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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2. Milho-pipoca

As características de altura de plantas e altura de inserção de espigas, número de plantas por parcela, número de plantas acamadas e quebradas, número de espigas por planta e peso hectolitro não foram significativamente influenciadas pela aplicação de molibdênio (Tabela 6). Resultados semelhantes foram obtidos por NUNES (2002), que constatou resultados de altura de plantas e espigas, plantas acamadas, número de espigas por planta; com valores médios de 1,75 e 0,95 m; 5,65 plantas e 1,20 espiga; respectivamente, sem o uso do micronutriente.

Tabela 5 – Resultados médios referentes às características de produção, altura de plantas e inserção de espigas, número de plantas por parcela, de plantas acamadas, de plantas quebradas, de espigas por planta e peso hectolitro do milho-pipoca, em função de doses de molibdênio.

Doses

(g ha-1) Altura das plantas

(m) Altura de inserção de espigas (m) No de plantas por parcela N o de plantas acamadas No de plantas quebradas No de espigas por planta Peso hectolitro (mg m-3) 0 2,43 1,14 35,25 4,50 5,00 1,39 831,3 50 2,46 1,15 33,50 4,50 4,50 1,27 830,0 100 2,46 1,14 30,50 3,00 3,00 1,28 837,5 200 2,42 1,10 39,25 5,00 5,00 1,29 831,3 400 2,40 1,14 31,00 3,80 3,80 1,28 833,8 800 2,48 1,12 30,75 4,50 4,50 1,24 833,8 1.600 2,46 1,13 39,50 4,50 4,50 1,03 830,0

O peso hectolitro não foi afetado pela aplicação de Mo, apresentando valores médios de 126 g (peneira 15), 106 g (peneira 14), 96 g (peneira 13), 67 g (peneira 12) e 833 kg m-3, respectivamente.

Da mesma forma, a capacidade de expansão do milho-pipoca não foi afetada significativamente pela aplicação de Mo, apresentando valores médios de 20,67 (peneira 15), 22,45 (peneira 14), 23,42 (peneira 13) e 22,86 (peneira 12), valores expressos em volume/peso (Tabela 7). Resultados semelhantes foram obtidos com a mesma variedade em estudo (UFVM 2), porém sem aplicação de Mo, nos anos agrícolas 2000/01 e 2001/02, nas localidades de Lavras, Sete Lagoas, Viçosa, Coimbra e Ijaci, obtendo-se valor médio de capacidade de expansão de 23,4 volume/peso. De posse desses resultados, pode-se dizer que a aplicação de Mo não afetou a qualidade da pipoca para as doses estudadas e para os diferentes tamanhos de grão utilizados nesta análise.

O teor de clorofila para as épocas amostradas não foi significativamente afetado pela aplicação das doses de Mo (Tabela 7).

Tabela 7 – Resultados médios referentes ao teor de clorofila nas folhas, ao peso de 1.000 grãos por peneira e à capacidade de expansão por peneira do milho-pipoca, em função de doses de molibdênio.

Teor de clorofila (SPAD) Peso de 1.000 grãos (g) Capacidade de expansão (volume peso-1)

Doses (g ha-1)

30 DAE 40 DAE 50 DAE P15 P14 P13 P12 P15 P14 P13 P12

0 41,43 47,37 48,24 127,5 107,5 96,3 66,3 22,26 25,17 25,58 23,01 50 42,36 48,99 47,14 125,0 102,5 90,0 66,3 19,63 23,86 22,81 24,79 100 41,70 47,14 49,01 126,3 106,3 96,3 68,8 19,32 20,70 22,46 22,95 200 39,41 49,72 49,26 126,3 105,0 91,3 67,5 19,64 23,02 22,60 22,81 400 42,85 47,15 51,94 127,5 105,0 96,3 63,8 18,82 19,19 21,38 19,39 800 41,53 48,07 48,41 125,0 107,5 66,3 66,3 23,50 24,77 24,38 22,44 1.600 42,23 46,76 50,53 122,5 107,5 102,5 70,0 21,52 20,43 24,73 24,65

Os teores foliares e nos grãos de NH4+, P, K , Ca, Mg e S para o milho- pipoca não foram significativamente influenciados pela aplicação de doses de Mo (Tabela 8). De acordo com a Comissão de Fertilidade de Solos do Estado de Minas Gerais, todos os teores foliares analisados para o milho-pipoca foram considerados satisfatórios para o bom desenvolvimento da cultura. Tanto o teor de molibdênio foliar como nos grãos aumentaram significativamente com a aplicação do micronutriente, tendo os maiores teores encontrados nos dois casos sido obtidos fora do intervalo estudado (Figuras 5 e 6). De acordo com TANNER (1982), doses superiores a 800 g ha-1 de Mo podem suprir a demanda da planta de milho-pipoca, pela geração seguinte. Para isto, teria de ser feito o plantio destas sementes colhidas, para avaliar seu efeito. O milho-pipoca apresenta capacidade maior de responder ao Mo do que o milho comum, daí esta resposta tão positiva.

Tabela 8 – Resultados médios dos teores foliares e nos grãos de N, P, K, Ca, Mg, S e Mo, em função das doses de molibdênio aplicadas no milho – pipoca.

Milho - pipoca (folhas) Milho - pipoca (grãos)

Doses de Mo

NH4+ P K Ca Mg S Mo NH4+ P K Ca Mg S Mo

g.ha-1 --- dag kg-1 --- ---- mg kg-1 ---- --- dag kg-1 --- --- mg kg-1 ----

0 2,692 0,264 1,414 0,466 0,327 0,143 0,928 1,910 0,901 0,837 0,002 0,346 0,083 0,208 50 1,838 0,121 1,439 0,452 0,289 0,127 0,761 1,678 0,780 1,787 0,002 0,313 0,082 0,227 100 2,387 0,229 1,226 0,516 0,391 0,110 1,602 1,900 0,788 0,787 0,002 0,315 0,081 0,247 200 2,639 0,254 1,401 0,547 0,325 0,121 0,987 1,855 0,560 0,561 0,002 0,237 0,081 0,285 400 3,178 0,253 1,551 0,564 0,340 0,119 0,943 1,671 0,713 0,721 0,002 0,287 0,078 0,360 800 2,675 0,248 1,313 0,536 0,337 0,109 1,096 1,922 0,732 0,509 0,002 0,292 0,081 0,503 1.600 2,536 0,219 1,113 0,551 0,395 0,118 1,999 1,835 0,633 0,630 0,003 0,256 0,079 0,756

O número total de sementes por parcela também foi significativamente influenciado pela aplicação de Mo, apresentando maior número de sementes com a dose de 680 g ha-1 (Figura 7). Com a aplicação de Mo, provavelmente tenha ocorrido um aumento da atividade da redutase do nitrato, enzima que contém molibdênio em sua estrutura e que participa diretamente do metabolismo do nitrogênio. Este por sua vez, tem efeito direto na formação do grão de pólen e na redução do abortamento de óvulos, influenciando diretamente a formação dos

grãos (LEMCOFF e LOOMIS,1986). O estande final de plantas não foi influenciado pela aplicação das doses de Mo, no entanto, a produtividade aumentou significativamente com as doses aplicadas (Tabela 9). Esse aumento pode ter ocorrido em função da resposta positiva dos teores de Mo, tanto nos grãos como nas folhas, à aplicação do micronutriente, promovendo aumento da atividade da nitrato redutase, melhorando o metabolismo do nitrogênio, favorecendo o aumento do número de grãos por espiga e refletindo na produtividade. O maior valor de produtividade foi obtido fora das doses estudadas (Figura 8). Para os anos agrícolas 2000/01 e 2001/02, nas localidades de Lavras, Sete Lagoas, Viçosa e Coimbra, foi obtida produtividade média da variedade UFV M 2, de 2.699 kg ha-1, bem inferior às médias encontradas neste trabalho, para a mesma variedade.

Tabela 9 – Resultados médios referentes ao número de plantas por hectare, produtividade e número total de sementes por parcela do milho- pipoca, em função de doses de molibdênio.

Doses

(g ha-1) (NEstande final o plantas ha-1) Produtividade (kg ha-1) N

o total de sementes por parcela 0 49.722 3.550 19.099 50 47.222 3.578 19.433 100 40.556 3.606 19.741 200 54.722 3.659 20.280 400 42.888 3.761 21.054 800 44.167 3.945 21.378 1.600 53.889 4.229 17.139

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 Doses de Mo (g/ha)

Teor de Mo nas Folhas (mg/Kg)

Figura 5 – Teor de Mo nas folhas de milho-pipoca, em função de doses de Mo.

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 Doses de Mo (g/ha)

Teor de Mo nas sementes (mg/Kg)

Figura 6 – Teor de Mo nos grãos de milho-pipoca, em função das doses de Mo. Y = 0,65 + 0,435 . 10 -3 Mo - 0,809 . 10 -7 Mo2

R2 = 0,86

Y = 0,21 + 0,395 . 10 -3 Mo - 0,324 . 10- 7Mo2 R2 = 0,95

0 5000 10000 15000 20000 25000 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 Doses de Mo (g/ha)

Nº total de grãos por Parcela

* significativo pelo teste F, a 5% de probabilidade.

Figura 7 – Número total de sementes por parcela, em função de doses de Mo.

2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 Doses de Mo (g/ha) Produtividade (Kg/ha)

Figura 8 – Produtividade do milho-pipoca, em função de doses de Mo.

Com relação à qualidade fisiológica das sementes, podemos dizer que as doses de Mo aplicadas não promoveram efeito significativo neste caractere avaliado, apresentando valores médios dos testes de germinação padrão (TPG) e germinação em areia; envelhecimento acelerado, condutividade elétrica, índice de velocidade de germinação e peso de matéria seca (Tabela 10).

Y = 19099,3 + 6,923 Mo - 0,509 . 10-2 Mo2 R2 = 0,51

Y = 3550,5 + 0,561 Mo - 0,853 . 10-4MO2 R2 = 0,51

Tabela 10 – Resultados médios referentes ao teste-padrão de germinação (TPG), teste de envelhecimento acelerado, teste de condutividade elétrica, índice de velocidade de germinação e germinação em areia, para o milho-pipoca. Doses de Mo (g ha-1) Teste-Padrão de Germinação (%) Teste de Envelhecimento Acelerado (%) Teste de Condutividade Elétrica (µs cm-1 g-1) Índice de Velocidade de Germinação Germinação em Areia (%) 0 80 76 19,68 10,69 81 50 81 73 24,17 10,62 80 100 86 78 18,39 10,09 78 200 79 75 21,65 10,27 79 400 82 77 21,53 10,22 78 800 81 75 23,74 10,31 77 1.600 82 77 19,91 10,38 80

Dados semelhantes foram obtidos por FERREIRA (2001), que estudando o efeito do conteúdo de molibdênio nas sementes de feijão não obteve resposta significativa em relação à qualidade fisiológica de sementes para os testes de germinação (TPG), envelhecimento acelerado e primeira contagem do TPG, exceção feita para o teste de condutividade elétrica que apresentou resposta significativa para o conteúdo de Mo presente nas sementes. Segundo Leite (2004), o conteúdo de Mo da semente de feijão têm influência sobre o potencial de germinação, e que sementes pobres em molibdênio têm a sua germinação reduzida, em comparação à daquelas com reservas expressivas. Bassan et al. (2001), citam que a germinação de sementes de feijão Pérola foi prejudicada pela adubação molíbdica, tendo a dose de 75 g ha-1 de Mo reduzido à germinação. Binneck (1999) também não verificou influência da adubação molíbdica, na dose de 40 mg ha-1 de Mo, sobre a germinação de sementes de trevo-branco. Segundo Modi (1994), a aplicação de Mo influencia significativamente na germinação do trigo, ocorrendo prolongamento do período de dormência das sementes com maior conteúdo do micronutriente, o que foi posteriormente confirmado em

trabalho do mesmo autor (MODI, 2002). Efeito positivo do molibdênio sobre o vigor da semente tem sido relatado em alguns poucos trabalhos com feijão. Leite (2004), constatou que para os cultivares de feijão Novo Jalo e Meia Noite, tanto pelo envelhecimento acelerado quanto pela condutividade elétrica, o vigor foi significativamente influenciado pelo conteúdo de Mo na semente. As sementes produzidas sem adubação molíbdica apresentaram menor vigor que às produzidas com essa adubação.

5. CONCLUSÕES

Após análise dos resultados obtidos neste trabalho, pode-se concluir que:

- A produtividade do milho-pipoca foi aumentada pela aplicação das doses

de Mo, apresentando maior valor fora das doses estudadas. No milho comum as doses de Mo não promoveram nenhum efeito neste caractere avaliado.

- A qualidade fisiológica das sementes não foi afetada significativamente

pela aplicação das doses de Mo.

- No milho comum, o teor foliar de K, o peso de 1000 grãos, o peso

hectolitro e a altura de plantas, foram aumentados significativamente pela aplicação das doses de Mo.

- No milho-pipoca, os teores foliares e nos grãos de Mo foram afetados

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