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3.3 Resultados e Discussões

3.3.1 Aspectos Físico-Quimicos

3.3.1.5 Micronutrientes

Analisando os valores médios de B não obtive resultados significativos nos testes de hipóteses, ou seja, não há evidências de que exista diferença nos teores de boro entre os usos do solo, tanto na camada superficial de 00-20 cm, quanto na

camada subsuperficial de 20-40 cm, conforme apresentados na Tabela 4. Entre as duas camadas de profundidade estudadas, o teste de t (p-valor = 0,276) indicou que o teor de B não é significativamente diferente. As variações apresentadas podem ser visualizadas pela Figura 30.

Figura 30 - Teor de boro (mg/dm3) por uso do solo, considerando as profundidades de 00-20 e 20-40 cm

Mesmo que os valores entre os usos do solo sejam semelhantes, inclusive em relação à Floresta, em caso de RAD com SAF-cacau, segundo Chepote et al. (2012), consideram a faixa de 0,36 a 0,60 mg/dm3 um limite intermediário de qualidade deste nutriente para culturas de cacau. A partir desta referência, os teores de B nos solos estudados encontram-se inadequados, sendo classificados como baixo. O Boro é um elemento importante para germinação do grão de pólen, formação de flores, frutos e raízes, bem como na organização dos vasos condutores das plantas (CHEPOTE et al., 2012). Para os projetos de RAD, a interpretação e correção deste nutriente deve ser cuidadosa, uma vez que a diferença entre teor adequado e tóxico é pequena (CHEPOTE et al., 2012).

Cobre (Cu)

Os valores médios de Cu não foram significativos, ou seja, não há evidências de que exista diferença nos teores de cobre entre os usos do solo, tanto na camada de profundidade superficial de 00-20 cm, quanto na camada de profundidade

subsuperficial de 20-40 cm, conforme apresentados na Tabela 4. Entre as duas camadas de profundidade estudadas, o teste de hipóteses, Kruskal-Wallis (p-valor = 0,163), mostrou que não há evidências de que o teor de Cu seja significativamente diferente. As variações apresentadas podem ser visualizadas pela Figura 31.

Figura 31 - Teor de cobre (mg/dm3) por uso do solo, considerando as profundidades de 00-20 e 20-40 cm

Sabendo que o cobre participa efetivamente em processos internos de oxidação e na respiração da planta (CHEPOTE et al., 2012) é importante ressaltar que, apesar de não haver diferença significativa entre os usos do solo, deve-se estar atento à possibilidade de futura escassez deste nutriente, pois é possível observar uma redução no teor de Cu referente aos usos do solo com relação à Floresta. Em caso de utilização de SAF-cacau para RAD, Chepote et al. (2012) considera a faixa de 0,8 a 1,2 mg/dm3 um limite de qualidade intermediária deste nutriente para culturas agrícolas de cacau. A partir desta referência, verifiquei que o teor de Cu nos solos estudados pode ser classificado como muito alto (>1,8 mg/dm3).

Ferro (Fe)

Analisando os valores médios de Fe não obtive resultados significativos nos testes de hipóteses, ou seja, não há diferença nos teores de ferro entre os usos do solo, tanto na camada de profundidade superficial de 00-20 cm, quanto na camada de profundidade subsuperficial de 20-40 cm, conforme a Tabela 4. Entre as duas

camadas de profundidade estudadas, o teor de Fe também não é significativamente diferente. As variações apresentadas podem ser visualizadas na Figura 32.

Figura 32 - Teor de ferro (Fe, mg/dm3) por uso do solo, considerando as profundidades de 00-20 e 20-40 cm

O elemento ferro está associado à síntese da clorofila e à respiração. Sua carência reduz o crescimento vegetativo (CHEPOTE et al., 2012). Chepote et al. (2012) classificam em qualidade intermediária os teores de Fe entre 19,0 e 30,0 mg/dm3 para culturas agrícolas de cacau. A partir dessa referência, o teor de ferro nos solos estudados encontra-se na classificação de muito alto (>45,0 mg/dm3), sobressaindo-se nas camadas superficiais. Destaco o caso da Floresta, que apresenta valores mais elevados, representado principalmente pelo desvio padrão da camada 20-40 cm, explicada pelo fato de que duas amostras de Floresta obtiveram teores com cerca de 100 mg/dm3 na camada superficial e em apenas uma delas a camada subsuperficial diagnosticou teor de Fe maior do que a camada superficial, cujo valor foi 226 mg/dm3, provocando tal discrepância aos resultados.

Manganês (Mn)

Para os valores médios de Mn não obtive resultados significativos, ou seja, não há evidências de que exista diferença nos teores de manganês entre os usos do solo, tanto na camada de profundidade superficial de 00-20 cm, quanto na camada de profundidade subsuperficial de 20-40 cm, conforme Tabela 4. Entre as duas camadas de profundidade estudadas, ao realizar o teste de hipóteses, Kruskal-Wallis

(p-valor = 0,028), constatei evidências de que o teor de Mn é significativamente diferente. As variações apresentadas podem ser visualizadas na Figura 33.

Figura 33 - Teor de manganês (Mg, mg/dm3) por uso do solo, considerando as profundidades de 00- 20 e 20-40 cm

A princípio, vale considerar que, segundo Chepote et al. (2012) o manganês é um elemento que participa dos processos da respiração e do metabolismo do nitrogênio na planta, bem como é um ativador de muitas enzimas e importante na síntese de proteínas e do ácido ascórbico. Para projetos de RAD com SAF-cacau, classifica-se em qualidade muito alta os teores de Mn maiores do que 12 mg/dm3 para culturas agrícolas de cacau (CHEPOTE et al., 2012).

Zinco (Zn)

Tratando-se dos valores médios de Zn, não há evidências de diferença nos teores de zinco entre os usos do solo, tanto na camada superficial de 00-20 cm, quanto na camada subsuperficial de 20-40 cm, conforme Tabela 4. Foram analisados igualmente, os dados de Zn a 20-40 cm de profundidade, em que também obtive que os usos do solo não são diferentes entre si (p-valor = 0,7021). Entre as duas camadas de profundidade estudadas, ao realizar o teste de hipóteses, Kruskal-Wallis (p-valor = 0,028), pude constatar evidências de que o teor de Zn é

significativamente diferente. As variações apresentadas podem ser visualizadas pela Figura 34.

Figura 34 - Teor de zinco (Zn, mg/dm3) por uso do solo, considerando as profundidades de 00-20 e 20-40 cm

Sabendo que o zinco é indispensável para a formação do ácido indolacético (AIA), importante para o crescimento e funciona como ativador de enzimas, Chepote et al. (2012), classificam em qualidade muito alta os teores de Zn maiores que 2,2 mg/dm3 para culturas agrícolas de cacau. A partir desta referência, para o uso de SAF-cacau em RAD, verifico que o teor de zinco nos solos estudados encontra-se em níveis adequados no geral. Vale considerar que, em estudo realizado na Amazônia central, considerando a profundidade de 00-20 cm, Laurance et al. (1999) apontaram uma correlação negativa entre a base trocável de Zn, e a biomassa florestal a cima do solo.

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