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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.4 TIPOLOGIAS HABITACIONAIS PARA EDIFICAÇÕES MULTIFAMILIARES

2.4.5 Minha Casa Minha Vida

A execução das obras do empreendimento é realizada por Construtora contratada pela CAIXA, que se responsabiliza pela entrega dos imóveis concluídos e legalizados. Os imóveis contratados são de propriedade exclusiva do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e integram seu patrimônio até que sejam desalienados. O número de unidades habitacionais por empreendimento é estabelecido em função da área e do projeto, limitado em 500 unidades por empreendimento. As unidades habitacionais apresentam tipologia de casas térreas ou apartamentos.

• Tipologia mínima apresentada para casa térrea com área útil mínima de 32 m²: 02 quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço.

• Tipologia mínima apresentada para apartamento com área útil mínima de 37 m²: 02 quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. 2.4.6 Tipologia dos sistemas construtivos predominantes na região de Criciúma

Segundo Ferreira (2011), os sistemas construtivos podem ser definidos como um conjunto de elementos combinados em um modo, organizado para servir a um objetivo comum. Um sistema construtivo é

um sistema de produção, composto por processos construtivos, cujo produto objeto é o edifício. Também utilizam-se com frequência os termos Tipologias Construtivas ou Soluções Construtivas.

A Caixa Econômica Federal define Sistema Construtivo como sendo a maior parte funcional de uma edificação, sendo o conjunto de elementos e componentes destinados a cumprir com uma macro-função que a define. Podem ser classificado em:

• Convencional: aquele executado com tecnologia já normalizada ou consagrada pelo uso;

• Inovador: aquele executado com aperfeiçoamento tecnológico ainda sem normalização prescritiva.

Na região de Criciúma, observa-se a predominância dos sistemas convencionais na construção dos conjuntos habitacionais multifamiliares, sendo utilizado na grande maioria dos empreendimentos o uso do sistema convencional com alvenaria em blocos cerâmicos. Observa-se que o uso de alvenaria com blocos cerâmicos estruturais é crescente e vem tomando espaço na região, já o uso de blocos de concreto estrutural ainda encontra resistência por parte dos construtores. 2.5 FUNÇÃO DOS ESPAÇOS E OS CONFLITOS GERADOS NO PROJETO

De acordo com Fischer (1994) o espaço, a sua organização e o seu uso social são influenciados pelo comportamento e pelas atividades que cada classe desempenha na sociedade, assim o espaço é vivido de diferentes maneiras. Porém, a dimensão social do espaço apresenta características próprias, revelando em primeiro lugar, a existência de uma relação entre organização do espaço e comportamento social, depois que determinados efeitos sociais estão ligados ao arranjo dos espaços.

Segundo Santos (2001) os projetos de habitações apresentam dois caminhos bem tendenciosos, um que ressalta a forma com grande apelo estético e formal; outro que tem como prioridade os aspectos funcionais. Normalmente, o projeto dos espaços não contemplam aspectos de funcionalidade e ergonomia, resultando em grande insatisfação por parte do usuário com espaços mal dimensionados.

Martinelli (2005) em pesquisa que avalia o papel do arquiteto no desenho de mobiliário em habitações populares, destaca que na tentativa de erradicar o problema de carência de habitação, as famílias são removidas, mas continuam sendo alvo dos males socio-econômicos

refletindo na qualidade e na função das habitações e dos espaços projetados.

Por meio de uma avaliação pós-ocupação realizada em conjuntos habitacionais populares em Campinas/SP, Kowaltowski e Pina (1995) argumentam que em 92% dos casos analisados de bairros mais antigos e 53% nos conjuntos que haviam sido ocupados há 18 meses efetuaram modificações no projeto original. Além disto, 82% dos entrevistados pretendiam realizar reforma. Estes números revelam segundo os autores, a inadequação da casa ao espaço mínimo desejado. Os autores também realizam um comparativo com estudo de conjuntos habitacionais na Inglaterra que apresentam os mesmos problemas e confirmam os resultados. De acordo com Santos (2001) isto acontece em função do usuário se manter indiferente na etapa de projeto, tomando conhecimento da sua habitação somente depois de pronta.

Desta maneira, começa um processo em busca por sua identidade dentro do seu próprio espaço, iniciando assim os processos de reforma e adaptações que representam desperdício de materiais e retrabalho. Segundo Folz (2008) mesmo tendo em vista as exigências psicossomáticas e as exigências quanto às dimensões para a execução das tarefas domésticas, as normas adotadas são ultrapassadas como referência para habitação de interesse social, com áreas abaixo do mínimo, estas normas não consideram as particularidades regionais e não favorecem a adequação às novas configurações familiares.

Muitos trabalhos tem sido desenvolvidos para avaliação da funcionalidade da habitação, porém na grande maioria estas análises são feitas pós-ocupação.

2.5.1 Funcionalidade da habitação

Muitos trabalhos tem sido desenvolvidos para avaliação da funcionalidade, porém a grande maioria se concentra na avaliação pós- ocupação da habitação.

Silva (1982) propôs um modelo para avaliação da funcionalidade com estabelecimento de um roteiro para análise dos quesitos funcionais da habitação que contempla: a) elaborar uma lista das atividades normalmente executadas no ambiente familiar, b) efetuar o inventário do equipamento doméstico convencional contemporâneo, c) definir de forma objetiva os critérios adotados na articulação dos equipamentos com os usuários, com o espaço e entre si, d) formular hipóteses de articulação dos equipamentos e espaços de acordo com os critérios

definidos buscando, desta forma, os padrões de otimização econômica e funcional.

O método de Leite (2003), baseado em Silva (1982) decompõe a habitação em compartimentos, analisando cada um por meio de uma primeira análise individual. Após o levantamento dos quesitos de funcionalidade de cada compartimento se obtém uma listagem de indicadores quantitativos que estão relacionados com o número de equipamentos mínimos ou adicionais necessários para a qualificação do uso do ambiente. Os qualitativos tratam das variáveis do arranjo dos equipamentos. Posteriormente à avaliação e somatório desses quesitos, obtém-se um índice de funcionalidade do compartimento - IFC. Desta maneira, todos os índices são novamente somados e se obtém o índice de funcionalidade da habitação - IFH. Este método pode ser usado na fase de projeto e também na Avaliação Pós Ocupação - APO. A análise da funcionalidade no nível de projeto da habitação permite antecipar soluções que atendam as necessidades básicas dos usuários, possibilitando a sua correção antes da execução e, consequentemente, minimizando o desperdícios de materiais.

3 SUSTENTABILIDADE NAS EDIFICAÇÕES