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Este trabalho na sua metodologia pode ser considerado quanto a natureza como uma pesquisa aplicada, cujo objetivo é gerar conhecimentos para a solução de problemas específicos. Quanto a forma de abordagem é uma pesquisa qualitativa, pois não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. É descritiva, uma vez que o pesquisador analisa os dados indutivamente e faz parte do processo. Tem um caráter exploratório já que visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná -lo explicito ou para construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas e é concebida e realizada em estreita associação com uma relação ou com a resolução de um problema – pesquisa-ação.

A pesquisa social é vista por muitos autores como um procedimento sistematizado que busca encontrar respostas para problemas sociais. (GIL, 1989); (SELLTIZ et al 1987). Já para Trujillo (apud Marconi; Lakatos, 1999, p. 18) a pesquisa tem como objetivo “tentar conhecer e explicar fenômenos que ocorrem no mundo existencial”. Pode-se perceber uma ênfase dos autores acima aos objetivos e finalidades da pesquisa, vinculando estes à respostas para questões enunciadas a priori, o que nos leva ao problema de pesquisa.

Este trabalho , considerando o seu aspecto , usa uma abordagem qualitativa, onde o método utilizado foi a pesquisa-ação. Este tipo de pesquisa caracteriza-se como uma “pesquisa mais aberta (com características de diagnóstico e de consultoria), para tentar clarear uma situação complexa e encaminhar possíveis ações” (THIOLLENT, 1997: p.20).

Os estudos que empregam a metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar em maior nível de profundidade o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos. O estudo está sempre baseado nas percepções que o pesquisador observa no ambiente e compara com referenciais teóricos pré-existentes.

Quando se deseja conhecer profundamente um ambiente, um fenômeno social, ou um conjunto destes, com o objetivo de mostrar a realidade em determinado instante, propondo soluções quando necessário, utiliza-se esta modalidade. Segundo Godoy (1995, p.25) “O estudo de caso se caracteriza como um tipo de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente”

A principal técnica de coleta de dados utilizada foi a observação participante. Richardson (1999, p. 261) afirma que “o observador não é apenas um espectador do fato que está sendo estudado, ele se coloca na posição e ao nível dos outros elementos humanos que compõem o fenômeno a ser observado.” Este mesmo autor defende esta abordagem para o estudo de grupos e comunidades. Neste estudo o pesquisador, membro integrante da instituição pesquisada pode, ao participar dos grupos de trabalho, se aproximar de forma intensa do fenômeno estudado.

Em julho de 2002, foi materializada a intenção de dar à administração da UnC ferramentas para a elaboração do seu plano de desenvolvimento institucional.

O Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI – consiste num documento em que se definem a missão da instituição de ensino superior e as estratégias para atingir suas metas e objetivos. Abrangendo um período pré-estabelecido de cinco anos, deverá contemplar o cronograma e a metodologia de implementação dos

objetivos, metas e ações do Plano da IES, observando a coerência e a articulação entre as diversas ações, a manutenção dos padrões de qualidade e, quando pertinente, o orçamento.

As técnicas do PDI, estava sendo amplamente difundida na mídia nacional. Conforme entendimento inicial o PDI serviria, basicamente, para traduzir a missão e a estratégia da UnC em um conjunto de medidas de desempenho que forneceria a base para um sistema de gerenciamento institucional e integrado. Essa foi a orientação inicial para a compreensão do grupo.

O grupo foi formado a partir de pessoas que sabidamente tinham interesse no assunto e que também possuíam um mínimo de conhecimento sobre planejamento estratégico; o que faria com que os trabalhos evoluíssem de forma mais dinâmica. Assim, o grupo se formou com dezessete participantes entre professores, gestores e técnicos dos diferentes Campi da UnC.

Entre julho e novembro de 2002 foram realizadas reuniões técnicas. Estas reuniões objetivaram o nivelamento conceitual entre os participantes, bem como desenvolver uma aplicação simulada das ações na determinação de indicadores para o Plano Institucional de Desenvolvimento Integrado da UnC. Ficou acertado que o exercício não teria nenhuma pretensão de ser completo, mas tão somente percorrer na prática o raciocínio que o plano se propunha.

No decorrer dos trabalhos foi contratado um consultor externo para que o nivelamento conceitual fosse mais efetivo, fazendo com que o grupo tivesse a oportunidade de, a partir de um profissional externo experiente, obter orientações para aumentar as chances de sucesso do trabalho.

Paralelamente, a Reitoria da UnC havia proposto uma agenda de atividades do plano de desenvolvimento institucional. Nessa agenda as unidades e órgãos da

Universidade deveriam produzir um levantamento que cederia elementos para formulação do PDI. Assim, a UnC deveria apresentar o seu planejamento instituciona l, ou seja, o seu Plano Institucional de Desenvolvimento Integrado-PIDI.

No intuito de também atender a formulação do PIDI da UnC, o grupo entendeu como oportuno integrar os esforços voltados ao planejamento estratégico com os voltados ao desenvolvimento integrado da UnC. Para tanto, e já entendendo que o PDI apresentava como pré-requisito a explicitação da estratégia, foi proposto que todos os órgãos da UnC, juntamente com a Reitoria e a Mantenedora, se fizessem presentes em uma grande reunião de dirigentes da Universidade, através de seus diretores e com a participação de técnicos, que atendessem o perfil descrito a seguir. Acreditava-se assim que mais pessoas estariam conceitualmente aptas a elaborar o Plano de Desenvolvimento Institucional, garantindo a visualização das respectivas ações para o desempenho integrado da UnC.

Os participantes da reunião, que ficou conhecida como Encontro dos Dirigentes da UnC, deveriam atender o seguinte perfil:

1. ter disponibilidade para fazer o trabalho.

2. ter disponibilidade para aplicação da metodologia em seu departamento, setor ou órgão.

3. ter perfil de facilitador/coordenador do desenvolvimento do projeto no seu departamento, setor ou órgão.

4. ter conhecimento básico de planejamento estratégico. 5. ter conhecimento do seu departamento, setor ou órgão.

Dessa forma, a equipe para a reunião foi composta por membros do grupo inicialmente formado e outros servidores indicados pelos departamentos, setores ou órgãos da UnC. Além do próprio Reitor, pró-Reitores, Diretores das unidades participaram ativamente da reunião. Ficou decidido que os técnicos que conduziram o processo atuando como facilitadores seriam elementos chave durante a realização do encontro.

Assim, a proposta de primeiras atividades do processo que o grupo submeteu à aprovação está ilustrada no quadro 01.

Atividades Responsáveis

1. formar um grupo técnico para organização das informações enviadas pelos representantes dos Campi

Pró-Reitorias

2. racionalizar os procedimentos comuns nos encaminhamentos das atividades

Pró-Reitorias e Consultor

3. criar um centro de dados para agregar as informações encaminhadas pelos Campi

Grupo do P ID I

4. sistematizar as atividades relacionadas ao P ID I Grupo do P ID I 5. elaborar um documento prévio das ações propostas Grupo do P ID I Quadro Nº 01 – Agenda para o PDI

As etapas previstas na elaboração do Plano Institucional de Desenvolvimento Integrado deveriam dar conta dos seguintes elementos:

- Missão; - Visão;

- Princ ípios Éticos;

- Responsabilidade Social; - Políticas Institucionais; - Indicadores de Ações.

A reunião de dirigentes foi realizada em dezembro de 2002 e tratou estritamente dos conceitos envolvidos com a técnica, fazendo menção superficial aos conceitos envolvidos com o planejamento estratégico em si. Concluída a reunião, o grupo tratou de produzir uma metodologia própria de planejamento com elementos que começavam a ser propostos, e que as pessoas que passaram a compor o grupo não possuíam uma visão mais apurada do que seria o plano de desenvolvimento da UnC em seus elementos básicos.

A literatura de apoio utilizada pelo grupo, até então, destacava exemplos de outras instituições de ensino superior, gerando até uma certa insegurança sobre quais aspectos deveriam ser cuidados ou propostos, para o desenvolvimento do planejamento de uma universidade multi-campi, como é o caso da UnC.

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