• Nenhum resultado encontrado

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.5 MICROGRAFIA DOS CORDÕES DE SOLDA

Os cordões de solda analisados apresentaram uma considerável fração volumétrica do constituinte AF. Outra microestrutura presente foi PF (G) . A amostra L1 40 apresentou uma grande quantidade do produto AF, mas áreas com formação de FS (A) e FS podem ser observadas na interface da PF (G). A Figura 69 foi analisada sob esse aspecto. E sob o ponto de vista da morfologia microestrutural não houve alterações significativas em L2 40, Figura 70.

Figura 69: Cordão do corpo de prova L1. Constituintes: FS (A), PF (G), FS e AF. Dureza 236 HV0,3. Aumento 500X, ataque nital 2%, MEV com FEG.

Figura 70: Para L2 presença de PF(G) e, principalmente, AF. Dureza 250 HV0,3. Ataque nital 2%, ME com uso do FEG. Aumento de 500x.

Fonte: Trabalhada pelo autor

É relevante dizer que o cordão de solda de L3 40 apresentou microestrutura refinada de AF, Figura 71. A PF(G) no cordão de solda em L3 40 foi observada com uma ampliação maior na Figura 72 e mostrando a nucleação de AF sobre inclusão na mesma região da Figura anterior.

Figura 71: Corpo de prova L3 com AF e PF (G). Dureza 250 HV0,3. Aumento 500x, nital2%, MEV/FEG.

Figura 72: Microestrutura de L3 com destaque de AF nucleada em uma inclusão e grãos de PF(G). Aumento de 2000X, ataque nital 2%, MEV com o uso do FEG.

Fonte: Trabalhada pelo autor

Isto posto, evidencia-se que na zona fundida das amostras soldadas com o aporte térmico mais alto, não ocorreu muita variação de produtos, sendo predominante a formação de ferrita acicular como mostram as imagens nas Figuras 73-75 para L1 20, L2 20 e L3 20 respectivamente.

Figura 73: Microestrutura de L1 20 apresentando AF, FS (A) e PF (G). Dureza 207 HV0,3. Aumento de 1000X, ataque nital 2%, MEV com o uso do FEG.

Figura 74: Microestrutura de L2 20 com AF, PF(I) e PF(G). Dureza 250.1 HV0,3. Aumento de 2000X, ataque nital 2%, MEV com o uso do FEG.

Fonte: Trabalhada pelo autor

Figura 75: Microestrutura de L3 20 com AF. Dureza 243.9 HV0,3. Aumento de 2000X, ataque nital 2%, MEV/FEG.

Destarte, podem ser evidenciadas microestruturas predominantemente de AF na ZF dos corpos de prova soldados com aporte térmico mais baixo de 7,1 kJ/cm. As microestruturas de L1 60, L2 60 e L3 60 são mostradas na sequência das Figura 76-78.

Figura 76: Microestrutura de L1 60 com PF(I), PF(G) e predominância de AF. Dureza 263.4 HV0,3. Aumento de 2000X, ataque nital 2%, MEV/FEG.

Fonte: Trabalhada pelo autor

Figura 77: Microestrutura de L2 60 com presença de PF(G) e predominância de AF. Dureza 267.7 HV0,3. Aumento de 2000X, ataque nital 2%, MEV/FEG.

Figura 78: Microestrutura de L3 60 com PF(G) e predominância de AF. Dureza 279.6 HV0,3. Aumento de 2000X, ataque nital 2%, MEV/FEG.

CONCLUSÕES

A análise dos resultados à luz de uma revisão da literatura, , possibilita concluir que o depósito bem controlado de cordões de solda com aporte térmico entre 7,3 a 22 KJ/cm permitiu obter taxas de resfriamento numa faixa bastante ampla (equivalente a Δt 800/500 de 3,5 a 20 s), vista como adequada para a análise do efeito do ciclo térmico de soldagem em condições típicas de construções soldadas com essa classe de materiais.

Neste caso, os resultados preliminares das soldas efetuadas com o aporte térmico médio (11,3 KJ/cm e Δt8/5 da ordem de 6,5 s) mostraram que a zona fundida das três ligas é formada predominantemente pelo microconstituinte ferrita acicular, com dureza média da ordem de 240 HV0,3, aspectos que conforme a literatura são requisitos de excelente tenacidade. Constatou-se que apesar da percentagem de diluição do metal base ser considerada elevada (acima de 43 %), as observações sobre a microestrutura e dureza da zona fundida não permitem inferir eventual influência de variação da composição química das variantes desses aços API.

Quanto à zona afetada pelo calor para o cordão efetuado com médio aporte térmico (11,3 kJ/cm), a ZAC-GG mostrou para os 3 aços microestrutura formada basicamente por ferrita com segunda fase (FS) e pequena fração de ferrita primária. O perfil de microdureza na ZAC das variantes L1 e L2 mostrou valores inferiores aqueles da variante L3, onde foi medido um pico de 340 HV0,3. Esse maior endurecimento está de acordo com o CEq ligeiramente superior dessa variante de aço L3.

Os resultados de HVmax superiores a 350 HV indicam que o aporte de 7,3 kJ/cm está no limite inferior, com indícios de formação de martensita na ZAC-GG para o tempo de resfriamento de 3,5 s. Assim sendo, as durezas máxima dos corpos de prova apresentam valores compatíveis com literatura consultada, porém a liga L3 com valores superiores. Verificou-se que os dados experimentais estão dentro da faixa de precisão da fórmula de Terasaki.

REFERÊNCIAS

AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE. API 5L: Specification for line pipe, 43ª ed., API. Washington, 2004, 155 p.

ANDIA, J.L.M. Caracterização microestrutural, mecânica e simulação física da ZTA em

aço API X80. 2012. 135f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Materiais) –

Departamento de Engenharia de Materiais, Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro.

AQUINO FILHO, Adérito de. Estudo do comportamento mecânico e juntas do aço API

5L X80 soldadas com arames tubulares “undermateched” e “evenmatched. 2011. 84 f.

Tese. (Doutorado em Engenharia Mecânica) - – Curso de Pós-graduação em Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011.

BABU, S.S. The mechanism of acicular ferrite in weld deposits. Current Opinion in

Solid State and Materials Science, United States, n.8, p. 267-78, 2004.

BABU, S.S.; BHADESHIA, H.K.D.H. Mechanism of the transition from bainita to

acicular ferrite. Materials Transactions, United States, v.32, n.8, p.679-88, 1991.

BEZERRA, A.C.; RADE, D.A. Análise térmica do processo de soldagem TIG via

elementos finitos. In: SIMPOSIO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

ENGENHARIA MECÂNICA, 14, 2004, Uberlândia.

BHADESHIA ,H. K. D. H. Allotriomorphic Ferrite. Disponivel em : https://www.phase- trans.msm.cam.ac.uk/2000/C9/lectures78.pdf Acesso em 15 de abr.2017.

BHADESHIA, .D.H.K.H. Phase transformations contributing proprieties of modern

steels. Bulletin of the Polish Academy of Sciences, [S.l.], v.58, p. 255-65, 2010.

BHADESHIA, .D.H.K.H. Phase transformations contributing proprieties of modern

steels. Bulletin of the Polish Academy of Sciences, [S.l.], v.58, p. 255-65, 2010.

BHADESHIA, H.K.D.H.; CHRISTIAN, J.W. Bainite in steels. Metallurgical Transactions

A, [S.l.], v.21A, p.767-97, 1990.

BHADESHIA, H.K.D.H.; CHRISTIAN, J.W. Bainite in steels. Metallurgical Transactions A, [S.l.], v.21A, p.767-97, 1990.

BHADESHIA, H.K.D.H; SVENSSON, L.E. Modelling the evolution of microstructure in

steel weld metal, Materials Science and Metallurgy, London, p.109-82, 1993.

BHADESHIA, H.KD.H; LORD.M.; SVENSSON, E. Silicon – rich bainitic steel welds.

Joining e Weldings Solutions to Industrial Problems, Osaka, p.43-52, 2003.

COLPAERT, H. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns. 4 ed. São Paulo: Blucher, 2008.

ESAB. Apostila de Metalurgia da soldagem. Disponível em:

http://www.esab.com.br/br/pt/education/apostilas/upload/apostilametalurgiasoldagem.pdf

Acesso em 12 de jan.2016

EVANS, G. M.; BAILEY, N. - Metallurgy of basic weld metal. Woodhead publishing limited:[S.l], 1997.

FBTS. Apostila de Inspetor de soldagem N1. Rio de Janeiro: Fundação Brasileira de Soldagem, 2010.

FONSECA et al. Efeito do insumo de calor na microestrutura da solda do aço NTU-

SAR50 pelo processo a arco submerso. Disponível em :

https://www.unilestemg.br/revistaonline/volumes/02/downloads/artigo_10.pdf Acesso em 22 de fev.2017.

GHOMASHCHI, R.; COSTIN, W.; KURJI, R. Evolution of weld metal microstructure in

shielded metal arc welding of X70 HSLA steel with cellulosic electrodes: A case study. Materials Characterization, Australia, n.107, p.317-26, 2015.

GRONG et al. Catalyst effects in heterogeneous nucleation of acicular ferrite.

Metallurgical and Materials Transactions A, [S.l], v.26A, p.525-34, Mar. 1995.

HASHEMI, S.H. Strength-harness statistical correlation in API X65 steel, Materials

Science and Engineering A, Iran, v.528, p. 1648-55, 2011.

IIW. Guide to the light microscope examination of ferritic steel weld metals. Doc.IX- 1533, 1988.

IMC Soldagem. Disponivel em http://www.imc-soldagem.com.br/pt-br/equipamentos/fontes- de-soldagem/multiprocesso/digiplus-a7-dc-du Acesso em 21 de jun.2017.

JU, Jang B; KIM, Woo-sik; JANG, Jae-il. Variations in DBTT and CTOD within weld heat- affected zone of API X65. Materials Science and Engineering A, Seoul, v.546, p.258-62, 2012.

KLUKEN, A.O.; GRONG, O. Mechanisnos of inclusion formation in Al-Ti-Si-Mn

deoxidized steel weld metals, Metallurgical Transactions A, [S.l], v. 20A, p.1335-49, ago.

1989.

KOSEKI, T.; THEWLIS, G. Inclusion assisted microstructure control in C–Mn and low alloy steel welds. Materials Science and Tecnology, v.21, n.8, p. 867-79, abr. 2005.

LODER, D.; MICHELIC.S.K.; BERNHAR, C. Acicular ferrite formation and its influencing factors: A Review. Journal of Materials Science Rechearch, Canada, v.6, n.1, p. 24-46, 2017.

MARCONI et al. Influencia del calor aportado y metal de aporte sobre las propriedades mecânicas y la microestructura de juntas soldadas por FCAW de acero microaleado de alta resistência. Soldagem e Inspeção, [S.l], v.20, n.2, p.148-59, 2015.

MARQUES, P.V.; MODENESI, P.J. Algumas equações uteis em soldagem. Soldagem e

inspeção, v.19, n.01, p.91-102, Jan./Mar. 2014.

MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo José; BRACARENSE, Alexandre.

Soldagem: fundamentos e tecnologia. 3 ed. Belo Horizonte: UFMG, 2014.

MIYAMOTO et al. Crystallography of intragranular ferrite formed on (MnS + V(C,N)) complex precipitate in austenite. Scripta Materialia, n.48, p. 371-7, 2002.

MODENESI, P.J. Introdução à fisica do arco elétrico: soldagem I. UFMG: Belo Horizonte, 2012.

MODENESI, P.J. Soldabilidade dos aços transformáveis. Disponível em:

http://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/metferritic1.pdf Acesso em 12 de jan.2017.

MODENESI, Paulo J.; MARQUES, Paulo V.; SANTOS, Dagoberto B. Introdução à

metalurgia da soldagem. Belo Horizonte: UFMG, 2012

MONTE, Isabel Rocha do. Caracterização microestrutural do aço API 5L X65 soldado

por feixe de elétrons com diferentes aportes térmicos. 2013. 90f. Dissertação (Mestrado em

Ciências – Programa de Pós Graduação em Engenharia de Materiais) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena.

NIÑO Bohórquez, C.E. Previsão da dureza máxima na zona afetada pelo calor em

soldagem. 1989. 120f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Centro

Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina.

OHMORI et al. Morphology of bainite and widmanstätten ferrite. Mettalurgical and Materials Transactions A, Japan, v. 25A, p. 1981-9, 1994.

PADILHA, A.F; SICILIANO Jr., F. Encruamento, recristalização, crescimento de grão e

textura. 3 ed. São Paulo: ABM, 2005.

PLAUT et al. Estudo das propriedades mecânicas do aço API X70 produzidos através de

laminação controlada. In: SEMINÁRIO DE LAMINAÇÃO- PROCESSOS E PRODUTOS

LAMINADOS E REVESTIDOS, 45, 2008, Porto de Galinhas.

SCOTTI, Américo; PONOMARAREV, Vladimir. Soldagem MIG/MAG: melhor

SILVA, André Luiz V. da Costa e; MEI, Paulo Roberto. Aços e ligas especiais. 3ed. São Paulo: Blucher, 2010.

WAINER, Emílio; BRANDI, Sérgio Duarte; MELLO, Fábio Décourt Homem de.

Soldagem: processos e metalurgia. São Paulo: Edgard Blücher, 1992.

ZHANG, Z.; FARRAR, R.A. Columnar grain development in C-Mn-Ni low-alloy weld metals and influence of nickel. Journal of Materials Science, v.30, n.22, p. 5581-88, 1995

Documentos relacionados