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O Ministério da Integração Nacional, nos moldes atuais, tem por objetivo a promoção da integração nacional, por meio de ações que buscam o desenvolvimento econômico, social, includente e sustentável, bem como a redução das desigualdades regionais. O Decreto nº 7.472, de 4 de maio de 2011, estabeleceu as seguintes competências para a instituição:

I - formulação e condução da Política Nacional de Desenvolvimento Regional - PNDR;

II - formulação dos planos e programas regionais de desenvolvimento;

III - estabelecimento de estratégias de integração das economias regionais; IV - estabelecimento das diretrizes e prioridades na aplicação dos recursos dos programas de financiamento de que trata a alínea “c” do inciso I do art. 159 da Constituição;

V - estabelecimento das diretrizes e prioridades na aplicação dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia - FDA e do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste - FDNE;

VI - estabelecimento de normas para cumprimento dos programas de financiamento dos fundos constitucionais e das programações orçamentárias dos fundos de investimentos regionais;

VII - acompanhamento e avaliação dos programas integrados de desenvolvimento nacional;

VIII - defesa civil;

IX - obras contra as secas e de infraestrutura hídrica;

X - formulação e condução da política nacional de irrigação; XI - ordenação territorial; e

A preocupação com as questões de desenvolvimento regional pode ser vista desde as origens do ministério – que remontam a 1736, no reinado de D. João V. Nesta época, foi criada a Secretaria de Estado dos Negócios Interiores do Reino, que, depois, no Império e na República, passou a denominar- se, respectivamente, Secretaria de Estado dos Negócios do Império e Secretaria de Estado dos Negócios do Interior (site do MI). Em 1891, passou a se chamar Ministério da Justiça, Negócios Interiores.

Em 1967, foi criado o Ministério do Interior, que, em 1990 foi substituído pela Secretaria de Desenvolvimento Regional, com o objetivo de atuar na promoção de programas e projetos de desenvolvimento regional. Em 1992, esta secretaria tornou-se, mais uma vez ministério, chamando-se, agora Ministério da Integração Regional, e passando a absorver também as funções de integração nacional.

Em 1995, o Ministério foi, mais uma vez, extinto e transformado na Secretaria Especial de Políticas Regionais, com a atribuição de, além de promover a integração nacional, agora de controlar a aplicação dos fundos constitucionais de desenvolvimento e defesa civil. Com isto, absorveu as competências das Secretarias de Desenvolvimento Regional, de Defesa Civil, de Desenvolvimento Urbano e das Áreas Metropolitanas, de Desenvolvimento do Centro-Oeste e de Desenvolvimento da Região Sul para o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPO; da Secretaria de Irrigação para o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal – MMA; e da Secretaria de Relações com Estados, Distrito Federal e Municípios para a Casa Civil da Presidência da República. À secretaria ficam vinculadas a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia – SUDAM e a Superintendência do Desenvolvimento da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA.

No ano de 1999, foi criado o Ministério da Integração Nacional, assumindo as competências da Secretaria Especial de Políticas Regionais, ficando a ele vinculados o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF), bem como a SUDENE, a SUDAM (que, em seguida, foram substituídas pelas Agências de Desenvolvimento do Nordeste e da Amazônia), e os Fundos de Desenvolvimento da Amazônia – FDA e de Desenvolvimento do Nordeste – FDNE (em substituição aos Fundos de Investimentos Regionais). A SUDAM e a SUDENE são recriadas em 2007, extinguindo as Agências de Desenvolvimento do Nordeste e da Amazônia.

Em 8 de janeiro de 2009, foi criada a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste – SUDECO, vinculada ao Ministério e, finalmente, em 2011, foi aprovada a estrutura atual do ministério.

2.2.1 Instrumentos

O objetivo de redução das desigualdades regionais é observado desde a gênese do Ministério da Integração, e é explicitado tanto em seus objetivos quanto na definição de suas competências.

Seus principais instrumentos para tal finalidade são (i) os Fundos Constitucionais de Financiamento (FCO, para o Centro-Oeste; FNE, para o Nordeste; e FNO, para o Norte), (ii) os Fundos Fiscais de Investimento (FINAM, para o Norte, FINOR, para o Nordeste e FUNRES, para o Espírito Santo), e (iii) os Fundos de Desenvolvimento (FDA, para a Amazônia e o FDNE, para o Nordeste). Estes instrumentos são destinados especificamente à promoção do desenvolvimento econômico e social combinado à redução das desigualdades regionais.

Destes instrumentos, apenas os Fundos Constitucionais possuem volume expressivo de recursos aplicados. No ano de 2010, as contratações destes fundos somaram um total de R$ 17,6 bilhões, sendo que o FNO contratou operações no valor de cerca de R$ 2,6 bilhões, o FNE, de R$ 10,8 bilhões e o FCO, de R$ 4,3 bilhões.

É importante observar o expressivo crescimento do volume de recursos dos Fundos Constitucionais, saltando de R$ 1,7 bilhões em 2001 para R$ 6,6 bilhões em 2006 e para R$ 17,6 bilhões em 2010 (valores correntes).

Estes fundos são operados por agentes regionais. Na região Norte, o FNO é operado pelo Banco da Amazônia, a região Nordeste (FNE) é atendida pelo Banco do Nordeste do Brasil, e a Centro-Oeste (FCO), pelo Banco do Brasil. O FNE, além dos estados da região Nordeste, atende ainda aos municípios dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo que estejam na área de atuação da SUDENE.

3 AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DOS FINANCIAMENTOS DO BNDES

O objetivo deste capítulo é avaliar a forma pela qual os recursos do BNDES são distribuídos regionalmente. No entanto, esta distribuição é analisada de forma relativa, ponderando os dados de financiamento por dados que permitam levar em conta características específicas de cada unidade geopolítica como, por exemplo, o tamanho de sua economia e sua população.

Além disto, a distribuição dos financiamentos é combinada com uma classificação de desenvolvimento das unidades geopolíticas. Com isto, busca-se avaliar e qualificar os financiamentos dentro de uma ótica de redução das desigualdades regionais.

Por fim, é mensurada a dimensão dos impactos dos financiamentos do BNDES sobre os indicadores de desenvolvimento.

Esta análise é feita para regiões, estados e municípios. No entanto, como um dos objetivos deste estudo é amparar a formulação de uma política prescritiva e ativa de alocação de crédito, visando à redução das desigualdades, a ótica municipal é privilegiada.

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