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A Lei Complementar 123 de 2006 em seu artigo terceiro define Microempresa e Empresa de Pequeno porte de acordo com a receita bruta auferida no período de um ano, sendo assim, são somados todos os valores que entraram no caixa da empresa que foram derivados da atividade comercial ou econômica exercitada pela sociedade ou pelo empresário.

O artigo terceiro da referida lei35 assim descreve micro e empresa de pequeno

porte, in verbis:

Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e

II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano- calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais).

§ 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.

(...)

§ 7º Observado o disposto no § 2o deste artigo, no caso de início de atividades, a microempresa que, no ano-calendário, exceder o limite de receita bruta anual previsto no inciso I do caput deste artigo

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Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Brasília, Distrito Federal. Dezembro de 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm>. Acesso em: 06 de novembro de 2017.

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passa, no ano-calendário seguinte, à condição de empresa de pequeno porte.

§ 8º Observado o disposto no § 2o deste artigo, no caso de início de atividades, a empresa de pequeno porte que, no ano-calendário, não ultrapassar o limite de receita bruta anual previsto no inciso I do caput deste artigo passa, no ano-calendário seguinte, à condição de microempresa.

É imprescindível que os empresários individuais, as EIRELIs e as sociedades empresárias ou simples que correspondam aos limites da lei deverão acrescentar ao seu nome empresarial a expressão "Microempresa" ou a abreviatura “ME” para o caso de obter receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) em cada ano-calendário, ou "Empresa de Pequeno Porte" ou a abreviatura “EPP” para o caso de auferir receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais) em cada ano-calendário.

Um dos benefícios dados as micro e pequenas empresas é a não necessidade de se manter a escrituração contábil, caso forem optantes pelo SIMPLES Nacional, devendo apenas manter a emissão comum de notas fiscais e a guarda e conservação de todo documento relativo e importante à sua atividade e que fundamentaram a apuração dos impostos e contribuições devidos e o cumprimento das obrigações acessórias a que se refere o SIMPLES Nacional até que haja decorrido todo o prazo decadencial ou ainda não tenha ocorrido a prescrição de ações tributárias ou não que possam ser relevantes a boa administração da pessoa jurídica, podendo assim manter um registro de suas contas de forma simplificada para os registros e controles das operações realizadas36:

Art. 27. As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional poderão, opcionalmente, adotar contabilidade simplificada para os registros e controles das operações realizadas, conforme regulamentação do Comitê Gestor.

Por esta razão, o artigo 26, parágrafo 10, que foi incluído pela reforma da Lei das Micro e Pequenas Empresas de 2014, estabelece que a simples emissão ou recebimento de

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Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Brasília, Distrito Federal. Dezembro de 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm>. Acesso em: 06 de novembro de 2017.

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nota fiscal por meios eletrônicos substitui o registro contábil da empresa ou pode inclusive ser elemento suficiente para haver a constituição e fundamentação do crédito tributário37:

§ 10. O ato de emissão ou de recepção de documento fiscal por meio eletrônico estabelecido pelas administrações tributárias, em qualquer modalidade, de entrada, de saída ou de prestação, na forma estabelecida pelo CGSN, representa sua própria escrituração fiscal e elemento suficiente para a fundamentação e a constituição do crédito tributário.

Contudo, hoje já não há mais que se falar em decadência do crédito tributário havido por lançamento por homologação, vez que todo o sistema do Fisco já se encontra automatizado e a própria declaração é instrumento da constituição do crédito, não havendo hipótese de decadência nesses casos38:

Art. 25. A microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional deverá apresentar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais, que deverá ser disponibilizada aos órgãos de fiscalização tributária e previdenciária, observados prazo e modelo aprovados pelo CGSN e observado o disposto no § 15-A do art. 18.

§ 1° A declaração de que trata o caput deste artigo constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos tributos e contribuições que não tenham sido recolhidos resultantes das informações nela prestadas.

Uma vez declarado o próprio sistema fiscal da Receita Federal, Estadual ou do Município já lança o crédito, excluindo grande parte dos erros que poderiam ser cometidos por humanos. Portanto, deverá, o administrador, basicamente guardar os documentos para fins de ações de execução fiscal em que possa ter havido o não recolhimento do tributo ou o recolhimento a menor do valor considerado ideal pelo órgão fiscalizador.

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Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Brasília, Distrito Federal. Dezembro de 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm>. Acesso em: 06 de novembro de 2017.

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Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Brasília, Distrito Federal. Dezembro de 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm>. Acesso em: 06 de novembro de 2017.

34 Contudo, para que tais empresas possam se beneficiar dos avanços trazidos

pela Lei Complementar 123 de 2006, é de suma importância que se mantenham como optantes do SIMPLES Nacional, vez que sua exclusão, de ofício ou a pedido daquele que a administra, remove delas toda e qualquer benesse prevista nesse regramento empresarial.

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