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Este estudo tem por base a análise retrospetiva e seletiva dos dados de mercado de vendas de SA em Portugal, mais concretamente em farmácias comunitárias. Esta análise tem o intuito de verificar se o seu perfil de consumo de SA corresponde ao perfil de segurança das substâncias inclusas.

Neste sentido, executou-se uma análise do contexto regulamentar dos SA e dos Medicamentos, investigando os procedimentos de notificação e processos de introdução no mercado, respetivamente, de forma a verificar as disparidades entre ambos os processos.

Em paralelo, procurou efetuar-se uma caraterização do mercado português de SA, vendidos em farmácias comunitárias, referente aos últimos 6 anos, obtendo-se os 20 SA mais vendidos (em volume, ou seja, número de unidades vendidas), dos quais foi assim possível extrair as correspondentes substâncias/ ingredientes ativos.

Para tal, solicitou-se à consultora hmR (Health Market Research) o acesso a dado de mercado, comunitária em Portugal. Tendo em consideração que estes dados são comercializados junto das empresas presentes em mercado e ascendem a valores mensais muito elevados, a consultora não pode facultar o acesso às bases de dados completas, os designados “cubos”, no entanto, forneceu vários documentos com informações relativas às vendas de SA, quer em volume quer em valor, assim como as listas dos 20 SA mais vendidos, uma em volume e outra em valor, para cada um dos 6 anos em estudo.

Embora, o acesso à base de dados completa da hmR não tenha sido possível, pode verificar-se na Figura 4, o layout dos “cubos” (programa de extração de dados) da hmR disponibilizados às empresas. Este programa de acesso aos dados de mercado da hmR, designa-se XLCubed, sendo um programa associado ao Microsoft Excel, para a extração e consequente análise dos dados disponibilizados. Os dados disponibilizados são referentes às informações e mercados que as empresas adquirem junto da consultora, sendo informações relativas: ao mercado global em que a empresa opera; a sub-mercados, ou seja, por categorias de negócio; a marcas constantes nesses mercados e sub-mercados; a produtos relativos a cada marca; e, a packs de produtos, ou seja, as diferentes embalagens que cada produto pode apresentar em mercado). Estas informações são disponibilizadas atendendo a um período temporal máximo de dois anos móveis (MAT), com a possibilidade de

selecionar os dados por mês, sendo igualmente possível extrair os dados em valor (euros), em volume (unidades) e sob outras formas conjugadas (exemplo, MAT de 2017 em valor).

Estabeleceu-se assim que os dados considerados para este estudo se baseariam nos 20 SA com maior volume de vendas (unidades vendidas) nas farmácias comunitárias portuguesas, no período temporal de 2010 a 2016, com o propósito de estudar os SA e consequentemente as substâncias/ ingredientes ativos possivelmente mais consumidos pela população em Portugal. Neste sentido, procedeu-se à análise das listas de SA mais vendidos em cada um dos 6 anos em estudo, tendo-se agrupado os SA iguais (com a mesma marca comercial e mesma dosagem), mas com apresentações comerciais distintas (exemplo, o mesmo produto com uma embalagem de 30 comprimidos e outra embalagem com 60 comprimidos). Assim procedeu-se ao somatório das vendas médias por farmácia ao longo dos 6 anos e estabeleceu-se uma ordenação decrescente (do SA com maiores vendas ao longo dos 6 anos para o SA com menores vendas, neste período), obtendo-se desta forma o Top 20 final de SA com maior aquisição no canal farmácia comunitária em Portugal.

Realizou-se posteriormente o cálculo das quotas de mercado em volume (unidades vendidas) para os SA que figuram no TOP 20 final, dividindo o volume do SA pelo volume do mercado dos SA e multiplicando por 100% - ver Figura 5.

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑆𝐴

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑆𝐴𝑥100%

Figura 5 - Fórmula para o cálculo da quota de mercado em volume

Numa fase posterior, procedeu-se à identificação da composição e respetiva dosagem de cada substância/ ingrediente ativo presente nos diversos SA que constituem o TOP 20, assim como a DDR (Dose Diária Recomendada) de cada um destes SA. Após esta análise, realizou-se uma descrição de cada uma das substâncias/ ingredientes ativos previamente identificadas, descrevendo-se a sua importância, o seu perfil de segurança, incluindo as suas recomendações de consumo e limites máximos de ingestão.

Desenvolveu-se por fim a análise de risco de cada um dos 20 SA em estudo, tendo em consideração as substâncias/ ingredientes ativos que os constituem, as suas dosagens e interações. Verificou-se qual a DDR de cada SA e, consequentemente, quais as dosagens de ingestão sugeridas para cada uma das substâncias/ ingredientes ativos, verificando-se também se as recomendações de ingestão diárias e limites máximos de consumo (sempre que possível, optando por dosagens estabelecidas por entidades europeias) são respeitados pelas indicações fornecidas pelos fabricantes.

Para tal, estabeleceu-se uma análise colorimétrica, que corresponde à coloração de uma “barra” com 6 centímetros de comprimento e que é dividida em tantas partes como substâncias/ ingredientes ativos que constituem o SA em questão, sendo posteriormente colorida com 3 cores, verde, amarelo e vermelho. A utilização da cor verde implica que o suplemento cumpre até 100% (inclusive) da VRN (europeia) ou qualquer outra recomendação para a substância/ ingrediente ativo em análise, a cor amarela que o SA contém mais do que 100% da VRN (europeia) ou qualquer outra recomendação para a substância/ ingrediente ativo em análise, e, a cor vermelha que o suplemento excede o limite máximo estabelecido pelas entidades europeias ou os

valores máximos definidos noutras recomendações para a substância/ ingrediente ativo em análise.

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