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3.1 ÁREA DE ESTUDO

3.1.1 Caicó e seus aspectos geográficos e históricos

O município de Caicó encontra-se inserido no Polígono das secas, região essa marcada pela irregularidade das chuvas e longos períodos de escassez de água. Está localizado na Microrregião do Seridó Ocidental e na Mesorregião Central Potiguar, no Estado do Rio Grande do Norte.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, a população estimada do município de Caicó, no ano de 2016, é de 67.747 habitantes, que povoam uma área de unidade territorial, calculada com base no ano de 2015, de 1.228,583 Km², cuja densidade demográfica, mensurada no ano 2010, de 51,04 hab/Km².

O referido município limita-se ao norte com Jucurutu e Florânia; a leste com Ouro Branco, Jardim do Seridó, São José do Seridó e Cruzeta; ao sul com São João do Sabugi, Serra Negra do Norte e Várzea/PB; e a oeste com Timbaúba dos Batistas e São Fernando, conforme demonstra a Figura 08 de localização do município de Caicó.

Figura 08 – Mapa de Localização de Caicó

Caicó representa o quinto município do Estado do Rio Grande do Norte, com relação a maior área, possui uma altitude média de 151 metros e tem como coordenadas geográficas 06°27’28,8” de latitude sul e 37°05’52,8” de longitude oeste. Sua população residente urbana é representada por 57.461 pessoas, ao passo que a residente rural apresenta-se com 5.258, segundo dados do IBGE, coletados para o censo demográfico de 2010.

Com relação aos aspectos geográficos, o município de Caicó apresenta clima quente e semiárido, com período de chuvas entre o mês de fevereiro e maio, possui uma média pluviométrica anual de 716,6 mm, e uma temperatura média de 27,5 °C.

No que se refere à formação vegetal, o referido município está inserido no bioma Caatinga, classificada como Subdesértica, considerada a mais seca do Estado, com arbustos e árvores baixas, ralas e de xerofitismo mais acentuados. As espécies de vegetação mais presentes são Pereiro, Faveleiro, Macambira, Mandacaru, Xique-xique e Jurema Preta.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o solo predominante do município em questão é o Bruno Não Cálcico Vértico, o qual possui fertilidade natural alta, textura arenosa ou argilosa. Em relação ao relevo, está inserido na Depressão Sertaneja, constituída por terrenos baixos situados entre as partes altas do Planalto da Borborema e da Chapada do Apodi, ele apresenta altitudes que variam de 100 a 200 metros.

Sob o âmbito geológico, Caicó está localizado na Província Borborema. Já com relação aos corpos hídricos, com base no Ministério de Minas e Energia, está inserido nos domínios da bacia hidrográfica Piranhas-Açu, banhado pela sub-bacia do Rio Seridó e sub-bacia do Rio Sabugi. Possui como principais espelhos d’água o Itans, Mundo Novo, Palma, Recreio, dentre outros.

Após analisar os aspectos geográficos do município em questão, embasado em Morais (1999) tem-se que existem diversas versões sobre a origem de Caicó/RN. Uma delas diz que a cidade nasceu junto com a paróquia, em 1748, quando foi criada a Freguesia da Gloriosa Sant’Ana e lançada as bases da construção da capela em uma área próxima ao poço de mesmo nome, no leito do Rio Seridó. Outra versão relata que a origem da cidade está ligada à antiga Casa Forte do Cuó, edificada em 1683 com os objetivos de abrigar as tropas que iriam combater os indígenas revoltados.

Conforme o IBGE, a primeira formação administrativa do atual município de Caicó se deu a partir da criação do distrito Vila Nova do Príncipe, por Alvará de 1748. Após isso, no ano de 1788, por ordem do governo o então distrito torna-se vila e permanece com mesmo nome. Recebe então a denominação de cidade no ano de 1868, através da Lei Provincial de n° 612, contudo, mantem-se ainda com mesmo nome. No ano 1890 a cidade muda de nome e passe a

ser Seridó, isso através do Decreto Estadual de n° 12. Finalmente, pelo Decreto Estadual n° 33, de 07-07-1890, o município de Seridó passou a denominar-se Caicó, e assim permanece até o presente momento.

Após compreender melhor a geografia e história da cidade de Caicó, sede da UFRN- CERES-Caicó que é a real área de estudo desse trabalho, torna-se necessário o entendimento histórico e físico da instituição em questão.

3.1.2 UFRN-CERES-CAICÓ

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Centro de Ensino Superior do Seridó - Campus Caicó (UFRN-CERES-Caicó) encontra-se inserida na cidade de Caicó-RN, dentro de seu perímetro urbano, conforme a Figura 09.

Figura 09: Mapa de localização do CERES-Caicó/RN

Fonte: BORGES (2016).

Portanto apresenta as mesmas características físicas e sociais já mencionadas acima sobre a cidade sede, compartilha os problemas de escassez de água devido longos períodos de estiagem entre outros fatores já relatados.

Com base na história relatada pelo Plano Diretor do CERES, foi no ano de 1977 que ocorreu a primeira tentativa de criar a referida instituição, através da Resolução 59/77- CONSUNI, de 21 de dezembro de 1977, porém, apenas no ano de 1979 o CERES conseguiu sede própria. Tempos depois, em 28 de abril de 1995 a instituição em estudo recebe o nome de Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES), através da Resolução n° 004/95-CONSUNI.

Apesar do CERES-Caicó sofrer com os períodos de estiagem de chuva, e encarar problemas como escassez de água, o mesmo também sofre nos períodos chuvosos, enfrenta alagamentos conforme as Figuras 10 e 11.

Figura 10: Bloco de salas de aula ‘A’

Fonte: Acervo do autor (2014) Figura 11: Bloco de salas de aula ‘C’

Esses problemas de alagamento foram sanados a partir da implantação de projetos de drenagem realizados no ano de 2015, que consiste basicamente em canalizar as águas pluviais com destino ao riacho que está enserido na estrutura do campus, porém tal ação não realiza o aproveitamento dessas águas, de forma a gerar o desperdício desse líquido, que poderia servir para diversos fins dentro da instituição.

Por esses motivos o aproveitamento das águas pluviais é de grande relevância para a região em que a UFRN-CERES-Caicó está enserida, isso por estar localizada em uma unidade semiárida que sofre bastante com problemas de estiagem de chuvas.

Conforme o Plano Diretor do CERES, como instituição pública, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) tem como missão: “educar, produzir e disseminar o saber universal, preservar e difundir as artes e a cultura, e contribuir para o desenvolvimento humano, comprometendo-se com a justiça social, a sustentabilidade socioambiental, a democracia e a cidadania”. Portanto a UFRN-CERES-Caicó torna-se o local ideal para dar o exemplo de manejo sustentável de água.

A UFRN-CERES-Caicó está representada nesse trabalho como campo de estudo e possível referência às populações vinculadas a mesma. A estrutura do Campus Caico é utilizada para propor soluções viáveis ao problema em questão.

Figura 12: Mapa de expansão do CERES-Caicó-RN

3.2 ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DO TRABALHO

O trabalho se desenvolveu com base em uma metodologia que utilizou pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, pesquisa documental e entrevistas informais.

Na pesquisa bibliográfica foi realizada utilizando o acervo da Biblioteca Setorial Professora Maria Lúcia da Costa Bezerra – CERES – Caicó, assim como materiais virtuais como artigos, revistas e sites.

A pesquisa de campo se estendeu por toda a estrutura da UFRN-CERES-Caicó, onde foi possível realizar análises estruturais e espaciais do referido campus, ocorreu durante todo o desenvolvimento do trabalho e foi crucial para o levantamento de dados e para propor soluções ao dilema estudado.

Já com relação à pesquisa documental, essa teve como principais fontes a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), a qual disponibilizou o consumo de água do CERES Campus Caicó e seus custos; a Estação Climatológica inserida na UFRN- CERES-Caicó que por sua vez forneceu dados como precipitação e índices de evaporação; e a referida instituição em estudo que disponibilizou dados acadêmicos e estruturais.

A parte de entrevista se deu com representantes da UFRN-CERES-Caicó e da CAERN, de maneira informal, servindo para elucidar questionamentos que surgiam ao longo do desenvolvimento do trabalho.

Através da união desses procedimentos metodológicos foi possível desenvolver esse trabalho de forma concreta, demonstrando os principais problemas e a melhoria que esse projeto propõe.

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