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MIA – Mostra Itinerante de Artes

Parte III – Relatório Anual de Atividades

3.2 MIA – Mostra Itinerante de Artes

A Mostra Itinerante de Artes, após um breve apontamento aquando das festividades do S. Martinho, constituiu a primeira atividade oficial da Polis Apoteose. Para este evento de abertura, era desejo do grupo que se levasse a cabo uma festividade que marcasse uma posição junto da comunidade. Assim, foi estabelecido um Plano de Comunicação (Anexo F), em que se definia de modo claro um conjunto de objectivos específicos para este evento, entre os quais, “sensibilizar a população local para a importância das Artes e da Cultura; criar um evento de referência para a apresentação da POLISAPOTEOSE; informar parceiros e outros stakeholders dos propósitos e visão estratégica da associação; estabelecer pontes de contactos para futuras parcerias; estimular a criação de oferta cultural em Armação de Pêra e no Concelho de Silves; integrar as várias faixas etárias na condução e crescimento da vila;

incentivar o desenvolvimento de novos produtos e serviços ligados às industrias criativas e, de uma forma geral, a criação artística e literária; estimular a proactividade do individuo na comunidade e educar para a cidadania e participação cívica.”

Traçou-se ainda a estratégia de meios que incluia a rodagem de um teaser que refletisse, desde logo, “a essência do conceito, as áreas de intervenção e que trabalhe desde já o branding de Armação de Pêra, como uma terra apelativa, culturalmente rica e apetrechada de gente bonita.” Este teaser viria a ficar disponível no Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=-AOPFV9RH8o). A linguagem estética baseou-se uma comunicação savvy e direcionada, por modo a que se evidenciasse uma imagem de irreverência e inovação junto da comunidade.

A par deste teaser, criou-se toda uma panóplia de material gráfico, que incluiu cartazes (Anexo G) e flyers e ainda elementos de guerrilha como patas de gatos em papel autocolante que foram colocados em locais estratégicos junto aos locais onde as atividades se desenrolariam (passadeiras junto à sede do Clube de Futebol, Mercado Municipal, Antiga Escola Primária e Palhota Clube).

No entanto, e por muito completa que a estratégia estivesse, no dimensionamento do evento estimámos o custo de produção em cerca de 7400€. Foi então submetida uma candidatura à Direção Regional da Cultura do Algarve (DRCAlg), que sem grande surpresa, foi indeferida. Por esta altura, deparámos-nos com duas hipóteses: ou racionalizávamos o evento ou não haveria condições para realizá-lo. Em reunião com o Presidente de Junta, fez-se um exercício de contenção de custos e averiguou-se junto dos parceiros locais, que instrumentos estariam ao dispôr para reduzir as despesas. Assim, e a título de exemplo, utilizou-se o sistema de som do Agrupamento de Escolas Silves Sul, os espaços públicos para a realização dos eventos, distribuiu-se o esforço da alimentação com os convidados junto da restauração local e mobilizaram-se igualmente esforços para assegurar o alojamento dos mesmos, a troco

de publicidade. Em suma, tivemos na prática a primeira terapia de choque que veio confirmar aquilo que já havia sido teorizado: o caminho a seguir é o das trocas sustentáveis, em vez da subsídiodependência.

Estávamos agora com o rumo certo para a sustentabilidade e uma vez que tínhamos conseguido reduzir os custos de um evento orçamentado em mais de sete mil euros para os mínimos necessários para a deslocação dos grupos, tomou-se a decisão de permitir o acesso livre à programação cultural, de forma a que os visitantes estabelecessem o preço e contribuissem de forma espontânea nas várias caixas de donativos, disponíveis nas diversas áreas de animação.

Chegado o dia, e depois de toda a estratégia de comunicação ser levada a cabo, a programação procurou abarcar tantos públicos quanto possível. Arrancou com um desfile de pais Natal pela Avenida Beira Mar, atividade que já era organizada por um Hotel local (Holliday Inn) e que foi integrada no evento, juntamente com a participação da Orquestra Percu’Tunes – um grupo de jovens do Agrupamento que participa em arruadas com os seus bombos. No cortejo participaram centenas de pessoas. Seguiu-se uma Mostra Gastronómica no Mercado Municipal de Armação de Pêra, com o Chefe Augusto Lima, mentor do projecto Slow Food Algarve. Todos os ingredientes da cataplana gigante foram cedidos pelos comerciantes locais, que com agrado participaram numa iniciativa que contribuiu não só para a promoção dos produtos locais como para um afluxo acrescido dos visitantes.

Em simultâneo, decorria num dos edifícios da sede do Agrupamento de Escolas Silves Sul uma exposição da Associação Núcleo de Geeks do Algarve, que trouxe a Armação de Pêra um espólio de esculturas ligadas à cultura japonesa e ainda consolas de videojogos antigas e que marcaram a infância da geração que agora procura agitar as suas terras.

Na parte da tarde e já depois do almoço, cedido por vários restaurantes locais, houve tempo para uma mostra de curtas-metragens realizadas por alunos da Universidade do Algarve. Em seguida, aconteceu o momento de apresentação oficial do projecto da Polis Apoteose na sala polivalente do Clube de Futebol «Os Armacenenses».

Perante uma sala composta por cerca de 60 pessoas, o Presidente da Direção da Polis Apoteose levou a cabo a apresentação “POLIS 3.0: uma estratégia para o desenvolvimento inteligente, sustentável e inclusivo de Armação de Pêra”.

Depois de um sábado dinamizado pela associação POLIS APOTEOSE, onde a cultura esteve em destaque, foi assinado o Tratado Álvaro Gomes. Um documento que junta a mais recente associação jovem a um conjunto de instituições que se comprometeram a desenvolver

participaram o Presidente da Junta de Freguesia de Armação de Pêra, Ricardo Pinto, o Presidente do C.F. Armacenenses, Fernando Serol, o Diretor do Agrupamento de Escolas Silves Sul, Carlos Silva, o Presidente da companhia de teatro ASTA – Associação de Teatro e Outras Artes, Sérgio Novo e o Presidente da Polis Apoteose, Noel Vieira.

O debate moderado pelo Diretor da revista Algarve Mais, João Pina, culminou com a assinatura do Tratado Álvaro Gomes - um documento aberto que liga as várias instituições e que está orientado para a promoção da cultura e para o desenvolvimento inteligente, sustentável e inclusivo das regiões.

Ao final da tarde houve ainda espaço para apresentações de dança e arte circense no páteo da sede do Agrupamento de Escolas Silves Sul e já depois do jantar, a comunidade deslocou-se em massa até à sede do Clube de Futebol «Os Armacenenses» para assistir ao espectáculo de teatro “Diário dos Imperfeitos”, encenada por Sérgio Novo. O objectivo deste espectáculo era por um lado mostrar o trabalho desenvolvido no meio iminentemente académico da Covilhã e por outro exibir numa comunidade pouco habituada às artes performativas, uma representação provocadora, não convencional, mas elucidativa sobre o papel do teatro na contemporaneidade.

O serão terminou com uma festa de encerramento numa discoteca local, onde os membros e a população festejou esta primeira iniciativa, que tinha certamente transmitido uma mensagem muito positiva junto da comunidade. Afinal de contas, foi grande a agitação que se fez sentir com os restaurantes locais a registar uma afluência histórica face a anos anteriores por aquela altura. De facto, e de acordo com os testemunhos recolhidos, houve estabelecimentos que se depararam com um aumento de 200% em relação a períodos homólogos.

No final do evento ficou disponível online um vídeo resumo da primeira edição da MIA – Mostra Itinerante de Artes em Armação de Pêra (https://www.youtube.com/watch?v=YCp8Hn4qLhU).