• Nenhum resultado encontrado

O tema Modelo Mental mostra-se bastante atual, amplamente discutido e alvo de pesquisas em diversas áreas de conhecimento, fundamentalmente na psicologia e na ergonomia.

Segundo Norman (1990), modelo mental é o nosso modelo conceitual particular da maneira como um objeto funciona, eventos acontecem ou pessoas se comportam, que resulta da nossa tendência de dar explicações para as coisas. Esses modelos são essenciais para nos ajudar a entender nossas experiências, prever reações de nossas ações e manipular ocorrências inesperadas. Nós baseamos nossos modelos no conhecimento que temos, real ou imaginário, ingênuo ou sofisticado.

Para Sutcliffe (1995), modelos mentais podem ser tanto físicos como conceituais. Os físicos descrevem o relacionamento de objetos no mundo real em termos de distribuição espacial de eventos em um período; e os conceituais são expressões linguísticas em uma linguagem mental interna, que representa valores reais sobre os objetos e suas relações.

o usuário tem do sistema; outras, ao modelo que o projetista tem do sistema, e ainda outras, ao modelo que o projetista ou o sistema tem do usuário. Alguns autores preferem usar o termo modelo mental como o modelo que o usuário tem do sistema.

As pessoas constroem modelos mentais do mundo para darem suporte a suas ações. Se uma determinada ação torna a estrutura inconsistente, ela é automaticamente reformulada até tornar-se consistente novamente, atualizando o modelo mental de forma a corrigir o erro da estrutura mental dos dados.

Desta forma, parece importante a compreensão de que cada indivíduo possui algum conhecimento prévio sobre determinado assunto, quando demonstra interesse por este. A experiência que cada um vai acumulando ao longo dos anos contribui para a elaboração dos modelos mentais, que, por sua vez, tornam possíveis as ações e tomadas de decisões. As ações simples ou complexas necessitam de um modelo mental para se efetivarem.

De acordo com Senge et al., citados por Sinzato (2007), modelos mentais são imagens, pressupostos e histórias que as pessoas trazem em suas mentes, acerca delas mesmas, das outras pessoas, das instituições e de todos os aspectos da vida. Em outras palavras, são simplificações da realidade. Normalmente tácitas, existem abaixo do nível de consciência, o que dificulta a sua observação e o seu exame.

Sinzato (2007) afirma que é comum nas organizações a morte da ideias inovadoras por serem conflitantes com a maneira de pensar de seus membros. É preciso falar sobre elas com o mínimo de espírito defensivo para entender o impacto sobre a vida das pessoas e para criar novos modelos mentais que sirvam melhor ao momento.

Vilela (2007) define mapas mentais como sendo diagramas hierárquicos (em árvores) que representam informações e conhecimentos de forma: textual, ilustrada ou ambas; sintética; organizada e nivelada. Assegura que algumas pessoas “estranham” um mapa mental ao vê-lo pela primeira vez, o que se deve à forma de olhar para ele e tentar entendê-lo. Assim como não olhamos um texto como um todo e sim vamos lendo uma palavra ou trecho de cada vez, a melhor forma de compreender um mapa mental novo para nós é ler um tópico de cada vez, começando pela raiz. O ritmo em que isso é feito depende do nosso conhecimento do conteúdo e, consequentemente, do tempo de resposta da compreensão: assuntos familiares são reconhecidos mais rapidamente, enquanto que temas novos ou menos conhecidos requerem mais dedicação a cada bloco. Quando olhar pela

primeira vez para um mapa mental, verifique também se há alguma sequência nos tópicos. Se o mapa estiver virado para um lado, será de cima para baixo. Se for radial (direita e esquerda), tipicamente o primeiro tópico estará acima do lado direito, continuando do lado esquerdo, no sentido horário, ou no alto.

No mapa mental, note o seguinte:

• Um mapa mental é formado de tópicos ligados por linhas. • Cada tópico pode conter texto, uma ilustração ou ambos.

• Há um tópico central, também chamado título ou raiz, que possui subtópicos conectados ao tópico-raiz pelas linhas. Cada subtópico, por sua vez, pode ter seus próprios subtópicos, resultando em uma organização hierárquica ou em árvore (daí os nomes raiz, ramos e folhas, que são os tópicos sem subtópicos).

• Os tópicos formam níveis com graus crescentes de detalhamento e especificidade: o tópico central é o mais genérico, e as folhas são mais específicas. A formatação apoia essa organização: as linhas vão ficando mais finas e as fontes, menores.

Note também:

• A minimização de preposições, artigos e outros símbolos linguísticos com finalidade apenas sintática e não essenciais para a compreensão. • A categorização ou agrupamento das ideias em “compartimentos”

(“Para servir”, “Diversões”), que definem níveis de ideias, permitindo a contextualização do pensamento e preservando as relações com o restante. Essa não é uma característica exclusiva dos mapas mentais; qualquer conteúdo pode ser colocado em blocos e nivelado em categorias e idéias organizadoras. Mas os mapas mentais constituem uma estrutura natural e apropriada para se fazer isso.

Segundo o autor, a aplicabilidade dos mapas mentais pode ser vista sob vários enfoques: espaços-problema – Excesso de conhecimento a ser tratado, sensação de sobrecarga e falta de controle sobre o conhecimento; fragmentação de conhecimento; desestruturação e desorganização de conhecimento, com subsequente perda ou esquecimento. Para esses casos, um mapa mental permite e estimula a estruturação e a síntese, possibilita a visão de todos os elementos relacionados em um mesmo campo visual e facilita a evocação de conhecimento.

Áreas:

• Planejamento • Organização

• Ensino (como recurso de preparação ou apresentação)

• Aprendizagem (por exemplo, para revisão e como método de estudo) • Redação (por exemplo, para pré-estruturação de textos)

• Criatividade (por exemplo, como ferramenta de brainstorming) • Documentação (por exemplo, procedimentos em empresas).

O mapa conceitual é uma estrutura esquemática para representar um conjunto de conceitos imersos numa rede de proposições, afirma Tavares (2007). O mapa é considerado como um estruturador do conhecimento, na medida em que permite mostrar como o conhecimento sobre determinado assunto está organizado na estrutura cognitiva de seu autor, que assim pode visualizar e analisar a sua profundidade e a extensão. Ele pode ser entendido como uma representação visual utilizada para partilhar significados, pois explicita como o autor entende as relações entre os conceitos enunciados.

A função mais importante da escola é dotar o ser humano de uma capacidade de estruturar internamente a informação e transformá-la em conhecimento. A escola deve propiciar o acesso à meta-aprendizagem, o saber aprender a aprender. Nesse sentido, o mapa conceitual é uma estratégia facilitadora da tarefa de aprender a aprender. A meta-aprendizagem torna possível ao estudante a compreensão da estrutura de determinado assunto. Aprender a estrutura de uma disciplina é compreendê-la de um modo que permita que muitas outras coisas com ela significativamente se relacionem. Em outras palavras, conhecer uma estrutura é saber como as coisas se ligam entre si. O ensino e a aprendizagem da estrutura, ao contrário do simples domínio dos fatos e técnicas, são o centro do clássico problema de transferência. O que importa não é a transferência de uma habilidade, mas de uma noção, que pode ser usada como base para reconhecer problemas subsequentes, como casos especiais da ideia inicialmente dominada (TAVARES, 2007).

Documentos relacionados