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Nasci no sítio Jurema, no município de São Paulo do Potengi, Rio Grande do Norte, no dia 11 de julho de 1945, filha de Pedro Aleixo de Luna e Maria Joanita Campos de Luna (Mariinha).

Cresci em uma família de sete irmãos, sendo quatro irmãs e três irmãos. Éramos pobres, mas vivíamos bem. Meu pai era um pequeno agricultor, que também trabalhava em construção civil, marcenaria e fazia trabalhos artesanais como cangas, coleiras, canzis (adornos para o pescoço de animais que puxam carroça e arado). Ele sabia ler e escrever e fazer as quatro operações de matemática. Minha mãe cuidava do lar e não sabia ler.

Tive uma infância feliz, mas só lembro a partir dos meus oito anos, quando comecei a rabiscar todo o tipo de papel que encontrava. Meu pai, então, me colocou em uma escolinha que as suas primas fundaram, embora eu já soubesse ler. Lembro que aprendi a ler com a Bíblia Sagrada junto com o meu pai. Nessa escolinha, em 1955, eu li a Cartilha Popular e também o Primeiro Ano Popular.

No ano de 1956, meu pai me matriculou em uma escola que foi fundada em outro sítio, à margem direita do rio Potengi. Comecei a estudar o 2º ano, mas não deu certo nessa escola, porque não tinha nenhuma menina para ir comigo. Meu pai me tirou dela e me matriculou na Escola “Coronel Maurício Freire”, uma escola tradicional, que tinha um palco de madeira de uns trinta centímetros de altura e uns três metros quadrados de área, onde ficava a mesa da professora. A escola ficava em um prédio localizado na Rua Bento Urbano, em São Paulo do Potengi, por isso passei a morar na zona urbana nos anos de 1956 e 1957. Depois retornei à minha antiga casa, porque nasceu minha irmã e eu tinha que ajudar minha mãe durante o início da minha juventude (Foto 1). Recebi apenas um atestado de ex-aluna da Escola Coronel Maurício Freire, onde estudei até o terceiro ano.

Foto 1 – Eu (Áurea), aos 18 anos

Fonte: Arquivos pessoais

Só voltei a estudar em 1968, pelo rádio, o correspondente ao quarto ano. No ano de 1972, me submeti ao exame de admissão ao ginásio (embora esse exame tenha sido extinto pela Lei Federal nº 5.692, de 11 de agosto de 1971) para ingresso no Colégio São José, em São Paulo do Potengi, e fui aprovada para iniciar a 5ª série no ano seguinte. A colação do Primeiro Grau aconteceu no dia dezenove de dezembro de 1976.

O Colégio São José, em São Paulo do Potengi, foi fundado em 1963 e possuía um prédio novo com um primeiro andar. No espaço térreo ficava a diretoria, a secretaria, o auditório, uma quadra de esportes, uma cantina e um bosque; este servia de espaço livre para as crianças brincarem. Tudo muito bem cuidado. No primeiro andar havia oito salas de aulas, um corredor e, do lado esquerdo, algumas salas que atualmente não funcionam como antes. Quando estudei lá, havia um laboratório de estudos científicos também.

Durante os anos em que estudei no Colégio São José, eu e meus colegas utilizávamos a mesma linha de transporte. O ano de 1973 foi um ano de muita chuva na região Nordeste e eu morava à margem do Rio Potengi. Quando o rio

enchia e não havia acesso de transporte terrestre para nos locomover de casa à escola, dependíamos de ajuda de algumas pessoas conhecidas que nos atravessavam nadando e nos puxando. Tínhamos que trazer nossos uniformes dentro de bolsas ou sacolas para que não molhassem, pois a escola era rígida quanto ao fardamento. Ao chegar à escola, tínhamos que nos trocar antes de entrarmos na sala. E dessa maneira se seguiu durante os quatro anos que estudei naquela instituição de ensino durante o inverno.

Em 1976 fiz a inscrição para o projeto Logos II, Centro de Ensino Técnico de Brasília (CETEB). A execução desse projeto no estado do Rio Grande do Norte foi realizada pela Secretaria de Educação e Cultura.

O curso era programado em trezentos módulos e correspondia à Habilitação Específica para o Magistério, que era uma habilitação específica no âmbito do ensino profissionalizante de segundo grau. Eu estudava um módulo ou dois, até que conseguisse uma nota oito. Caso não alcançasse, voltava no sábado seguinte para repeti-lo. Isso se dava no prédio da paróquia da igreja de São Paulo Apóstolo, em São Paulo do Potengi, na qual havia duas coordenadoras para nos orientar.

Conclui esse curso na primeira turma, no mês de setembro de 1979. A colação de grau foi em Natal, no Teatro “Alberto Maranhão”.

Na década de 1980 fiquei sem estudar. Li muitos periódicos, artigos de opinião sobre a crise econômica no Brasil de 1980 a 1985, por isso, sempre valorizo o uso da leitura como um instrumento de conhecimento e desenvolvimento.

Na década de 1990 fiz vários cursos de capacitação na minha área (ensino). No segundo semestre do ano de 2002, tive a oportunidade de estudar no nível superior pelo Programa Seleção Simplificada (Probásica), somente para professores da rede estadual. O início desse programa aconteceu muito antes, mas eu não tinha condições de ir para Natal, porque, na época, os meus dois filhos eram pequenos e eu não tinha com quem deixá-los. O curso, com professores qualificados da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), veio para São Paulo do Potengi e pude, então, terminar a Licenciatura Plena na área específica de Ciências Biológicas.

Esse curso mudou a concepção que eu tinha a respeito de EA. Não foi fácil para mim, pois eu preferia errar e retornar a fazer cada atividade, a alguém fazer por mim. Também tive muita dificuldade em Genética e Matemática. Conclui o curso no ano 2006.

Em 2012, participei de um curso de atualização promovido pela UFRN, do programa Continuum de Formação para Professores da Educação Básica. Tratava-se de um curso intitulado “Novas vertentes metodológicas na perspectiva da biodiversidade e da formação cidadã”. Esse curso era constituído por cinco módulos: Base genética das diferenças, Evolução da diversidade animal, Diversidade, Diversidade morfológica na espécie humana e Educação ambiental. As aulas ocorreram na Escola Estadual “Maurício Freire”, em São Paulo do Potengi, com a carga horária total de 180 horas.

No ano de 2014, iniciei um curso de especialização “Educação ambiental para escolas sustentáveis” em função do qual escrevo este artigo, a saber, como requisito para sua conclusão.