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7.2.1. AMOSTRAGEM DO MPS

7.2.1.1. Coleta Temporal

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GARLIPP, A.B. 2006. Tese de Doutorado – PPGG/UFRN

125 Amostras de água foram coletadas com o auxílio de uma garrafa oceanográfica do tipo Go- Flo (General Oceanics 1080 - 2,5 L) em três profundidades (superfície, meio e fundo) em uma estação fixa no estuário (Figura 7.2 e Tabela 7.1). As amostragens, a cada 1 h, foram feitas durante dois ciclos de maré em estação chuvosa (abril-maio/2001), um de sizígia e outro de

Capítulo VII – Material em suspensão como agente transportador de metais no estuário do rio Curimataú

¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ quadratura, totalizando 25 h por ciclo. O MPS foi retido em filtros de fibra de vidro (Whatman GF/F 47 mm‡) previamente pesados e embalados em papel alumínio, até que estes atingissem a saturação. Durante a filtração, foi anotado o volume gasto de água para saturar o filtro a fim de se calcular o seston (MPS biológico e não-biológico em águas naturais). Os filtros saturados foram então acondicionados a 4oC. Em laboratório os filtros foram secos em estufa a 60oC por 96 horas, e posteriormente pesados. Desta forma, foi possível definir a massa de material particulado obtida.

7.2.1.2. Coleta Espacial

Quatro pontos de amostragem foram definidos ao longo do estuário para a coleta espacial do MPS, que foi realizada em 01/dezembro/2004, na estação seca durante maré de quadratura (Figura 7.2 e Tabela 7.1).

Figura 7.2. Localização dos pontos de amostragem do MPS no estuário do rio Curimataú.

Os pontos 1 e 4 foram considerados os extremos composicionais (end-members), respectivamente fluvial e marinho. O ponto 2 está localizado próximo a uma saída de esgotos domésticos do município de Canguaretama (Figura 7.3), e o ponto 3 encontra-se na saída de ______________________________________________________________________________

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¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ efluentes provenientes da atividade de carcinicultura (Figura 7.4). As coletas dos pontos 1, 2 e 3 foram realizadas durante maré vazante a fim de se evitar qualquer influência do oceano, e avaliar a contribuição de MPS fluvial, bem como de atividades antropogênicas.

Em cada ponto de amostragem foram coletados 20 L de água na superfície com o auxílio de um balde de polietileno, sendo em seguida condicionados em galão, também de polietileno. A água coletada foi então filtrada utilizando-se filtros de fibra de vidro (Whatman GF/F 47 mm‡) previamente pesados e embalados em papel alumínio, até que o filtro atingisse a saturação (Figura 7.5). Durante a filtração, anotou-se o volume gasto de água para saturar o filtro a fim de se calcular o seston. Os filtros saturados foram então acondicionados a 4oC até a chegada em laboratório. Em cada ponto de amostragem foram utilizados 10 filtros para a obtenção do MPS, totalizando 40 filtros. Em laboratório os filtros foram secos em estufa a 60oC por 96 horas, e posteriormente pesados. Desta forma, foi possível definir a massa de material particulado obtida.

Tabela 7.1. Coordenadas geográficas dos pontos de amostragem de MPS das coletas temporal e

espacial (ver Figura 7.2 para localização).

Pontos de Amostragem Latitude Longitude

CT (coleta temporal) 1 (end-member - rio) 2 (esgoto urbano) 3 (efluente de carcinicultura) 4 (end-member - oceano) 06o19’ 34.2” S 06o 24’ 40.6” S 06o 23’ 0.0” S 06o 21’ 14.0” S 06o 18’ 16.4” S 35o 02’ 45.4” W 35o 07’ 47.7” W 35o 07’ 37.3” W 35o 04’ 51.4” W 35o 01’ 10.3” W

Figura 7.3. Local de amostragem de MPS

(ponto 2), onde o esgoto doméstico

proveniente do município de

Canguaretama é despejado no rio Cunhaú sem qualquer tratamento. Observam-se crianças da comunidade usando este local para recreação.

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Figura 7.4. Local de amostragem de MPS

(ponto 3), onde os efluentes provenientes da atividade de carcinicultura são despejados no rio Cunhaú.

Figura 7.5. Filtração das amostras de

água para obtenção do MPS.

7.2.2. ANÁLISES QUÍMICAS

7.2.2.1. Matéria Orgânica

Como os filtros de fibra de vidro Whatman GF/F chegam a suportar temperaturas de até 550oC, optou-se pela metodologia de calcinação de Kralik (1999). Os filtros contendo o MPS foram colocados em cadinhos de porcelana previamente pesados. As amostras foram deixadas em estufa a 100oC por 16 horas para a obtenção do peso seco. Em seguida, os cadinhos foram levados à mufla a 360oC por 2 horas. Após esfriarem em dessecador, os cadinhos contendo as amostras foram novamente pesados, e a diferença de peso obtida foi considerada a quantidade de matéria orgânica calcinada. Tais análises foram realizadas no Laboratório de Geoquímica Ambiental da Universidade Federal de Pernambuco, Recife (PE).

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¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯¯ 7.2.2.2. Extração total de elementos maiores e traços

As concentrações obtidas pela extração total dos elementos analisados (Al, Ba, Fe, Mn, Ni, Zn, Cd, Cr, Cu, Pb) no MPS foram obtidas segundo a metodologia de Gardolinski et al. (2002). A solubilização total foi realizada em sistema fechado, em forno de microondas, colocando-se o filtro com o MPS + 6 mL de agua regia + 2 mL de HF 40%, temperatura externa de 90oC e interna de 180oC por 5 minutos. Nos 15 minutos seguintes a temperatura foi elevada para 210oC a 1000 W de potência. Em seguida os recipientes foram deixados esfriando até chegar à temperatura ambiente, quando então foram abertos para o acréscimo de 1 mL de HClO4

concentrado para a volatilização do HF, aquecendo-se em seguida a 210oC para a evaporação da solução até quase secura. Retomou-se a solução com 1 mL de HCl (1:1), completando-se o volume para 10 mL com H2O deionizada. Paralelamente foram analisados 2 filtros limpos como

branco usando a mesma metodologia de extração de metais. Os extratos foram analisados por espectrometria de emissão ótica com fonte de plasma (ICP-OES), no Laboratório de Química Analítica do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP), em Piracicaba (SP) – Tabela 7.2. As análises foram efetuadas conjuntamente no padrão certificado NIST 2704 Buffalo River Sediment para aferir a exatidão analítica.

Tabela 7.2. Limite de detecção dos elementos analisados em ICP-OES. Elementos analisados Limite de detecção (µg.g-1)

Al 2,5

Ba, Cd, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, Zn 0,25

Pb 1,5

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