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A fim de elaborar um modelo de aplicação de gestão de ativos com base nas Normas ISO 55000 para conceber uma metodologia que possa ser aplicada em casos específicos da empresa prestadora de serviços, abordou-se o Modelo Abrangente e Integrado de Gestão de Ativos Industriais (MAIGAI) criado por Martins (2015). Segundo este, ‘a importância da existência de um modelo com estas características, surgiu devido ao facto do mesmo poder vir a contribuir para uma melhor compreensão do papel da engenharia, e da sua envolvente, no contexto da gestão de ativos de uma organização industrial.’

Com este tipo de modelo pretende-se a integração funcional entre as áreas com papel de maior relevância numa unidade industrial, onde se inclui e centraliza o papel da engenharia, permitindo com o modelo gráfico uma interpretação visual dos seus elementos, criando uma ideia de quem visualiza a imagem. O MAIGAI é uma imagem pouco abstrata, permitindo uma melhor compreensão, considerando-se o processo de comunicação visual como um modo de formação que disponibiliza informação, através dos seus elementos gráficos e dados relevantes da sua envolvente, como se pode ver pela figura 4.4.

Figura 4.4 – MAIGAI (Fonte: Martins, 2015)

Neste modelo, Martins (2015) considerou os seguintes níveis principais para um modelo de uma organização industrial:

 Gestão do Negócio;

 Engenharia;

 Operação e Manutenção;

 O papel, fundamental, do Gestor de Ativos.

A estes 4 níveis, foram considerados também o Ciclo de Deming, também conhecido por PDCA, e os 4 apoios para a gestão de ativos na envolvente externa, sendo eles:

Stakeholders;

4.3.1. O papel do gestor de negócios

Para Martins (2015), existem quatro características de elevada importância no papel do gestor de negócios, sendo elas:

 Visão direcionada, clara e estilo;

 Liderança;

 Compromisso visível e sustentado;

 Boa capacidade de comunicação.

Para além destas características, o mesmo autor considera também os seguintes atributos:

 Integração dos esforços ambientais, em todos os aspetos da organização, que pode ser cumprida através de uma elevada prioridade por parte da gestão;

 Comunicação interna adequada;

 Envolvimento de todos os sectores e funções da empresa;

 Coordenação de grupo, com outros projetos e outras iniciativas da organização;

 Participação ativa da gestão, estabelecendo estratégias e objetivos;

 Responsabilidade na gestão pelas medidas ambientais e a sua coordenação, baseadas no ciclo de vida, bem como de outras iniciativas e prioridades na organização;

 Ser fonte de inspiração para assegurar a motivação e a disponibilidade de ferramentas simples; Motivar e dar a conhecer, tornando visíveis os resultados das medidas ambientais;

 Ser o embaixador da empresa, com vista à divulgação das medidas ambientais, junto dos parceiros da cadeia do produto;

 Processamento dos dados durante a avaliação ambiental ou a avaliação do ciclo de vida;

 Capacidade de delegação e ser entusiasta.

4.3.2. O papel do gestor de ativos

Para o autor desta metodologia, existem sete atividades em que os gestores de ativos estão envolvidos, sendo elas:

 Política de desenvolvimento;

 Estratégia de desenvolvimento;

 Concretização dos planos;

 Desenvolvimento de competências;

 Gestão de risco;

 Gestão de informações sobre recursos.

As características mais importantes que um gestor de ativos deve de incluir são:

 Compreensão do negócio;

 Compreensão do conceito risco/fiabilidade;

 Comunicação e negociação;

 Conhecimentos sólidos de gestão financeira.

O autor refere ainda que é de elevada importância ter vantagens competitivas tais como:

 Liderança;

 Conhecimentos de engenharia;

 Poder de Comunicação e Persuasão;

 Capacidade técnica.

O gestor de ativos deve de fazer uma análise dos dados, pois uma sólida análise de dados auxilia a otimização da disponibilidade, confiabilidade e facilidade de manutenção dos ativos, em que tem-se os seguintes exemplos (Martins, 2015):

 Tarefas PM – Planned Maintenace concluídas para programar;

 Tarefas reativas concluídas dentro de tempos de resposta e de retificação;

 Falhas reincidentes;

 Ativos sem viabilidade económica - eliminar ou restaurar;

 Análise do relatório de avaliação do estado do ativo;

 Tempo médio entre falhas significativa;

 Tempo médio significativo para reparar;

 Análise preditiva com tendência de falha;

subcontratada.

Ainda de acordo com Martins (2015), o gestor de ativos terá como responsabilidades a supervisão do desempenho e/ou condição dos ativos, pesquisas com clientes e reuniões de gestão do contrato. A monitorização e a medição da gestão de ativos pressupõe controlar os seguintes aspetos:

 As medidas pró-ativas de desempenho, que supervisionem o cumprimento, legislação aplicável, exigências regulamentares, estatutárias e outras;

 As medidas reativas de desempenho que supervisionem as deteriorações relativas ao imobilizado, falhas, incidentes, não-conformidades e outras evidências históricas de desempenho de ativos;

 A gravação de dados e resultados de monitorização e medição, suficiente para facilitar a subsequente ação preventiva e corretiva.

O gestor de ativos tem ainda como responsabilidades:

 Verificar se o sistema de gestão de ativos está a funcionar como pretendido;

 Apurar se os ativos e/ou sistemas de ativos estão a funcionar conforme o necessário, por exemplo, saída, confiabilidade, disponibilidade, condições, etc.;

 Se estão a ser cumpridos os planos de gestão de ativos e legislação aplicável, regulamentar, legal, e outros requisitos.

4.3.3. O papel da Engenharia

Segundo Martins (2015), a engenharia tem um papel fundamental na sua metodologia, e tem como principais caracteristicas:

 Metodologia da estratégia;

 Conceito risco/fiabilidade;

 Conceito impacto ambiental;

 Compreensão do negócio.

Outras vantagens competitivas para este departamento serão:

 Conceitos eficácia e eficiência;

 Conhecimento da cadeia;

 Impacto de segurança.

4.3.4. O papel da operação e manutenção

De acordo com Martins (2015), a importância da Operação e Manutenção surge como fator do aumento da produtividade e competitividade das empresas, em que há a necessidade do conhecimento sobre a implementação das tecnologias, métodos e técnicas de manutenção que permitam assegurar a correta operacionalidade dos ativos físicos, com vista a obter o máximo rendimento do investimento, ao prolongar a sua vida útil e ao mantê-los em operação o máximo tempo possível

.

O mesmo autor considera as seguintes características como qualidades para a operação e manutenção:

 Atenção aos detalhes;

 Melhoria contínua;

 Trabalho de equipa;

 Fiabilidade.