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A investigação proposta é de natureza qualitativa que, de acordo com Minayo (1997), é aquela que responde a questões muito particulares, preocupando-se, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes.

Foi realizado um estudo de caso, o qual, segundo Gil (2007), é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos.

Gil (2007) afirma que o estudo de caso é uma pesquisa empírica que investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade e vem sendo utilizado cada vez mais pelos pesquisadores sociais, visto servir a pesquisas com diferentes propósitos. O estudo de caso pode ser utilizado tanto em pesquisas exploratórias quanto descritivas e explicativas.

Gil (2007) ressalta, todavia, que existem preconceitos contra o estudo de caso, tais como, falta de rigor metodológico, dificuldade de generalização, muito tempo demandado pela pesquisa.

Entretanto, Gil (2007) defende que, diferentemente do que ocorre com os experimentos e levantamentos, para a realização de estudos de caso não são definidos procedimentos metodológicos rígidos. Por essa razão, são frequentes os vieses nos estudos de caso, os quais acabam comprometendo a qualidade dos seus resultados. Ocorre, porém, que os vieses não são prerrogativas dos estudos de caso, podendo ocorrer em outras modalidades de pesquisa. Logo, o que se propõe ao pesquisador disposto a desenvolver estudos de caso é que redobre seus cuidados tanto no planejamento quanto na coleta e análise das informações.

Outro ponto importante, segundo Gil (2002), é que a análise de um único ou mesmo de múltiplos casos fornece uma base muito frágil para a generalização. No entanto, os propósitos do estudo de caso não são os de proporcionar o conhecimento preciso das características de uma população a partir de procedimentos estatísticos, mas sim os de expandir ou generalizar proposições teóricas.

Gil (2002) discute que se alega que os estudos de caso demandam muito tempo para serem realizados e que, frequentemente, seus resultados tornam-se pouco consistentes. De fato, os primeiros trabalhos qualificados como estudos de caso foram desenvolvidos em longos períodos de tempo e seus resultados deixaram muito a desejar. Todavia, a experiência

acumulada nas últimas décadas mostra que é possível a realização de estudos de caso em períodos mais curtos e com resultados passíveis de confirmação por outros estudos. Convém ressaltar, no entanto, que um bom estudo de caso constitui tarefa difícil de realizar.

Constituíram-se como participantes da pesquisa os integrantes da equipe multiprofissional da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Casa de Saúde Dix-Sept Rosado (CSDR), em Mossoró/RN, a qual é composta de aproximadamente 29 profissionais, sendo 11 homens e 18 mulheres. A CSDR é administrada pela Associação de Proteção e Assistência à Maternidade e à Infância de Mossoró (APAMIM).

A seleção dos participantes se deu a partir dos seguintes critérios de inclusão: ser trabalhador da saúde na UTI da instituição e aceitar participar da pesquisa.

A coleta das informações foi iniciada após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através do Parecer 427/2009, Protocolo 154/2009, Folha de Rosto 297711 e CAAE 0170.0.051.000.09.

Em seguida, foi realizado o contato prévio com os participantes, esclarecendo que a participação na pesquisa é livre, podendo desistir a qualquer momento, se desejarem; que o anonimato seria garantido e a identidade preservada, sendo os colaboradores identificados por pseudônimos; e, por último, apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, segundo Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, para que seja assinado pelo pesquisador e pelos colaboradores que concordaram em participar da pesquisa. A partir do consentimento dos colaboradores, foi agendada a coleta no local e horário por eles propostos.

Para coleta das informações, foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas, sendo individualizadas e sob consentimento dos integrantes da equipe multiprofissional, além da observação das atividades realizadas pelos profissionais no cenário da pesquisa.

Após a conferência das entrevistas, foi realizada a análise das informações que, na pesquisa qualitativa, a coleta e a análise das informações ocorrem de maneira dinâmica. Considerando-se que o referencial deste estudo parte da concepção do trabalho como princípio educativo segundo Gramsci (1995), foi estabelecida uma categoria de análise a priori, na perspectiva de possibilitar uma primeira aproximação com os resultados encontrados, definida como: espaços de trabalho como espaços pedagógicos. No processo de construção da pesquisa emergiu outra categoria: as formas de aprendizagem no trabalho.

Quando a coleta das informações foi concluída, estas foram processadas através da transcrição, a qual é a tradução para a linguagem escrita na íntegra, sendo retirados os vícios de linguagem e realizada a correção ortográfica com o cuidado para não distorcer as falas dos participantes da pesquisa.

Foram então realizadas leituras exaustivas das informações, destacando-se semelhanças e diversidades entre os conteúdos, articulando em pontos convergentes e divergentes. Para a análise das falas, as mesmas foram segregadas conforme a afirmação a respeito de determinado ponto, seguindo a análise temática, a qual permite comportar um feixe de relações e pode ser graficamente apresentada através de uma palavra ou fala. Esse tipo de análise consiste em identificar núcleos de sentido que compõem uma fala, tendo importante significado para os objetivos da pesquisa (TRIVINOS, 1995).

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