qualquer um possa ver comprovar e reproduzir. Mas, no entanto, tem suas limitações, porque só é aplicável no que se enquadra no seu método de investigar. É o preço que se paga pelo rigor, é a limitação do alcance do que pode ser tratado.

Por outro lado, advertem Feyerabend, 1989; Popper, 1993 apud Silva e Menezes (2001).

Na era do caos, do indeterminismo e da incerteza, os métodos científicos andam com seu prestígio abalado. Apesar da sua reconhecida importância, hoje, mais do que nunca, se percebe que a ciência não é fruto de um roteiro de criação totalmente previsível. Portanto, não há apenas uma maneira de raciocínio capaz de dar conta do complexo mundo das investigações científicas. O ideal seria você empregar métodos e não um método em particular, que ampliam as possibilidades de análise e obtenção de respostas para o problema proposto na pesquisa.

Seguindo esta linha de pensamento, adotar-se-á métodos diferenciados em cada fase de pesquisa, ressaltando que eles terão a função de balizar este estudo de forma que o mesmo seja desenvolvido de maneira sistemática e lógica, seguindo os preceitos da pesquisa científica.

2.2 BASES DO DELINEAMENTO METODOLÓGICO PROPOSTO

Propõe-se um modelo de delineamento metodológico com o propósito de atuar como uma estrutura de referência, de forma a disciplinar intelectualmente o pesquisador. Busca-se alinhar a concepção filosófica em que se insere o assunto ou fenômeno objeto de estudo com os métodos e técnicas a serem empregados.

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Para descrever as bases do delineamento proposto, apresenta-se a configuração conceptual do modelo (cf. quadro 4).

Configuração conceitual SÍNTESE

ABORDAGEM CIENTÍFICA Concepção filosófica da ciência que representa um paradigma em que determinado fenômeno físico, humano ou social, objeto de investigação, está inserido.

TEORIAS Inseridas nas abordagens, representam o conhecimento

sistematizado. Visam fornecer explicações parciais da realidade. Teoria do conhecimento: forma de desenvolvimento do raciocínio

dedução, indução, hipótese, dialética, etc; MÉTODO SOB UM

ENFOQUE DICOTÔMICO Posicionado numa

perspectiva histórica e sob uma concepção dicotômica, classifica-se em duas vertentes

Sociologia do conhecimento

correntes filosóficas, tais como: empirismo, positivismo, estruturalismo, fenomenologia, dialética, entre outros, os quais se servem dos métodos de desenvolvimento do raciocínio anteriormente citados.

DESENHO DA PESQUISA Plano de pesquisa. apresenta a classificação do estudo qto a a natureza, tipo, objetivos. Descreve as fases da pesquisa e a(s) técnicas a serem empregadas.

CONHECIMENTO CIENTÍFICO GERADO

Revolução científica

quando o conhecimento produzido gera a criação de novas teorias e abordagens, quebrando um paradigma já existente.

Inovação Científica constitui-se no aperfeiçoamento, adaptação de estruturas teóricas, técnicas e modelos já existentes.

Quadro 4 Modelo de delineamento metodológico: base conceitual

Elaborado com base em Bastos e Keller (1991), Becker (1993), Capra (1982), Feyrabend (1989), Gil (1989), Demo (1999), Horgan (1999), Kneller (1980), Marconi e Lakatos (1996), Minayo (1995),

Morgan (1996), Mourão (2003), Popper (1993), Trivinos (1987)

Corrêa, Cunha, Sutilli (2003), ao realizarem um estudo sobre os novos paradigmas da ciência e suas implicações na evolução e revolução do conhecimento, apresentam a seguinte taxinomia das abordagens científicas, enquanto concepções filosóficas da ciência:

- Abordagem clássica: tem como principais características o reducionismo, o pensamento analítico a explicação do todo é resultante da análise das partes e o mecanicismo estabelece relações de causa e efeito determinísticas entre as partes. Principais estudos: Teoria de Newton, Teoria da Relatividade, Método Cartesiano, etc;

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- Abordagem Sistêmica: tem como principais características a visão de totalidade - todo sistema faz parte de um sistema maior, de síntese os subsistemas são explicados em termos do papel que desempenham no sistema maior e de probabilidade - a relação sistêmica entre as variáveis não permite determinar causas.

- Abordagem Quântica: Possui características comuns à abordagem sistêmica, tais como o enfoque sistêmico e a relação de causalidade probabilística entre as variáveis do sistema. Apresenta como diferenciais a observação enquanto ato de percepção, na relação observador e objeto observado, a duali

dade, complementariedade dos fenômenos.

2.3 DELINEMENTO METODOLÓGICO NO NOVO PARADIGMA

O delineamento metodológico proposto insere-se no novo paradigma da ciência a abordagem quântica. Sob este enfoque busca-se integrar, de forma dual e complementar o ponderável previsível e linear - passível de objetivação e mensuração com o imponderável, imprevisível e não linear passível de observação dos padrões arquétipos de comportamento.

2.3.1 CONCEPÇÃO FILOSÓFICA DA PESQUISA

Este estudo focaliza a abordagem quântica da ciência, diluída nas seguintes ciências da complexidade: física quântica, teoria de sistemas autopoiéiticos, teoria do caos e teoria da complexidade, assunto a ser explorado no capítulo 4 deste estudo. A figura 4 apresenta o delineamento metodológico do presente estudo.

2.3.2 MÉTODO SOB UM ENFOQUE DICOTÔMICO

O método sob um enfoque dicotômico é classificado sob duas vertentes:

- Sociologia do conhecimento: fenomenológico e dialético;

- Teoria do Conhecimento: métodos de desenvolvimento do raciocínio - observação, hipótese, indução, dedução, experimentação e dialética.

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B S C

CONCEPÇÃO FILOSÓFICA DA CIÊNCIA: Abordagem quântica

Fisica quântica

Teoria dos Sistemas Autopoiéticos Teoria do Caos

Teoria da Complexidade

TEORIAS

MÉTODO SOB UM ENFOQUE DICOTÔMICO: SOCIOLOGIA DO

CONHECIMENTO Correntes filosóficas:

Dialética e Fenomenologia

TEORIA DO CONHECIMENTO Métodos de desenvolvimento do raciocínio:

Observação, hipóteses, induções, deduções dialética, dialógica e experimentação

DESENHO DA PESQUISA Natureza da Pesquisa: interativa básica versus aplicada Fases da Pesquisa

1ª Pesquisa exploratória: Definição do problema e referencial teórico.Técnica

utilizada: elaboração de um modelo de análise de conteúdo para apreciação crítica ao BSC.

2ª Elaboração do Modelo: Modelagem conceitual incorporada ao BSC. 3ªAprimoramento do modelo:Estudo de caso.

Técnicas utilizadas: entrevista semi-estruturada, observação

TIPO DE CONHECIMENTO CIENTÍFICO GERADO

Proposta de inovação científica. Adoção do novo paradigma à gestão estratégica organizacional: a abordagem quântica da ciência; Modelagem Conceitual adaptativa ao BSC, por meio do aporte teórico das Ciências da Complexidade.

APRECIAÇÃO

CRÍTICA

Figura 4 Delineamento Metodológico da pesquisa

Nesta investigação, concebe-se o BSC como um sistema adaptativo complexo. Sob os fundamentos dos estudos de Stacey (1996), presume-se que o sistema operando à beira do caos, no paradoxo entre a ordem estabelecida (estrutura formal administração ordinária) e a desordem (estrutura informal administração extraordinária), cria-se um espaço para a inovação e criatividade. A auto-organização do sistema ocorre no processo dialético, na busca de unidade, harmonia nas contradições sistêmicas.

Morgan (1996, p.265), apresenta os princípios da obra de Frederick Engel, a Dialética da Natureza:

1. A interpretação mútua dos opostos (luta ou unidade) relaciona-se a processos de mudanças auto-gerados, em que os fenômenos mudam a si próprios como resultado de tensões em face dos seus opostos.

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2. A negação da negação explica como a mudança pode assumir um caráter de desenvolvimento, no sentido de que cada negação rejeita uma forma anterior, embora mantenha ainda algo desta antiga forma.

3. A transformação da quantidade em qualidade Na natureza, existem muitos processos nos quais mudanças em quantidade eventualmente levam a eventos catastróficos que levam a mudanças na qualidade.

Segundo Stacey (1996), a partir do caos, gerado pelos paradoxos e conflitos entre a manutenção do paradigma atual e a introdução de um novo, ocorre uma evolução dialética através da pressão para a síntese e auto-organização. Deduz-se pelo exposto, que o pensamento dialético está implícito nas ciências da complexidade, sendo dessa forma inerente a este estudo.

Ao estudar o BSC dentro da abordagem quântica da ciência, assume-se o fato de que o observador é uma parte integral da experiência, e aquilo que ele ou ela decide observar tem um papel crucial na determinação do que vai acontecer. Na descrição dos fenômenos, o papel dos agentes como observadores humanos e sua

consciência assumem um papel essencial, justificando dessa forma o enfoque fenomenológico deste estudo.

Segundo TRIVINOS, (1987, p. 41-42), a fenomenologia é uma tendência dentro do idealismo filosófico e dentro deste, ao idealismo subjetivo, que se dedica ao estudo das essências: a essência da percepção, a essência da consciência. Trata de descrever, não de explicar os dados através dos fenômenos, fazendo uso da consciência intencional perante o objeto.

A observação enquanto ato de percepção, de intuição e consciência do pesquisador está presente no instante em que o mesmo contextualiza a abordagem científica com as teorias e ao BSC neste estudo; Na fase exploratória do estudo (fundamentação teórica), bem como no aprimoramento do modelo, por meio do estudo de caso, na relação sujeito que observa (pesquisador) e objeto observado (organização e colaboradores).

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As hipóteses estão implicitamente inseridas na problematização, nos objetivos e nas bases do modelo proposto. As induções e deduções no desenvolvimento do estudo na fase exploratória e na fase de observação da realidade empírica por meio do estudo de caso.

As metodologias das correntes filosóficas que nos permitem refletir sobre as questões econômicas, sociais e culturais da sociedade, levam as organizações a colocar a reflexão, a imaginação no mesmo patamar de importância que as técnicas e métodos de avaliação e gestão organizacional, tais como BSC, EVA, VBM, ABC, ABM, etc.

A concepção dialética, aplicada à definição e implementação das estratégias organizacionais busca a eficiência nas contradições sistêmicas que ocorrem por exemplo entre as operações e a produção. Prioriza o desenvolvimento de estratégias que estimulem a criatividade e a iniciativa dos funcionários, com capacidade de resolver as questões do trabalho com autonomia, participação nos lucros e flexibilidade para negociações, inclusive no chão de fábrica.

Segundo Morgan (1996, p.271), ao estabelecer-se relações dialéticas, não se está abordando os processos lineares nos quais A é causa de B. Ao contrário, procuram-se oposições em que um lado do fenômeno tende a gerar a existência de outro. O hábito de pensar linearmente , tende a bloquear a capacidade de pensar dialeticamente. Dessa forma, falha-se em perceber como as sementes do futuro se acham sempre embutidas nas oposições que delineiam o presente.

Neste contexto a dialética, atua como uma alternativa metodológica para lidar com as contradições sistêmicas da estratégia organizacional e de refletir sobre ela de forma não linear, considerando-se as descontinuidades do sistema.

A dialética (ser ou não ser) se converte em dialógica (posto que se possa ser e não ser), em uma abordagem quântica, onde o dual e não dual se embricam, permitindo uma descrição bem mais perto da realidade dos que as abordagens reducionistas. Neste estudo a estratégia desdobrada no scorecard, se ramifica dialógicamente em vertentes paralelas e justapostas, duais e complementares.

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Segundo Morin (1998), no Pensamento dialógico, Morin (1998 duas lógicas, dois princípios, estão unidos sem que a dualidade se perca nessa unidade: daí vem a idéia de unidualidade para certos casos; desse modo, o homem é um ser unidual, totalmente biológico e totalmente cultural a um só tempo).

Por fim, a experimentação é realizada no estudo de caso comparativo modelo genérico Kaplan e Norton versus BSC como um SCA , onde se busca validar as lacunas e obstáculos à implementação apontados no estudo exploratório e aprimorar a modelagem adaptativa proposta.

2.3.3 DESENHO DA PESQUISA

No desenho de pesquisa classifica-se a pesquisa quanto a sua natureza e planeja-se as fases do estudo, definindo-se o tipo de conhecimento a ser gerado.

2.3.3.1 Natureza da Pesquisa

A pesquisa pode ser classificada quanto a natureza em básica, aplicada ou experimental.

Segundo Silva e Menezes (2005, p.20), sob o ponto de vista da sua natureza a pesquisa pode ser classificada em básica e aplicada.

De acordo com os autores supracitados a pesquisa básica objetiva gerar conhecimentos novos úteis sem aplicação prática prevista e a pesquisa aplicada tem por finalidade gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à solução de problemas específicos.

2.3.3.2 Fases da Pesquisa

A presente pesquisa constituiu-se de três fases:exploratória, elaboração do modelo e estudo de caso.

- Pesquisa exploratória

A pesquisa exploratória constituiu-se de pesquisa bibliográfica e estado da arte documental: sobre o BSC; Estratégia organizacional; Abordagens de pesquisa:

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mecanicista e quântica; Ciências da Complexidade: Física Quântica, Teoria Geral de Sistemas, Teoria do Caos e Teoria da Complexidade. A análise de conteúdo foi a técnica de pesquisa utilizada para a elaboração de um modelo de apreciação crítica textual para avaliação do BSC.

A apreciação crítica ao BSC constitui-se da pesquisa exploratória e observação do processo de implementação do BSC modelo genérico Kaplan e Norton. O estudo exploratório constituiu-se na revisão bibliográfica e síntese inferencial das unidades de análise conforme modelo de apreciação crítica textual por meio da técnica análise de conteúdo (ilustrado na figura 5); deste capítulo. Permitiu a identificação das lacunas e obstáculos à eficácia na sua implementação (capítulo 1 problematização), bem como realizar-se inferências sobre os elementos que constituem o modelo genérico (capítulo 3 BSC).

Na terceira fase do estudo de caso (cf. capítulo 6 deste estudo), observa-se o processo de implementação em uma instituição com o BSC consolidado e efetivado no seu sistema gerencial. Traça-se um paralelo entre as inferências realizadas no estudo exploratório e a sua verificação na realidade empírica, concluindo-se dessa forma a apreciação crítica ao BSC.

A elaboração do BSC como um SCA consistiu de duas etapas: o desenvolvimento de uma modelagem conceptual e a dinâmica de incorporação ao modelo genérico Kaplan e Norton. Para a elaboração do modelo adaptativo ao BSC, realizou-se um estudo exploratório sobre a abordagem quântica da ciência sob os fundamentos das seguintes teorias: física quântica, teoria dos sistemas autopoiéticos, teoria do caos e teoria da complexidade. As referidas teorias são denominadas neste estudo de ciências da complexidade , porque substituem a noção de simplicidade, previsibilidade e linearidade do sistema pelo complexo, imprevisível e não linear. O aprimoramento da modelagem adaptativa proposta foi realizado por meio de um estudo de caso.

Gil (1989, p.79), salienta que a maior utilidade do estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade, é recomendável nas fases iniciais de uma investigação sobre temas complexos, para a construção de hipóteses ou reformulação do problema.

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Nesta pesquisa, o estudo de caso teve dois propósitos precípuos: observar o processo de implementação do modelo genérico BSC e elaborar o primeiro insight para a aplicação do modelo adaptativo proposto: O BSC como um SCA: uma

abordagem quântica à estratégia. O estudo de caso foi realizado em uma das

unidades do SENAI Santa Catarina, o SENAI São José.

O estudo de caso constituiu-se de três fases. A primeira consistiu na apresentação da proposta de estudo à direção do SENAI unidade de São José, com a finalidade de obter apoio e comprometimento. A segunda compõe-se de três etapas: pesquisa sobre o histórico da instituição, estrutura física e gerencial; observação do processo de implementação do BSC, com a finalidade de validar as lacunas, obstáculos à sua eficácia e diretrizes para o sucesso apontadas na fase exploratória deste estudo; fechamento da apreciação crítica do BSC, por meio da realização de um paralelo entre a fase exploratória e a observação da realidade empírica. Na quarta fase, visando o aprimoramento do modelo adaptativo proposto, elabora-se um desenho do BSC como um SCA: uma abordagem quântica à estratégia.

- Técnicas e instrumentos de pesquisa utilizados no estudo de caso

As técnicas e instrumentos de pesquisa utilizadas foram: observação, análise documental (plano de implementação e relatórios de análises críticas do programa), entrevista semi-estruturada com roteiros pré-estabelecidos. O roteiro atuou como um referencial para as entrevistas. Outras questões que surgiram no decorrer das entrevistas foram registradas pela pesquisadora.

Para o estudo do processo de implementação do BSC no SENAI foi utilizado o instrumento Roteiro entrevista semi-estruturada e observação participante do BSC SENAI unidade de São José (anexo A). Para a avaliação da inteligência racional, cognitiva e motivacional foi utilizado o instrumento Mapeamento das Inteligências do SENAI unidade de São José (anexo B).

O Representante da Direção - RD, respaldado pelo Diretor da unidade, acompanhou todo o processo de estudo. Disponibilizou as informações e proporcionou a interação necessária com os colaboradores, criando um clima

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favorável para a realização das entrevistas. Os colaboradores entrevistados foram: 1 consultor do Núcleo de Gestão Estratégica do Departamento Regional do SENAIsc e o comitê de gestão da unidade de São José, que é composto de 10 pessoas, tendo a seguinte constituição: o diretor da unidade, o RD, 4 facilitadores responsáveis pelos núcleos de negócios e 4 integrantes de núcleos de apoio.

O estudo de caso foi o primeiro insight para gerar as ferramentas de operacionalização do modelo. Consolidou a apreciação crítica realizada na fase exploratória do estudo, ratificando algumas lacunas e desmistificando outras. O desenho do modelo proposto gerou o primeiro plano de implementação, no entanto, várias aplicações efetivas serão necessárias, em organizações públicas e privadas, com a finalidade de aperfeiçoar o modelo adaptativo proposto. A dinâmica do desenvolvimento do estudo de caso com suas fases, etapas e passos está descrito no capítulo 6 deste estudo.

2.3.4 TIPO DE CONHECIMENTO CIENTÍFICO GERADO

A presente pesquisa visa consolidar o novo paradigma da ciência. Constitui- se numa proposta de inovação científica ao apresentar uma visão contemporânea ao pensamento estratégico organizacional a abordagem quântica. A modelagem conceptual adaptativa proposta a dinâmica de funcionamento de um Sistema Complexo Adaptativo SCA é incorporada ao BSC, por meio da abordagem

quântica sob os fundamentos das ciências da complexidade.

2.3.5 MODELO DE ANÁLISE DE CONTEÚDO PARA APRECIAÇÃO CRÍTICA TEXTUAL

O modelo de apreciação crítica ao Balanced Scorecard por meio da técnica análise de conteúdo proposto tem o propósito de contribuir para o enriquecimento dos estudos de revisão bibliográfica. Constitui-se de uma análise teórica num enfoque qualitativo e dialético, sob uma perspectiva holística e integrada.

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Segundo Trivinos (1987, p.158), a análise de conteúdo é um método que pode ser aplicado tanto na pesquisa quantitativa como na investigação qualitativa, mas com aplicações diferentes.

Bardin (1977, p. 42), resume o termo análise de conteúdo

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

Segundo o autor suprareferido, a discussão abordagem quantitativa versus abordagem qualitativa marcou um volte-face na concepção da análise de conteúdo. Na primeira metade do século XX, o que marcava a especificidade deste tipo de análise, era o rigor e, portanto, a quantificação. O acontecimento, o acidente e a raridade, possuem, por vezes, um sentido muito forte que não deve ser abafado. Em conclusão, pode dizer-se que o caracteriza a análise qualitativa é o fato de a inferência sempre que é realizada ser fundada na presença do índice (tema, palavra, personagem, etc.), e não sobre a freqüência de sua aparição, em cada comunicação individual.

Segundo Marconi, e Lakatos (1996, p.118), para a análise de conteúdo seguem-se as mesmas etapas de uma pesquisa científica: definição dos objetivos, escolha da amostra, elaboração dos instrumentos, aplicação dos instrumentos e conclusão. Ressaltam dois aspectos que devem ser levados em consideração, na elaboração dos instrumentos de análise: determinação das categorias de classificação e escolha da unidade de análise, isto é, dos aspectos importantes do material a ser classificado.

De acordo com Bardin (1977, p.29, tradução nossa), de uma maneira geral, a sutileza dos métodos de análise de conteúdo, corresponde aos seguintes objetivos: a ultrapassagem da incerteza e o enriquecimento da leitura. Metodologicamente, confrontam-se ou completam-se duas orientações: a verificação prudente ou a interpretação brilhante.

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Por outro lado, adverte Trivinos (1987, p. 159), o método de análise de conteúdo, em alguns casos, pode servir de auxiliar para instrumento de pesquisa de maior profundidade e complexidade, como o é, por exemplo, o método dialético. Neste caso, a análise de conteúdo forma parte de uma visão mais ampla e funde-se nas características do enfoque dialético.

O modelo de análise de conteúdo proposto tem como suporte teórico os estudos de Bardin (!977), Krippendorff (1980), Trivinos (1987), Ander- Egg (1971), Minayo (1994) e Marconi e Lakatos. O modelo de análise proposto segue uma abordagem filósofica de raciocínio dialético de enfoque qualitativo, na medida em

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