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144 O Ministério Público, segundo definição da Constituição brasileira de 1988, art. 127,

caput, “é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”.

Compõem o Ministério Público (art. 128, da CR/88):

a) Ministério Público da União que por sua vez compreende o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Militar e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;

b) os Ministérios Públicos dos Estados.

O art. 128, § 1º, da CR/88, determina: “O Ministério Público da União tem por chefe o

Procurador Geral da República, nomeado pelo Presidente da República, dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após aprovação do Senado Federal, para um mandato de dois anos, permitida a recondução”.

Os membros do Ministério Público possuem como garantias: a vitaliciedade, a inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio, nos termos do art. 128, § 5º, I, da CR/88.

Quanto às funções eleitorais, a Lei Complementar nº 75, de 20 de maio de1993, a qual dispõe sobre a organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público da União, determina:

Art. 72. Compete ao Ministério Público Federal exercer, no que couber, junto à Justiça Eleitoral, as funções do Ministério Público, atuando em todas as fases e instâncias do processo eleitoral. Parágrafo único. O Ministério Público Federal tem legitimação para propor, perante o juízo competente, as ações para declarar ou decretar a nulidade de negócios jurídicos ou atos da administração pública, infringentes de vedações legais destinadas a proteger a normalidade e a legitimidade das eleições, contra a influência do poder econômico ou o abuso do poder político ou administrativo.

Art. 73. O Procurador-Geral Eleitoral é o Procurador-Geral da República.

Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral designará, dentre os Subprocuradores-Gerais da República, o Vice-Procurador-Geral Eleitoral, que o substituirá em seus impedimentos e exercerá o cargo em caso de vacância, até o provimento definitivo.

Art. 74. Compete ao Procurador-Geral Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Superior Eleitoral.

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Parágrafo único. Além do Vice-Procurador-Geral Eleitoral, o Procurador-Geral poderá designar, por necessidade de serviço, membros do Ministério Público Federal para oficiarem, com sua aprovação, perante o Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 75. Incumbe ao Procurador-Geral Eleitoral:

I - designar o Procurador Regional Eleitoral em cada Estado e no Distrito Federal; II - acompanhar os procedimentos do Corregedor-Geral Eleitoral;

III - dirimir conflitos de atribuições;

IV - requisitar servidores da União e de suas autarquias, quando o exigir a necessidade do serviço, sem prejuízo dos direitos e vantagens inerentes ao exercício de seus cargos ou empregos.

Art. 76. O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substituto, será designado pelo Procurador-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da República no Estado e no Distrito Federal, ou, onde não houver, dentre os Procuradores da República vitalícios, para um mandato de dois anos.

§ 1º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser reconduzido uma vez.

§ 2º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser destituído, antes do término do mandato, por iniciativa do Procurador-Geral Eleitoral, anuindo a maioria absoluta do Conselho Superior do Ministério Público Federal.

Art. 77. Compete ao Procurador Regional Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, além de dirigir, no Estado, as atividades do setor.

Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral poderá designar, por necessidade de serviço, outros membros do Ministério Público Federal para oficiar, sob a coordenação do Procurador Regional, perante os Tribunais Regionais Eleitorais.

Art. 78. As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os Juízes e Juntas Eleitorais serão exercidas pelo Promotor Eleitoral.

Art. 79. O Promotor Eleitoral será o membro do Ministério Público local que oficie junto ao Juízo incumbido do serviço eleitoral de cada Zona.

Parágrafo único. Na inexistência de Promotor que oficie perante a Zona Eleitoral, ou havendo impedimento ou recusa justificada, o Chefe do Ministério Público local indicará ao Procurador Regional Eleitoral o substituto a ser designado.

146 Comentários da Lei Complementar

- O Ministério Público Federal exercerá as funções do Ministério Público, junto à Justiça Eleitoral, atuando em todas as instancias do processo eleitoral.

- O Procurador-Geral Eleitoral (PGE) é o Procurador-Geral da República (PGR), o qual é escolhido conforme descrito anteriormente. Exerce o mandato de dois anos, permitida recondução, não sendo limitada o número de vezes que poderá ocorrer. Exerce as funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Superior Eleitoral e também cabe a ele designar os Subprocuradores Gerais da República e o Vice-Procurador Geral Eleitoral, o qual deverá substituí-lo em seus impedimentos e exercerá o cargo em caso de vacância.

Em caso de necessidade de serviço, poderá o Procurador-Geral Eleitoral, designar membros do Ministério Público Federal, para oficiar perante o Tribunal Superior Eleitoral. No entanto, segundo observação de José Jairo Gomes, os membros do Ministério Público indicados “não poderão ter assento naquela Corte Eleitoral”26.

Compete ao Procurador-Geral Eleitoral, designar o Procurador Regional Eleitoral em cada Estado e no Distrito Federal; acompanhar os procedimentos do Corregedor-Geral Eleitoral; resolver conflitos de atribuições e, em caso de necessidade de serviço, requisitar servidores da União e de suas autarquias, sem prejuízos dos direitos e vantagens inerentes ao cargo original.

Haverá um Procurador Regional Eleitoral perante cada Tribunal Regional Eleitoral, sendo, juntamente com o seu substituto, designado pelo Procurador-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da República no Estado e no Distrito Federal, e onde não houver, dentre os Procuradores da República vitalícios para um mandato de dois anos, permitida uma única recondução.

Como bem lembra José Jairo Gomes, “os Procuradores Regionais da República atuam nos Tribunais Regionais Federais, ao passo que os Procuradores da República atuam na primeira instancia da Justiça Federal”27.

26 GOMES, José Jairo. Op. cit. p. 69. 27

147 Poderá o Procurador Regional Eleitoral ser destituído do seu cargo antes do término do mandato pela aprovação da maioria do Conselho Superior do Ministério Público Federal, por iniciativa do Procurador-Geral Eleitoral.

Compete ao Procurador Regional Eleitoral atuar nas causas de competência do Tribunal Regional Eleitoral e dirige no Estado as atividades do Ministério Público Eleitoral.

O Procurador-Geral Eleitoral, em caso de necessidade de serviço, poderá designar outros membros do Ministério Público Federal, para oficiar, sob a coordenação do Procurador Regional Eleitoral, perante os Tribunais Regionais Eleitorais.

Serão exercidas pelo Promotor Eleitoral as funções do Ministério Público Federal perante os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.

O Promotor Eleitoral é membro do Ministério Público local que oficia junto ao Juízo competente pelo serviço eleitoral de cada zona.

Segundo a Resolução no 30/08, do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a qual estabelece parâmetros para a indicação e a designação de membros do Ministério Público para exercer função eleitoral em 1º grau:

Art. 1º Para os fins do art. 79 da Lei Complementar nº 75/93, a designação de membros do Ministério Público de primeiro grau para exercer função eleitoral perante a Justiça Eleitoral de primeira instância, observará o seguinte:

I – a designação será feita por ato do Procurador Regional Eleitoral, com base em indicação do Chefe do Ministério Público local;

II – a indicação feita pelo Procurador-Geral de Justiça do Estado recairá sobre o membro lotado em localidade integrante de zona eleitoral que por último houver exercido a função eleitoral; III – nas indicações e designações subseqüentes, obedecer-se-á, para efeito de titularidade ou substituição, à ordem decrescente de antiguidade na titularidade da função eleitoral, prevalecendo, em caso de empate, a antiguidade na zona eleitoral;

IV – a designação será feita pelo prazo ininterrupto de dois anos, nele incluídos os períodos de férias, licenças e afastamentos, admitindo-se a recondução apenas quando houver um membro na circunscrição da zona eleitoral;

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I - lotado em localidade não abrangida pela zona eleitoral perante a qual este deverá oficiar, salvo em caso de ausência, impedimento ou recusa justificada, e quando ali não existir outro membro desimpedido;

II - que se encontrar afastado do exercício do ofício do qual é titular, inclusive quando estiver exercendo cargo ou função de confiança na administração superior da Instituição, ou

III - que estiver respondendo a processo administrativo disciplinar por atraso injustificado no serviço.

§2° Em caso de ausência, impedimento ou recusa justificada, terá preferência, para efeito de indicação e designação, o membro do Ministério Público que, sucessivamente, exercer suas funções:

I – na sede da respectiva zona eleitoral;

II – em município que integra a respectiva zona eleitoral; III – em comarca contígua à sede da zona eleitoral.

§3°- Os casos omissos serão resolvidos pelo Procurador Regional Eleitoral.

Art. 2º Não será permitida, em qualquer hipótese, a percepção cumulativa de gratificação eleitoral.

Art. 3º É vedado o recebimento de gratificação eleitoral por quem não houver sido regularmente designado para o exercício de função eleitoral.

Art. 4º A filiação a partido político impede o exercício de funções eleitorais por membros do Ministério Público pelo período de dois anos, a contar de seu cancelamento.

Art. 5º As investiduras em função eleitoral não ocorrerão em prazo inferior a noventa dias da data do pleito eleitoral e não cessarão em prazo inferior a noventa dias após a eleição, devendo ser providenciadas pelo Procurador Regional Eleitoral as prorrogações eventualmente necessárias à observância deste preceito.

§1° Excepcionalmente, as prorrogações de investidura em função eleitoral ficarão aquém ou irão além do limite temporal de dois anos estabelecido nesta Resolução, sendo a extensão ou redução do prazo realizada apenas pelo lapso suficiente ao cumprimento do disposto no caput deste artigo.

§2º Fica vedada a fruição de férias ou licença voluntária do promotor eleitoral no período de noventa dias que antecedem o pleito até quinze dias após a diplomação dos eleitos.

Art. 6º - As autorizações previstas no art. 2º da Resolução CNMP nº 26, de 17.12.2007, que implicarem residência em localidade não abrangida pela zona perante a qual o promotor eleitoral deva oficiar serão suspensas por ato do Procurador-Geral, no período a que se refere o art. 5º, §2º, desta Resolução.

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Art. 7º Os Procuradores Regionais Eleitorais editarão, no prazo máximo de sessenta dias, atos prorrogando a investidura dos atuais membros do Ministério Público Eleitoral de 1º grau indicados e designados para exercer a função eleitoral por prazo inferior a dois anos,

observado o disposto no artigo 5º.

Art. 8º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Comentários sobre a Resolução do CNMP:

- O Promotor Eleitoral será designado pelo Procurador Regional Eleitoral, por indicação do Procurador-Geral de Justiça que é o chefe do Ministério Publico Estadual.

- A designação não é vitalícia, porque determina a resolução que será feita pelo prazo ininterrupto de dois anos, permitida recondução apenas quando não existir na circunscrição da zona eleitoral outro promotor.

- O Promotor deve estar lotado na circunscrição da zona eleitoral para a qual será designado, salvo nos casos de ausência, recusa justificada, impedimento ou quando não existir outro membro em condições para ser designado. Nestes casos, será designado promotor lotado em Comarca mais próxima.

- Havendo mais de um membro do Ministério Público apto a desempenhar a função de promotor eleitoral, deverá ser obedecida a ordem decrescente de antiguidade na titularidade da função eleitoral e, prevalecendo o empate, será observada, para critério de escolha, a antiguidade na zona eleitoral.

- Não pode ser indicado para exercer a função eleitoral o membro do Ministério Público que não for lotado na Comarca para a qual for designado, o que se encontrar afastado do ofício do qual é titular ou aquele que estiver respondendo a processo administrativo disciplinar por atraso injustificado no serviço.

Unidade 12 - Recursos Eleitorais

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