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3 SABERES DOCENTES E AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO

3.4 Modalidades (tipos) de avaliação

No ambiente escolar, a avaliação é desenvolvida de diferentes maneiras. De acordo com a forma de aplicação, são classificadas em avaliação diagnóstica, avaliação somativa e avaliação formativa; abordadas a seguir.

a. Avaliação diagnóstica

A avaliação diagnóstica é praticada pelo professor e pela professora para compreender quais os conhecimentos que os discentes e as discentes possuem acerca do conteúdo proposto,

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do conteúdo anterior ao ano letivo, do conteúdo que será trabalhado e do conhecimento que vem sendo desenvolvido. Essa avaliação pode ser aplicada em diversos momentos durante o ano escolar e funciona como auxiliar no processo de ensino- aprendizagem.

Pode ser realizada no início, durante e no fim do processo educativo do período. Utilizada no início, é compreendida como um levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos e das alunas; aplicada durante o processo educativo, fornece informações para que os e as docentes revejam suas práticas e metodologias pedagógicas de ensino e; desenvolvida no final do processo educativo, funciona como avaliadora dos resultados.

Essa avaliação contribui para a elaboração do plano de ensino pelo professor e pela professora, para reflexão e modificação da sua prática pedagógica e para retomar conteúdos trabalhados anteriormente que não foram apreendidos pelos (as) estudantes.

Hoffmann (2008, p. 68) relata que a avaliação diagnóstica pretende:

Investigar seriamente o que os alunos “ainda” não compreenderam, o que “ainda” não produziram, o que “ainda” necessitam de maior atenção e orientação [...] enfim, localizar cada estudante em seu momento e trajetos percorridos, alterando-se radicalmente, o enfoque avaliativo e as práticas de “recuperação”.

Gil (2006, p. 247) propõe que a avaliação diagnóstica “constitui-se num levantamento das capacidades dos estudantes em relação aos conteúdos a serem abordados, com essa avaliação, busca-se identificar as aptidões iniciais, necessidades e interesses dos estudantes com vistas a determinar os conteúdos e as estratégias de ensino mais adequadas”.

A avaliação diagnóstica representa um aspecto do processo avaliativo. Encontramos outros tipos de avaliação que contemplam e complementam o processo educativo.

b. Avaliação somativa

A avaliação somativa e/ou classificatória, sendo a mais utilizada pelas instituições de ensino, ocorre no final do processo educativo (fim do semestre, ano, bimestre, curso e outros) e preocupa-se com os resultados da aprendizagem.

Gil (2006, p. 248) descreve a avaliação somativa como:

Uma avaliação pontual, que geralmente ocorre no final do curso, de uma disciplina, ou de uma unidade de ensino, visando determinar o alcance dos objetivos previamente estabelecidos. Visa elaborar um balanço somatório de uma ou várias seqüências de um trabalho de formação e pode ser realizada num processo cumulativo, quando esse balanço final leva em consideração vários balanços parciais.

Destarte, a avaliação somativa, pretende classificar os estudantes e validar o currículo das instituições de ensino. Conforme Haydt (2000), a avaliação somativa tem como função classificar os alunos ao final da unidade, semestre ou ano letivo, segundo níveis de aproveitamento apresentados. Seu objetivo principal é aprovar ou reprovar o(a) educando(a).

c. Avaliação formativa

Para Villas Boas (2010, p. 30), “a avaliação que promove a aprendizagem do aluno e do professor e o desenvolvimento da escola é denominada de formativa”. Essa avaliação, pode ser compreendida como a que engloba todas as atividades desenvolvidas pelos(as) professores(as) e estudantes, com a finalidade de informar como está a aprendizagem do(a) aluno para que, com isso, os(as) professores(as) possam reorganizarem seu trabalho pedagógico. Black e Dylan (1998) trazem que a avaliação formativa objetiva fornecer informações que são usadas como feedback para o(a) professor(a).

A avaliação formativa ocorre durante todo o processo educativo de ensino- aprendizagem. Sua finalidade é identificar, conhecer, encontrar e compreender o conhecimento adquirido pelos alunas e alunas e modificar e/ou ajustar suas práticas pedagógicas a fim de que o conhecimento possa ser apreendido por todos(as), superando as dificuldades que possam surgir pelos(as) estudantes no decorrer do processo educativo.

Villas Boas (2006, p. 78) lembra:

A avaliação cumpre, também, função formativa, pela qual os professores analisam, de maneira frequente e interativa, o progresso dos alunos, para identificar o que eles aprenderam e o que ainda não aprenderam, para que venham a aprender, e para que reorganizem o trabalho pedagógico. Essa avaliação requer que se considerem, as diferenças dos alunos, se adapte o trabalho às necessidades de cada um e se dê tratamento adequado aos seus resultados.

Essa avaliação pode acontecer por meio da relação professor(a)-aluno(a) e pela investigação das atividades avaliativas desenvolvidas durante a formação dos alunos e alunas. Seu foco é o processo e, não, o resultado final, como vemos acontecer na somativa. Nessa avaliação, podemos identificar habilidades e dificuldades tanto dos alunos e alunas quanto da prática pedagógica dos professores e das professoras.

Na prática da avaliação formativa pelos(as) docentes, podemos observar duas situações. A primeira promove ao aluno e a aluna a oportunidade de identificar as falhas no seu processo

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educativo e assim assumir ações de suprir e corrigir tais falhas, buscando ajuda com os(as) docentes, colegas e em suas leituras e estudos. Já na segunda situação, o professor e a professora assumem a responsabilidade de desenvolver atividades que promovam a aprendizagem dos alunos e das alunas.

Ambas as situações, culminam com o objetivo principal da escola: proporcionar aprendizagem aos seus educandos.

Nesse contexto, podemos afirmar que a avaliação formativa pretende desenvolver a aprendizagem dos(as) discentes. No entanto, a proposta de desenvolvimento da avaliação formativa precisa da construção desse processo pelo(a) professor(a) e pelo(a) aluno(a). É preciso uma transição do processo de feedback professor-aluno para o auto-monitoramento pelo aluno (VILLAS BOAS, 2006).

Todavia, essa transição também representa aprendizagem para os(as) alunos(a), pois, a partir do momento em que o(a) estudante é capaz de avaliar a sua própria prática co mo educando e o seu trabalho, podemos entender que ele(a) está comprometido com a sua própria aprendizagem, contribuindo para o processo educativo nessa relação professor(a)-aluno(a).

Figura 9 - Modalidades (tipos) de avaliação

Fonte: Elaborado pela autora.