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Capítulo III – O Estágio Pedagógico – Pensando a Integração das Expressões

4. A Integração das Expressões na Educação Pré-Escolar e no Ensino do 1.º CEB

4.2 As Expressões no Ensino do 1.º CEB – Uma Análise Crítica de Práticas

4.2.2 A Modelagem

Esta atividade foi desenvolvida aquando das nossas intervenções com o intuito de permitir a consolidação das aprendizagens adquiridas relativamente ao aparelho urinário.

Como tal, pretende o desenvolvimento da competência já enunciada anteriormente.

Assim, as crianças tiveram a oportunidade de moldar os órgãos relativos ao aparelho urinário, atendendo à forma e à proporcionalidade dos mesmos, com recurso a plasticina colorida. Posteriormente, colaram as suas criações numa representação do corpo humano de tamanho A4 e fizeram a respetiva legenda.

Salientámos que para a análise desta atividade contamos com o registo fotográfico do produto final dos trabalhos (Anexo n.º 36), como também com a lista de verificação (Anexo n.º 37).

Desta forma, podemos verificar que todas as crianças conseguiram moldar e identificar os órgãos do aparelho em estudo. No nosso ponto de vista, este aspeto deveu-se ao facto de as crianças estarem concentradas na atividade que estavam a efetuar. Pois, durante a mesma, todas foram autónomas no seu trabalho, não necessitando de apoio, quer na explicação do que era pedido, quer na sua execução. Neste sentido, a Professora Margarida refere que, “Conseguiram ter sucesso porque organizaram muito bem, estava tudo estruturado.”, tendo em conta que criámos condições para tal, pois escrevemos no quadro os procedimentos que as crianças deviam adotar. Este aspeto teve uma dupla vantagem, por um lado permitiu à criança

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uma maior autonomia no seu trabalho, por outro deu-nos mais espaço, permitindo-nos estar mais atentos às suas dificuldades/necessidades.

Temos a referir que esta estratégia resultou, uma vez que todas as crianças conseguiram concretizar a atividade sem estarem constantemente a necessitarem da nossa ajuda. Este aspeto foi visível, principalmente, com o Diogo que se caracterizava por ser pouco autónomo, pois solicitou-nos, apenas, para mostrar o seu trabalho.

Após analisar os trabalhos dos alunos e a lista de verificação, verificamos que a principal dificuldade das crianças foi a modelagem de alguns órgãos, nomeadamente dos ureteres, tendo em conta a proporcionalidade dos mesmos (Anexo n.º 36r). Desta forma, concluímos que os órgãos mais pequenos exigiram um maior trabalho de motricidade fina.

Neste sentido, averiguámos que a Patrícia não conseguiu moldar os rins e os ureteres, atendendo à proporcionalidade dos mesmos (Anexo n.º 36q). Contudo, localizou-os corretamente e moldou-os de acordo com a forma correta.

De forma a concluírem a atividade, as crianças tinham que legendar os órgãos. Neste momento, este aspeto não foi avaliado, uma vez que pretendíamos que as crianças consultassem o modelo bidimensional que se encontra na sala de aula, caso tivessem dúvidas na legenda do aparelho, bem como na sua grafia. Assim, as crianças que necessitaram dirigiram-se ao modelo bi-dimensional do corpo humano, ordenadamente, e tiraram as suas dúvidas, que era o que pretendia.

Por último, temos a salientar que o recurso à Expressão Plástica como meio para consolidar conhecimentos do Estudo do Meio, foi uma mais-valia para as crianças, porque permitiu que estas concentrassem a sua atenção na atividade. Em suma, o professor ao possibilitar a participação ativa das crianças no seu processo de aprendizagem está a criar condições para que estas estejam atentas e concentradas e, consequentemente, que aprendam.

4.2.3

Conclusões Parciais

No que concerne ao ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico, a área das Expressões apresenta um lugar reduzido, em relação à área do Português, da Matemática e do Estudo do Meio. No entanto, e atendendo à frequência de desenvolvimento de todas as áreas, no nosso estágio, as Expressões foram implementadas de forma significativa.

Por seu turno, cada área de Expressão foi desenvolvida com diferentes pesos, onde destacámos a Expressão Plástica e as Expressões Dramática e Musical, como áreas mais e menos desenvolvidas, respetivamente. Na nossa opinião, os motivos que estão na base destes

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fatores dizem respeito, como já tínhamos visto no Pré-Escolar, ao facto de a Expressão Plástica dar origem a um produto final, fruto do trabalho e dedicação da criança, visível e táctil. Além disto, tanto o processo, como o próprio produto final envolvem a aprendizagem de conteúdos e competências, pelo que tiveram um grande peso nas nossas práticas.

Contrariamente, as Expressões Dramática e Musical foram, apenas, desenvolvidas uma vez cada. Quanto a este aspeto temos a salientar que a falta de tempo e a falta de conhecimento específico que estas exigem dificultaram/privaram o seu desenvolvimento com maior frequência. Salientámos, também, que estes obstáculos tornam-se mais acentuados numa situação de estágio, tendo em conta a necessidade de atendermos a várias questões em simultâneo.

Verificámos, também, que as Expressões foram implementadas, maioritariamente, como um meio para desenvolver competências e/ou promover aprendizagens nas crianças. Neste sentido, pudemos constatar a interdisciplinaridade existente entre a área das Expressões e a área do Português, do Estudo do Meio, da Cidadania e da Matemática, embora menos evidente, funcionado como uma área integrante e integradora de saberes.

Por último, a modelagem e o jogo desempenharam, igualmente, uma função extremamente importante no processo de ensino-aprendizagem das crianças, pois permitiram a aplicação e consolidação de conteúdos de outras áreas. Além disso, referimos que embora o objetivo principal não tenha sido a Expressão como um fim, é impossível fazer uso dela sem desenvolver a expressividade da criança. Com isto pretendemos dizer que, atendendo às nossas dificuldades e limitações, a já mencionada área foi desenvolvida como um meio e como um fim.

De uma forma geral, e independentemente do motivo que esteve na sua origem, a área das Expressões foi desenvolvida de forma proveitosa para a crianças, quer pelo cariz lúdico, quer pelo cariz pedagógico que possui.

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