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1.2. Modelos Explicativos da Inteligência Emocional

1.2.1. Modelo de Mayer e Salovey

Este modelo divide as competências em quatro domínios principais (Mayer & Salovey, 1997):

1. Percepção, avaliação e expressão emocional 2. Emoção como facilitadora do pensamento

3. Compreensão e análise de emoções e utilização do conhecimento emocional (Entender Emoções)

4. Regulação de emoções como forma de promoção do crescimento emocional e intelectual (Gestão de Emoções).

. De acordo com Mayer e Salovey (1997) existe uma organização hierárquica dentro de cada componente, de acordo com a complexidade dos processos psicológicos envolvidos, sendo expectável que indivíduos mais inteligentes emocionalmente tenham uma progressão mais rápida através das capacidades mais complexas. Os componentes mais elevados dizem respeito à consciência e regulação de emoções, ao passo que os componentes de níveis mais baixos correspondem a capacidades mais simples, como perceber e expressar emoções.

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De acordo com Mayer e Salovey (1997), a Componente “Perceber Emoções” diz respeito à capacidade com que um indivíduo reconhece emoções em si e nos outros. Compreende também a capacidade individual para exprimir sentimentos e necessidades subjacentes assim como avaliar a expressão das suas emoções. Envolve a percepção de pistas emocionais na expressão facial, tom de voz e na expressão artística. Esta componente considera que as emoções são uma espécie de modo de transporte de informações importantes nos relacionamentos sociais.

Por sua vez o Componente “Facilitar o Pensamento” revela a que nível os pensamentos e outros funcionamentos cognitivos dos indivíduos são influenciados pelas suas experiências emocionais. Refere-se ao uso das emoções de modo a facilitar o pensamento e a acção, e que abrangem a assimilação de experiencias emocionais básicas na vida mental. Tendo em consideração o facto dos indivíduos poderem recorrer as emoções de forma a melhorar os seus processos cognitivos (idem).

A terceira Componente, “ Entender emoções” refere-se à capacidade de rotular as emoções, de reconhecer que existem diferenças entre as emoções, assim como a compreensão da possibilidade de sentimentos complexos. Parte do princípio que as emoções desenvolvem-se de acordo com um conjunto de padrões previsíveis que estão associados ao desenvolvimento perante situações sociais complexas. É importante neste domínio a aquisição de competências que se apresentam essenciais na resolução adequada de problema sociais (ibidem).

Por último, o quarto componente, “ Gestão de emoções”, incide sobre a importância de usar as emoções, ao invés de reprimi-las ou “ agir sem pensar”, uma vez que estas têm a vantagem de ajudar a tomar decisões mais correctas. Refere-se assim a capacidade de regulação de emoções em si próprio e nos outros sendo assim a

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componente mais relevantes e com um nível mais elevado da hierarquia estabelecida no modelo de facilitação mental. Pressupõe a existência de uma possibilidade de colocar em prática os conhecimentos emocionais com o intuito de resolver problemas de modo mais eficaz, adequado e satisfatório, estando inerente a este processo numa compreensão progressiva das emoções do próprio, nos outros e na relação entre o próprio e os outros.

Da análise dos Componentes, constata-se que a IE é simultaneamente intrapessoal e interpessoal. Intrapessoal no que concerne ao próprio indivíduo, ou seja, o modo como reconhece e processa a informação emocional, assim como o grau em que isso afecta os pensamentos e o comportamento. Interpessoal, quando se refere às interacções entre indivíduos, perceber emoções nos outros, gerir as emoções dos outros na interacção social (Kornacki & Caruso, 2007, cit in. Monteiro, 2009).

Para melhor compreensão do Modelo de Inteligência emocional de Mayer e Salovey, (1997) explanamos o Quadro 1.

Quadro 1- Modelo de Inteligência Emocional (Traduzido e adaptado de Mayer e Salovey, 1997, cit in. Monteiro, 2009)

4. Gestão de emoções Estar disponível para os

sentimentos (quer agradáveis, quer desagradáveis)

Reflectir no sentido de manter ou evitar uma emoção dependendo da sua utilidade.

Reflectir no sentido de monitorizar emoções relativamente ao próprio ou outros, bem como reconhecer o quão claras, típicas, influenciadoras ou razoáveis são.

Gerir emoções no próprio e nos outros moderando as negativas e potenciando as positivas sem, no entanto, reprimir ou exagerar a informação que eles possam veicular.

3. Entender Emoções Capacidade para apelidar

emoções e reconhecer a relação entre as palavras e as emoções respectivas. Capacidade para interpretar o significado emocional que as circunstâncias podem veicular

Capacidade para entender sentimentos complexos: sentimentos simultâneos como amor/ódio ou misturas como a Capacidade para reconhecer prováveis transições entre emoções como a transição de raiva para satisfação ou de raiva

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admiração poder conter medo e surpresa. para vergonha. 2. Facilitar Pensamento As emoções antecedem o pensamento, direccionando a atenção para informação pertinente.

As emoções são sentidas de forma tal que podem ser geradas como ajudas ao julgamento e à memória quando relacionadas com sentimentos.

As mudanças de estado emocional podem mudar a perspectiva de optimista para pessimista, incentivando a tomada de múltiplos pontos de vista.

Os estados emocionais diferenciam a forma como determinados problemas são abordados. 1.Perceber Emoções Capacidade para identificar emoções perante determinado estado físico, sentimento ou pensamento.

Capacidade para identificar emoções nos outros, em desenhos, obras de arte, sons, aparência, comportamento, etc.

Capacidade para expressar emoções claramente e expressar necessidades relacionadas com esses sentimentos. Capacidade para descriminar as expressões de sentimento entre correcto e incorrecto ou honesto e desonesto.

Para além deste modelo apresentado por Mayer e Salovey (1997) relativo a competências e habilidades mentais, existem também outros modelos mistos que abordam a inteligência emocional tendo em conta uma mistura de diferentes constructos psicológicos como a personalidade, auto-estima e optimismo (Mayer e Colaboradores, 2008; Fernandez-Berrocal & Ruz, 2008) como os modelos propostos por Bar-On (2000) e por que se passam a explicar.

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