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Figura 3: Vista aérea de Mirim Doce Figura 4: Praça central de Mirim Doce

Fonte: http://www.amavi.org.br/ Fonte: Dados da pesquisa. (acesso em 21.10.03)

Para se falar da colonização de Mirim Doce, deve-se iniciar por Taío, de cujo município foi desmembrado. Apenas por relato histórico, para Zanella (1987) Taió já é citado desde as invasões portuguesas e espanholas em terras catarinenses, como de um possível ‘eldorado’ no sul do Brasil, cujos registros podem se encontrados em documentos antigos do país, de Portugal e de Espanha (Saint-Hilaire, 1851:36-7). A região do vale deTaió, Mirim

Doce e arredores até 1911 era toda ocupada por índios. Zanella (1987) tipifica a colonização de Mirim doce, como “Tríplice Branca”, formada pela colonização cabocla, alemã e italiana. Taió teve as primeiras correntes migratórias em 1917, entretanto, sua colonização é incentivada pela Cia Selinger, cujo chefe era o coronel Pedro Cristiano Federsen e Luiz Bertoli Juníor, sendo que em 1916, Eugênio Grewsmüller fez a primeira derrubada, onde hoje é a sede da cidade, mas foi em 1917 que a ocupação das terras de fato ocorreu, com a chegada de inúmeros descendentes de Alemães.

Em 1920, Luiz Bértoli Senior, terminava a ligação rodoviária entre Taió e Bela Aliança, por onde um ano mais tarde guiou os primeiros descendentes de Italianos até o local, cujo desenvolvimento ganhou força, melhorando as condições de acesso, facilitando assim a vinda de colonizadores.

Paralelamente, Mirim Doce também ganha seus colonizadores já desde o início do século, quando inúmeras famílias dos campos de Lages, inconformadas ou perseguidas pela Guerra do Contestado, resolveram mudar para novas terras. Desta forma os caboclos vindos do contestado ocuparam as terras nas localidades de Alto Volta Grande, Volta Grande, Pinhalzinho e Forquilhas. Eles descem a serra e ocupam as terras que vão encontrando, sem se preocupar com títulos de posse. Entretanto, formaram uma comunidade específica na localidade de Serra Velha, que perdura ainda hoje com traços culturais da comunidade cabocla. Não raro, encontramos objetos do Contestado como bala de fuzis, capacetes e outros objetos entre alguns moradores. Também é comum encontrar achados arqueológicos dos antigos habitantes desta região, os índios.

Para Zanella (1987) em 1904 a família Goetten, desceu a Serra Geral para aproveitar as pastagens existentes na localidade de forquilhas, já que serra acima, eram acossados pelos fanáticos ligados ao Contestado. No início tiveram alguns problemas com índios, mas não houve incidentes com os mesmos. Aos poucos os índios foram sendo dizimados e ou afugentados. Diversas localidades ainda possuem vestígios da ocupação destes aborígines.

Somente mais tarde, a partir da década de 1930, é que começa a terceira frente de colonização do município de Mirim Doce, ocupando as terras mais a oeste do município, quando os imigrantes italianos e alemães vieram do sul do estado, principalmente para as localidades de Pinhalzinho, Volta Grande e Forquilhas. É a partir desta frente que o município completa sua colonização, desenvolve-se e estabelece o seu modelo agrícola.

Em 31 de março de 1959 é criado o distrito de Mirim Doce, com uma população estimada em 5.120 habitantes e uma área de 390 km2. Em 22 de julho de 1962 ocorreu a instalação do Distrito.

O distrito era essencialmente agrícola. As industrias existentes eram madeireiras. O comércio era incipiente, sendo necessário recorrer à sede do município, Taió e ou então o município de Rio do Sul para aquisição de bens e serviços, principalmente serviços públicos.

Sua emancipação política ocorreu em 26 de setembro de 1991 pela lei 8.356 e sua instalação em 01 de janeiro de 1993.

Sua principal atividade econômica ainda continua sendo a agricultura e as principais etnias de colonização são italianos, alemães e caboclos. Fica distante 245 km de Florianópolis.

4.2.1 Origem do Nome – Mirim Doce

No início do século, a localidade era conhecida como Depósito, por armazenar toras de madeiras utilizadas por militares durante a Guerra do Contestado (1912-1916). Durante o confronto, alguns forasteiros ficaram intrigados com uma espécie de abelha chamada mirim, famosa pelo mel azedo. Só que em Depósito, o inseto produzia um mel doce. Foi o que bastou para que o povoado recebesse o nome de Mirim Doce.

Antes, no final do século XIX, foi passagem de tropeiros que levavam couro, gado e carne-seca do Rio Grande do Sul para São Paulo.

Figura 5: Imagem de Satélite de 2000 do município de Mirim Doce.

5 INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

O município de Mirim Doce tem na agricultura sua base econômica. Contrasta em sua população as condições sócio-econômicas, sendo que a agricultura oferece uma condição bastante superior às demais. Diversos fatores são atribuídos a isso, entre outros, podemos afirmar que o êxodo rural contribuiu para que o número dos que permaneceram na agricultura tivessem a possibilidade de aquisição de propriedades, das quais, muitas destas propriedades comportam um trabalho familiar dividido em partes a estes remanescentes na agricultura de característica típica familiar.

Outro ponto a ser considerado é a opção pelo modelo agrícola. As condições climático-ambientais favoreceram ao desenvolvimento do arroz irrigado, que progressivamente ao longo do tempo, graças as pesquisas, vem tendo cada vez maior produtividade e adquirindo maior valor no mercado, especialmente nos últimos anos.

Dada esta valorização do produto, a partir dos anos de 1970 houve uma intensa mecanização das áreas possíveis da cultura do arroz irrigado. Demandou não só abertura de novas áreas, mas principalmente a transformação de áreas de outras culturas para cultura do arroz irrigado.

Desta forma, tem-se uma intensa interferência do homem no meio ambiente, sempre desprovido de estudos científicos, a não ser, do conhecimento transmitido nas gerações e que foram apreendidos pela prática usual. Faz-se necessário interpretar esta interferência, qualificá-la e a partir daí delinear ações de educação ambiental. A isto, esta pesquisa vem colaborar, analisando as diversas temáticas do ambiente, tanto natural como social. Será iniciado pelo subsistema natural do qual daremos maior ênfase e, por último, o subsistema social em suas principais questões contextualizando as condições existente de saneamento ambiental.

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