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TOMADA DE DECISÃOASPECTO TÉCNICO

5. PERCURSO METODOLÓGICO DO ESTUDO

5.2 METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS DA PESQUISA

Um das principais características para promover o Estudo de Caso Organizacional é a busca de dados que possam favorecer a compreensão da totalidade da organização com relação aos aspectos estudados. Nesse sentido, considerando o foco do estudo que trata dos usos da avaliação institucional interna na gestão universitária a busca de dados da forma mais ampliada possível justifica-se ainda mais, na medida em que a avaliação institucional em IES privadas envolve um cenário com múltiplos sujeitos e diversos contextos.

Para tanto, buscamos conduzir a pesquisa destacando duas fontes principais de dados: os documentos e as concepções dos sujeitos. Em ambos os casos, focalizamos as categorias centrais do estudo e buscamos identificar a articulação entre o que a IES afirma

sobre si mesma nos seus documentos oficiais e o que pensam os seus gestores sobre a gestão da IES, o lugar da avaliação institucional e sobre o modelo do Sinaes, bem como os usos dos resultados da avaliação na gestão.

Portanto, para a realização do estudo de caso proposto, além do estudo teórico com vistas a aprofundar os conhecimentos da temática da relação entre avaliação institucional e gestão universitária, foram realizados os seguintes procedimentos de coleta de dados: a) levantamento dos documentos produzidos pela IES e, mais especificamente, o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI); o Projeto Pedagógico Institucional (PPI); além da aplicação de entrevistas com Diretor Geral, Diretor Acadêmico, Diretor Administrativo, Coordenador da CPA e Coordenadores de Cursos.

Os diversos procedimentos e instrumentos utilizados fizeram parte de uma estratégia de pesquisa que buscava apreender o objeto de forma o mais ampla possível e foi fruto da curiosidade do pesquisador que, antes de tudo, como afirma Demo (1996), precisa, em sua tarefa de descobrir e criar, num primeiro momento questionar. Esse questionamento é que permite ultrapassar a simples descoberta para, através da criatividade, produzir conhecimentos e produzindo conhecimentos, transformar a realidade que o cerca.

No que se refere às análises dos dados coletados através das entrevistas buscamos relacionar os diversos aspectos tratados em cada uma das questões com o intuito de ampliar a compreensão sobre as relações entre a avaliação institucional e gestão na IES.

As entrevistas foram realizadas com dois grupos de sujeitos: diretores da IES e os coordenadores de cursos e da CPA. Dentre os dirigentes, como já informado anteriormente, foram entrevistados os diretores administrativo, acadêmico e o diretor geral.

No que se referem aos coordenadores dos cursos presenciais, estes totalizam 23 coordenadores, dentre os quais entrevistamos 12.

Para a realização das entrevistas, foi feito a apresentação do nosso trabalho e dos seus objetivos durante uma reunião de coordenação da IES, momento em que, a partir da adesão dos Coordenadores participantes, fizemos a aplicação dos questionários. Quanto às entrevistas com os diretores, estão foram realizadas posteriormente mediante agendamento prévio.

Levando em consideração a definição de técnicas, que segundo Oliveira (2007, p. 57) “são instrumentos para coleta de dados e informações para se chegar a um melhor conhecimento da realidade em estudo”, é importante salientar seu caráter significativo para a obtenção de dados. As técnicas devem ser entendidas como meios que devem ser adequados e

favorecer a aproximação do pesquisador à realidade pesquisa, daí por que sua escolha deve ser criteriosa e bem cuidada.

Além das técnicas, os instrumentos também são muito importantes, uma vez que são que se constituirão no meio pelo qual a informação sobre a realidade empírica será efetivamente coletada. Desta forma, técnicas e instrumentos tem importância ímpar no trabalho de pesquisa, por isso, tem de ser escolhido e utilizado com cautela, caso contrário, pode levar a uma desqualificação de coleta e prejudicar posteriormente o trabalho. Nesse sentido, antes de realizar a entrevista fizemos uma análise prévia de sua validade, realizando um teste com relação a sua clareza e concisão com um coordenador de curso e um dirigente de outra IES, o que contribuiu para fazer as mudanças necessárias no instrumento, visando a sua validade.

Ao selecionar as técnicas e instrumentos de pesquisa devemos levar em conta as que mais podem ajudar o pesquisador na coleta de dados. Isto significa dizer que, dependendo do objeto de estudo e do tipo de pesquisa é que as técnicas e os instrumentos são definidos de forma que possibilite ao pesquisador uma maior absorção de dados, o que será de extrema relevância para se tratar posteriormente do objeto pesquisado, aspectos que buscamos utilizar na condução do estudo.

Com base nessa concepção, é importante frisar que são as escolhas das técnicas e instrumentos, antes, porém, identificadas às relevâncias para a pesquisa, que caracterizarão como estudo exclusivo de certo objeto, pois, na pesquisa a escolha e a efetivação das técnicas e instrumentos são aspectos cruciais para o êxito do trabalho.

Tendo isso em mente e preocupadas com a coleta dos dados decidimos trabalhar com entrevistas e questionários que segundo Ludke e André (1986, p. 33) “ao lado da observação, a entrevista representa um dos instrumentos básicos para a coleta de dados”. Além disso, (ibidem) “é importante atentar para o caráter da interação que permeia a entrevista, sendo que, [...] na entrevista a relação que se cria é de interação, havendo uma atmosfera de influência recíproca, entre quem pergunta e que responde”. Desta maneira, a entrevista tem característica peculiar na absorção de dados, em que a observação em si não consegue captar. Em relação à pesquisa desenvolvida o diálogo com o coordenador e os diretores da IES foi extremamente importante para compreender o objeto de estudo proposto.

Ao definir a entrevista como técnica para o trabalho de pesquisa nos sustentou, também, na concepção de Oliveira (2007, p. 86) que define entrevista como “um excelente instrumento de pesquisa por permitir a interação entre o pesquisador (a) e entrevistado (a) e a

obtenção de descrições detalhadas sobre o que se está pesquisando”, além disso, Gaskell (2002, p. 73) nos contribui com suas idéias também a esse respeito e considera que

[...] toda pesquisa com entrevistas é um processo social, uma interação ou um empreendimento coorporativo, em que as palavras são o meio principal de troca [...] ela é uma interação, uma troca de idéia e significados, em que várias realidades e percepções são exploradas e desenvolvidas. Com respeito a isso, tanto o(s) entrevistado(s) como o entrevistador estão de maneiras diferentes, envolvidos na produção de conhecimentos.

Então, além de possibilitar o momento de troca através do diálogo, a entrevista considera as realidades e sentidos que são explorados na situação de emissão e recepção de informações, uma vez que, o que é exposto por parte do entrevistado está intimamente ligado a própria vida e a ação e isso não se pode ignorar.

O roteiro de entrevista foi elaborado com base nos objetivos da pesquisa, em que foram priorizados aspectos relacionados à concepção de gestão, de avaliação e da relação entre avaliação e gestão na IES.

De acordo com o objetivo do estudo, tornou-se necessário o uso da análise dos documentos que trazem expressos os modelos de gestão e a proposta de avaliação institucional da IES, bem como dos mecanismos do uso dos seus resultados. Consideramos a análise documental um procedimento de grande relevância no caso do estudo proposto, pois esta traz registrada a afirmação das intenções da IES com relação a sua vida institucional no presente e aos seus projetos futuros.

Segundo Laville , “[...] um documento pode ser algo mais do que um pergaminho poeirento: o termo designa toda fonte de informação já existente [...] pensa-se, é claro, nos documentos impressos[...] ” (LAVILLE 1999, p. 166).

Entretanto, para as ciências sociais, considera-se documento tanto os impressos, quanto os visuais, áudio-visual, fotos, sonoros.

LAVILLE (1999) ainda diz que:

[...] mas pouco importa sua forma, os documentos aportam informações diretamente: os dados estão lá, resta fazer sua triagem criticá-los, isto é, julgar sua qualidade em função da necessidade da pesquisa (LAVILLE, 1999, p. 166-167)

Sendo assim, do procedimento à triagem verificamos e obtivemos muitas e valorosas informações sobre a relação entre avaliação institucional e gestão universitária, usando os documentos cedidos pela IES.

A apresentação dos resultados da pesquisa seguirá o roteiro sistematizado com base nos objetivos específicos delineados no capítulo inicial. Sendo assim, buscamos analisar as contribuições da avaliação institucional para a gestão da IES, em diferentes perspectivas, a saber: inicialmente a partir da análise dos documentos da IES e, posteriormente, a partir das concepções dos sujeitos participantes da pesquisa.